A Luz do Túnel

A Luz do Túnel Jorge Amado




Resenhas - Subterrâneos da Liberdade (Vol. 3)


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Eliane406 01/01/2024

A verdade é necessária
?Um romance histórico que fala de opostos, que fala da dor e fala do amor que reside na simplicidade, de como seres humanos no geral, temos direitos de ser e ter em igualdade, em oportunidade. E além de tudo é um retrato fiel do referido período histórico do nosso país, os principais personagens também são reais. No sentido essencial, o livro é a expressão literária estruturante de uma cultura política revolucionária de esquerda. A mais didática, clara, popular, e a mais completa produzida sob nossos céus tropicais.
A canção do poeta Cazuza dizia "Eu vejo o futuro repetir o pasado, eu vejo o museu de grandes novidades", essa analogia em comparar o nosso país com um museu, mas, de fatos que sempre se repetem e nunca evoluem.
?O livro 3 é o mais difícil de ler pois contêm páginas e páginas de descrição das torturas contra os operários e tudo se repetiu na Ditadura de 60, e até hoje nenhuma Comissão da Verdade foi instaurada no Brasil.

?Livro 1. Se inicia em outubro de 1937 pouco antes da implantação do Estado Novo.A aliança Getúlio Vargas com a Ação Integralista, Forças Armada e outros setores conservadores. No outro a solidariedade e os ideais de justiça e respeito que imperavam entre trabalhadores e militantes do Partido Comunista.

?Livro 2. Acontecimentos de 1930 a 1940, como greves, manifestações contra o Estado Novo, a exploração dos camponeses nas fazendas e extração do manganês, produto estratégico para a nacionalização das indústrias. A região das jazidas, no romance, chama-se vale do rio Salgado alusão à empresa Vale do Rio Doce, criada por Getúlio Vargas em 1942.

?Livro 3.Segunda Guerra é o pano de fundo (1939-1945), são feitas menções à "política agressiva" de Hitler, chamado por um personagem de "fera sanguinolenta", o envio de militantes comunistas para lutar contra Franco na Espanha; a "política de boa vizinhança" de Roosevelt, que pregava a não intervenção militar, o medo de Getúlio Vargas se unindo a Hitler através do Ministério da Guerra, as torturas aos presos políticos, o julgamento de Prestes.
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Aline.Armond 29/12/2023

Sensacional!
O último livro da trilogia conseguiu ser o melhor de todos, o mais emotivo, o que mais apertou meu coração de comunista. Diversos capítulos marcantes e que me fizeram chorar e sentir. Claro que analisando criticamente há alguns detalhes que podemos elencar, mas como um todo a obra é uma perfeita ferramenta de agitação, de se fazer pulsar e bradar os direitos do povo. Lindo!
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Rodrigo 15/08/2023

Força e União
Surpreendente a maneira como o autor nos mostra a força e a união dos "camaradas" pela liberdade e segurança. Muito forte a descrição das torturas passadas por eles e como o governo manipulou as informações.
Uma trilogia incrível!
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MIRANDA 09/03/2023

Finalizando a excelente trilogia de Jorge Amado , Os Subterrâneos da Liberdade , comprovando a maestria de nosso grande escritor bahiano . Uma leitura obrigatória para quem estiver interessado nos tempos de fascismo brasileiro , estado novo e Getúlio Vargas . ( patriotários deveriam estudá-lo , assim que aprenderem a ler .)
Palavra para o livro : RESISTÊNCIA
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Rodolfo Vilar 01/09/2022

Encerrei a leitura da trilogia "subterrâneos da liberdade" criada pelo Jorge Amado para retratar as décadas de 30 a quase 50, onde cumina da explosão do Estado Novo criado por Getúlio Vargas até o julgamento do líder político Luis Carlos Prestes. Não há como não relacionar os personagens e fatos expostos com a realidade, numa perspectiva que Jorge queria realmente essa sensação de paralelismo entre sua época.
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Nesse volume adentramos o momento sombrio característico das forças militares a conter os movimentos esquerdistas e estudantis em prol dos direitos trabalhistas e a anistia de presos que lutavam pelos direitos da época. Jorge Amado se torna bastante gráfico ao descrever as agressões, humilhações e as lotações que representam o horror da ditadura. Por outro lado o livro é uma grande dualidade entre burguesia e proletariado: ricos a menosprezarem a realidade política e admirarem a conquista de Hitller em outros países, dando a esse povo um aspecto frio, frivolo e sem sentimentalismo; enquanto que do outro lado vemos os operários e trabalhistas, sentimentais, calorosos, em favor da busca pelos mínimos direitos e buscando vida onde não existe, numa perspectiva de que a força os une e os fortalece.
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De modo Geral Jorge Amado tenta com essa trilogia mostrar um Brasil que poucos conhecem, o obscuro, que por detrás de toda a luz causada pelas indústrias, palcos e festas da burguesia apenas escancara a sua face sofrida e triste. Como o próprio personagem diz, não sou Comunista mas sim tenho fome. É com esse romance que Jorge, em meio ao cenário que vivia e até mesmo com as suas próprias desilusões com o partido, constrói a multifacetação do grande golpe da democracia que assolou a todos que não parece, mas é bem atual.
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Pedro Luiz da Cunha 13/02/2022

Um romance proletário no adeus ao comunismo
?A luz no túnel? é o último volume da trilogia ?Os subterrâneos da liberdade?, escrita entre 1952 e 1953 no exílio do autor em Praga e finalizado no Rio de Janeiro. Originalmente o romance foi publicado em uma única edição, sendo posteriormente dividido em 3 volumes, como desejava Jorge Amado desde o princípio.

A trilogia marca o ápice da abordagem comunista na obra de Amado. Ambientada nos ásperos tempos do Estado Novo, a temática social e o Partido Comunista, que estiveram presentes em outros livros, tornam-se aqui elementos principais do enredo. Seus militantes se tornam heróis e a burguesia é vilã do início ao fim. O próprio autor posteriormente irá criticar o caráter sectário da obra.

Por vezes, a história apresenta-se excessivamente panfletária e o Partido e a militância romantizados. Ainda assim, a leitura é envolvente, triste, poética, esperançosa. Ri, me indignei e chorei lendo. O romance é estruturado de modo que raros são os capítulos monótonos.

A obra mais comunista do comunista Jorge Amado marca também o seu distanciamento do comunismo. A partir de 1956, com a denúncia dos crimes de Stálin, realizada no XX congresso do Partido Comunista da União Soviética, o autor abandona o PCB e se distancia cada vez mais da militância. Sua obra toma outro rumo e em 1958 é lançado ?Gabriela, Cravo e Canela?. As temáticas relacionadas à cultura baiana, ao sincretismo religioso e à miscigenação, já apresentadas e desenvolvidas em romances anteriores, tomam corpo e passam a caracterizar essa nova fase do autor.
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iagomarc 21/01/2022

Estou tentando ler este livro desde 2020 mas ler livros políticos do Jorge Amado me faz perder a fé na humanidade e durante uma pandemia isso não é muito bom pra cabeça rs.

De forma geral, é uma boa conclusão para a trilogia Subterrâneos da liberdade. Fiquei apenas um pouco chateado porque não temos o final da maioria das personagens:
O que aconteceu com Mariana, Manuela, João, Ruivo, Apolinário, Costa Vale etc?
Além disso, eu gostaria de mais um volume abordando o fim da guerra e do Estado Novo e suas consequências para o Partido Comunista.

Por fim, queria reforçar que há um certa romantização e idealização do comunismo e da URSS nesse livro, como esperado, mas é notável que as mesmas armas e mentiras que usavam em 1940 pra amedrontar e manter controle sobre população ainda são usadas em 2022.
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Chozas 16/08/2020

História, política e denúncia
Muito bom finalizar essa trilogia de história, política e denúncias.
Parabéns Jorge Amado por possuir o dom da escrita, colocando o vocabulário e pensamento popular em suas obras.
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Diana 04/02/2014

Amado Jorge
Excelente trilogia, mais uma vez sensacional a maneira como Jorge Amado cria seus romances em torno de tão real contexto social. Assim não foi diferente em Subterrâneos da Liberdade, que retratou a luta dos comunistas durante o Estado Novo, mas com uma ampla visão de diversos setores da sociedade na época tão bem descrita e detalhada, que eu me senti vivendo na década de 30/40.

Mesmo sabendo que Jorge era comunista e que o livro poderia ser tendencioso, ou seja, mesmo tentando não me deixar levar pela clara tentativa de empatia que o autor tentou criar para com os personagens, foi difícil resistir, rs! Ele escrevia de maneira tão apaixonadamente cativante sobre o comunismo, os comunistas, a luta da classe operária, que ao final da leitura minha vontade era me tornar uma companheira!!

Engraçado, pois ao estudar a Era Vargas no colégio eu tinha uma visão completamente diferente da que estou do governo dele nesse momento. No colégio eu aprendi que ele era querido pelo povo, criou diversas leis trabalhistas que melhoram a vida do trabalhador, que ele melhorou o setor industrial do país, gerou diversos empregos, etc, como se o governo dele tivesse sido maravilhoso, mesmo durante o Estado Novo. Agora, só consigo pensar que ele era uma marionete dos grandes empresários, que as leis que ele criou foram para abafar e calar a voz do povo e que trouxeram pouquíssimas vantagens para os trabalhadores. Bom, preciso estudar mais história para saber... rs
Mas o livro é muito bom, vale a leitura!
Lilly 05/07/2017minha estante
Na verdade Getúlio Vargas ele foi um presidente bem contraditório, ao mesmo tempo que teve seus acertos teve os seus erros. Mais ainda assim vejo ele como um dos melhores Presidentes que o Brasil já teve.


Gustavo.Campello 23/05/2023minha estante
Grande parte da popularidade do Vargas junto à classe trabalhadora veio do seu ministro do Trabalho, João Goulart, que depois veio a ser presidente, deposto por um golpe covarde taxado de comunista e o resto é história.




Israel 12/09/2010

Jorge e o comunismo
“A luz no túnel” é o terceiro e último livro da trilogia “Os subterrâneos da liberdade". É um livro de 1954, escrito durante o exílio do autor em Paris, mas é ambientado durante o Estado Novo de Getúlio Vargas principalmente em São Paulo, cerca de 10 ou 15 anos antes.

Durante e escrita do livro, a existência do partido comunista havia sido oficialmente cancelada pelo governo brasileiro e isso provocou em Jorge Amado uma revolta considerável. Esse sentimento é metaforizado no livro através das greves nas fábricas de Santo André, em uma multinacional tentando expulsar os caboclos de sua terra para a vinda de trabalho dos imigrantes japoneses e nas prisões e aberrações cometidas pela polícia do DOPS. Como estupros e tortura psicológica.

É interessante o fato do único comunista real (ou ao menos de nome revelado) no livro seja o de Luís Carlos Prestes, que aparece na narrativa sempre como um vulto inalcançável, preso, como um herói que se movimenta na trama apenas pelas suas idéias. Com isso o autor nos dá a máxima que “não se pode matar ideais.”

No auge da Segunda Guerra Mundial, Jorge Amado descreve no romance as preocupações e as divisões de opinião da burguesia sobre qual modelo econômico o Brasil iria seguir: O alemão ou o norte-americano, sempre mostrando argumentos fracos e mesquinhos por parte da elite brasileira.

Outro fato interessante é que o Delegado Barros tem a estereotipada presunção do paulista arrogante com relação aos seus colegas de profissão do Estado do Mato Grosso, sempre afirmando a incompetência dos mesmos.

Apesar do nome do livro, esse é o livro mais pessimista da trilogia. É como se Jorge tentasse doutrinar jovens comunistas (Como a própria inserção de um personagem operário português como exemplo direto) a pensar de forma positiva mesmo nos momentos mais difíceis para a luta partidária.
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