PorEssasPáginas 27/03/2013
Resenha: Bittersweet - Por Essas Páginas
Quando comprei Bittersweet, eu não sabia muito o que esperar além de um romance Young Adult no qual a personagem principal faz bolos. Embora minhas expectativas não fossem altas, Bittersweet me surpreendeu tanto positiva quanto negativamente. Nas páginas iniciais nós temos Hudson com 12 anos de idade, prestes a se tornar uma estrela de patinação artística no gelo: tudo que ela precisa fazer é ganhar a competição. Mas antes de sair de casa, Hudson descobre que seu pai está tendo um affair e seu mundo desaba. Abalada, ela decide não se dedicar à competição e perde, e nada mais é como antes. Quatro anos depois, com seus pais divorciados, Hudson tenta manter a cabeça baixa fazendo bolos na lanchonete de sua mãe. Sua paixão por patinação persiste, e sem sua mãe saber, Hudson volta a treinar, planejando participar de uma nova competição e seguir seu sonho interrompido.
Um dos pontos positivos de Bittersweet é que a autora se foca na evolução de Hudson como personagem independente de romance. Sim, nós temos a famosa fórmula garoto apaixonado + garota confusa que não sabe que o garoto está apaixonado por ela, mas esse é apenas um dos elementos que compõem o livro. O que eu achei mais interessante é que Ockler consegue captar bem as ilusões adolescentes sobre os sonhos que acreditam que vão compor o resto de suas vidas, aquele sentimento de que se o plano A não der certo, não existe um plano B e tudo irá se perder e deixar de fazer sentido. Outro aspecto que eu achei brilhante foi a maneira com que Ockler lidou com o divórcio dos pais de Hudson. Ela nos mostra uma família quebrada e como isso afetou a vida tanto de Hudson quanto de seu irmão mais novo.
Então o que não deu certo pra mim? A história é bem construída, interessante e me deixou grudada nas páginas. O único problema foi – bem – a própria Hudson. Ela é uma personagem cativante, inteligente e determinada – como boas personagens femininas devem ser. Mas Hudson é tudo isso em excesso. Ela quer ser uma estrela da patinação? Sem problemas, ela é. Quando troca as pistas de gelo pela cozinha da lanchonete de sua mãe, uma das primeiras coisas que vemos é uma página de jornal com uma foto sua a chamando de Cupcake Queen. Não digo que Hudson não tenha dado duro para atingir o status que tem – pelo contrário – mas durante toda a leitura não consegui encontrar nada que ela não pudesse fazer, e a impressão que me passou é que se ela decidisse virar cantora, maquiadora ou engenheira, não teria problema nenhum em fazer isso acontecer e ser a melhor em sua área.
Apesar dos elementos que não funcionaram totalmente pra mim, Bittersweet é uma leitura leve, agradável e rápida. Sarah Ockler nos prende do começo ao fim com passagens engraçadas, românticas e algumas um pouco dramáticas também, nos deixando cada vez com muita vontade de comer os cupcakes de Hudson.
Resenha original em http://poressaspaginas.com/resenha-bittersweet