Alan kleber 21/03/2021
O que o declínio religioso causa: a era do niilismo.
Liberação sexual, nudez e sexo frequentes em filmes, em séries, e na internt, consumo de drogas como fuga da realidade. Todas essas coisas se tornaram realidade graças as gerações anteriores. Elas acredidanto assim que traria um mundo melhor. A ironia é que quem colhe os frutos regados por essas gerações são seus filhos, e como esses frutos podem ser amargos, venenosos e até mesmo mortais.
" Em sua maioria, eles fazem de tudo para aparecer e ter mais visitas nas suas páginas pessoais, mais amiguinhos virtuais, mais qualquer coisa. Nem que isso signifique declarar-se bipolar ou maníaco-depressivo, sem o ser. É patético!", afirma. Ela critica ainda a ausência de personalidade e a inconstância nos gostos de cada um. Um exemplo desse cenário é o caso da estudante Diana, de 16 anos, que admite já ter mentido aos amigos que sofria de Síndrome do Pânico e insônia. "Você faz qualquer coisa para que sua vida aparente menos entediante... O que, no fundo, a de todo mundo é! Tudo bem, a gente enche a cara e se droga e faz sexo aos montes, só que isso não é tão diferente do que o resto da galera está fazendo. Nós queremos ser mais cool ['legais'] do que os outros e impressionar, o que é bem difícil de se conseguir entre a nossa geração", conta ela.
Segundo a jovem, apenas alguns transtornos mentais se glamourizaram, enquanto a maioria das doenças permanece indesejável. "O legal mesmo é ser perturbado ou excêntrico, sofrer de insônia e passar horas acordado tomando café e fumando um cigarro atrás do outro. Isso é cool. Já coisas como câncer ou um resfriado, não são. Fora que alguns transtornos justificam suas crises e te dão margem para mentir e inventar histórias que alimentem sua imagem, sem que a gente precise, de fato, estar sentindo aquilo. Mentir uma leucemia, além de não ser legal, também seria muito difícil fingir", exemplifica.
Estudante de Psicologia, Ana, de 21 anos, vê esse tipo de comportamento como reflexo de uma necessidade extrema por definição. "Você quer fazer sucesso com a nossa geração? Dá um site em que ela pode responder formulários sobre si mesma, aqueles testes de internet como 'Quem é você no Sex & The City?' ou 'Que tipo de música você é?'. Nós adoramos qualquer coisa nos que dê qualquer tipo de categoria. Tanto que surgiram vários movimentos estranhos, sem precedentes. Por exemplo, as pessoas quase brigam para ver quem é mais doente. Por quê? Porque elas querem falar assim: 'Eu sou isso: eu sou depressivo, eu tenho Síndrome do Pânico, eu tomo anfetamina'. Elas querem se encaixar num lugar onde você tenha uma imagem clara de quem elas são, porque você já assistiu sobre isso na TV e sabe como é a personalidade delas", explica. Para Ana, a busca por uma definição vem da vontade que os jovens têm de mostrar que não são "vazios".
A estudante diz perceber ainda que, na sociedade, há uma corrente de pensamento que valoriza o sofrimento. "Por que Jesus é tão aclamado? Porque ele é um sofredor, que sofreu por nós, desapegado... É um ideal. Na prática, ninguém é assim, mas é o que todo mundo prega. O dia inteiro se ouve coisas como 'meu pai sofreu, tudo o que ele conseguiu, ele conseguiu trabalhando', sabe? Ninguém quer mostrar para o mundo que é riquinho e mimado, que só se importa com coisas superficiais... Não, você quer mostrar que também sofre, que você tem algum valor e não é a escória da sociedade, não é completamente fútil e vazio, não", argumenta.
Esse seria o motivo pelo qual, segundo ela, os jovens declaram sofrer de transtornos como insônia, bipolaridade, depressão, Síndrome do Pânico etc. ? ainda que estes não sejam problemas reais em suas vidas. "Ninguém procura tratamento psicológico, as pessoas postam isso no Fotolog, sabe? A única utilidade é falar a respeito. Você não precisa sofrer disso, nem tomar remédio...
nada. Você só compra remédios porque aí pode deixar a caixinha do seu lado e as pessoas vão ver; seus amigos vão entrar no seu quarto e perguntar o que aquela tarja preta está fazendo ali. Tudo o que se quer com isso é esse status de que você tem um valor porque você sofre", arremata.