Doidinho

Doidinho José Lins do Rego
José Lins do Rego




Resenhas - Doidinho


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Cristiane.Cardoso 30/01/2022

Linguagem simples, história envolvente - difícil de largar.
O título do livro é o apelido que o menino Carlos de Melo recebeu no colégio... Ele, agora adolescente, foi levado para um internato, daqueles bem rígidos, onde tudo era motivo pra ele ser castigado com uma palmatória. Esses costumes eram baseados em um educação rígida oferecida às elites do país. Os jovens eram levados para essas escolas onde o professor era mais como um ditador em sala de aula, uma máquina de repassar conhecimento, sem sentimentos, sem se preocupar com possíveis traumas que o aluno pudesse ter. Ser disciplinado era necessário para que o indivíduo aprendesse, uma aprendizagem crua e decorativa, onde a principal preocupação era transformá-los em seres humanos responsáveis, bem preparados para viver o seu tempo.
Depois de muito sofrimento a gente começa a perceber uma certa "maturidade" aflorando em Carlinhos, que tinha muita vontade de ser um motivo de orgulho para o avô.
Largar o livro não foi uma tarefa fácil, me aproximei muito da história. Um livro com uma linguagem simples e uma história bem envolvente. Terminei com aquela sensação de que estava ali no trem com Carlinhos, presenciando suas angústias, ouvindo seus pensamentos. Ouvindo ele me contar toda a sua vida sofrida, poucas alegrias, muita tristeza. Aí ele desce do trem e fico ali, sem saber o que acontecerá com ele?
A vida dele não acaba ali, chegando no engenho e tendo que enfrentar todos. Não vai se dar por derrotado. Ele precisa vencer! E ele vai. Eu creio que ele vai...
E fica aquela sensação, como se esse momento fosse agora, atual, por que não peguei o contato dele? vou achá-lo no Instagram e acompanhar a vida dele. Rsrsrs. Não Cris, não é real. Aí escuto a voz interna: mas você pode acompanhar. Tem mais livro na sequência. Ôba!
E mesmo com minha lista de leitura estando enorme, mas com certeza, irei encaixar mais um e ler a continuação deste Doidinho, Banguê. Nota dez, José Lins do Rego.
wild at heart 28/08/2023minha estante
oi tudo bem cristiane? vou pegar sua resenha pra apresentar num trabalho de escola prq gostei muito dela, ate me deu vontade de ler o livro rs. espero que não se incomode! vou dar os créditos




Diego 10/09/2022

Leitura agradável
Com passagens muito poéticas, o livro conta as experiências de Carlinhos, Carlos de Melo, o ?Doidinho? do título.
Continuação de Menino de Engenho, ao qual faz diversas citações, é um livro que nos conta a história do Brasil açucareiro pelos olhos do menino que já entra na adolescência.
Eu não tinha vontade de parar de ler. Li em praticamente 2 dias (úteis).
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Renato375 03/04/2022

Segundo livro
Da série "Ciclo da Cana-de-Açúcar", Doidinho é o segundo livro. Onde o menino Carlinhos segue para o colégio, saindo do seu mundo encantado no engenho, retratado no primeiro livro (Menino de engenho).

José Lins é um gigante das emoções e reflexões. Seu texto é escrito para todos os públicos e cada um tira dele o que bem desejar.

Ciclo da Cana-de-Açúcar:

Menino de engenho - 1932
Doidinho - 1933
Banguê - 1934
O moleque Ricardo - 1935
Usina - 1936
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Wagner47 05/09/2022

Um curso doloroso contra a ignorância
A escrita e a fluidez de Zé Lins continuam as mesmas, porém dessa vez senti que certos desdobramentos foram bem enrolativos.

Carlinhos, agora conhecido como Doidinho, ingressa no colégio interno e, bem atrasado dos demais, encara novas dificuldades no seu cotidiano.

Não é mais aquela criança que brincava no engenho, então o autor passa a construir novos sentimentos e dar mais ares aos antigos. Carlinhos se apaixona, sente ódios imensuráveis, tristezas e até a sensação de abandono. Não é um período só de mazelas, já que consegue fazer um novo amigo (ou certo respeito pelo colegas) e de fato se dedica aos estudos, onde qualquer erro era justificativa para um bolo (ou seja, a famosa palmatória).

Acho que o livro traz um erro muito grave. É dito já no primeiro parágrafo que Doidinho tem 12 anos (é praticamente sequência do livro anterior), e em seis meses (período que é citado vários vezes) ele já está com 14. Acredito que o autor fez esse erro propositalmente, uma vez que no livro anterior inicia a "doença" de Carlinhos e talvez tenha julgado que 12 anos seria muito novo para esse tipo de coisa.

Apesar dos percalços e desenvolvimentos levemente trabalhados, esse volume faz questão de frisar os pensamentos de Carlinhos e que há alguma coisa muito errada nele, seja por seu comportamento violento certas vezes ou por não distinguir direita de esquerda.

A obra termina com uma decisão bem forte para o protagonista e aguardo pelos desdobramentos da mesma.
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marcelo.batista.1428 12/05/2021

Doidinho – José Lins do Rego
A minha leitura deste livro, narrado em primeira pessoa e que continua a história de Carlos de Melo, o protagonista de Menino de Engenho, teve mais momentos tediosos do que de empolgação. Talvez um pouco pela expectativa positiva criada pelo livro anterior, do qual gostei muito; mas pode ser que a vida pré adolescente não me empolgue tanto quanto a infância (também não curti o Diário de Anne Frank que li a muitos anos atrás, e Minha Vida de Menina, outros dois livros que abordam o mesmo período da vida). Valeu por conhecer um pouco da vida da pré adolescência de um menino vivida no interior da Paraíba.
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Cris 12/03/2024

12.03.2024
Continuação de Menino de Engenho, narra o período em que Doidinho ficou no Internato. Conhecemos um pouco sobre a cultura da época, quando para se educar, os professores batiam na criança e os pais/tutores concordavam. Sobre os privilégios que a classe abastada tinham e os mais pobres, não. O abuso das mulheres que, naquele tempo não tinham voz.
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Daniel.Ribeiro 10/07/2023

Doidinho. José Lins do Rego. Características do regionalismo da Literatura
Desde o ano passado, quando decidi aprender mais sobre a literatura nacional, que sou um adepto da literatura regionalista. Na literatura regionalista, as principais características são focalizar traços de uma região especifica. Dentre os autores brasileiros está José Lins do Rego.
Depois do lançamento de Menino de Engenho, Doidinho é praticamente uma continuação. A história mostra o menino Carlos de Melo, em suas incursões pelo colégio interno a que é submetido. Inscrito pelo seu avô materno Coronel Zé Paulino, tinha esperanças que o menino se tornasse um pessoa de estudo. Mas, na verdade, Carlos de Melo, ou Carlinhos, vai compreender outra visão de mundo, numa época que os estudos eram tidos como obrigatórios, haja vista, o dono do colégio, Seu Maciel, tinha uma linha punitiva, para educar seus alunos.
Carlinhos, dentro do colégio, vai ser conhecido como Doidinho, devido a um triste fato sobre seu pai, que perdeu a vida. Enfrentando diversas adversidades, confrontando sentimentos de amizades, amores, raivas com amigos e pessoas, e também desavenças entre o diretor do colégio, o que ele mais deseja é uma vida de liberdade, poder nadar no riacho, andar a cavalo.
A liberdade roubada pela prisão do colégio, a vontade de voltar a fazenda do avô, toda a narrativa regionalista que transcreve José Lins do Rego, mostra sua característica em transportar memórias da própria infância do autor para o mundo literário.

site: https://pontoscriticos-danielribeiro.blogspot.com/2023/07/resenha-doidinho-jose-lins-do-rego.html
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@apilhadathay 28/02/2021

Apaixonante!
Segundo livro do Ciclo da Cana de Açúcar, DOIDINHO foi uma leitura deliciosa. Eu me diverti a valer, com algumas cenas de Carlos no internato de Itabaiana. Claro que houve também maus momentos, um diretor déspota, morte, doença cercando os meninos. A linguagem muito simples e gostosa de ler inspira a gente a ler tudo em um átimo!

DOIDINHO dá sequência à narrativa de MENINO DE ENGENHO, do ponto onde ela terminou: nessa fase super envolvente, vemos Bentinho chegando no colégio interno em Itabaiana-PB, onde ele vai aprender as primeiras letras e conviver sob o regime tirânico do Diretor Maciel (fdp...)

Um livro de 1933 ser tão fluido e gostoso de ler, ainda mais um dos Regionalistas mais importantes do Brasil! Um presente!

Alguns momentos, como o debate entre o diretor Maciel e a mãe do colega Corujinha me fizeram rachar de rir. Que mulher arretada, não levar desaforo pra casa!

A beleza do livro reside amplamente em seus aspecto de guardião de memórias e a apresentação do contexto dos engenhos de açúcar na Paraíba, antes de serem engolidos pelas usinas açucareiras.

Neste momento da história, o jovem Carlos de Melo (lá, ele não é o "Carlinhos" do Engenho Santa Rosa) só deseja voltar ao engenho do avô, onde era mais querido, para fugir do clima de ameaças, castigos e até punição física na escola. Esse momento é importante porque Carlinhos começa a ver o choque de realidades entre o ambiente bucólico do Santa Rosa e a cidade grande, do seu colégio. É também neste momento do tempo que ele começa a perceber que o mundo é muito maior do que ele conhecia e abre os olhos para as diferenças sociais e econômicas ao seu redor, para o sofrimento de OUTRAS pessoas.

O livro tem fluidez e mais consistência de memória que seu antecessor, agora que Carlinhos é um adolescente. Algumas passagens são marcantes, a forma como ele fala da repressão violenta na escola, inclusive nos casos de pederastia identificados ali. O-O

Excelente pedida para quem quer ler um bom clássico nacional com alma contemporânea!
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Margô 20/01/2022

Pedagogia do Engenho
Esta obra, autobiografia de José Lins do Rêgo, na sua fase de transição, que é sair do Engenho para estudar em Itabaiana, é de uma intensidade singular no que diz respeito aos sentimentos de um adolescente.

A escola que tem um nome de uma santa, mas está mais para um reformatório. Ou melhor, "deformamtório" da infância.

Me agradou bastante conhecer o cotidiano de uma escola particular com crianças de idades diferentes, ( como as salas multisseriadas atuais) e de como estas crianças aprendiam, nos anos de 1920...

A despeito de tudo que sabemos sobre a palmatória, os apelidos, ambiente não humanizado, e crianças que eram de certa forma deixadas para serem conduzidas por estranhos , e diga-se de passagem por um homem tirano, sovina, e sem princípios claros de educação, espiritualidade, higiene, etc. surge um menino que dentre eles, torna-se escritor. Daí a minha maior surpresa!

É um livro de leitura fácil, de alguns momentos angustiantes, e que traz , no meu ponto de vista como maior motivação , o gênero regionalista, que caracterizou as obras do paraibano José Lins do Rêgo.

É preciso ler primeiro Menino do Engenho, e na sequência Doidinho. E com certeza vai ficar o desejo de ler todo o ciclo da cana-de-açúcar, como o autor batizou os romances da sua infância e adolescência, que trazem o cenário dos Engenhos, antes das Usinas substituírem a velha moenda.

Concluindo, a história de Carlinhos, e dos seus colegas de internato, trazem muitas aventuras e fatalidades, entre crianças e adolescentes que estudam em uma escola de currículo ainda " jesuítico", no início do século XX, e as figuras características da época: Bedel, Decurião, treinamento com o tiro de Guerra, etc.
O melhor da leitura? As passagens que se referem ao Engenho Santa Rosa...rss
Gostei muito. E pretendo ler todas as obras que ainda falta para fechar as minhas leituras desse grande contador de Histórias.
José Lins do Rêgo.
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leiturasdaursula 11/05/2023

Gostei demais
Doidinho é um livro do autor brasileiro José Lins do Rego, publicado pela primeira vez em 1933 e faz parte do Ciclo Cana de açúcar, cujo primeiro livro é "Menino de Engenho" e que retrata a vida de uma família de engenho de açúcar no Nordeste brasileiro, do início do século XX.

Assim como Menino de Engenho, este livro também é narrado em primeira pessoa e seguimos acompanhando Carlos, agora com 13 anos, que foi matriculado em um internato e vai narrar suas angústias e lutas neste colégio. Carlos,é apelidado de "Doidinho" por sua personalidade peculiar e pela dificuldade que ele tem em se adaptar às convenções sociais impostas pela sociedade em que vive. O avô toma essa decisão de levá-lo ao internato porque Carlos não consegue se encaixar nas expectativas da família e dos amigos, e vive em constante conflito interno.

O livro é uma reflexão sobre as relações humanas e sociais, e sobre a pressão que as normas sociais podem exercer sobre os indivíduos. José Lins do Rego retrata de forma sensível e realista a vida no Nordeste brasileiro, e cria personagens complexos e humanos, que lutam para encontrar seu lugar no mundo.

A escrita de José Lins do Rego é poética e envolvente, com descrições vívidas e detalhadas da paisagem e da cultura do Nordeste brasileiro. O autor também aborda temas como a desigualdade social, a exploração dos trabalhadores rurais e a influência da religião na vida cotidiana das pessoas.

Uma das minhas passagens favoritas foi: "O meu amor era puro de outras coisas. Gostava, porém, de se mostrar, não sabia se encolher, nem se ver pequeno diante de sua eleita".
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none 12/01/2022

Um Doidinho pra gente chamar de personagem favorito
Tão bom ou até melhor do que o Menino de engenho, Doidinho é o livro da infância que descobre as letras. Agora nomeado, Carlos e não mais o menino ou o moleque, com nome e sobrenome para ganhar bolos do diretor do colégio, e com o apelido de Doidinho, por ser desleixado em suas tarefas. Tem um tom sombrio, por temer a solidão do colégio interno longe do engenho do avô, junto a meninos muito diferentes e avançados em educação, com um professor exigente e torturador, e temendo pelo seu possível traço de loucura herdado do pai.
No entanto o livro é menos bizarro sexualmente, creio em José Lins do Rego poderia narrar as peripécias de seu protagonista quando mais velho, no livro seguinte, Banguê, ele já terá pulado novamente de faixa de idade, o primeiro livro poderia ser espetacular não fosse a abordagem sexual infantil. Ponto para Doidinho que conta uma estória inspirada no favorito do autor, O Ateneu, mas com traços característicos mesclando humor, ingenuidade, tragédia, criatividade, fatos reais, locais e o modo peculiar do autor conferindo ao seu Doidinho um de seus romances de maior êxito.
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Thais645 16/04/2023

Livro II ciclo da cana-de-açúcar
Este livro continuação direta de menino do engenho. Livro dois do ciclo da cana de açúcar. Dele Carlos está no colégio e vai contar suas desventuras por lar, Veremos as relações com os amigos, professores e funcionários do colégio também tomar ciência do método do ensino. O clássico da literatura brasileira. Estou gostando muito de fazer a leitura desta série, este livro é um pouco mais parado do que o anterior mais super vale a leitura. Recomendo.
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Paula 23/01/2014

Doidinho (1933) é o segundo livro da trilogia da cana de açúcar (formada por Menino de Engenho, Doidinho e Banguê), que aborda as três fases do personagem principal, Carlinhos: a infância, a adolescência e o início da maturidade. Menino de Engenho termina com a iniciação sexual de Carlinhos aos doze anos, quando logo em seguida ele deixa o engenho para ir estudar na cidade de Itabaiana. Doidinho começa com a chegada de Carlinhos, agora Carlos de Melo, no internato dirigido por um diretor rígido, que sempre punia os alunos com castigo físico, pelos mínimos motivos.

Ainda caracterizada pelo tom memorialista de José Lins, onde a solidão e a melancolia do menino Carlinhos continuam presentes, nesta narrativa um novo mundo de descobertas e relacionamentos surge para "doidinho", como Carlinhos passa a ser chamado no internato. Nesse lugar, uma miniatura do mundo real, vários temas são abordados: lealdade, amizade, injustiças, traição, sexo, religião, preconceito e a nova perspectiva que o menino passa a ter com os estudos, pois passa a compreender melhor o contexto social da época: "os livros começavam a me ensinar a ter pena dos pobres".

Em Doidinho a figura do senhor de engenho continua imponente, marcando o poder e o prestígio do patriarca na região. Carlos, que sofre um pouco para se acostumar com a vida no internato, passa a ser respeitado pelos colegas e até pelo diretor (por um período) por conta de uma visita que seu avô, senhor de engenho, fez ao internato.

Enquanto no engenho havia a sinhá Totonha para povoar o imaginário das crianças com suas histórias, no internato havia o velho Coelho, descrito como "um narrador admirável, uma sinhá Totonha para os fatos comuns da vida", o que ressalta mais uma vez a importância das histórias no universo de José Lins.

Os livros foram responsáveis por descortinar o véu da ignorância que impedia Carlinhos de ver a dura realidade do engenho e, em vários momentos da narrativa, podemos notar essa tomada de consciência:

"O dono da terra fez mal à menina. Só fez encher a barriga da pobre; nem deu um vintém para os panos do filho. E foi indo, e foi indo, até que levou o diabo." ..."O dono da terra fizera mal. Os pobres lhe pagavam este foro sinistro - a virgindade das filhas".

Quando Carlos volta para o engenho durante as férias, já observa a realidade dos moradores com outros olhos, notando, talvez pela primeira vez, que a vida para aquelas pessoas era muito difícil. Ele observa também a vida das mulheres no engenho, e comenta um pouco sobre religião, pois sua primeira confissão ao padre de Itabaiana provocou reflexões sobre o que de fato acontecia ali e o que era considerado pecado pela igreja:

"Ouvira contar a história de Teresa Beiçuda, uma Pompadour de São Miguel. Tio Juca, o irmão mais moço de meu avô, fazia-lhe filhos todos os anos. Uma vez, numa festa da padroeira, a mulata apareceu de chapéu na igreja. Foram dizer a tia Neném. Era um atrevimento da cabra. E quando saiu da missa, dois escravos lhe rasgaram o chapéu de plumas na porta da igreja, lhe arrancaram as anquinhas da moda. Todos aqueles senhores de engenho faziam o mesmo que tio Juca. E eram homens de têmpera, limpos de honra, de respeito. Parecia-me que o padre de Itabaiana aumentava as coisas. Não tinham eles oratórios em casa? Não faziam promessas, não davam tanto dinheiro para as igrejas? Logo, Deus não os teria assim debaixo de suas iras. O velho Zé Paulino quando morresse só podia ir para o céu."

Outro fato que vale a pena mencionar é o papel do cinema na época, que mudou a vida das pessoas e que trouxe informações novas e novas visões de mundo, não sem causar certo estranhamento, e demonstrando a a condição da mulher na época:

"O cinema já nos era um incitante sem o qual não podíamos passar. Levávamos a semana discutindo as fitas, comentando os enredos. Corrigiam-se atitudes, emendavam-se situações, aprendiam-se mesuras da sociedade. Havia mulheres tentadoras vestidas na última moda, bem diferentes das mulheres que víamos na vida. Tudo era diferente naquelas existências. Os homens tinham outros modos. As mulheres saíam de casa sozinhas. Viram uma, brigando com o marido, dizer-lhe com a maior simplicidade deste mundo: 'Vou para a América!", como tia Maria diria: "Vou para o sítio do seu Lucindo". A gente daqueles lugares era mesmo de outro planeta".

Uma leitura prazerosa, com representações ricas dos homens e do contexto social do período açucareiro no nordeste.

José Lins do Rego. Doidinho. Rio de Janeiro: José Olympio, 2011. 47ª edição.

site: http://www.pipanaosabevoar.blogspot.com.br/2014/01/doidinho.html
Ren@t@ 23/01/2014minha estante
Gosto muito deste livro! Bela resenha.


Paula 23/01/2014minha estante
Obrigada, R&N@T@ :)




Peter.Molina 20/01/2023

Tempos de escola
O segundo volume do ciclo da cana de açúcar narra os tempos passados por Carlinhos na escola, relacionamento com os colegas, o primeiro amor e temas afins. Muito superior ao primeiro,tem uma narrativa fluida,muito sensível e tocante em diversos pontos. Pessoalmente não vivi na época dele, mas a gente vai se enchendo de saudade dos nossos tempos de ensino e do que vivemos. Muito bom!
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rafael.venancio 24/07/2022

O bolo canta, canta e canta: a educação do séc. XX
Certamente que, das obras de José Lins, Doidinho foi a que eu mais me identifiquei, principalmente em razão do personagem professor Maciel.
O docente, movido por narcisismo e egomania, é responsável por educar Carlinhos, punindo qualquer falta, mesmo que nenhum aluno tenha cometido qualquer coisa que seja repreensível.
E o bolo cantava e o bolo cantava e o bolo cantava toda vez que Maciel se sentia contrariado, fazendo com que seus discentes sofressem na sua mão.
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