Os Guardiões

Os Guardiões Liana Zecca




Resenhas - Os Guardiões


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Nica 23/07/2012

Uma aventura romântica madura
Os Guardiões é o primeiro livro da autora carioca Liana Zecca. Essa autora de descendência italiana sempre gostou de escrever, tendo já escrito mais de 150 poesias e dois contos ainda não publicados. É apaixonada pela Natureza e pelos animais, além de gostar de arqueologia e história.

E por conta de sua paixão pelo Meio Ambiente e suas maravilhas, seu primeiro romance tem como tema a preservação da natureza, o que ela nos transmite e, mais ainda, o quanto podemos aprender com a mesma. Uma aventura e tanto pelas trilhas Peruanas e Equatorianas!

Como a maioria dos autores nacionais, Liana Zecca nos envolve com sua escrita perfeita (não consigo me recordar de erros de português, no máximo de digitação) e envolvente. Confesso que foi difícil largar a história de Adélia para continuar com as tarefas do dia-a-dia.

"É possível o amor ultrapassar fronteiras?"

Em Os Guardiões, conhecemos Adélia, uma professora de história, aposentada, solteira e sem filhos. Apesar da idade, não se deixa abater e cuida de sua saúde, sendo uma mulher saudável e em ótima forma física. Porém, ao completar 50 anos, Adélia decide que já está na hora de seguir sua intuição, ir atrás de seus sonhos/pesadelos e deixar a pacata vida, sem grandes emoções. Podemos dizer mais, aos 50 anos, nossa protagonista ainda espera O acontecimento de sua vida, aquele que vai dar sentido, que vai fazê-la entender quem ela é e qual a sua missão.

Assim, Adélia decide partir em uma viagem sem volta (calma, ela não morre, mas simplesmente não se sente mais parte daquele lugar, daquela vida!) para o Peru e, lá, arrumar um bom guia que possa acompanhá-la até o Equador, com base em um roteiro improvável - e aos olhos comuns, absurdo -, que ela mesma traçara e que a fará passar em meio a montanhas e florestas. Uma viagem que não tem "deadline" (data final) e onde não se sabe quais perigos terá que enfrentar.

Continue lendo no blog: http://nicasdrafts.blogspot.com.br/2012/07/os-guardioes-uma-aventura-romantica.html
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Me, My Shelf An 09/03/2012

Resenhas do Me, My Shelf And My Books
Não sei se com vocês acontece isso, mas quando eu tinha 15 anos não via a hora de fazer 20 e estar na faculdade e ter mais liberdade... Depois que fiz 20 queria logo chegar aos 25 para estar formada e trabalhando e dona do meu nariz... Depois dos 25 começa o medo de chegar aos 30 e não ter feito metade das coisas que gostaria, não ter realizado tudo o que você pensou que já teria realizado aos 30 anos... Depois dos 30 você se toca que a vida é agora e que o que foi realizado, ótimo! O que não foi, nunca é tarde para começar... Não importa a idade que se tenha, você continua sendo você, só que com mais maturidade, mais discernimento e mais certeza nas decisões e suas conseqüências. Algumas coisas acontecem mais cedo do que o esperado, outras mais tarde e muitas no tempo certo. Por que eu tô falando sobre isso? Por causa de Adélia, a protagonista do livro Os Guardiões, da escritora Liana Zecca.

Adélia é uma mulher que passou a vida com aquela sensação de “tá faltando algo”, sentindo um vazio que não conseguia preencher com realização profissional ou escolhas amorosas. Sentia que ainda tinha uma missão a ser cumprida e muitas experiências para viver, mesmo tendo acabado de completar 50 anos de idade. Quando muita gente começa a achar que está na hora de “se aquietar” na vida, Adélia faz exatamente o contrário: deixa tudo para traz e parte numa aventura com apenas uma mochila nas costas em busca do seu caminho, da razão de sua existência.

Você pode estar se perguntando “por que eu leria um livro sobre uma tiazinha cinquentona fazendo trilha?” Eu poderia citar inúmeros motivos, mas aí a resenha ficaria enorme... Então vou me ater a alguns...

Este livro para mim foi uma grata surpresa. A estória é encantadora e os personagens incríveis. A autora nos traz uma comovente estória de amor, rodeada por questões imprescindíveis como a preservação da cultura, crenças e folclore de um povo; o que vem sendo feito com a natureza e nossa responsabilidade sobre tudo que há de puro e belo estar desaparecendo; a importância de nossas próprias raízes. Esse contexto, ainda que numa narrativa sutil e com um toque de fantasia, nos faz refletir e repensar certas atitudes. Isso sem falar que Adélia é uma mulher determinada, guerreira e linda. Uma heroína completamente diferente dessas mocinhas bobas e sem atitude e que sempre caem na mesma cilada. Adélia é instintiva, apaixonada e corajosa. Quantas mulheres podem se gabar de ter abandonado sua vida estável, porém medíocre, em busca do seu verdadeiro destino?

Pois Adélia fez isso. Depois de tantos sonhos recorrentes e tantos mistérios sobre si mesma que precisava desvendar, traçou uma trilha que a levaria do Peru até o Equador, um caminho no qual acreditava que encontraria suas respostas. E para tanto, precisaria de um guia. Chaski, um índio peruano experiente, que conhecia a região como a palma da mão e sabia os perigos de uma travessia como aquela. De início, Chaski faz de tudo para que Adélia mude de idéia, chega a boicotar a viagem de várias formas, mas sua força de vontade e bravura mostram a ele quão merecedora ela era de seus ensinamentos e sua liderança. E, cá pra nós, o que é Chaski??? Um índio imponente, que inspira respeito e admiração e transpira sensualidade em suas atitudes másculas e fortes... (ai, ai...)

É delicioso acompanhar a evolução dessa jornada e da relação entre Chaski e Adélia. A autora nos envolve de tal maneira, que é impossível não torcer ou não se emocionar com os personagens. Aquela narrativa leve e fluida que não nos deixa conferir páginas... E, embora eu tenha achado que alguns acontecimentos se resolvem rápido demais, isso não compromete a leitura nem o enredo de forma alguma. É uma questão particular minha que, ao contrário da maioria das pessoas, gosto de textos extremamente descritivos e cheios de detalhes (ou embromação)... (podem rir que eu deixo)

Mas o que posso afirmar e, o que realmente importa, é que a autora fez um trabalho de pesquisa excepcional (ou então já encarou a trilha ela mesma), pois nada falta na ambientação da estória, na caracterização dos personagens e na descrição cultural do contexto. Ela construiu um romance conciso, porém totalmente amarrado, sem pontas soltas. Tudo é explicado no seu devido momento. Você termina a leitura com a sensação de “caso encerrado”, “tudo foi esclarecido”. E isso pra mim é essencial! Detesto ler livros que mencionam uma coisa aparentemente importante e depois ninguém nunca mais toca no assunto.

Pra encerrar, o que posso dizer é que o livro todo é uma grande homenagem as mulheres, a cultura indígena e a nossa querida mãe-natureza. É uma estória que merece ser lida e apreciada em seus inúmeros aspectos. Fico orgulhosa de ter recebido esse grande presente da Liana Zecca, que só mostra quantos talentos temos em nosso país. Recomendadíssimo!

“Deitados e abraçados ao lado da fogueira, observaram o céu que, naquela noite, para Adélia era a mais estrelada de todas. "Por que encontramos o amor tão tarde?" "Por que diz isso?" — intrigou-se Chaski. "Já somos pessoas maduras e só agora eu posso dizer que sinto dentro do meu coração amar verdadeiramente alguém." Tomado de grande emoção, ele inclinou-se e acariciou o seu rosto: "Você é jovem e linda; é a mulher mais determinada, corajosa e desejável que eu já conheci em todo esse meu tempo de vida. E não importa quanto tempo ainda viveremos esse amor; importa que o vivamos intensamente cada dia que nos resta.”

Paulinha
http://memyshelfandmybooks.blogspot.com/
Ali 14/04/2012minha estante
É possível o amor ultrapassar fronteiras?

Adélia é uma mulher de meia idade que não está satisfeita com a sua vida há muito tempo. Vive isolada, perdeu as coisas que mais gostava na vida e só tem, praticamente, uma amiga. Na sua festa de aniversário, ela resolve contar a essa sua amiga e parente mais próxima que resolveu ir embora em uma viagem ao Peru.

O desenrolar da trama se dá dos motivos de Adélia de deixar sua vida (confortável?) para sair em uma viagem repentina para um lugar desconhecido por ela. Mas seria esse lugar tão desconhecido assim?

A personagem central passa ao leitor um sentimento de vazio muito grande. Vazio existencial mesmo. Ela parece estar perdida na própria vida, simplesmente existindo. Do nada, uma vontade forte de se aventurar parte de si mesma, e ela resolve, no Peru, achar respostas para as suas dúvidas, dúvidas estas que nem ela sabe ao certo quais são.

Na sua aventura, Adélia não busca amor, não busca uma vida nova. Na verdade, a vontade dela, que é passada pela leitura, é mesmo a de ''sair'' de onde ela se encontrava. Simplesmente se mover. Descobrir algo que vale a pena. E ela descobre muito mais.

Com a temática diversificada e uma grande pesquisa, a autora leva os leitores a uma viagem ao Peru, com direito a informações detalhadas sobre o clima, a paisagem e as pessoas locais. Mais especificamente, pessoas simples, da terra, os índios.

Há uma legítima introdução da cultura Inca e peruana no leitor. E uma evolução da personagem de acordo com o aprendizado dela dessa cultura e história. Principalmente quando ela conhece Chaski, um enigmático guia que lhe ensinará coisas que ela jamais imaginou que poderia aprender.

A leitura do livro não é difícil, ela flui. Ele tem poucas páginas, portanto, é um livro que não cansa e que também não enrola. A história é bem densa, você vai descobrindo coisas que te deixam realmente surpreso com o desenrolar da trama.

O começo engana você pensando que você vai conhecer a história de uma pessoa chateada com a vida e que vai adentrar no universo de uma fumante inveterada. Que bom que não. Adélia é bem mais do que ela mesma sabe que é e a gente vai sabendo disso junto com ela.

É uma narrativa adulta, não é um romancezinho de criança e muito menos de adolescente. Tira-se pela idade da personagem e pelas experiências que ela passa.

O livro não tem a intenção de excluir leitores jovens, no entanto. Só acho que é um livro para quem está aberto a novas coisas, a uma experiência com a natureza, com as coisas do fantástico e com aventuras que vão além da imaginação, porque Os Guardiões tem muito disso.


Aline
euleioeassisto.blogspot.com.br
@euleioeassisto




Gabi 01/03/2012

www.livrosecitacoes.com
www.up-brasil.com

Ultimamente os lançamentos brasileiros tem se tornado uma deliciosa surpresa para mim. E a quantidade de livros lançados de forma independente só vem crescendo, o que não deixa de ser ótimo! Certas vezes, temos que criar nossas próprias oportunidades para sermos reconhecidos. E tem coisa melhor do que investir em si mesmo e em seu talento?

Os Guardiões retrata a vida de Adélia, uma mulher que encontramos no dia a dia, àquela que aguarda o acontecimento, e de tanto pensar no futuro ou até mesmo no passado, esquece de viver e ir atrás de seus sonhos e objetivos. Mas nunca é tarde para viver e, ao completar 50 anos, Adélia decide ir para a selva peruana, um lugar pelo qual sempre sentiu-se atraída. Lá, o destino e o amor a aguardam.

Esse livro me tocou de inúmeras maneiras, talvez por eu ser vegetariana, ou também muito provavelmente porque Liana Zecca possui o dom de nos envolver com a história. O livro não é somente um relato que discute sobre os abusos do ser humano nessa nossa era de Globalização, mas também sobre o respeito e a consciência em usufruir somente a quantidade necessária, sem os exageros aos quais crescemos nos acostumando. E claro, é também sobre o amor, em não aceitar algo inferior a ele, porque a alma gêmea existe, e se demorar 50 anos para encontrá-lo, os próximos dias e anos que vier a viver com ele farão todos os anos de espera valerem a pena.
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Elaise G. Lima 23/12/2011

Os Guardiões - Liana Zecca
Recebi o livro “Os Guardiões” da escritora Liana Zecca e posso dizer que foi um dos melhores presentes que recebi em 2011. O livro é belíssimo. A história é encantadora. Quando terminei de ler pensei na imensa responsabilidade que tinha em escrever uma resenha que realmente pudesse transmitir a grandiosidade dessa história que é linda, comovente, instrutiva e acima de tudo que cria em nós o desejo de olhar a nossa volta e perceber a nossa natureza sendo devastada e junto com ela nossos animais, nossa cultura, e as nossas raízes indígenas.
Liana Zecca nos permite fazer essas reflexões e aborda os temas relacionados a preservação de um modo bem sutil. Quando falo sutil é por que ela mescla esse tema junto ao romance vivido por Adélia, uma mulher que acabara de completar 50 anos e mesmo tendo tido uma vida relativamente boa, ainda não tinha encontrado a plena satisfação, pois ela acreditava que cada pessoa tinha uma missão e em seus 50 anos de vida, ela ainda não tinha encontrado a dela. Tinha vivido alguns romances, mas nunca havia encontrado um verdadeiro amor. Diante disso Adélia resolve deixar tudo para trás e encarar uma jornada indo até ao Peru fazer a trilha Inca até Machu Pichu entre outras trilhas até ao Equador. Adélia não tinha certeza em busca do quê ela estava indo, mas sabia que tinha que partir, e seu destino era o Peru. Lá encontraria um guia para ajudá-la em sua jornada.
Chaski era o guia ideal, um índio peruano que conhecia melhor que ninguém todas aquelas trilhas. Apesar de ter 60 anos, Chaski era másculo e jovial, sua vida como andarilho e longe dos vícios o ajudou a ser um homem de boa aparência, saudável e forte. Fato esse que não passou despercebido por Adélia, que logo se sentiu atraída por aquele índio. Chaski sentiu o mesmo por Adélia, mas ambos não admitiram isso logo de imediato. Controlaram essa paixão até quando não puderam mais. E a partir de então toda a história passa a fazer sentido para ambos. Os pesadelos que Adélia tinha desde criança passaram a ganhar um significado maior, ela começou a compreendê-los. Então os mistérios começam a ser desvendados, Adélia passa a compreender a razão de se sentir inspirada a fazer essa viagem e aos poucos ela vai descobrindo a sua missão.
Durante o percurso, Chaski ensina Adélia a sobreviver em meio à natureza, ela aprende a caçar, a usar o arco e a flecha, a se defender dos animais e outros perigos, a conhecer ervas medicinais e o mais importante, a amar sem restrições. Graças à companhia e amor de Cheski, Adélia se descobriu como guerreira e mulher.
Não preciso nem falar que amei o livro! E é óbvio que recomendo sua leitura. Eu fiquei feliz e encantada por ter mais uma prova de que temos em nosso país excelentes escritores. “Os Guardiões” é um livro digno de ser apreciado e explorado. A escritora ainda nos presenteou no final do livro com um poema seu, que é uma homenagem a todos os índios (bolivianos, peruanos, equatorianos e americanos). Foi uma junção perfeita, o romance e o poema, pois o poema nos faz refletir sobre toda a história e faz nascer em nós o desejo de preservar a nossa história, a nossa natureza e a nossa vida, o nosso passado e o que estamos deixando para o nosso futuro.
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