Doidinho

Doidinho José Lins do Rego
José Lins do Rego




Resenhas - Doidinho


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Aline 15/03/2024

É uma crueldade chamar de Doidinho quem teme tanto a loucura.
Nesse segundo volume do ciclo da cana-de-açúcar, acompanhamos Carlinhos, agora Carlos de Melo, deixar o engenho do avô para estudar em um Colégio interno em Itabaiana. O proprietário e professor do lugar, seu Maciel, é um homem rigoroso, que aplica castigos físicos aos alunos, pois entende que assim eles aprendem melhor não apenas o conteúdo das matérias, mas a ter disciplina. Essa é uma mudança traumática para Carlos, pois embora já com 12 anos e iniciado nos prazeres da vida, ainda não sabe lidar com um terreno desconhecido e hostil. Já sabemos que ele é um menino sensível, muito suscetível a reações diversas e extremadas, o que somado à história já conhecida pelos outros alunos sobre a loucura de seu pai, acaba lhe rendendo o apelido de “Doidinho”. Carlos odeia o apelido, pois o vê como um mau agouro e também porque sente muito medo de duas coisas: de enlouquecer e da morte. Como um romance de formação, a narrativa vai focar nas novas experiências do personagem e seu aprendizado a partir delas. A escola vai funcionar como um microcosmo, onde diferentes arquétipos vão transitar e interagir de modo a permitir que Carlos vá conhecendo a dinâmica social, a complexidade dos relacionamentos, a arte, a literatura, os mais variados sentimentos e a vastidão do mundo descrita nos livros, tudo dentro dos limites da escola. Em raros momentos ele volta para a casa do avô e, nessas oportunidades, sempre o vemos transformado, mais consciente de sua posição privilegiada e da situação precária dos trabalhadores do engenho, o que até então sempre julgou natural, como um fato da natureza. Se alguém pensa que não há muito o que acontecer dentro de uma escola, aqui isso não é verdade. Eu poderia falar mais, porém o melhor é ir lá no livro e conferir. Boa leitura para quem for!
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Cris 12/03/2024

12.03.2024
Continuação de Menino de Engenho, narra o período em que Doidinho ficou no Internato. Conhecemos um pouco sobre a cultura da época, quando para se educar, os professores batiam na criança e os pais/tutores concordavam. Sobre os privilégios que a classe abastada tinham e os mais pobres, não. O abuso das mulheres que, naquele tempo não tinham voz.
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Suênya 24/10/2023

"Parecia que era outra pessoa que eu criara de repente. Ficara um homem. Assinava o meu nome, mas aquele Carlos de Melo não tinha realidade. Era como se eu me sentisse um estranho para mim mesmo. Foi uma cousa que me chocou esse primeiro contato com o mundo, esse dístico que o mundo me
dava. A gente, quando se sente fora dos limites da casa paterna, que é toda a nossa sociedade, parece que uma outra personalidade se incorpora à nossa existência."

Se eu pudesse ser um escritor, eu queria ser José Lins do Rego. Se eu pudesse ter escrito algo, eu gostaria de ter escrito qualquer livro que ele escreveu.
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Marcelo217 01/09/2023

"O Ateneu" de José Lins do Rego
Continuando a história iniciada em "O menino de Engenho", o autor traz o ingresso à vida acadelêmica da personagem no internato. Me surpreendi! A história se desenvolve de forma muito melhor do que imaginei.

A narrativa sequencial é muito divertida, cheia de alívio cômico nas desventuras de Carlinhos, agora Carlos de Melo, em sua jornada escolar. Semelhante a dinâmica do Ateneu (livro que inspirou o autor), a história retrata um internato menos fantasioso, com menos pompa, de forma mais simples e popular. Elementos como a punição e o regime restrito são muito bem pronunciados na vivência da personagem e desencadeiam grande parte do desenvolvimento da história. Carlos experimenta a desilusão do sistema educacional. Às vezes motivado, outras vezes revoltado e desiludido, o dilema entre viver uma vida simples no engenho e a instrução escolar longe de casa fazem a personagem questionar-se várias vezes sobre a realização pessoal prevista pela familia e a perspectiva de vida do próprio estudante.

Através de seu relato, é possível perceber o amadurecimento do menino que, nesse momento, reflete sobre a vida, valores sociais, religião, justiça e a própria morte. Seu caráter volúvel, impulsivo e imaturo mostra a transitoriedade e o momento de autoconhecimento através das experiências e sensações vivenciadas pela primeira vez. O internato Nossa Senhora do Carmo se apresenta como uma prisão. Maciel, diretor, juntamente com sua família, tem uma conotação que oscila entre o positivo e o negativo. A cidade de Itabaiana também expande a sua visão de mundo e faz Carlos entender a sua realidade e sua posição no mundo. A convivência social hierárquica, a desilusão amorosa, as experiências sexuais e os embates travados pelo seu temperamento elencam a transição da infância para a adolescência.

"Doidinho" é um livro simples e muito agradável de se ler. O cotidiano do jovem escrito por José Lins do Rego traz além de uma nuance vista no livro de Raul Pompeia, uma descrição semelhante à de Rachel de Queiroz e uma vivência também vista em Graciliano Ramos. A simplicidade na narrativa, a escrita polida na medida certa, fazem o entremeio de história dessa ficção autobiográfica, uma experiência de leitura imersiva e comovente. Apesar da interrupção com um final abrupto, o livro me deixou com muita vontade de continuar a acompanhar a saga de Carlos e descobrir qual caminho ele irá trilhar. E já estou convencido de que também seguirei lendo a obra do autor.
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Elber.Joaquim 21/07/2023

Leitura boa
Muito legal, principalmente pra quem é do nordeste ou quem admira a cultura nordestina.

É o segundo livro de uma trilogia
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Daniel.Ribeiro 10/07/2023

Doidinho. José Lins do Rego. Características do regionalismo da Literatura
Desde o ano passado, quando decidi aprender mais sobre a literatura nacional, que sou um adepto da literatura regionalista. Na literatura regionalista, as principais características são focalizar traços de uma região especifica. Dentre os autores brasileiros está José Lins do Rego.
Depois do lançamento de Menino de Engenho, Doidinho é praticamente uma continuação. A história mostra o menino Carlos de Melo, em suas incursões pelo colégio interno a que é submetido. Inscrito pelo seu avô materno Coronel Zé Paulino, tinha esperanças que o menino se tornasse um pessoa de estudo. Mas, na verdade, Carlos de Melo, ou Carlinhos, vai compreender outra visão de mundo, numa época que os estudos eram tidos como obrigatórios, haja vista, o dono do colégio, Seu Maciel, tinha uma linha punitiva, para educar seus alunos.
Carlinhos, dentro do colégio, vai ser conhecido como Doidinho, devido a um triste fato sobre seu pai, que perdeu a vida. Enfrentando diversas adversidades, confrontando sentimentos de amizades, amores, raivas com amigos e pessoas, e também desavenças entre o diretor do colégio, o que ele mais deseja é uma vida de liberdade, poder nadar no riacho, andar a cavalo.
A liberdade roubada pela prisão do colégio, a vontade de voltar a fazenda do avô, toda a narrativa regionalista que transcreve José Lins do Rego, mostra sua característica em transportar memórias da própria infância do autor para o mundo literário.

site: https://pontoscriticos-danielribeiro.blogspot.com/2023/07/resenha-doidinho-jose-lins-do-rego.html
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leiturasdaursula 11/05/2023

Gostei demais
Doidinho é um livro do autor brasileiro José Lins do Rego, publicado pela primeira vez em 1933 e faz parte do Ciclo Cana de açúcar, cujo primeiro livro é "Menino de Engenho" e que retrata a vida de uma família de engenho de açúcar no Nordeste brasileiro, do início do século XX.

Assim como Menino de Engenho, este livro também é narrado em primeira pessoa e seguimos acompanhando Carlos, agora com 13 anos, que foi matriculado em um internato e vai narrar suas angústias e lutas neste colégio. Carlos,é apelidado de "Doidinho" por sua personalidade peculiar e pela dificuldade que ele tem em se adaptar às convenções sociais impostas pela sociedade em que vive. O avô toma essa decisão de levá-lo ao internato porque Carlos não consegue se encaixar nas expectativas da família e dos amigos, e vive em constante conflito interno.

O livro é uma reflexão sobre as relações humanas e sociais, e sobre a pressão que as normas sociais podem exercer sobre os indivíduos. José Lins do Rego retrata de forma sensível e realista a vida no Nordeste brasileiro, e cria personagens complexos e humanos, que lutam para encontrar seu lugar no mundo.

A escrita de José Lins do Rego é poética e envolvente, com descrições vívidas e detalhadas da paisagem e da cultura do Nordeste brasileiro. O autor também aborda temas como a desigualdade social, a exploração dos trabalhadores rurais e a influência da religião na vida cotidiana das pessoas.

Uma das minhas passagens favoritas foi: "O meu amor era puro de outras coisas. Gostava, porém, de se mostrar, não sabia se encolher, nem se ver pequeno diante de sua eleita".
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Thais645 16/04/2023

Livro II ciclo da cana-de-açúcar
Este livro continuação direta de menino do engenho. Livro dois do ciclo da cana de açúcar. Dele Carlos está no colégio e vai contar suas desventuras por lar, Veremos as relações com os amigos, professores e funcionários do colégio também tomar ciência do método do ensino. O clássico da literatura brasileira. Estou gostando muito de fazer a leitura desta série, este livro é um pouco mais parado do que o anterior mais super vale a leitura. Recomendo.
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Peter.Molina 20/01/2023

Tempos de escola
O segundo volume do ciclo da cana de açúcar narra os tempos passados por Carlinhos na escola, relacionamento com os colegas, o primeiro amor e temas afins. Muito superior ao primeiro,tem uma narrativa fluida,muito sensível e tocante em diversos pontos. Pessoalmente não vivi na época dele, mas a gente vai se enchendo de saudade dos nossos tempos de ensino e do que vivemos. Muito bom!
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Diego 10/09/2022

Leitura agradável
Com passagens muito poéticas, o livro conta as experiências de Carlinhos, Carlos de Melo, o ?Doidinho? do título.
Continuação de Menino de Engenho, ao qual faz diversas citações, é um livro que nos conta a história do Brasil açucareiro pelos olhos do menino que já entra na adolescência.
Eu não tinha vontade de parar de ler. Li em praticamente 2 dias (úteis).
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Wagner47 05/09/2022

Um curso doloroso contra a ignorância
A escrita e a fluidez de Zé Lins continuam as mesmas, porém dessa vez senti que certos desdobramentos foram bem enrolativos.

Carlinhos, agora conhecido como Doidinho, ingressa no colégio interno e, bem atrasado dos demais, encara novas dificuldades no seu cotidiano.

Não é mais aquela criança que brincava no engenho, então o autor passa a construir novos sentimentos e dar mais ares aos antigos. Carlinhos se apaixona, sente ódios imensuráveis, tristezas e até a sensação de abandono. Não é um período só de mazelas, já que consegue fazer um novo amigo (ou certo respeito pelo colegas) e de fato se dedica aos estudos, onde qualquer erro era justificativa para um bolo (ou seja, a famosa palmatória).

Acho que o livro traz um erro muito grave. É dito já no primeiro parágrafo que Doidinho tem 12 anos (é praticamente sequência do livro anterior), e em seis meses (período que é citado vários vezes) ele já está com 14. Acredito que o autor fez esse erro propositalmente, uma vez que no livro anterior inicia a "doença" de Carlinhos e talvez tenha julgado que 12 anos seria muito novo para esse tipo de coisa.

Apesar dos percalços e desenvolvimentos levemente trabalhados, esse volume faz questão de frisar os pensamentos de Carlinhos e que há alguma coisa muito errada nele, seja por seu comportamento violento certas vezes ou por não distinguir direita de esquerda.

A obra termina com uma decisão bem forte para o protagonista e aguardo pelos desdobramentos da mesma.
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rafael.venancio 24/07/2022

O bolo canta, canta e canta: a educação do séc. XX
Certamente que, das obras de José Lins, Doidinho foi a que eu mais me identifiquei, principalmente em razão do personagem professor Maciel.
O docente, movido por narcisismo e egomania, é responsável por educar Carlinhos, punindo qualquer falta, mesmo que nenhum aluno tenha cometido qualquer coisa que seja repreensível.
E o bolo cantava e o bolo cantava e o bolo cantava toda vez que Maciel se sentia contrariado, fazendo com que seus discentes sofressem na sua mão.
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Dijair Antonino 12/07/2022

A maturidade chegou para o Sr. Carlos de Melo ( ou não)
Excelente continuação de menino de engenho. Carlinhos agora vai viver as agonias e a falta de regalias no colégio interno. Lá ganha a alcunha de Doidinho. Um nome que remete ao pai e ele não gosta nada desta referência.
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Biblioteca Álvaro Guerra 04/04/2022

Doidinho é um romance brasileiro, escrito por José Lins do Rego e publicado em 1933. É a continuação do livro Menino de Engenho, publicado em 1932, sendo que os dois fazem parte do "ciclo-da-cana-de-açúcar".

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9786556120164
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Renato375 03/04/2022

Segundo livro
Da série "Ciclo da Cana-de-Açúcar", Doidinho é o segundo livro. Onde o menino Carlinhos segue para o colégio, saindo do seu mundo encantado no engenho, retratado no primeiro livro (Menino de engenho).

José Lins é um gigante das emoções e reflexões. Seu texto é escrito para todos os públicos e cada um tira dele o que bem desejar.

Ciclo da Cana-de-Açúcar:

Menino de engenho - 1932
Doidinho - 1933
Banguê - 1934
O moleque Ricardo - 1935
Usina - 1936
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