Bruna W. 27/07/2012E (infelizmente) Tem Outra Coisa...Eoin Colfer tentou fazer uma sequência para O Guia, mas não me agradou. Eu pelo menos gosto muito do final de Praticamente Inofensiva e não achava necessária uma continuação...
O livro começou bem, mas depois as diferenças da narrativa tão cativante e criativa de Douglas Adams para a narrativa de Eoin começam a aparecer e incomodar. Quem já leu sabe do que eu estou falando, aquelas malditas “Nota do Guia” em quase todas as páginas, cortando as cenas e atrapalhando o fluir da história. Tudo bem se fossem engraçadas. Mas não são. Chegam a ser idiotas, além de atrapalhar a história elas não tem graça nenhuma, são inúteis e cansam a leitura. Lá pela metade eu já não aguentava mais ter esperança nessas notas e comecei a pular a elas, o que foi minha melhor decisão ou teria abandonado o livro.
A história até que é legal. Ele acertou em não criar muita coisa nova e reciclou vários elementos que não haviam sido explorados em toda sua capacidade nos outros livros, como o imortal Wowbagger e o deus Thor. Porém, às vezes ele abusa disso, como ao colocar “dupal” e “Zark!” em toda fala possível.
Eu esperava mais desse livro. Se como dizem vários autores fizeram suas versões e esse foi escolhido como o melhor, nem quero saber como eram os outros. No quesito de “pegar o espírito da coisa” acho que deve ter até fanfictions melhores por aí.
A Random, que já era chata antes, ficou completamente insuportável. E o casal que ele fez é absurdo. O Zaphod (e seu irritante e inteligente (??) “Cérebro Esquerdo” separado do corpo) ficou parecendo o Zaphod do filme, ou outra pessoa, como já disseram aqui, ele destruíu o Zaphod. Só o Ford se salvou. Os personagens deixaram de ser eles mesmos.
A obsessão do Arthur pela Fenchurch enche o saco, e a história da colônia de humanos e os caras do Queijo que ele colocou como crítica ficou meio forçada.
Não é de todo ruim, mas como li várias opiniões diferentes aqui (muitos amaram e muitos odiaram) vale a pena dar uma chance pra ele e ver o que você mesmo vai achar. Admito que o final me deixou indignada, mas gostei da ligação com o Agrajag, apesar das circunstâncias.
Depois de ficar com o pé atrás por muito tempo, resolvi comprar e ler esse livro com toda a boa vontade do mundo, sabendo que nunca poderia se igualar à genialidade do autor original. Essa série fantástica faz parte da minha vida há muitos anos e já reli todos mais vezes do que posso contar, mas “E tem outra coisa...” apesar do ótimo nome, me decepcionou. Se era pra lançar o livro como continuação do Guia, com um “6” na capa e na mesma edição, podiam ter feito melhor, ou não feito nada.