Nu e As 1001 Nuccias 26/08/2016Resenha do Blog As 1001 NucciasEm O segredo da caveira de cristal, somos apresentados a um mundo dividido em 5 reinos. No Reino de Heilland, o Rei Alphonsus era considerado um do melhores que já governaram, por seu senso de justiça e sua bondade. Durante o seu reinado, houve esperança, houve crescimento e uma certa paz. E a tendência era continuar assim, quando todos descobriram que a Rainha Arápia estava grávida. De gêmeos.
Apesar de seus filhos serem gêmeos e terem sido gerados juntos, são pessoas completamente diferentes, tanto no físico, quanto na personalidade. O primeiro a nascer, o príncipe Sulco seria o futuro Rei, e desde sua infância foi treinado para isso. Essa certeza de sua soberania o fez crescer arrogante e mesquinho. Já o caçula, o príncipe Heian, era um doce de pessoa, sempre amável, com o dom de ver e de procurar o lado bom nos outros. Segundo Sulco, Heian era fraco.
Heian cresceu livre do treinamento com espadas, das futuras obrigações reais. E esteve sempre junto de seu amigo Mongho, o filho de um feiticeiro que chegou a ver o futuro dos jovens em uma bola de cristal. Não era um futuro que o Rei gostou de saber.
Quanto mais perto de seus 15 anos os jovens chegavam, mais dúvidas tinha o Rei sobre sua escolha. E no dia da cerimônia, bem no meio da festa... a coroa foi dada ao segundo príncipe. A partir daí, Sulco se fechou, começou a pesquisar sobre magia, mudou-se para uma ala abandonada do castelo e coisas estranhas começaram a acontecer.
Não são muitos os personagens a que somos apresentados, mas os mais marcantes são bem elaborados. Cada qual tem sua personalidade bem delineada, seu papel na história e não são largados de qualquer forma. Há, mesmo que tênue, uma linha que os liga.
De forma estranha, apesar de o livro tratar da história de dois príncipes, o personagem que mais se sobressai é o... amigo, o filho do mago, que se torna ele mesmo um mago na vida adulta: Mongho! Sem ele, metade da história não teria sentido. Com toda certeza, ele é o herói. Além dele, outro personagem que seria secundário, pois surge no meio do caminho, mas tem papel fundamental e é de uma fibra escandalosamente linda é a Rainha Driadh, esposa de Heian.
Sobre o que eu achei do livro: a escrita da autora é completamente diferente do que eu esperava. Não, não é ruim! É só diferente, pois eu li e resenhei um outro livro dela (Beco da Ilusão), que é um romance histórico, tem foco, narrador, cadência, tudo bem diferente, de um jeito bom.
A história deste livro é muito bacana, Mallerey soube montar um mundo, soube criar os personagens e o desfecho do livro é intrigante e deixa o leitor nós, reles mortais com um gostinho de "WTF? Cadê o resto??"... Em determinados momentos, eu quis dar uns "pedala, Heian", porque francamente só ele pra não ver a maldade nata e a ambição desmedida do irmão.
Algumas das decisões dos personagens me pareceram estranhas, mas considerando que é uma fantasia medieval, não chegam a ser tão estranhas assim. Eu é que sou moderninha (e segundo minhas digníssimas amigas, sou moderna até demais).
A recomendação vai, claro, com muitas bruxinhas! A todos os que gostam de leituras fantásticas, especialmente com reis e rainhas, bruxas, magos, elementos de poder e os tais poderes cósmicos e fenomenais. É uma leitura muito agradável, vale a pena!
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