Resenhas - Angels' Flight

Paula.Serkonos 29/07/2013

Contos do Anjo - parte um e dois
O Angel’s Flight foi lançado após o Archangel’s Blade, mas ele não é, realmente, um #4.5. Tem gente que considera, mas eu não e o motivo é bem simples. Todo livro/conto entre livros contam algo que acontece entre dois livros, se não for mais óbvio possível de entender. Na grande parte das vezes é um conto que foi lançado numa antologia com outros contos de outros autores. Mas esse não.

Angel’s Flight é composto de quatro contos que se passam no universo de Guild Hunter. Vou comentar um por um.

ANGEL'S PAWN é o primeiro e como nos diz a sinopse, um caçador está no meio de uma briga de duas famílias de vampiros. Ambas essas famílias são poderosas e estão o meio do território de um anjo cuja crueldade assusta os outros. Esse anjo liiindo é o Nazarach, dono de Atlanta. E como eu citei acima, o cara é mau, mau mesmo, até para os padrões dos anjos. Como eu não fiz ainda as resenhas dos outros livros da série, vale falar que para se tornar um vampiro é necessário que um anjo te transforme. E para isso você assina um contrato de cem anos de servidão; meaning, por dez décadas você é a vadia de um anjo, que faz o que quiser com você.

Meio que te faz repensar o vampirismo, não?

Enfim, a caçadora Ashwini – ou Ashblade – foi contactada por Nazarach para encontrar uma vampira de uma família muito importante que foi sequestrada. E ela é apenas um bebê, foi transformada há apenas um par de anos, então isso conta uma violação do seu contrato e o anjo pode mover o mundo para que ela volte à sua corte para terminar de cumprir o trato.

Um obs: quando um vampiro viola o contrato, o anjo que é dono dele/dela, apenas faz uma ligação para a Sociedade e um caçador é enviado à área para que possa recuperar o sanguessuga.

Só que para recuperar Monique, Ashwini conta com a ajuda do vampiro Janvier, aka Cajun, que a auxiliará no território do anjo cuja corte tem as paredes feita de gritos. Vale ressaltar que o Cajun já foi caçado por Ash três vezes, então saca o vínculo. Amor puro, sqn.

Esse conto é deveras interessante, mas meio que, sei lá, inútil? Não é algo que eu estava morrendo pra saber e poderia continuar desconhecendo. E ele não é longo, é curto, mas a forma como a Nalini conta os acontecimentos faz parecer que você terminou de ler um livro comum, de tão aprofundado no universo dela você está.

ANGEL'S JUDMENT é o segundo conto e o meu terceiro favorito. É nele que descobrimos como a Sara virou a chefe da Sociedade de Caçadores americana. E isso não é spoiler, ela é diretora desde o primeiro livro. Esse conto se passa antes do Angel’s Blood. Nele o diretor da Sociedade americana, Simon, está se aposentando, mas para isso ele precisa nomear o seu sucessor.

E para isso, ele precisa discutir a sua decisão de aposentadoria e escolha com o Cadre – o grupo dos dez arcanjos. Cada arcanjo domina uma região, por exemplo, Raphael é o Arcanjo da América do Norte, onde se passam os livros – em sua maioria.

Acontece que Simon nomear a caçadora Sara para o cargo de diretora não é o bastante para garantir aos arcanjos que ela é apta para o trabalho. Não, não. Eles precisam testá-la.

E é assim que a caçadora Sara Haziz se vê no meio da prova de arcanjos e um caçador que está caçando vampiros que estão fora da lista vermelha. Mas com a ajuda do maravilhoso Deacon, o sonho de consumo de todas as calcinhas molhadas.

Além de saber como a Sara virou diretora, tive o prazer de ver como ela e o Deacon se conheceram e como surgiu o Slayer. Entretanto, eu não o considero leitura obrigatória, como a maioria dos contos 0.5 são. Ele é mais um conhecimento à parte, algo que seria legal saber, mas sem obrigatoriedade.

Mas como é da Nalini, a diva, fico grata de poder ler mais dela. Ainda mais quando deixa mais pontas soltas do que amarradas.

ANGEL'S WOLF

Após os acontecimentos de Archangel’s Kiss, o vampiro Noel – pobre coitado que mais se fodeu em toda a história, btw – está de volta e não tão feliz assim. Antes ele era um dos próximos candidatos a trabalhar na Torre do Arcanjo, a fazer parte da guarda de Raphael, mas agora? Não. Agora o vampiro está ao serviço de Nimra, a anjo que domina o estado de Louisiana e apesar da anjo ter apenas seis séculos, ela tem mais poder que anjos com o dobro da sua idade. O ponto alto dela é que mesmo sendo nova assim, ela causa medo em anjos como o Nazarach – mencionado na resenha de Angel’s Pawn e sendo o cara fodão que possui a casa que se as paredes tivessem voz, gritariam sem parar.

Apesar do tédio sem graça que o rodeia, Noel logo se vê envolvo numa trama para assassinar Nimra.

O veneno midnight é algo extremamente potente, menos que uma gota mata um humano. Uma gota é capaz de colocar um vampiro em coma e um quarto do líquido fará com que um anjo fique inconsciente por cerca de dez horas. Num mundo onde qualquer fraqueza é explorada até o fim, ficar desacordado por tanto tempo não é só um sono profundo como também a chance de atacar dos inimigos.

Apesar de ser o alvo do veneno, não foi Nimra a vítima, e sim a sua gata, Queen. Paro aqui porque sei que a Nalini é várias coisas, mas assassina de gatinhos? Por favor, quase morri. A autora já matou tanta gente e de diversos modos, mas gatinhos? Gente? Socorro, passei mal, que dó!

Agora tentando descobrir quem está lucrando mais com o assassinato da Nimra, Noel tem também a chance de se aproximar da anjo e entender o motivo de estar realmente em sua corte.

Esse conto é até que bem grandinho em comparação com os dois anteriores e é de uma ternura que chega a machucar. Ambos os personagens foram feridos no passado e agora estão tentando curar suas feridas. Nalini e seu toque de ouro para me fazer choramingar. Há momentos em que você começa soltar lágrimas porque é triste, e no final, mesmo sendo naquele meio termo feliz-mas-nem-todos-de-boa só serve para abrir a ferida que a narrativa te causou.

Simplesmente esplêndido em sua maneira, afinal, estamos falando de Nalini.

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