Bruna Fernández 08/03/2012Resenha para o site www.LivrosEmSerie.com.brDepois de Mick Gabriel se sacrificar para salvar a humanidade de seu fim iminente em 2012, em O domínio, o então herói Hunahpu deixou para trás sua amada Dominique, grávida de gêmeos. A Terra, porém, não está completamente livre de ser exterminada. Nessa continuação, Ressurreição, os filhos de Mick e Dominique, Jacob e Immanuel (Manny), devem descer ao Xibalba – o inferno maia – para resgatar seu pai, que está perdido no tempo e no espaço. E claro, no mesmo dia do nascimento dos gêmeos, outra criança com grandes poderes nasceu: Lilith Eve, a grande antagonista da história.
Logo no começo do livro acompanhamos a gravidez de Dominique e o nascimento dos gêmeos, que agora são protegidos pelo atual presidente dos EUA, Ennis Chaney. As duas crianças nascem com habilidades acima do padrão, principalmente Jacob, o irmão alvo de cabelos brancos; enquanto o jovem Manny, o gêmeo de cabelos negros, é menos desenvolvido. Não preciso nem dizer que ao me deparar com gêmeos, um de cabelo branco e outro de cabelos negros, cada um com temperamento diferente e diferentes visões do que o Destino reserva para eles, me lembrei na hora do seriado Lost. O paralelo entre os Jacobs – o do livro e o da série – que acreditam com fé inabalável em seus destinos e seus respectivos irmãos de cabelos negros – Manny no livro e “O Homem de Preto” de Lost – que apenas querem viver como pessoas normais é muito claro, se você acompanhou a série.
Lilith, com um nome super sugestivo, é o grande inimigo dos gêmeos. Uma adorável menina que se transforma em um monstro, apenas como resultado do meio como foi “criada”. Depois de acompanhar a infância e adolescencia de Lilith fica difícil julgar as loucuras e a sede de poder que transformam completamente a personagem. Impossível não ter compaixão e pena da personagem, que, pra mim, foi muito bem delineada e rouba a cena durante a narrativa em inúmeras ocasiões.
Em comparação com seu antecessor, Ressurreição é bem diferente. O livro é mais direcionado para a ficção científica do que nunca, afinal, o livro se passa no futuro; e não apenas um futuro próximo: chegamos a ver a Terra no ano de 2033. É interessante a forma como o autor delineou alguns detalhes de como será o mundo daqui 20 anos, como, em tão pouco tempo, o mundo progrediu na área da tecnologia. Outra grande diferença é a falta de figuras e das entradas do diário de Julius (pai de Mick), que permeavam o primeiro livro.
Achei o enredo de Ressurreição muito mais interressante, mais pelos personagens e como eles se interligam, do que qualquer outra coisa. O final não me surpreendeu e nem prendeu muito a minha atenção, achei a qualidade do desenvolvimento muito superior ao encerramento dessa parte da saga. Durante a leitura, com a batida temática do Bem contra o Mal, etc., surgem muitos questionamentos filosóficos e religiosos. É uma boa história, um bom entretenimento, que, em algum ponto da sua leitura, vai fazer você pensar e analisar os valores e “verdades” que são apresentados ali no papel. No geral, achei o segundo livro dessa trilogia bem mais interessante. Agora é esperar o desfecho final no terceiro e último livro: Phobos – The Mayan Fear, que ainda não tem previsão de lançamento aqui no Brasil.