Tonico

Tonico José Rezende Filho




Resenhas - Tonico


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Andre.Alves 02/02/2024

Fiquei surpreso (positivamente)
Coleção Vaga-lume pra mim sempre foi uma espécie de equivalente literário da Sessão da Tarde: livros sobre "uma galerinha do barulho entrando em altas confusões, em clima de azaração contra um vilão da pesada". E tudo bem, o charme era esse mesmo. Leituras rápidas e descompromissadas com aventurinas infanto-juvenis. Bem, Tonico foi uma leitura rápida, mas nem tão leve assim. As vezes, a coleção Vaga-Lume nos pega de surpresa e Tonico me pegou.

O livro já começa sem rodeios: Tonico, o protagonista, vê seu mundo desabar diante de seus olhos. Seu pai morre e sua família deposita nele suas angustias e inseguranças. Ele, aos treze, terá de se converter em "homem da casa" doa a quem doer. E para ele, dói. Não havia perdido apenas o pai, mas toda a vida que tinha, ganhando em troca responsabilidades com o qual não tinha como ter maturidade para lidar.

E justamente por isso, Tonico comete erros. O leitor que só souber ler livros cheios de "reforço positivo" vai se cansar dessa leitura: Tonico erra muito e seus erros tem preço para ele e para todos a sua volta. E isso não é demérito para o livro, pelo contrário. É um livro que, com todas as suavizações que precisa ter para ser indicado a seu público, tem coragem de mostrar seu personagem errando e sofrendo. E até que comece a aprender com tais erros, vai levar tempo. E essa é a graça do livro. Tonico não quer abrir mão das suas idealizações mais infantis - ele tem treze, não se esqueçam - mas para bem ou para mal, as coisas vão ter que mudar.

E mesmo com tudo isso, segue sendo uma narrativa leve, uma leitura rápida e que pode até causar um efeito nostálgico em leitores mais velhos. A infância de Tonico me parece mais verdadeira que de muitos dos protagonistas da coleção Vaga-Lume, cujo dinheiro e família sempre servem de suporte para todo e qualquer problema. Tonico sofre, mas aprende e também sorri. Uma boa leitura.
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Luan 09/01/2024

Me surpreendi com a história desse livro. Mesmo datado em certos pontos, a história traz as particularidades de uma época de forte desigualdade social no Brasil, no caso de Tonico é o Rio de Janeiro. Assim, com uma linguem simples e acessível ao público infantil, Rezande Filho trata do amadurecimento, perda e desigualdade social pelo olhar de um pré-adolescente que tem de "crescer" antes do tempo devido aos reveses da vida.
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Florisel 06/12/2023

Uma leitura forçada...
O ano era 1986, cursando a 7ª Série no Grupo Escolar Rômulo Galvão, em Coração de Maria-BA, a professora de português, Porcina Marques, nos determinou a leitura do livro: Tonico, de José Rezende Filho, para trabalho da unidade. Então na pequena livraria de Seu Zé Nunes, foi comprado o livro. Não tinha a mínima noção da aventura em que me lançava...
Como foi bom acompanhar as diversas situações vividas pelas personagens, foi incrível como parecia que estávamos juntos nos lugares, e quando acabou a leitura ficou a vontade de ler o próximo livro.
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emmanuel_arankar 01/11/2023

"Tonico" de José Rezende Filho

O livro "Tonico", escrito por José Rezende Filho, é uma obra literária que tem o poder de tocar profundamente o leitor. Apesar de eu não me recordar exatamente de como esse livro chegou às minhas mãos, uma coisa é certa: ele é uma narrativa que impactou minha vida de forma semelhante ao que "Meu Pé de Laranja Lima", de José Mauro de Vasconcelos, fez. "Tonico" é uma obra que permanece ressoando em mim, e isso acontece por várias razões, desde a triste realidade que retrata até a forma como aborda os sonhos e sofrimentos de uma criança.

José Rezende Filho tece uma breve novela que encapsula desejos, sonhos e incertezas de um personagem que, à primeira vista, poderia ser apenas mais um menino teimoso e mimado, mas que revela uma ânsia por independência que ressoa com qualquer leitor. Tonico, o protagonista, é um garoto de 13 anos prestes a completar 14, que pertence a uma família pobre do subúrbio ferroviário do Rio de Janeiro. A história começa com a trágica morte de seu pai, um evento que o força, de um dia para o outro, a se tornar o "homem da casa". Essa mudança abrupta na vida do garoto, que até então tinha como principais preocupações a escola e as brincadeiras, o coloca sob uma nova perspectiva de vida, na qual ele é convocado a se tornar um pequeno trabalhador.

O tio de Tonico tenta reorganizar a vida da família de sua irmã, mesmo com recursos financeiros escassos. Incapaz de ajudá-los financeiramente, ele decide que a melhor saída é fazer com que o sobrinho mais velho frequente a escola à noite e comece a trabalhar durante o dia, contribuindo assim com o sustento da mãe e da avó, além de suas duas irmãs.

Inicialmente, Tonico se sente animado com a perspectiva de trabalhar, ganhar seu próprio dinheiro e ajudar a família, que inclui sua mãe, avó e duas irmãs. No entanto, os empregos que seu tio encontra para ele não fazem parte de seus planos e desejos. Trabalhar na loja do Sr. Duda ou na farmácia do Sr. Fonseca não estava nos planos do garoto, que ainda equilibrava-se na estreita linha que separa uma infância despreocupada de uma maturidade cheia de responsabilidades. Ele desejava ajudar a família, mas não estava disposto a sacrificar sua liberdade, o que o deixava em conflito com a nova realidade. O garoto alternava entre o desejo de recuperar sua vida anterior e a necessidade de ajudar a família, especialmente vestindo as calças do "homem da casa", conforme seu tio insistia. No entanto, ele também ansiava pela independência e anseava por ser livre.

É nesse contexto de conflito interno que Tonico se depara com a vida de Carniça, outro jovem trabalhador, que vende jornais nos trens e engraxa sapatos na Zona Sul do Rio de Janeiro. Carniça, ao contrário de Tonico, é livre. Ele consegue ganhar até 30 cruzeiros em um único dia e faz o que bem entende. A vida pertence a ele, sem amarras. A mãe de Tonico nutre uma aversão por Carniça, mas o garoto o idolatra como um modelo a seguir. A vida de Carniça, nova e excitante, seduz Tonico, que começa a planejar sua fuga de casa para trabalhar nas ruas, assim como seu amigo de futebol.

A história de Tonico oferece um retrato da realidade das famílias pobres do Brasil, que muitas vezes, devido às circunstâncias, são forçadas a colocar seus filhos para trabalhar nas ruas, expondo-os a vários riscos. Os empregos providenciados pelo tio de Tonico podem parecer leves, mas demandam que o garoto estude à noite e mantenha uma rotina exaustiva. Por outro lado, a vida de Carniça é ainda mais perigosa e insalubre. Ele não frequenta a escola e está sujeito a violência e doenças.

Carniça personifica a realidade de crianças pobres que vivem nas ruas, trabalhando para garantir sua subsistência, mas ainda mantendo laços com suas famílias. A liberdade que essa vida oferece é o que atrai Tonico, mesmo sem compreender totalmente os perigos e desafios envolvidos em se aventurar como um jovem trabalhador de rua.

O livro nos convida a descobrir os desafios enfrentados por Tonico, que se vê em conflito com sua família enquanto busca seus sonhos de independência. A narrativa é fluida e cativante, explorando a psicologia de cada personagem de maneira habilidosa. O livro é ilustrado e faz parte da Coleção Vaga-Lume da editora Ática, que, para muitos, marcou o início de suas jornadas na leitura.

Em resumo, o livro "Tonico" de José Rezende Filho é uma obra que nos faz refletir sobre a vida de crianças que enfrentam responsabilidades precoces e nos lembra da importância de proteger, cuidar e orientar as crianças em um mundo repleto de desafios. A história de Tonico, em sua busca por independência e suas interações com o personagem de Carniça, cativa os leitores, enquanto destaca a necessidade de criar um ambiente seguro e afetuoso para as crianças, independentemente de suas circunstâncias. José Rezende Filho oferece uma narrativa comovente que ecoa para além das páginas do livro, lembrando-nos da responsabilidade coletiva de criar um mundo mais acolhedor para as gerações futuras.
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Rosana.Montenegro 09/10/2023

Tonico
Li quando estava no 6° ano (acho). Sinceramente não gostei na época e não gosto agora. Na época, eu gostava de ler livros de aventuras, livros mais alegres. Hoje, sei que existem problemas sociais que nos entristecem muito. Mas não vejo necessidade de ficar ainda mais triste lendo sobre isso. Assim como não vejo o porquê de fazer jovens lerem, se os professores (pelo menos os meus e dos meus filhos) nunca discutem sobre. É leitura e prova/trabalho. O que (no caso dos meus filhos) desestimula o hábito da leitura
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Tatá 31/03/2023

"Era como se passasse a carregar nas costas um saco cheio de coisas gemendo. Mas tudo isso ele sentia sem saber o que estava sentindo e nem podia."
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Duda1340 28/12/2022

Legal
Esse livro é legal e te prende,mas novamente, eu acho que esses livros são bons somente para o público infantil
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Lia Trajano 28/07/2022

27 de julho 2022
É uma história simples da coleção vagalume mas fiquei de cabelo em pé como se fosse um suspense, acho que só em imagimar meu filho aprontando as coisas que Tonico aprontou.
A família agiu de forma completamente errada com ele, mas realmente a mãe estava certa, Carniça não era boa influência.
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Evelize Volpi 13/03/2022

Leitura da Coleção Vagalume em ordem de publicação.
Esse foi o primeiro livro que li da série vagalume
Mais um Clássico com gosto de Infância.
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gkferro 27/01/2022

Livro para reconhecermos o valor da nossa família
A história de Tonico começa com a morte de seu pai. Sendo assim, seu tio Severino o chama e diz que a sua vida vai mudar daqui para a frente, visto que ele agora é "o homem da casa" (ele tem treze anos) e terá que ajudar a sua mãe. Assim, seu tio o arruma um emprego em uma venda, porém Tonico não gosta e não quer continuar porque o casal dono da venda é chato. E também uma escola durante o turno da noite, porém ele alega que não gostou da escola e que os colegas eram adultos. O que Tonico queria mesmo era ser independente como o seu amigo Carniça, que era vendedor de jornais e engraxate. Sabendo disso, Carniça lhe promete uma caixa de engraxate. Nesse meio tempo, seu tio Severino o arruma outro emprego, desta vez em uma farmácia. Tonico vai, mais uma vez apulso, trabalhar. Chegando lá, ele pede para ir lanchar, em seu horário de trabalho, e vai se encontrar com Carniça, que diz que não pôde fazer sua caixa de engraxate mas vende-o a dele. Tonico aceita e leva a caixa para casa para contragosto do seu tio Severino, sua mãe Zenaide e sua avó Corália. Um certo dia, sua mãe o convence de entregar a caixa de engraxate à Carniça e a voltar a estudar pela manhã, como antes. Ele aceita e vai à procura de Carniça. Enquanto não encontrava Carniça, ele decidiu engraxar sapatos e levou um golpe, em que os homens não o pagaram. Ele também apanhou de três moleques em Copacabana, foi chamado de ladrão por outros e sentiu saudade de casa. Voltou para casa e foi acolhido por todos, que estavam preocupados com ele.

Livro com texto narrativo em terceira pessoa, escrito na década de 1970, com linguagem coloquial.

Livro paradidático popular entre as crianças e pré-adolescentes. História interessante para ser lida por jovens, em que mostra que o mundo lá fora é diferente do conforto do lar; e que nada como o carinho, cuidado e orientação da família diante de nossas escolhas, principalmente quando somos jovens e queremos voar antes do tempo. Leitura rápida, saudosa e gostosa demais. Relembrei minha pré-adolescencia. ??
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Jaguadarte0 10/11/2021

Passei o livro todo sentindo um puta ódio do Tonico, ele sempre se acha certo, nunca da ouvidos a ninguém e não valoriza nada. Eu entendo que todos aqueles problemas com o pai dele, mas a forma como o livro sempre da essa mesma desculpa pra as merdas que ele faz, chega a parecer que estão passando pano pra ele. No geral, eu curti o livro e até tives grandes expectativas por ser da série Vaga-Lume, onde também está incluso A Ilha Perdida, um dos meus livros prediletos
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Lucas 29/08/2021

Sobre amadurecimento...
Uma história bem escrita, simples, delicada e realista sobre um menino que tem que lidar com a adolescência, vulnerabilidade social e um sentimento de revolta, a partir de uma situação totalmente adversa: a morte prematura e inesperada do pai.
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Gab Canatelli 23/09/2020

Acaba não Vagalume
Simplesmente nostálgico. A coleção vagalume consegue despertar esse sentimento nas leituras, em exclusivo Tônico. A cada página lida você sentirá um gelinho na barriga.
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