Antonia Sousa 23/02/2016
Mansfield Park
A história de Fanny Price começa quando ela ainda era uma jovem senhorita de oito anos. Sua mãe tinha duas irmãs, uma que fez um casamento viável com um clérigo Sra Norris e outra que fez o melhor casamento possível com Sir Thomas Bertran, Lady Bertran. Das três irmãs a mãe de Fanny foi a que fez o casamento menos favorável, e a quantidade de filhos que começou a chegar ao longo dos anos foi desesperadora. Suas irmãs se compadeceram de sua situação, encontrando resolver ou amenizar levaram a pequena Fanny para morar na mansão dos Bertran, Mansfield Park. Fanny não sabia o que a esperava na mansão. Encontrou suas duas tias totalmente a versas a sua existência, um tio autoritário e sisudo, e quatro primos, Tom Bertran, Edmund Bertran e Maria e Julia Bertran. As mocinhas tinham quase a mesma idade de Fanny, enquanto seus primos já eram adolescentes. Fanny teve uma infância e adolescência difícil e solitária se não fosse pelo auxílio de seu querido primo Edmund. Cada um na mansão tinha uma personalidade, enquanto a Sra Norris fazia questão de cuidar de Mansfield como se fosse a senhora da casa, Lady Bertran vivia para não viver, apenas ficava sentada em sua poltrona, recebendo as regalias e cuidados de sua pequena Fanny. Sir Thomas era um homem de negócios que por muitas vezes se ausentava da mansão por longa data para tratar de assuntos de trabalho. Sua fonte de renda e motivo do seu status eram seus negócios com negros escravos nas Antígua. Já Tom Bertran o varão dos quatro filhos de Sir Thomas e Lady Bertran era um bom vivant, enquanto seu irmão mais novo Edmund via seu futuro em um púlpito pois queria também ser pastor. As irmãs Maria e Julia eram frívolas e mimadas, lindas e esperavam apenas fazer um bom casamento como de costume.
Tudo parecia em paz e confortável. Fanny cresce em estatura e beleza. Seu temperamento é dócil e tudo que faz não é sem a consulta prévia de seu querido primo Edmund. A sua maneira de pensar e agir gira em torno dessa forte amizade, e das coisas que ele a diz. Até que certo dia depois da Sra Norris ficar viúva e o condado ter que receber um novo clérigo para a paróquia, Mansfield Park sofrerá uma reviravolta. A chegada dos novos moradores foi uma enorme novidade, e já não bastasse isso para as noites em Mansfield serem mais animadas, eis que surgem dois personagens impactantes e conflitantes. Henry e Mary Crawford. Irmãos recém chegados de Londres, ambos solteiros. Ela linda e inteligente, ele como a própria autora descreve, não muito bonito mas devidamente interessante para as moças solteiras. A chegada desses dois visitantes causa uma reviravolta no comportamento e nos sentimentos dos moradores de Mansfield Park. A partir daí vemos situações de ciúme, dúvida, desconforto e raiva gerados a partir da presença de Henry e Harry. O desfecho da história é sensacional e nos mostra como podemos nos enganar com os nossos pensamentos e comportamento, mas nunca com os nossos sentimentos. Que podemos sim tentar fazer a cabeça entender o coração mas nunca vise e versa. O final de Fanny Price é belíssimo e o interessante desta personagem de Jane é que ela começa como uma mocinha ingênua e influenciável, e ao longo da narrativa se mostra uma mulher forte, que admite suas fraquezas, dúvidas e sentimentos. A leitura de Mansfield Park é envolvente porque você entra nas angústias da personagem principal, nas dúvidas sobre os seus sentimentos e a vontade que dá é de entrar no livro e tentar resolver tudo as pressas. Mas ninguém melhor que a Jane para poder dar o melhor desfecho possível.
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