André 18/11/2012
Resenha: A Dança dos Dragões
A Dança dos Dragões é o quinto volume da septalogia prometida pelo tio George Martin. A história ocorre após os acontecimentos do terceiro livro - A Tormenta das Espadas - e em simultâneo com os do quarto livro - O Festim dos Corvos, mas somente até certo ponto, lá pela página 500 o enredo da Dança ultrapassa o de O Festim e a história segue em uma única linha novamente.
Essa característica acrescentou um aspecto bem original a trama da saga. Menções de acontecimentos ocorridos em O Festim ganham sua narração na íntegra em A Dança. É revelado o que aconteceu em torno dos personagens ausentes no quarto volume, descobre-se quais boatos eram os falsos e quais os verdadeiros.
Pra quem já acompanha a saga, percebeu que a história desenvolve-se em dois níveis: um macro, mostrando quais casas estão no poder e a relação entre elas, e um nível micro voltado para o desenvolvimento dos personagens. A Dança dos Dragões tem um foco assim como O Festim, mais voltado para o desenvolvimento em nível dos personagens, porém um desenvolvimento macro maior do que no quarto livro.
Tudo sobre os selvagens, Jon Snow e sua Muralha, Stannis e Melisandre no Norte, Davos e sua complicada negociação em Porto Branco, Bran desvendando sinistros segredos Pra-lá-da-Muralha, Daenerys e a complicada missão que é governar, a fuga de Tyrion rumo ao leste, e um personagem há muito esquecido finalmente volta a narrativa, seus capítulos se transformam em um dos melhores do livro na minha opinião.
Ver os personagens outrora presentes no quarto livro voltando a narrativa após a união das tramas me deixou muito feliz, pensei que teria que esperar pelos Ventos do Inverno - Sexto livro, ainda não lançado - pra vê-los. Além do retorno desses, há novos capítulos que abordam perspectivas de personagens ainda não exploradas: um jovem cheio sonhos de conquista, alguém julgado morto que retorna, um inexperiente nos Jogos dos Tronos forçado a jogar e um homem derrotado que busca uma maneira de ascender.
Se você for que nem eu e gostar que os nomes dos próximos capítulos permaneçam um mistério, terás algumas belas surpresas, e algumas decepções também, porque assim como alguns personagens reaparecem, outros nem sequer são mencionados, fora os que simplesmente DESAPARECEM no meio do livro. Isso me deixou um pouco frustrado. Mas acredito que isso faça parte do jeito Martiniano de construir histórias. Confio nesse velho gordo.
Nada pior do que você está lendo os capítulos finais e saber que a continuação vai demorar ainda uns dois anos pra ser lançada, principalmente quando o autor tem uma incrível capacidade em deixar as coisas nas situações mais improváveis. Isso aliado com o chá de sumiço tomado por alguns personagens deixaram-me com uma profunda angústia no peito. Quero já os próximos livros.
Creio que A Dança e O Festim funcionam como uma preparação o desfecho da saga, porque pontas soltas foi o que não faltou nesse livro.