Dudu Menezes 22/05/2022
Todos deveriam ler
Nesta manhã de domingo, li meu primeiro livro de Valter Hugo Mãe.
"As mais belas coisas do mundo" é um livro sobre a relação do autor com o seu avô materno, revelando todo o carinho e a herança afetiva que recebeu na infância, hoje transformados em literatura.
Só que lendo o livro eu descobri que é muito mais do que isso. Para nós, leitores, é inevitável refletir sobre as nossas relações familiares.
Mais do que lamentar não ter conhecido meus avôs paterno e materno, todo dia acontece algo que me remete ao quanto eu gostaria que o meu pai pudesse estar presente na vida do meu filho. Dos abraços aconchegantes, que o autor narra tão bem, às descobertas que só um avô é capaz de provocar, é impossível não se emocionar.
Porque a herança do afeto é algo que não se pode descrever em palavras. Mas, hoje pela manhã, quando o Luquinhas acordou, e eu já tinha lido este pequeno grande livro, mais uma vez ele me olhou com os olhos que o meu velho me olhava e eu retribuí este olhar com a herança do avô que ele não conheceu. E, de alguma forma, meu pai se fez presente, ali, entre nós.
Então, eu perguntei para o Lucas o que ele considerava "as mais belas coisas do mundo". Cheguei a sugerir a lua, o sol, os pássaros, a praia do Laranjal, que ele gosta tanto de ir. Mas ele pediu um tempo para pensar e, quando eu voltei para a sala, me disse que já sabia. Que eu "olhasse para trás", bem onde guardo os meus livros, e me disse, apontando com a cabeça, "são os livros".
Eu me emocionei, sim. E vim, aqui, dizer para vocês lerem "As mais belas coisas do mundo". Não estava pensando em fazer uma resenha sobre este livro agora. Mas acredito que "as mais belas coisas do mundo" são todas aquelas heranças afetivas que conseguimos traduzir em amor.
Obrigado, Valter Hugo Mãe. Primeira leitura de muitas outras que virão!