Máquina de Pinball

Máquina de Pinball Clara Averbuck




Resenhas - Máquina de Pinball


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bowldelaire_ 26/02/2023

Não é uma leitura para qualquer um, é uma narrativa de estilo próprio. A acidez frente ao cotidiano monótono de uma vida muito comum a todas as outras, a busca pela identidade própria a fim de evitar a mesmice e a sinceridade com que se apresenta a personagem protagonista em todos os seus erros e autossabotagens não são características que encantam qualquer leitor.
À mim, foi um prazer, adiei o fim da leitura para que pudesse aproveitar um pouco mais de Camilla, seu humor desgostoso com a vida e a vida monótona das cidades. A aversão às rotinas constantemente vistas como o ideal de uma vida tranquila faz pensar um pouco em como mantemos nossa própria vida no dia a dia, o que fazemos para que a vida não seja sempre um mar insosso dos mesmos padrões?
Camilla exagera e acaba autossabotando diversos relacionamentos e até a si própria, mas esse exagero não é exatamente um exagero, é só a humanidade da personagem. Esses "desvios de caráter" junto de um discurso indireto livre ao longo da narrativa permitem que o leitor tenha acesso a uma mente geniosa que, apesar de tudo, tenta melhorar frente às dificuldades.
Uma boa leitura para quem procura uma reflexão profunda sobre a vida, mesmo que essa não seja a proposta, porque acho que Camilla olharia para essa profunda reflexão que fiz e pensaria que, na verdade, não é nada disso, que é só ela vivendo a vida como ela é, sem mesquinharias ou rotinas. Para mim, é o que torna essa leitura ainda mais especial, a gente meio que entende Camilla porque a gente é um pouco de Camilla todos os dias, nessa nossa busca pela diferença e cometendo erros, porque é isso que, em suma, nos faz humanos.
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Patrícia 02/02/2023

Perrengues chiques de uma jovem adulta mimada e "rebelde"
É tipo assim: a autora leu Buk, Fante, Kerouac e etc, fascinada e admirada, pensou: vou escrever também. Pronto. Achou que suas fantasias, seus perrengues chiques de jovem adulta mimada (que dependia dos pais) e sua suposta rebeldia dariam um ótimo pano de fundo para uma narrativa bukowskiana. Excluindo o fato que naquela época a autora era realmente uma jovem adulta recém saída da adolescência, o livro é repetitivo e superficial.

site: https://doseliteraria.blogspot.com/
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vitoria 21/11/2022

esse livro é muito bom, um dos melhores presentes que eu ja ganhei. adorei a personagem principal, ela é fã do strokes cara, strokes é incrível.
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Deisy 11/11/2021

Relembrando os tempos do brazileira!preta
Fui leitora do blog da autora lá no início dos anos 2000, lembro do lançamento do livro na época mas não tive oportunidade de lê-lo antes. O livro me lembrou muito os textos publicados no blog, até porque Clara nunca escondeu que Camila era um alter ego.
Tirando essa nostalgia o livro não me trouxe, mas nenhum sentimento positivo, ao
contrário, me senti muito envergonhada. Não por causa da liberdade sexual da personagem porque isso não me causa nenhum espanto. Mas por ver o pensamento de uma época refletido. Uma mulher que se orgulha em dizer que não gosta de outras mulheres e que passa o tempo inteiro correndo atrás de macho, fazendo merda por causa de homem.
A gente se achava muito livre naquela época e nem sabíamos de quanta coisa ainda precisávamos nos libertar.
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carol 01/11/2021

infelizmente nao gostei, achei uma cópia de bukowski mas totalmente falhada e me deu vergonha alheia em muitas e muitas páginas..
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Babele 21/08/2021

Sexo, vodka, anfetamina e strokes?
O primeiro contato que tive com este livro, se não me engano foi em meados de 2012. Tinha acabado de concluir o ensino médio e toda essa narrativa despojada e rebelde da Camila soava "foda demais" para uma adolescente que estava caminhando para a vida adulta e não sabia de nada sobre o mundão, nem mesmo o que queria ser, tão pouco o que deveria fazer.

Não que eu quisesse ser exatamente como uma Camila da vida, mas esse livro me despertou interesse em escrever no estilo na Clara Averbuck. Talvez ter a coragem da Camila também, a desenvoltura, o estilo, essa vibe sem papas nas línguas de falar o que pensa e de fazer o que quer. Mas a nossa realidade é totalmente diferente, não é mesmo? Sabemos que essa impulsividade juvenil, dependendo da gravidade, pode trazer muito prejuízo e consequências para o futuro.

O livro possui uma linguagem bem atual, bem cara de blog pessoal. Ele é narrado pela jovem Camila, que muitos azucrinam falando que é a própria Clara. De fato para mim isso não é nenhum pouco importante, pra quê ficar enchendo com isso?

O livro gira entorno de suas aventuras na grande São Paulo e o seu "pulinho em Londres". É regado a vodka, anfetamina (ou a falta de dinheiro para comprá-las) e sexo. Mostra também, os perrengues que ela passa ao tentar ser reconhecida como escritora, na dificuldade que é conseguir um trabalho e a chatice que por vezes pode se tornar a rotina da vida.

Ao reler, percebi que minha opinião diante do livro não mudou tanto, é uma leitura simples e rápida, despojada, cheio de devaneios e conclusões da própria personagem e continuo achando divertido!

Clara faz com que a personagem se aproxime e se identifique com o leitor, seja com uma música (Strokes, já gostei tanto rs), um palavrãozinho aqui e ali, ou algum fato corriqueiro tal como cozinhar de óculos ou não gostar de lavar louça e até mesmo se comparar com uma Máquina de Pinball.

Alguns trechos achei meio controverso, ela fala sobre auto aceitação, mas algumas vezes a própria Camila solta um: "Já basta ser pobre, se
também inventar de ficar gorda vai ser foda".

Mas enfim não espere mudar a sua vida com ele, nem mesmo a Clara gosta tanto do seu livro primogênito, como ela mesmo afirma nas redes sociais.
Acredito que os próximos livros já dá para ver a evolução da escritora.

E pra quem não conseguiu extrair ao menos uma coisinha positivo do livro, meus pêsames rs.

Segue alguns trechos/frases que gostei:

“Preciso de novidade constante.”

"Amor não é contrato."

"Qualquer
um é genial às vezes."

"Preciso é dar um jeito de arrumar o caos que eu sou."

"Mas amor nenhum ameniza a irritação de
ver duas semanas de louça fossilizando na pia."

"Algumas pessoas achavam que eu era louca, mas eu nem era. A não ser que espontaneidade seja loucura. Loucura é falta de noção. Espontaneidade não é falta de noção. Então estamos conversados."

"Minha desgraça é sempre engraçada."





site: https://www.instagram.com/bueiroliterario/
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alpha 30/04/2021

Um Bukowski de saia
Depois de ler vários dos autores que são referências literárias da Clarah fica fácil de perceber que esse livro é apenas um chavão de qualquer conto do velho Hank. Falta a Clarah o mesmo bom humor e o caráter soturno dos personagens biográficos do Chinaski. Também não chega nem próximo da grandiosidade de Fante. Pelo menos é curto o suficiente para não ser muito enfadonho.
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Gustota 12/08/2019

Clara Averbuck antecipou os hipsters de rede social
Acredito que o grande sucesso desse livro de pouco mais de 60 páginas esteja no puro e simples fato dela ser uma voz feminina falando sobre sexo livre nos anos 2000, quando ninguém falava. Fora o fato dela ser uma pessoa com personalidade. Isso parece pouco, mas num país onde a grande maioria dos escritores é composta de brancos de meia idade e sem-graça, ter personalidade conta muito.
Agora o livro em si é um textão de Facebook com 15 anos de antecedência. Hoje todos os textos de Facebook, todos os livros "boêmios" e "marginais" são exatamente assim, um bando de hipster subempregado fazendo cosplay de pobre, usando droga barata, fazendo sexo ruim e achando que está num livro do Bukowski. Esse estilinho autoindulgente faz brotar toda semana uma Clara Averbuck. Ponto pra Clara é que ela fez esse texto aos 22, tem gente que tá com 28, 30, 35 e ainda manda esse mesmo papinho furado em forma de livro pretensioso.
David Atenas 31/01/2022minha estante
Um bando de escritor branco de meia-idade, sem graça e com uma vida sem graça, e se metem a fazer "roman à clef", sendo que não têm o que mostrar, justamente pela vida ser sem graça. A grande maioria se aplica a isso, e nessa incluo especialmente os mais jovens, como Daniel Galera.




Zeka.Sixx 01/08/2018

Sem medo de dizer que gostei
O livro de estreia de Clara Averbuck é bem escrito, bebe de ótimas referências, envolve o leitor e é desbocado, vulgar. Pra mim, isso praticamente basta para configurar ótima literatura. Não estou dando bola, como em outras resenhas que vi por aqui, se a personagem é uma "patricinha metida a pobre", tampouco se o livro é autobioráfico, ou ainda se a escritora Clara é uma pessoa chata, etc.
Confesso que me assustei esses tempos (fato que me levou a revisitar a obra da escritora), ao ler uma crônica da Clara em que ela dava a entender que "renegava" seus primeiros livros, porque, segundo ela - que agora é militante feminista - eles "reproduziam machismo e gordofobia". Apenas acho importante ressaltar que, admitidamente inspirado ou não em vida real, "Máquina de Pinball" é FICÇÃO, é literatura ficcional. Qualquer pessoa que leia o livro e ache que aquela é (ou foi, um dia) a opinião da escritora Clara Averbuck, e não a opinião da PERSONAGEM Camila, está, no meu ponto de vista, partindo de uma premissa errada. Nada contra a escritora admitir que, hoje em dia, discorda de vários pensamentos e opiniões da personagem Camila, mas isso não é capaz de modificar o fato de que esse romance de estreia é sim, literatura de muita qualidade.
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Cris 27/03/2018

Se eu tivesse lido antes (relato de uma simples leitora)
Não vou analisar "Máquina de Pinball" literariamente, com rigor de um crítico. Minhas pretensões são meramente de leitora que gostaria de ter lido antes. O livro é ok, não é uma grande obra, flerta muito com Caio F. Abreu, sem seu requinte literário. A própria Clara (na época Clarah) diz se arrepender de algumas estratégias narrativas. Ler essa obra me fez me ver como a Camila (narradora-protagonista), aos 23 anos, perdida e tomando vodka. Hoje eu tenho 27 e eu queria ter lido antes, e pensado "vai ficar tudo bem". "Tudo bem você fazer merda, não saber o que quer etc". Este é um livro que fala com sua vida. Mudando de saco para mala, um aspecto de que gostei foi o prólogo do Antonio Abujamra. Escritores, peçam para um cara foda escrever a Apresentação do livro de vocês, sérião, faz toda diferença.
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David Atenas 15/09/2017

O pior romance "jovem" nacional
"Máquina" não passa de uma ode ao narcisismo (já conhecido) da escritora "indie" mais superestimada do Brasil.
Conta as desventuras de Camila Chivirino (a Averbuck, evidente), típica burguesa metida a pobre que, vez ou outra punhetando seus ídolos Charles Bukowski e John Fante, paira por boates, se deita com vários homens e monologa suas opiniões sobre tudo e todos: não teria problema algum com este último item, se não fosse feito com uma arrogância e prepotência atroz, passando por cima até de alguma possibilidade de Chivirino/Averbuck ser aquele tipo de personagem "deliciosamente odiável". A garota só é um baita de um pé no saco, que inclusive a própria autora, no "mundo real", SEMPRE fez questão de demonstrar.

Eu diria que toda aquela galera jovem do Sul que começou no Cardosonline, com alguns dos remanescentes se juntando para a editora Livros do Mal, ou escrevem mal (Averbuck) ou fazem péssimas execuções (Paulo Bullar) ou trabalham em idéias ora estapafúrdias (Daniel Pellizzari) ora desinteressantes (especialidade do "galã" Daniel Galera), mas não posso generalizar: ao menos o Cristiano Baldi consegue ser melhor que todo este lodo.

site: datenas.wordpress.com
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Laís Facco 29/08/2016

Intenso
A história é um trecho da vida de Camila, a escrita é intensa, não tem começo, não tem fim, assim como a personagem principal.
Particularmente, desejei ter mais informação sobre ela, de onde ela veio, o que aconteceu na vida dela até ela chegar naquele momento retratado. Mas acredito que justamente essa falta de informação que faz Camila ser tão incrível e nada clichê. Suas opiniões dentro do livro são sempre diretas e cruas, sem enrolação, sem romance.
Há varias dicas de músicas no livro todo, e ler escutando-as traz uma experiência mais completa, como se fosse uma trilha sonora da vida da personagem.
É um livro nacional excelente, desde a edição em capa dura, até a escrita impecável da autora, além de ser uma leitura rápida, apaixonante.
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vortexcultural 07/08/2016

Por Thiago Augusto Corrêa
Fui apresentado à prosa de Clara Averbuck por meio da coletânea literária 25 Mulheres que Estão Fazendo a Nova Literatura Brasileira, organizada por Luiz Ruffato. Lançada pela Editora Record em 2004, a seleção foi direcionada às autoras contemporâneas que produziam literatura, considerando tanto as literárias consagradas quanto novos talentos que despontavam no cenário brasileiro. Ao fim da leitura, fiz uma seleção entre o melhor, o pior e Clara Averbuck.

O conto, Psycho, apresentado na edição, tinha potencial, mas parecia o fluxo de consciência não apurada de uma adolescente que desejava ser escritora. Diante de uma quantidade razoável de bons contos, perguntei-me se o organizador da obra o selecionara como um dos melhores da autora ou escolhera inseri-lo apenas pelo fato da história representar uma vertente da literatura virtual, disseminada por blogs no início do século que, à época, foram relevantes para fundamentar alguns conhecidos da mídia atual.

Lançado originalmente pela Editora Conrad, Máquina de Pinball é o primeiro romance da autora, que teve sua obra relançada pela Sete Letras em bonitas edições de capa-dura e design próprio de uma coleção. Reconhecendo que a arte nunca é unilateral e depende, em parte, da recepção do leitor, utilizei para Averbuck o mesmo sistema de regras que estabeleci em algum momento do passado: nunca considere uma obra ruim sem analisá-la mais de uma vez (falo isto a mim mesmo quando, em meados da adolescência, assisti ao filme Casablanca em uma modorrenta noite calorosa, questionando, depois, a qualidade deste clássico. Hoje, pergunto-me como não amei a saga amorosa de Rick Blaine). Foi a razão pela qual realizei a leitura deste livro.

Leia a crítica completa no Vortex Cultural.

site: http://www.vortexcultural.com.br/literatura/resenha-maquina-de-pinball-clara-averbuck/
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Felipe Tavares 22/05/2016

Hilariamente ruim
Máquina de Pinball é uma homenagem de Clara Averbuck a si mesma. Um obelisco narcisista à sua própria (falta de) personalidade e seu hedonismo tedioso e ultrapassado. Não traz nada de interessante e entretém somente com a falsa noção que tem de ser mais profundo do que é. É como assistir a um chimpanzé operando um computador: ele não sabe o que está fazendo, mas é engraçadinho de observar.

Declaradamente autobiográfico, o texto não passa de um diário onde a autora (ou a personagem principal, se você preferir) orgulhosamente detalha seus gostos musicais, suas preferências para parceiros românticos ou sexuais, sua total falta de responsabilidade e respeito para com os relacionamentos que lista, e seu talento para auto-sabotagem financeira. Todo e qualquer personagem mencionado não passa de uma ferramenta para a construção da boêmia de araque que é Camila. Isto por si só diz mais sobre ela do que suas extensas descrições de si mesma.

Citando incontáveis vezes seus autores favoritos, Camila – e consequentemente a autora – demonstra necessidade de equiparar-se a eles, valorizando o estilo muito acima do conteúdo, que é risível. Eu literalmente gargalhei ao deparar-me com um trecho onde ela repudia o estilo de vida das 'pessoas normais' que, ao contrário dela, não têm respaldo econômico de seus pais e precisam acordar cedo para trabalhar em vez de satisfazer caprichos vazios tais como buscar o drink perfeito (que consiste em vodca e o refrigerante que estiver mais acessível). Uma rebeldia adolescente que ela não foi a primeira, nem a última a expressar; faltou somente nomeá-los 'conformistas' ou 'escravos do sistema'.

Em resumo, Máquina de Pinball tenta fortemente ser revolucionário, contraventor e chocante, mas não é.
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