Leite derramado

Leite derramado Chico Buarque




Resenhas - Leite derramado


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Quadro Cult 30/07/2020

Em Leite Derramado, do talentosíssimo Chico Buarque, acompanhamos a vida do centenário Eulálio, que conta suas memórias para a filha, enfermeiras e pacientes do hospital em que está internado. As lembranças do personagem misturam sua trajetória pessoal e familiar à história do país, atravessando diversos acontecimentos importantes, que remontam à chegada de seus antepassados ao Brasil junto à família real portuguesa.

Narrado de forma não-linear e situado no Rio de Janeiro, o romance explora com maestria as transformações decorridas ao longo do tempo, sob a ótica de um homem nascido em família rica e influente que conservou sua presunção, apesar de fazer parte de uma aristocracia já falida há muito.

Longe de ser um personagem amável, o protagonista é um homem conservador, racista e machista, acostumado a privilégios, saudoso de um passado apoiado na escravidão. Mesmo nos momentos de sofrimento, quando lembra de Matilde, seu grande e malfadado amor, Eulálio é mesquinho e arrogante.

O fluxo de lembranças e considerações do protagonista muitas vezes é desconexo, gerando dúvidas sobre algumas situações ocorridas ao longo da sua vida, interpretações que são deixadas em aberto pelo autor. Ao mesmo tempo, o texto permite que o leitor deduza a história real em diversas passagens nas quais o personagem suaviza os fatos ou parece se recusar a encarar o que ocorreu na realidade.

Os saltos cronológicos, a desordem das lembranças e os fatos implícitos na narração são características marcantes do livro, que, se escrito por um autor menos eficiente, poderiam gerar um texto confuso. Graças à elevada qualidade da escrita, Leite Derramado é um livro diferenciado, com leitura fluida e prazerosa, que permite ao leitor acompanhar dois séculos de história a partir da trajetória envolvente de um personagem.

site: https://www.instagram.com/quadrocult/
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Sarah 17/07/2020

Meu primeiro livro de Chico Buarque
Alguns recursos da escrita de Chico Buarque são bem interessantes. Ao narrar a história de um idoso acamado, já bastante senil e cheio de arrependimentos, ele repete trechos da história em vários capítulos e, aos poucos, a história vai tomando forma para o leitor. O protagonista é bastante conservador, e não me inspirou grande simpatia, mas acredito que esse também é um mérito do autor. Leitura fluida, rápida, interessante.
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Milena Lemos 12/07/2020

Um livro muito bem escrito, porque só assim pra você ter certa empatia pelo protagonista.
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Laura Regina - @IndicaLaura 12/07/2020

Uma viagem entre o Rio e o âmago de uma família
Um senhorzinho está internado num hospital e começa a contar sobre a história de sua família, para quem queira ouvir.

Eu nunca tinha lido Chico Buarque, mas já conhecia algumas músicas e sua história pessoal - então a deixa do Desafio foi providencial.

Este livrinho tem rememorações, tem abusos, tem preconceitos, tem morte, tem vida, tem renascimento, tem o Rio de Janeiro durante os séculos XIX e XX, e tantos tantos outros temas imperdíveis.

A escrita é deliciosa, impactante, fisgante, fiquei viciada e parei as demais leituras e séries e qualquer outro compromisso que podia só para ler mais um pouquinho dos causos de Eulálio - um personagem que narra sua própria história, que não nos dá muita segurança de que a vida aconteceu daquele modo mesmo, mas ainda assim que nos arrasta com muita vivacidade e paixão para os turbilhões da sua família.

Mai indicações no Instagram @indicalaura

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eduardabuainain 09/07/2020

Gostei demais
Tem livro que foi feito pra ser lido no idioma em que foi escrito mesmo. Fico pensando em como a genialidade da história e da linguagem devem se perder numa tradução dessa obra. Fala sobre a história do Brasil, sobre racismo, zomba da aristocracia, brinca com a linguagem de um jeito sensacional. Não achei nem um pouco monótono por ser um monólogo, e eu simplesmente ADOREI essas digressões desorganizadas e repetidas, como se realmente fosse o fluxo de memória do velho. Adoro o jeito que o Chico escreve!
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Juliana @julianaaf 05/07/2020

O livros nos apresenta o monólogo de um homem em seu leito de morte, revivendo o passado e o presente de uma maneira em que não consegue separar as camadas. Em suas narrativas percebemos um homem enfadonho, que por possui uma família com bens no passado, acha que no presente todos devem servi-lo e ponto.

"Se soubesse como gosto das suas cheganças, você chegaria correndo todos os dias"

A escrita de Chico é muito rica e cheia de poesia entrelinhas. Demorei um pouco pra ler o livro por ter outras prioridades na frente e por não ter me prendido o suficiente, um bom livro, mas me faltou o encanto que Budapeste me proporcionou.
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Roberta.Mariz 01/05/2020

É um livro curto, rápido, como os pensamentos e lembranças são...
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Letícia Salviano 16/03/2020

Uma grande viagem pelo tempo!
Mostrando toda a formação da sociedade brasileira desde o século XIX, está grande obra de Chico Buarque conseguiu falar de todas as etapas da cultura brasileira apenas pelas memórias nebulosas de Eulálio de Assupção. Grande proprietário de escravos com uma soma considerável financeira, apaixona-se por uma mulata de nome Matilde que repentinamente e sem nenhuma explicação vai embora deixando o protagonista - já idoso na época da narrativa - se questionado as razões para ela ter supostamente o abandonado.

Toda a narrativa espalha-se como cartas de uma cartomante querendo estabelecer ligações. Suas lembranças são por vezes deturpadas e ele imagina como um futuro sendo o passado. Narrativa difícil de ser compreendida, exige do leitor demasiada atenção. Baseada na canção velho Chico. o autor imprime em sua composição da trama três livros de autores consagrados da antropologia e da história. Raízes do Brasil - do se pai Sérgio Buarque de Holanda, casa grande e senzala - de Gilberto Freire e por último o povo brasileiro de Darcy Ribeiro. A principal intenção do escritor é mostrar toda a formação de nossa sociedade e suas falhas até o tempo atuais. Seu livro faz uma grande critica a esse tempo com suas ignorâncias e corrupções.

Chico Buarque é um escritor desse tempo. Grande compositor e cantor, nas suas obras de teatro tece criticas a ditadura militar e com os seus romances faz fazendo todo o percurso do avanço deste período.

Leiam, vale a pena. Apesar da obra ser de difícil entendimento, é gostoso ver como personagens como Eulálio mostram sua visão dos poderosos onde a maioria é pobre e sua busca na solução do sumiço de Matilde...
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Marker 10/03/2020

chatíssimo.
Laura Regina - @IndicaLaura 12/07/2020minha estante
Por que você achou chato?




Lucas 17/11/2019

Uma obra que encanta mais pela narrativa do que pelo que ela conta
Leite Derramado foi o quarto romance do compositor, músico, dramaturgo e escritor Chico Buarque (1944-), lançado em 2009. Dentro das suas menos de duzentas páginas, são vários os traços que fazem deste um livro peculiar, seja no mau ou no bom sentido.

A narrativa se divide em 23 capítulos, que funcionam mais ou menos como uma coletânea de crônicas sobre a vida de Eulálio Montenegro d'Assumpção, centenário indivíduo que está numa cama de hospital e que disseca suas memórias (não fica claro como ele faz isso) de um jeito confuso, mas que acaba sendo inerente às condições do idoso enfermo. Os antepassados de Eulálio eram portugueses, da alta sociedade do Brasil Imperial, com o pai dele sendo descrito como amigo íntimo de Dom Pedro II. Tendo uma vida abastada, o protagonista se apaixona e se casa com Matilde, de longe a personagem que mais abriga tempo na narrativa, seja em descrever sua aleatoriedade como pessoa, seja para ilustrar a relevância que ela exerce na vida do enfermo.

Os 23 capítulos não são dependentes entre si, daí o caráter nítido de que se tratam de crônicas. Em todos eles, o narrador exprime seus sentimentos para com a família, sem se ater a datas ou linhas cronológicas. Mas ao montar a narrativa desse modo fragmentado, Chico Buarque acaba por dimensionar a caráter das "elites" e sua relevância ao longo do fim do século XIX e por todo o século XX. Se, em muitos momentos dentro desse período, conturbado para a história do Brasil, a classe dominante era vista como um elemento de comando dentro da estrutura social, em outros essa mesma classe era invadida por tipos de classes ditas inferiores, provocando desse modo muitas quebras de paradigma conservador que eram o cerne desse estrato social na qual Eulálio sempre se encaixou.

O leitor desavisado pode achar que esse mecanismo narrativo tenha sido um traço da militância de Chico Buarque, sempre com vieses de esquerda e alvo de dezenas de rótulos ao longo dos anos. É inegável o seu apego a estes ideais, mas isso não explica seu tratamento com a "elite" em Leite Derramado. Na obra, Chico trata das transformações que essa classe superior teve que passar ao longo das décadas para manter sua relevância, não se ocupando necessariamente de tratar essa "elite" como uma fonte de malefícios ou futilidades (até porque o autor esteve longe de ter uma vida pobre quando criança ou adolescente). As nulidades de muitos elementos da classe alta são sim representadas, mas não com o intuito expresso de serem criticadas.

Na verdade, tudo isso sucumbe ao melhor traço de Leite Derramado, que é a forma peculiar de escrita. Inicialmente, o texto de Chico Buarque causará confusão, pois os relatos são misturados, não há um fluxo de pensamento contínuo que interligue dois capítulos seguintes, tampouco ordem cronológica. A edição é diagramada com muitas margens nas páginas, fazendo a leitura fluir com muita rapidez (Leite Derramado pode ser lido de uma "sentada" só). Não há nenhum diálogo explícito, nem parágrafos; o texto vai sendo "jogado".

Tudo isso pode simbolizar um caos narrativo que torna o livro desinteressante, mas aí é que reside a genialidade do autor. De fato, a falta de cronologia pode confundir leitores menos imaginativos; o texto é jogado, mas no colo do leitor, com delicadeza, sem tornar o livro cansativo em nenhum momento. Há uma poesia nas entrelinhas que nada tem de fantástico ou absurdo, mas que é capaz de encantar. Na opinião do autor da presente resenha, inclusive, estes traços de leveza da narrativa e a maneira com que ela é escrita superam de longe a trajetória do protagonista, que nada aparenta de especial ou heróico.

Ler Leite Derramado vale justamente por isso, pela poesia implícita sem ser forçada ou absurda. Isso explica porque maiores detalhes que Eulálio narra da sua vida são aqui omitidos (e são muitos). Chico Buarque certamente não quis expor ensinamentos, explorar os conflitos de classe, tampouco "doutrinar" seu leitor, mas o que ele conseguiu foi encantá-lo por meio de uma narrativa leve, que, mesmo que incapaz de transformar ou ensinar algo, traz vários momentos dignos de lembrança.
Lisboa 30/11/2019minha estante
Caraca, não sabia que Chico Buarque escrevia. Além de suas músicas, é claro. Já gosto das músicas e espero ler em breve este livro. Obrigado pela resenha, ou a indicação.




Rai @atequeolivronosrepare 02/11/2019

É de um leite que derrama, azeda ou empedra.
📚 "Leite derramado", por Chico Buarque.
📚 Edição de PT de Portugual: grupo LEYA. @leya_portugal
🇧🇷 Literatura brasileira contemporânea. 2009.
🌡 Nota: 5/5 💭 [Minhas considerações]: Não é a primeira vez que recomendo este livro neste perfil. Comecei há muito tempo, na adolescência, em minha primeira leitura dele. Ensaiei algumas informações no post anterior a esse, mas enfim agora finalizei minha releitura.

O primeiro impacto: a quem fala o velho Eulálio em seu leito de hospital? É à enfermeira? Em certo ponto, é à sua esposa Matilde? À sua filha Maria Eulália? À sua mãe? O fato é que quase sempre o velho Eulálio fala à uma mulher. E em uma análise emprestada da psicanálise, cabe muita transferência, projeção e condensação em cada figura feminina que lhe visita ao leito de vida.

O livro começa diretamente com memórias. Através de uma narrativa magistral com a poesia na medida certa, Chico Buarque traz o papel social do velho à tona sem deixar de lado a subjetividade particular da velhice.

Como nos trechos em que diz: "Seria até cômico, eu aqui, todo cagado nas fraldas, dizer a vocês que tive berço. (...)" "As pessoas não se dão o trabalho de escutar um velho, e é por isso que há tantos velhos embatucados por aí, o olhar perdido, numa espécie de país estrangeiro." Chico constrói um personagem que reclama berço, mas derrama suas lamúrias e sua própria libido em uma maca velha de hospital, contentando-se em virar a mancha recente para baixo enquanto se deita sob a mancha seca. (Há algo de dúbio no Leite que intitula a obra, pois é de sexualidade - nem sempre genital, mas também com ela - que o protagonista fala por muitas memórias). Vemos um resgate de um brasileiro que ainda existe (e como resiste exatamente como Eulálio, reclamando suas raízes europeias). Do brasileiro metido à política, de antepassados que falavam bom francês, davam suporte às Forças Armadas e de repente até tiveram "desgostos" familiares como um neto comunista, tal qual o Eulálio senil.

É de um leite que envolve memória, libido, sexualidade, velhice, maternidade e angústia. É de um leite que azeda pela crítica social. Ou empedra no seio. E incomoda. Como Chico bem sabe incomodar.

site: https://www.instagram.com/p/B4Yoj2opjQG/?igshid=ruclbd95kyl7
Laura Regina - @IndicaLaura 12/07/2020minha estante
Nossa, nem minha própria resenha conseguiu resumir e explicitar tão bem o que senti lendo este livro! Amei, Raíssa!




Larissa.Carvalho 30/07/2019

"Leite Derramado", lançado em 2009, é o quarto romance de Chico Buarque. Talvez pela proximidade temporal, possui grande semelhança com seu antecessor, o livro "Budapeste", embora seja menos pretensioso e de leitura mais fluida.

Em comum, esses livros possuem narradores em primeira pessoa tragicômicos e - não há melhor forma de descrever - um tanto quanto cretinos. José Costa e Eulálio D'Assumpção são, ambos, homens repletos de autopiedade que parecem não enxergar a realidade, ao menos quando ela lhes é prejudicial. Os livros são, portanto, recheados de sarcasmo, e a narração tendenciosa possibilita múltiplas interpretações - principalmente quando Chico brinca com a linearidade temporal, ou simplesmente a ignora.

Ainda que utilizem recursos parecidos, esses dois livros são essencialmente diferentes. Enquanto "Budapeste" impressiona pela forma, pelo estilo narrativo um pouco confuso (e muito genial) empregado por Chico, no outro é a história que merece holofotes.

Em "Leite Derramado", um narrador confuso, delirante e repetitivo relata sua trajetória pessoal, que se prolonga há mais de século, enquanto está deitado em um leito de hospital, aparentemente à beira da morte. Ao longo de sua história, tão pessoal, descreve também a história do Brasil e do mundo, já que os primórdios de sua família remetem à vinda da Corte portuguesa ao Brasil.

Assistimos, portanto, à ruína de uma família que representa a elite política de um país em que reinam o nepotismo, a desigualdade e o preconceito através de um narrador que compactua com esse sistema e dele se beneficia - até que seu desprestígio o impeça. A própria "ingenuidade" do narrador, que não percebe sua própria derrocada e não acompanha os avanços externos, mostra quão prepotente e incauto pode ser quem detém muitos privilégios. Ademais, a narrativa apresenta um tom cíclico, manifesto pela descendência de diversos "Eulálios D'Assumpção" - sempre associados a eventos trágicos que se repetem - o que cria uma sensação de eterno retorno que fortalece a crítica histórica, ao mostrar quão opressivo e tirânico pode ser o sistema.

Em suma, "Leite Derramado" é uma leitura rápida, fluida e prazerosa, que muito se assemelha a ouvir histórias de um parente idoso e já um tanto confuso. Apesar do tom pessoal, a obra é também uma bela crítica social, que mostra quão esmagadora pode ser a influência do nosso passado - seja a nível individual ou não - ainda mais diante da destituição do futuro, personificada pelo protagonista. E foi numa dessas 200 páginas aprazíveis que me impeli a perguntar: o que farei quando minha vida for nada, além de deite derramado?
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Josué Brito 30/06/2019

Leite Derramado e suas memórias
As memórias são fontes confusas e ilimitadas de remédio para as mais duras perdas e sofrimentos. Em Leite Derramado, obra do cantor, poeta e romancista Chico Buarque, recém agraciado pelo prêmio Camões pelo conjunto de sua obra, o protagonista revive em monólogo os grandes momentos de sua vida e reflete de forma bem humorada sobre tragédias familiares e ironias da vida.
Eulálio representa a decadência de famílias históricas e nobres que encontraram em seu destino a pobreza. Neto de barão, descendente de homens que aconselharam grandes reis, Eulálio vê sua vida transformada a partir da morte do pai, senador da república. Alçado a liderança dos negócios, vê a fortuna da família se esvair e seu destino desmoronar.
De uma cama de hospital, após seu centenário, narra os dias na antiga mansão e como de pouco a pouco perdeu propriedades, influência e familiares, sendo reduzido ao ditado “pai rico, filho nobre, neto pobre”. Ao mesmo narra as mudanças na paisagem carioca, que transformou antigos e gloriosos casarões coloniais em prédios simplórios e tristes.
Leite Derramado é uma obra para se deliciar com um bom vinho e com um pouco de saudades. É um livro mágico. Um “Cem Anos de Solidão” de um homem só que vê tudo se partir e contínua em seu estado natural, rindo e entretendo seus ouvintes com a própria miséria.

Josué da Silva Brito
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Adriana Scarpin 19/06/2019

Estava com esse livro aqui desde minha última viagem ao Rio em que encontrei essa edição por cinco reais (!!!) num sebo em Copacabana, então achei a data em que Chico completa 75 anos oportuna para lê-lo.
Considero Chico um dos nossos maiores poetas/compositores, mas nunca dei muita bola para seus romances/novelas, na verdade Leite Derramado foi o melhor livro que li dele, o melhor engajamento narrativo, a melhor transição entre o trágico e o cômico, até mesmo um esgar de genialidade dá pra entrever aqui.
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