O Apocalipse dos Trabalhadores

O Apocalipse dos Trabalhadores Valter Hugo Mãe




Resenhas - O Apocalipse dos Trabalhadores


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Elisiane 11/03/2014

Achei uma leitura densa, um pouco difícil, mas o final do livro vale toda a leitura. Relata a historia de duas empregadas domesticas Maria da Graça e Quiteria, num cenário de precariedade, exploração, ausência de perspectiva, falta de amor, submissão. Nesse contexto de vida sem perspectiva Quiteria encontra no patrão, para quem também realiza serviços sexuais, uma chama de alegria, emoção, descoberta, penetrando no mundo das artes, da música e do sexo envolvente, que ele lhe proporciona. A amiga tem um envolvimento com um ucraniano, trabalhador imigrante. Há uma válvula de escape, sublimação ou redenção proporcionada pelo sexo no meio de todo o caos. Após a morte do patrão, os sentimentos de solidão, abandono, desesperança invadem a protagonista e então os questionamentos sobre a vida e suas perspectivas vão tomando um rumo concreto. Um livro sobre as mazelas da vida das mulheres trabalhadoras(domesticas), seus sonhos, frustrações, fragilidade, força, falta de perspectivas.
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Jacqueline 26/04/2014

"Porque o amor não cabia quieto no espaço tão pequeno que era o corpo de uma mulher"

O livro conta a história de duas mulheres-a-dias (a denominação em português de Portugal é muito melhor do as que circulam no PT do Brasil) e carpideiras que vivem em uma pequena cidade de Portugal e que, por caminhos diversos e improváveis, conhecem o amor. Suas condições de subserviência as colocam como alvo de assédios de variadas ordens, mas ainda assim o amor teima em lhes acontecer.
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IGuittis 24/02/2021

Quando iniciei essa leitura achei que não conseguiria continuar, principalmente por causa da maneira como ele foi escrito. Não há letras maiúsculas e nem a pontuação usual nos diálogos, o que gerou uma estranheza. Porém quando você acostuma a leitura adquire um ritmo e você se pega ali envolvido pela vidas daquelas duas diaristas de modo que você não consegue largar o livro.
É uma daquelas histórias que não há uma grande reviravolta, não tem algo que acontece que é uma virada de mesa, mas ele te envolve tanto com a vida dos personagens que você quer saber o que vai acontecer.
O final... bem, eu achei aterrador. Eu realmente não esperava, amei demais, saí chorando.
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marcelo.batista.1428 17/04/2021

Meu primeiro encontro com o autor e com certeza não será o último.
Gostei muito do seu estilo, uma escrita simples e direta, nada rebuscada, e ao mesmo tempo delicada e onírica; uma prosa poética como li numa resenha. As personagens são pessoas sem títulos, profissões ou nenhuma outra característica que as destaquem nesse sentido. Não estão inseridas numa narrativa épica, nem terão grandes eventos na sua história. São pessoas comuns, não presas no dualismo bem/mal, contraditórias. Parecem mais sobreviver do que viver, largadas em uma invisibilidade social. E é investigando o seu cotidiano que o autor alcança temas universais e atemporais, que traz identificação a qualquer um. Eu me senti bastante afetado pelas vivências de Maria das Graças, Quitéria e Andriy.
Um estilo bem peculiar que me lembrou muito outro autor que adoro: Saramago.
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