O mundo se despedaça

O mundo se despedaça Chinua Achebe
Chinua Achebe
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Resenhas - O Mundo se Despedaça


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Inácio 05/05/2023

Antes de Chimamanda houve Achebe
Só não é tratado como um clássico da literatura da século XX porque o eurocentrismo empurra a produção intelectual africana para um cantinho da estante. Chinua Achebe não faz concessões a ninguém, nem mesmo às tradições e à cultura do seu povo. Conseguiu escapar do maniqueísmo numa época (o livro foi publicado em 1958) em que o maniqueísmo ditava as regras.
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gabi.acervodagabii 01/05/2023

Chinua achebe, considerado o pai da literatura africana moderna, nos transporta para uma nigéria pré-colonial. a partir da perspectiva do povo ibo, achebe narra de forma quase oniciente a relação das pessoas com a terra e o plantio, seus cultos aos deuses, suas relações familiares e festas tradicionais.

o livro nos apresenta okwonko, um guerreiro da tribo ibo cujo ideal é se tornar um herói. sua jornada é interrompida pela chegada do homem branco que estemece as bases da cultura da tribo, principalmente a religiosa. o clã de umuófia é guiada por rituais, superstições e vários deuses com características humanas. o colonizador chega e coloca tudo isso em xeque.

okwonko é orgulhoso e averso não só ao ócio e à preguiça, mas sim a tudo que não diz respeito a guerra e virilidade. então logo nota-se, principalmente, a repressão violenta sofrida pelas mulheres ibos. apesar deste e de outros aspectos, sabemos que não se pode julgar uma cultura diferente com valores pessoais e o tempo inteiro tive que exercitar o não-julgamento. e esta é justamente uma das propostas de achebe.

apesar de, no final, ser narrada a chegada do homem branco e o início do que viria a ser um processo de colonização, achebe constroi uma narrativa amoral, muito além do maniqueismo e da visão de algoz e vítima. o colonizador chega, impõe sua religião, usando primeiramente a manipulação, depois a força. no entanto, a tribo também tem bases patriarcais, elitistas e excludentes. então o cristianismo conseguiu erodir os costumes ibos fazendo uso da própria hipocrisia do clã e conquistando pessoas que tinham algum ponto frágil em relação às bases da sociedade ibo.

pela primeira vez, li algo tão detalhado a partir da divisão do colonizado, e não do colonizador, indo muito além do imaginário popular e do inconsciente coletivo. o livro reúne ancestralidade e tradições, combatendo a predominância da visão eurocêntrica na literatura e nos transportando para a verdadeira áfrica. muito além dos estereótipos.
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Fabi 06/04/2023

Eu não costumo ler orelhas, nem sinopses e para mim foi muito surpreendente o rumo que a narrativa tomou. Surpresa positiva.

É um livro de história, da Nigéria pré-independência, cujo olhar me parece bem honesto sobre o sentimento e impacto que a vinda do homem branco causou na aldeia em que viviam os personagens principais.

O início conta sobre costumes, crenças e a vida na aldeia, com foco em uma das famílias residentes lá. Depois é que aparece o homem branco e se dá todo o desenrolar do colonialismo que bem conhecemos.
Felipe Sader 06/04/2023minha estante
Esse livro é ótimo. Me impactou bastante.


Fabi 06/04/2023minha estante
Me impactou também, Felipe




P. Barata 25/03/2023

Literatura com colonialismo/imperialimos e um quê de antropolgia.
Gostei da narrativa; da explanação dos ritos.
Vale pra quem gosta dessa área do estudo das sociedades/comunidades.
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Lisi 23/03/2023

A história começa meio parada, mais focada na tribo e nos costumes deles, apresentando seu modo de vida e religião.

Nas partes II e III as coisas vão acontecendo e os desdobramentos ficam mais interessantes.

O final é revoltante, mas muito fiel a realidade da colonização do continente africano.
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Joice 28/02/2023

Triste porém necessário
O livro é extremamente rico e nos traz uma ampla e detalhada visão de uma cultura bem diversa da que vivenciamos. O contato inicial do leitor com as novas palavras e significados, os costumes da tribo, a complexidade da religião e das interações entre os membros do grupo, enfim, uma leitura enriquecedora.
Ao mesmo tempo que entrega ao leitor tantas coisas boas, tbm demonstra a violência do imperialismo, que por muitas vezes, não se utilizou de um ataque direto para destruir um povo, provando que esse massacre pode ocorrer aos poucos, minando as forças de um clã por meio de ataques contra um por um, enfraquecendo as famílias, saqueando sua ancestralidade e violentando suas histórias de vida.
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Vinicius.Miranda 17/02/2023

Boa leitura
Sobre a leitura, a narrativa é fluída e a linguagem é bem simples. Os termos africanos vêm com tradução ou no glossário no final.
A história prepara o leitor pro choque de culturas. Inicialmente acompanhamos o que acontece no cotidiano do clã para, em seguida, como aquela cultura é destruída com a chegada dos ingleses.
É um bom livro e gostei bastante da leitura.
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Luci 17/02/2023

"O mundo se despedaça" é um livro riquíssimo de detalhes, que nos apresenta à cultura da etnia ibo, situada às margens do rio Níger, na Nigéria. Foi escrito por Chinua Achebe, um escritor nigeriano, daí a sua preocupação em escrever uma história despida de preconceitos e romantizações. Esse é um livro excelente para se praticar a alteridade, deixar de lado o etnocentrismo e aprender mais sobre as práticas e sistemas culturais desse povo.

O livro é dividido em três partes, a primeira nos ajuda a criar familiaridade com os personagens e suas motivações, mas também nos apresenta aos seus modos de vida, seus sistemas de organização política, religiosa e social. Nele, o autor traz de forma muito envolvente alguns dos principais eventos que regem a vida cotidiana da sociedade deles. Há lógica e organização, ainda que nós, com nosso olhar Outro, possamos estranhar.

Um detalhe que gostei muito de conhecer foi a valorização do discursos eloquentes e dos provérbios entre os ibos. Isso está muito presente no livro e tornou a leitura diferente.

Já a segunda e terceira partes tratam do processo de colonização e assimilação dos europeus na África. Essa é a parte em que o "mundo se despedaça", uma vez que os personagens assistem ao seu sistema de organização social se desfacelar em prol daquele que os homens brancos trouxeram.

O autor não romantiza as relações que se dão dentro das etnias africanas, mostrando também a violência e as disputas existentes dentro delas. Isso é extremamente válido, pois é a natureza do ser humano. O protagonista era um homem que viveu atormentado por uma sombra, algemado pelo seu orgulho. Mas foi a farsa da colonização que o destruiu.

Recomendo muitíssimo a leitura, que me acrescentou demais enquanto pessoa.
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Tati 03/02/2023

Aula de história magnífica
O livro fala sobre a organização e costumes de tribos africanas antes e depois da colonização, tendo um protagonista norte. Valioso!
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Aila Cristina 23/01/2023

isto não é uma resenha, mas que livro fantástico
A primeira leitura do ano não poderia ser melhor.


A escrita de Chinua Achebe me conquistou.


Depois volto aqui com maiores impressões sobre a obra. Mas, no momento, só queria registrar como este livro é fantástico.

firmamentos ancestrais para mim e dedo na ferida da colonização
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Luiza 03/01/2023

Que livro espetacular!! Por mais que seja divulgado como uma tentativa de narrar a história da colonização nigeriana, O mundo se despedaça é mais do que isso. Fugindo de uma história que apenas valoriza a perspectiva europeia e que resume a história africana à colonização, Achebe devolve o protagonismo aos sujeitos africanos. O livro remonta a uma época prévia à finalização da colonização britânica, apresentando-nos personagens complexos que fogem às delimitações de vítimas ou algozes. Baseada na cultura oral e material nigeriana, a história é um prato cheio de caracterização de uma aldeia igbo, permitindo ao leitor conhecer um pouco da vivência desse povo, mas, mais que isso, ela é um atestado da independência narrativa dos nigerianos: dessa vez, eles contam a história.
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Marcos 31/12/2022

A fragmentação de tribos Nigerianas
O livro conta a história de Okonkwo, um dos líderes do clã em que vive, e que tenta manter as tradições ancestrais de sua religião e do povo ibo.
O livro, até um pouco mais da metade, narra histórias atuais e acontecimentos passados que nos mostram o modo que as tradições e religião do povo ibo são fortemente presentes no cotidiano.
Porém, após a chegada dos colonizadores brancos, que através do cristianismo tentam converter e controlar os moradores da tribo, os líderes da tribo e as pessoas que tentam resistir ao novo Deus dos colonizadores são fortemente oprimidos.
Este livro reforçou, para mim os métodos de como o cristianismo se difundiu, e o colonialismo (principalmente) ocorreu, utilizando métodos autoritários, sem permitir opiniões e crenças contrárias.
Foi o meu primeiro contato com a escrita do Chinua Achebe, escritor nigeriano, e já tenho A Flecha de Deus como uma leitura futura.
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Ca Melo 25/12/2022

Gostei, mas não amei
Chinua Achebe é um dos principais nomes da literatura nigeriana contemporânea, sendo a inspiração para muitos autores, principalmente Chimamanda N. Adichie. Foi por ela que me interessei a conhecer a obra desse autor, contudo, mesmo gostando muito da história contada em O mundo se despedaça, senti que faltou um desenvolvimento mais profundo em relação à colonização da Nigéria. A maior parte do livro se concentra nos costumes e raízes nigerianos, enquanto a influência do homem branco e do Cristianismo foram abordadas bem menos, sendo esta relação conflituosa tão marcada na sinopse.
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