Resenhas - Lucille

dani 16/02/2012

Lucille - Ludovic Debeurme
Meios inocentes de contar uma história obscura.
Lucille foi uma leitura que me surpreendeu de várias maneiras, a primeira pelo tamanho do livro, são muitas páginas (muitas mesmo só não ponho o número porque não achei a informação sobre a paginação) o que torna o livro meio pesadinho porém, por ser uma graphic novel a leitura flui tão rápido que em quase duas horas o livro já estava terminado.
O livro conta a história de dois adolescentes, Lucille uma garota com muitos problemas sendo o principal a anorexia e alguns traumas que a marcaram profundamente o outro adolescente é Arthur, um garoto com uma família problemática e que carrega fardos que não está preparado para aceitar. Os dois com todas as complicações se unem para tentar achar no outro o pedaço que falta em si mesmo.
Usei a primeira frase dessa resenha por demonstrar bem a perspectiva geral do livro, os desenhos não são muito elaborados, não possuem cores o que torna o traçado em certos aspectos inocente, porém a história em si possui uma profundidade em todos os dramas desses adolescentes que são agravados pela obscuridade de seus problemas, e aviso, o autor não tem medo de ser explicito em vários momentos, os pensamentos e atitudes dos personagens fluem livremente, sem aquela trava meio que “politicamente correta”, da vergonha da verdade ou do medo do pensamento dos outros. É basicamente um livro sobre adolescentes, mas para um público adulto, com questões tão complexas que vão além da “confusão hormonal” normal para esta idade.
Mais uma vez a leitura do desafio literário foi uma boa surpresa, espero continuar assim nos outros meses.

http://olhosderessaca25.blogspot.com/2012/02/lucille-ludovic-debeurme.html

NARA DIAS 11/07/2021

Vidas Complicadas...
Comprei esse livro em um grupo de desapego, como não conhecia, li a sinopse, vi o selo de premiado e por ser Graphis Novel já me senti profundamente atraída por ele.

Lucille é uma jovem que sofre terrivelmente de anorexia e depressão. Alguns eventos em sua infância provocam traumas e inseguranças que não permitem que crie conexões mais profundas com seus colegas de escola e familiares.

Já Arthur é o filho mais velho de um pescador alcoólatra que por diversos fatores acaba por se suicidar, deixando grande responsabilidades para ele.

Ao se conhecerem, Arthur se interessa e se apaixona por Lucille e ela mesmo que inicialmente insegura por temer os sentimentos que surgem pelo rapaz, acaba por fugir com ele da França para a Itália.

A história é sem dúvidas: trágica e não recomendada para menores de pelo menos 16 anos, outro fato que de certa forma me chocou.

No entanto o que me decepcionou foi que apesar de ter mais de 500 páginas, o livro mostra apenas uma parte da história e ao final da leitura, quando pesquisei não encontrei a segunda parte (Renée) em português, apenas em inglês, o que me impossibilita saber o desfecho de cada personagem e com receio por mais essa nova personagem que invadirá a história com tamanho destaque: Renée.


site: https://www.instagram.com/quelivrotalendo/

Thaise Alves 25/01/2022

Surpresa boa
Esse quadrinho já estava na minha estante há muito tempo então resolvi enfim ler... Foi uma surpresa boa, o quadrinho é bacana e ao mesmo tempo triste, aborda alguns assuntos pesados como: anorexia, suicídio... Vale a pena a leitura.

Sammy 27/12/2012

Lucille
Não sei o que me chamou a atenção na Lucille, principalmente por tratar-se sobre dramas da adolescencia (família, disturbios alimentares, alcoolismo, amor, sexo, etc). Na verdade, nem tenho muito o que dizer, diria que é uma história incomum ou até mesmo comum, não sei, pois há dois mundos diferentes que se cruzam e não têm um final tão feliz assim.

Me apaixonei mesmo pela simplicidade das ilustrações, o vocabulário, as ações feitas em alguns traços e bem poucas palavras que te fazem correr o livro com sede de saber o que acontecerá realmente.

N.Barbosa 06/11/2015

Lucille voa para o mundo
E como deve ter sido o nosso primeiro choque de realidade ao enfrentar as mazelas da vida? Uns com um sorriso, outros com um choro. Alguns ainda crianças se deparam com esse quadro, outros demoram a descobrir. Tem aqueles que superam e seguem em frente e os que decretam que dali não podem mais seguir.
Lucille é uma jovem que encara diariamente seus medos na escola. Fora dos padrões de beleza (“linda, fina, magra como um fino”) ela não tem amigos, namorados e nem ninguém que se aproxime dela. Vive isolada e seu único contato com o mundo e suas interpretações é a mãe. Na outra ponta, o jovem Arthur se encontra em situações parecidas. Sua família é extremamente pobre e ele é quem assume de fato a trágica sina da sua árvore genealógica.
Lucille e Arthur são dois estrangeiros do mundo. Aquele tipo de personalidade a qual parece enxergar tudo como uma fábula. O absurdo de viver e o absurdo ainda de estar ali como se não pudessem de fato assumir o controle da situação, das próprias escolhas. Tudo parece condicionado. Essa talvez seja a grande virada da adolescência para a fase adulta. E é justamente aí que ambos se juntam e embarcam para unidos enfrentarem seus dilemas.
Desconhecem as relações interpessoais, as leis, o sexo e ainda não descobriram o motivo de fugir tanto dos lugares e de si mesmo.
O premiado trabalho de Ludovic Debeurme muito se parece com a arte minimalista de Dash Shaw (Umbigo Sem Fundo) e entrelaça seu enredo com Craig Thompson (Retalhos; Habibi). No entanto, o último tem um estilo barroco.
Uma ausência que ainda não foi preenchida, uma busca desenfreada por não estar só frente a anorexia que Lucille sofre e nem sobre os caminhos já traçados de Arthur. Eis a revolta do mundo, que parece punir os que fogem do destino e termina no sentido em Hamlet encontra para a vida em sua última fala: “O resto é silêncio”.

Mila F. @delivroemlivro_ 27/04/2016

Uma HQ absurdamente real... dolorosa, sentimental...
Quando 'descobri' Lucille estava procurando por Quadrinhos no Skoob e acabei me encantando com a proposta da sinopse, portanto comprei o exemplar e essa leitura me tocou profundamente.
Escrito pelo Frances Ludovic Debeurme, Lucille, aborda temas profundos e tocantes na nossa sociedade, aparentemente a Graphic Novel pode parecer simples, pois o traço minimalista de Debeurme dá uma leveza aos acontecimentos e ao mesmo tempo deixa de trabalhar detalhes e cenários para colocar em cena tão somente os personagens principais e seus sentimentos.
Vamos acompanhar a história de Lucielle e, paralelamente, Arthur. As duas história se encontram e são bem sensitivas. Lucille é uma adolescente que tem baixa estima e está preocupada excessivamente com a beleza padronizada e isso a transforma numa anoréxica, ao passo que Arthur vive seus dilemas e melancolias de seguir os passos do pai: pescador e alcoólatra, e, por fim adotar o nome do pai, quando este comete suicídio.
Nesse ínterim Lucille e Arthur se conhecem e os dois se juntam em busca de traçarem seus caminhos independente de seu passado ou história familiar. Os dois fogem e vão viver suas próprias experiências e ao mesmo tempo aprenderem a lidar com seus problemas psicológicos. Tudo isso é muito bem trabalhado na Graphic de Debeurme, de tal forma que é impossível não se emocionar com o desenrolar da história.
Realmente fiquei mal quando terminei Lucille, não porque a história fosse ruim, pelo contrário ela é excelente, mas mexeu demais com meus sentimentos e fiquei agoniada ao ver dois personagens incríveis e tão jovens vivendo problemas tão pesados sem ajuda de ninguém, mesmo que se amassem, ambos tinham coisas demais para salvarem um ao outro. A história é bonita, é singela, mas intensamente real, serve para nos abrir os olhos para a anorexia e os sentimentos vividos por quem tem essa doença e para a depressão e a busca da identidade, afinal todo mundo quer se conhecer, mas é um processo difícil, sobretudo quando se está sozinho.
Sempre esses temas e a transição das etapas da vida geram ótimos livros, acredito que esse processo levante tantos questionamentos que os livros são uma tentativa de detectar, salientar e mostrar ao leitor o quanto pode ser difícil se descobrir quando não se tem apoio e amor.
Para quem curte Grapich Novels, Lucille, é uma maravilhosa aposta.

site: www.delivroemlivro.com.br

sleepingnerd 16/02/2020

This was... surely a book. I like the fluid storytelling style, the way the unsaid and the images was so often used to convey emotion and messages. The lack of borders, together with the insect people illustration, gives the book a poignant sense of dream-like magical surrealism. The book treated themes like mental illness and generational trauma in a very delicate way, too.

As for other things... connecting with the characters was hard, even with 500 and something pages. The pace was also slow, though I'm not sure that is a fault in itself, since it helped contribute to the overall feeling of the book. The villanization of effeminate, queer coded characters was... yikes. Same for the lack of consent that was never properly addressed, and treated almost as ok in the sex scene.

In the end, I think this an "ok" book. Enough for elements I like for me not to say I hate it, but I don't exactly like it that much, either.

Eleonora 06/05/2022

Um suave amargor no fundo da língua
Não é uma leitura agradável, é lírico e denso e tenso e triste. Passa suavemente a sensação de desesperança das personagens, que não enfrentam seus obstáculos, apenas se erguem, e reerguem para voltar a cair.
Lucille e Arthur, que será chamado de Vladmir, são jovens com vidas dolorosas, ela anoréxica, ele um pária de uma família maculada pelo alcoolismo. E a despeito de suas tristezas, encontram alegrias um no outro

Há muito da atmosfera de livro sobre a passagem da adolescência para a idade adulta, a descoberta da sexualidade, do companheirismo, e encontrar apoio no outro, mas também é um livro sobre perdas, renúncias e sobre pais que simplesmente também são, de certa forma, adolescentes e despreparados para lidarem com seus filhos..

para o review técnico desse livro, dê uma passadinha no meu tik tok, @ducerisier, e comente que chegou pelo skoob ??

ENAVARRO 18/09/2012

Lucille
Ótima história sobre dramas modernos da juventude, como anorexia, alcoolismo e falta de perspectiva para o futuro.

Buonavivi 04/05/2017

Leve ao tratar de temas pesados
Livro lindo, profundo, adorei

cintia gomes 07/04/2023

Delicado, tocante e brutal.
Em Lucille, acompanharemos a jornada de Lucille e então Vladmir ao navegar suas jovens vidas cheias de traumas intergeracionais, problemas interpessoais, tragédias e questões de um lado triste e complicado da vida.

Percebe-se como o momento em que vivem, o espaço, as estruturas, são os esqueletos dessa história, os no armário e os constituintes, os próprios fantasmas. Lucille é, basicamente um conto visual de tragédias premeditadas mas que não poderiam se dar diferente pelo contexto, ainda que busquemos uma redenção fantasiosa para as consequências dos atos na realidade.

Me deixou com um gosto amargo na boca, tenho um problema em como a vida adulta e a transformação na adolescência em materiais como esse, considerado para adultos, são retratados. Por mais que eu saiba que há muita verdade, também sinto que sempre há um lado mórbido em querer registrar histórias "somente" assim, não sei.... enfim, Lucille não é ruim, é somente complexo e doloroso. Cabe a quem ler saber o que fazer com isso.

faoliveira 15/04/2012

Lucille, crueza e lirismo no quadrinho
A história segue dois adolescentes que vivem pequena cidade francesa, Lucille, uma menina anoréxica, sem auto-confiança que vive com sua mãe divorciada, e Arthur, um adolescente compulsivo, revoltado e cujo o pai é um marinheiro com problemas de alcoolismo. Debeurme divide a graphic novel em capítulos, e alterna entre as histórias dos dois personagens, até que finalmente seus destinos se cruzam.

Mais em http://contraargumento.com/lucille/ ;)