O Asno de Ouro

O Asno de Ouro Apuleio...




Resenhas - O asno de ouro


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IvaldoRocha 07/04/2020

Quando você leu uma história envolvendo magia e bruxaria e o autor acabou tendo que ir ao tribunal para salvar sua vida e se defender de tal crime?
O Asno de Ouro ou Metamorfoses é o único romance latino a chegar a nossos dias inteiro, data do século II DC escrito por Apuleio, conta a história de Lúcio um nobre viajante que se hospeda na casa de Milão, negociante rico e avaro, que tem como esposa, uma mulher que possui poderes além do que se possa imaginar.
O “Asno de Ouro” é a origem de muitas outras histórias que você deve ter lido. Sabe aquela história “aventuresca” que no meio de um encontro, uma parada para descanso ou coisa assim, alguém resolve contar uma história que acaba desembocando em outra e assim por diante? É assim que as histórias vão entrando e saindo e desfilam ao lado da história principal, onde Lúcio curioso sobre as coisas da magia acaba cometendo um terrível erro e irá sofrer nas mãos da Fortuna. Lendas mitológicas e Deuses são evocados a todo momento, lembre-se estamos falando do século II, onde todo os deuses da mitologia grega ainda eram adorados e tinham seus templos e o cristianismo começava a se disseminar.
O mais interessante é saber que o autor, que escreve sobre a magia e encantamentos, convivia com ela no seu dia-a-dia. O que hoje para nós, pelo menos para a maioria, é uma pura fantasia para ele era a mais pura realidade.
Talvez a grande graça da história seja a facilidade e liberdade com a qual nosso burro pode presenciar e se tornar testemunha das conversas e atitudes mais absurdas, afinal quem vai se preocupar em esconder seus pecados e mazelas de um burro.
Muitas das histórias que aparecem aqui, você já deve ter lido em outros livros de outros autores, como Boccacio, Shakespeare, Flaubert, mas este é o mais antigo e original.
Apuleio filho de cônsul romano, nasceu na hoje Argélia, de família rica adquire sua educação nas mais importantes cidades da época. Herda do pai uma grande fortuna o que lhe permite viajar e continuar estudando.
Em Tripoli, Apuleio visita um antigo amigo de estudo e acaba se envolvendo com Pudentila a mãe viúva do amigo. Com a aprovação do filho, Pudentila e Apuleio se casam, mas pouco tempo depois Pudentila morre. A família de Pudentila então, acusa Apuleio de ter se utilizado de magia para conquista-la. A acusação é grave, tendo como pena a morte.
Levado aos tribunais, por quase um ano, ele faz sua defesa e consegue ser absolvido tendo como principal argumento a sua formação acadêmica. Sua defesa ficou documentada em “Apologia”.
Apesar da sua formação acadêmica, Apuleio nunca escondeu sua curiosidade pelos mistérios e ritos esotéricos, na verdade, o personagem Lúcio, traz muito do Lúcio escritor.
Bastante interessante, curioso e engraçado, uma leitura amena e divertida.
Edição bilíngue em Latim e Português, traz várias e várias referências explicando e contextualizando as citações.
comentários(0)comente



Angelo 23/06/2011

O Primeiro "Romance"
O Asno de Ouro, para quem não sabe, é o único "romance", ou como quer que se queira chamar uma ficção em prosa, a ter sobrevivido inteiro da época do Império Romano.

Foi escrito por um Lucius Apuleio, no segundo século depois de Cristo, e lida com as aventuras e problemas enfrentados pelo protagonista, também de nome Lucius, que, em certo momento da história, se vê transformado em um asno.

Como é comum em muitos textos antigos, a história principal é interrompida para a narrativa de diversos pequenos contos, entre os quais o mais fomoso é Amor e Psiquê. O livro serviu de inspiração para inúmeros escritores clássicos, como Boccaccio, Cervantes e Shakespeare.

Há vários aspectos que me agradaram muito no livro. Há, principalmente, um sabor especial em se ler uma história e pensar na sua antiguidade, e nas condições totalmente diferentes em que seu autor e seus leitores viviam quando ela foi composta. Por outro lado, houve trechos em que me peguei pensando que certos detalhes não pareciam ter sido compostos há quase 2 mil anos, mas tinham um inequívoco ar "moderno".

Mas como o ser humano é praticamente o mesmo, assim como suas paixões e necessidades mais básicas são as mesmas; então não é de se surpreender que essa identificação de um leitor atual com a obra possa ocorrer em vários pontos.
Thiago 14/03/2015minha estante
Bons comentários. Conhecia a obra apenas por conta do mito de Psiquê mas interessei-em em lê-la por completo depois de ver o que você escreveu.




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