Alexis

Alexis Marguerite Yourcenar




Resenhas - Alexis


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Flávio 27/02/2022

Reflexão
"Peço-te humildemente, o mais humildemente possível, perdão, não por ter deixar, mas por ter ficado por tanto tempo"

Um livro incrível, maravilhoso e rápido. Marguerite Yourcenar, uma mulher corajosa, a frente do seu tempo.
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Mateus 03/02/2022

Vão Combate: uma luta perdida contra si mesmo.
Acredito que cartas são uma maneira profunda de se expressar a alguém seus sentimentos e confissões. Logo quando se lê essa longa epístola, sentimos o conflito do personagem consigo mesmo. Suas dúvidas, suas ilusões, suas contradições e seu temperamento o tornam difíceis de se entender e relacionar. Na verdade olhando bem, ele não chega a ser difícil de lidar, mas sua mente conflituosa o faz se sentir como se fosse um extraterrestre na sociedade.
Vindo de uma família modesta e silenciosa, sua infância ajudou a ser discreto e esconder seus sentimentos reprimidos. Escondeu por muito tempo o que para muitos, ou até para ele mesmo seria uma falta incompressível.
O que faz essa obra ganhar minhas cinco estrelas é a profundidade e complexidade dos sentimentos do personagem, que vive em um dilema consigo mesmo e que se vê sem saída, tentando se explicar a uma mulher que era muito mais rica que ele e poderia ajudá-lo, e que deveria amar. Mas ele vive numa infelicidade incontida tão imensa que decide tomar certa decisão, resultante de sua luta consigo mesmo, tentando ao máximo dar uma explicação a sua escolha.

É uma obra para se apreciar vivendo-a e tentando entender o que se passa na mente de Alexis, também para encontrar nela uma forma de entender como o medo que ele tinha da sociedade de ser reprimido e não compreendido.

Desejo que quando lerem esse livro, tenham o mesmo sentimento de busca de entendimento do pensamento de Alexis como eu tentei ter. Mas como a obra diz: vão combate, pois ele era tão confuso que se tornava obscuro demais.
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Mari 25/11/2021

Um dos melhores do ano!
A história é simples, mas cheia de sentimentos. Alexis escreve uma carta à sua esposa, dizendo-lhe que precisa lhe deixar e, para se justificar, ele começa a contar toda sua história, desde a infância repressora e extremamente moral que teve, até sua "libertação" desses ideais. Por ser um livro bem antigo, Alexis não pode e nem consegue explicar seus sentimentos claramente, porém, dá para entender que ele é homossexual e que por causa da educação que recebeu, ele tentava a cada segundo de sua vida "resistir ao pecado", o que fez com ele fosse um homem muito infeliz e, consequentemente, incapaz de fazer sua esposa feliz.

É um livro bem bonito e que merecia uma nova edição. Alô, Nova Fronteira!
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Andinho 15/12/2013

Uma carta, um romance, uma novela, sei lá!!
Um texto epístolar.
Um romance?
Uma novela?
Pouco importa as classificações. Yourcenar acertou mais uma vez. A autora de MEMÓRIAS DE ADRIANO desenvolveu uma narrativa cativante.
Alexis é uma carta. É um livro. É um livro-carta. De Alexis para Mônica. Escrito em 1927; publicado em 29. Alexis escreve porque não pode silenciar, ou porque já silenciou por muito tempo, ou porque não pode escrever silenciando ou silenciar escrevendo. Literatura é fala, é grito, literatura é berro. Assim começa. Alguém se desculpando pela estreiteza da palavra escrita, pela falta de meios, pela grosseria dos sentimentos quando alocados em frases limitadas, que deveriam significar muito mais do que comportam. É declarando a pobreza de suas ferramentas que Alexis constrói seu pedido de desculpas.
Alexis é infiel. E a sua história é sobre infidelidade. Ou melhor, infidelidades. Porque a traição é sempre plural, coletiva. A traição nunca é de uma pessoa apenas. As páginas se sucedem e as justificativas, causas, culpas, vão dando os contornos da obra. É na busca pelo perdão de Mônica que Alexis vai se encontrando e se montando. Pede perdão por não amá-la, pelo menos não no sentido que ela gostaria; por ter ficado ao seu lado mesmo sabendo que nunca iria amá-la; por ter desperdiçado o tempo dela e criado ilusões. E que percebia seu desespero, sua fisionomia abatida, como se ela se perguntasse o que havia de errado consigo, até fazê-la acreditar que era incapaz de semear a paixão em um homem. As palavras vão traçando caminhos por si sós, o leitor começa a se indagar de o porquê da impossibilidade desse amor se concretizar. A história desloca o foco. Pequenas passagens de fundo erótico da vida de Alexis começam a se insinuar, sempre relacionadas a outros garotos. Uma alma reprimida que luta contra os ideais de uma infância puritana.
Tudo sutil e belo.
Mell Oliveira 30/05/2021minha estante
Leia "Monique", da autora Luísa Coelho. É a resposta da esposa para Alexis.




Erika.Almeida 23/03/2018

Como pode um livro ser tão sutil, bonito e triste ao mesmo tempo?!
Trata-se de uma carta de despedida, do marido para esposa, escrita em 1928. Um texto sobre silêncio, sexualidade e coragem...
Mell Oliveira 30/05/2021minha estante
Leia "Monique", da autora Luísa Coelho. É a resposta da esposa para Alexis.




none 25/09/2019

Vai, Alexis! ser gauche na vida.
Li este livro porque me encantei com Memórias de Adriano, fiquei fascinado por A Obra em Negro, além de apreciar muito o ensaio sobre a obra de Mishima em A visão do Vazio.
Marguerite Yourcenar é uma das minhas autoras prediletas. Se não leu essas obras, sempre é tempo.
Testemunho honesto que só alguém muito forte para expor a fragilidade pode fazer. Alexis, cujo sobrenome só viremos a conhecer perto do fim da trama, escreve uma carta à esposa descrevendo os motivos da ausência. Não é uma desculpa, e sim a constatação de que a relação, ainda que tenha gerado um fruto, Daniel, não tinha como seguir, por motivos além da diferença de famílias, de muito ou pouco dinheiro, Alexis respeitava a esposa, mas a sua paixão não mencionada no livro era outra pessoa. Outro alguém, mais especificamente. Yourcenar tem frases que a gente tem vontade de guardar para sempre, mesmo sabendo que é impossível fazê-lo, então lemos e temos vontade de reler e concordar ou entender melhor, ter uma percepção melhor sobre a vida, perceber nossos erros já é um grande começo.
"Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta." Cecilia Meireles
Alexis não era poeta, era músico. Ser Músico é entender silêncios, saber quando introduzi-los, respeitando o tempo, fugindo dos ruídos. Alexis seguiu seu caminho, a carta pode ter sido entregue ou não, ela foi datada (ao final) e direcionada à alguém mas isso não importa e sim a mensagem. Alexis não era poeta, mas procurou ser preciso na mensagem, o mais preciso dentro da subjetividade de seu sofrimento e de sua vida. Pra quê lutar? A luta é vã.
Mell Oliveira 30/05/2021minha estante
Leia "Monique", da autora Luísa Coelho. É a resposta da esposa para Alexis.




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