Bianca 30/04/2012
Mais uma resenha do http://redomadecristal.com.br/blog/
“ – A vida não é justa; é apenas a vida – disse ela, de maneira suave e confiante. – Todos têm momentos em que se sentem como se estivessem à deriva, abandonados mesmo… Mas não é verdade. Não para quem tem fé.” – pág. 20
Antes de começar a escrever, passei alguns minutos olhando para a tela e pensando em como mostraria tudo o que senti lendo Para Sempre, de Kim e Krickitt Carpenter. Provavelmente não será uma resenha comum. É uma história real, então quero falar da lição que ela nos dá. Provavelmente haverá um spoiler, mas avisarei no trecho (estará só no final da postagem).
Logo no início descobri que os autores eram também os protagonistas. Apesar de ser narrado em primeira pessoa por Kim, Krickitt contribuiu muito.
O livro traz a história que inspirou o filme. A história real, sem omitir nada.
A narrativa é um pouco diferente do que os leitores estão habituados. São poucos diálogos e muito sentimento. Está mais para biografia. Kim abre seu coração para o leitor, torna-se vulnerável aos nossos olhos de tal modo que nos sentimos os protagonistas. Somos testemunhas de sua força, de sua tristeza, de sua perseverança.
Kim e Krickitt são apaixonados um pelo outro e com poucas semanas de casados sofrem um acidente gravíssimo. Ambos correm riscos, principalmente ela. Os médicos dizem a ele que Krickitt sofreu um traumatismo craniano e tem apenas 1% de chance de sobreviver. E mais, dificilmente sobreviveria sem sequelas. É nesse momento que o livro se torna pessoal. Aos seis anos, sofri um acidente que resultou em um traumatismo craniano, entre outras coisas. Assim como Krickitt, a preocupação maior era com o cérebro, então outros ferimentos foram deixados de lado em um primeiro momento. Os médicos deram o mesma notícia ao meu pai, com a pequena diferença, eu teria 5% de chances de sobreviver. Por essa semelhança, a história de Para Sempre se tornou mais pessoal, mais dolorosa, mais real.
Se hoje escrevo essa resenha, vocês sabem que sobrevivi ao improvável, assim como Krickitt, mas ela sobrevive com sequelas e uma delas foi a perda parcial da memória, ou seja, ela não se lembra de Kim, seu grande amor. Essa é a base da história.
Como prosseguir com um casamento, se sua esposa não se lembra nem de o ter conhecido? Como prosseguir com um casamento, se você não se lembra de estar casada? Podemos sentir as angústias dos dois lados: Kim e Krickitt. Também vemos a força e a fé em ambos os lados. Mesmo quando tudo aponta para o fim, eles persistem.
São 145 páginas páginas de emoção, coração apertado, esperança, dor, fé, força, coragem, amor e comprometimento. Uma lição de vida a ser levada e passada adiante. Terminei a leitura aos prantos e me emociono só de lembrar.
O filme, como Kim já adianta no livro, sofreu muitas mudanças, afinal é apenas baseado em fatos reais e não uma reconstrução da história, como o livro, mas os personagens mantiveram a essência dos sentimentos e isso podemos sentir.
É um livro que recomendo a todos. Queria ter o poder de fazer o mundo inteiro ler, como não tenho, estou passando o meu a quem conheço, já emprestei para o meu pai que leu em uma sentada e amou. Já há uma pequena fila para a leitura dessa história que guardarei com carinho, para sempre.
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