Resenhas - Zarak, o Monstrinho

Eric M. Souza 05/01/2012

Encarei desde o princípio como ele é: um livro infantil. E, dentro do proposto, devo elogiar fortemente o colega Alec Silva. Sua versatilidade é incrível, e escreve com a leveza necessária, trazendo diversão e uma leitura rápida e precisa.
O leitor simplesmente é carregado e não pode parar, pelo menos até a noveleta O Enigma do Cubo, que assume, provavelmente de propósito, diversos clichês da literatura infanto-juvenil brasileira, coisa que era contada há 40 ou 50 anos, e já li muito por aí. Por isso, talvez, tenha caído um pouco em meu conceito.
A última noveleta, O Jardim Celestial de Guilherme, segue um rumo inexorável e previsto, mas é escrita de um modo ao mesmo tempo inocente e sombrio, que provoca sentimentos paradoxais de qualquer maneira. Fechou muito bem o livro, e, não fosse por Enigma do Cubo, mereceria nota máxima, de acordo com a proposta e a bela realização da mesma. Mas, como não há 4,5 no Skoob, minha nota é 4.

Zarak, o monstrinho - E outras noveletas fantásticas é uma ótima pedida para leitores infanto-juvenis, ou para quem quer uma leitura suave e que enfatiza o poder do sonho em transformar nossas vidas.

Paul Law 20/10/2011

Não deixe de sonhar
O livro trata-se de uma coletânea de contos fantásticos ou noveletas, como o autor prefere chamar, cuja temática envolve sempre uma “moral”, um ensinamento. As vezes evidente, outras de interpretação, os contos são ambientados em mundos fantásticos povoados por criaturas incomuns. A primeira criatura a ser apresentada é o monstrinho Zarak, o homenageado no título do livro.

Zarak é a personificação da imaginação do autor, um símbolo que marca tempos passados, quando era mais fácil imaginar e sonhar. Hoje o autor é ludibriado por um mundo de aparências e visual demais, assim como acontece com a gente. A diferença entre nós e ele, trata-se de Zarak, o monstrinho que visita-lhe e desperta-o para a realidade dos sonhos. Agora inspirado pela criatura mágica, Alec pode brindar-nos com histórias incríveis, ambientadas em mundo nunca vistos e de mensagens relevantes.

Os contos são de capítulos curtos, bem estruturados e de leitura agradável. A técnica de fragmentação dos capítulos é bem aplicada, ajudando a não cansar o leitor. Os capítulos terminam com grande expectativa e é quase inevitável iniciar a leitura do próximo.

Visualmente o livro é bonito, de capa colorida que expressa muito bem toda a magia dos contos. Moderno, bem acabado e de orelhas eficientes. A editora em questão tem se destacado pela qualidade visual dos seus livros, que são simples mas muito bem feitos.

Há alguns erros nas páginas dos livros, mas eles não conseguem desmerecer a obra. O sentido dos contos estão preservados e a maneira objetiva de narrar do autor nos faz ignorá-los. Fiquei impressionado com a facilidade de dizer do autor, de explicar o que é preciso e nos deixar imaginar o resto. Enfim, ter os olhos nas páginas de Zarak, o monstrinho e outras noveletas fantásticas, foi tudo o que a minha expectativa tinha me adiantado. Um livro mágico de mensagem importante e de sonhos…