Ricardo III

Ricardo III William Shakespeare




Resenhas - Ricardo III


47 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


elieltoncastr_ 20/01/2024

"Temos agora o inverno do nosso descontentamento transformado em verão glorioso por esse astro rei de York; e todas as nuvens que pesaram sobre nossa Casa estão enterradas no fundo do coração do oceano.". Esta frase, que conheci por meio de outras mídias, foi o que me levou a ler Ricardo III. Não sabia nada da história em si. O contexto histórico foi surpreendente, empolgante, mas o que mais me prendeu foi a personagem-título. Por mais execrável que fosse, há algo em Ricardo que prende, que fascina. Os diálogos com Anne vão ficar marcados na minha memória. É aquele tipo de personagem que se ama odiá-lo.
comentários(0)comente



Matheuzices 13/01/2024

Finalizando sua tetralogia começada com Henry VI, Parte 1, Shakespeare nos leva na história do reinado mais curto de um monarca inglês, Ricardo III, nos mostrando comosua personalidade maquiavélica o levou a coroa, mas ao mesmo tempo foi responsável pela sua decadência. Levando a gente em uma parcela da história inglesa, Shakespeare nos conta o quão vil a humanidade pode ser. Um pouco confuso, mas agora que vi que esta peça era a última parte da tetralogia, posso entender a confusão de personagens. A linguagem antiquada também não ajuda, mas logo antes de acabar você consegue se encontrar e aproveitar a peça.
comentários(0)comente



Lucas Lobo 26/12/2023

Maldito o homem que confia no outro
Uma peça com muita ação, amores e traições. Algumas boas pessoas acabam morrendo nessa peça, mas o final é feliz.
comentários(0)comente



Priscila683 19/11/2023

Maquiavélico
Shakespeare escreve muito bem, nos faz imaginar com riqueza de detalhes como as cenas se desenrolam, como os personagens estão se sentindo, etc. Bebeu na história da Inglaterra, mudou alguns pontos, e conseguiu criar um grande vilão, Ricardo III. Com certeza lerei mais peças.
comentários(0)comente



Carla.Floores 22/10/2023

Insaciável e sem medidas
Esse foi meu primeiro contato com Shakespeare. A peça permanece meio morna até a metade, depois o bicho pega, o Javali mostra sua verdadeira natureza.
Um narcisista desmesurado e perverso. Mas até certo ponto isso fica tão ambíguo tamanha sua habilidade de manipulação. Ir descobrindo quem é Ricardo III e do que ele é capaz, e melhor, seu destino, faz dessa leitura muito instigante.
É interessante a força da religião aqui, nas pragas rogadas uns aos outros como se fosse o próprio Deus rogando-as.
A falsidade nas relações por medo, ambição ou vingança.
comentários(0)comente



Marcia 10/09/2023

Minhas impressões sobre o livro
Para quem gosta de teatro essa é uma ótima sugestão. 
Que maravilha! Estou encantada com tamanha beleza. Cada ato uma viagem cultural e historica maravilhosa. 
Nessa peça conheceremos um pouco da história de Ricardo III, rei da Inglaterra e todas as maldades que ele praticou. 
A peça foi baseada na história verdadeira de Ricardo III, escrita em 1952/1953 e nos deixa perplexos com as manobras e atos maldosos que ele praticou. Foi um rei muito maldoso e responsável por muitas mortes. 
Shakespeare não deixa de retratar a presença dos fantasmas que atormentou Ricardo III e essas passagens são incriveis.
Vamos avançando na leitura e nos encantando, como se estivéssemos num teatro. Maravilhoso!!!
Recomendo a todos.
Valeu!!!
comentários(0)comente



Valério 06/08/2023

Altos e baixos.
Não que Ricardo III seja um livro ruim. É bom. O problema são as referências. Depois de ler outras de suas obras, Ricardo III me pareceu a menos interessante delas.
Assim, se você se interessa por livros de Shakespeare, comece por outras obras.
Conspiração, mortes e sofrimento, como é comum nas obras do autor, estão presentes em grande escala. Bem escrito. Vale a leitura. Mas não espere tanto.
comentários(0)comente



Duda 06/08/2023

Mergulhai pensamentos, fundo, fundo na minha alma.
Ricardo III é a peça de histórica de Shakespeare sobre a ascensão de Ricardo III da Inglaterra e os atos maquiavélicos que o fizeram chegar ao trono, tudo isso no contexto da Guerra das Rosas.
O desaparecimento de seus dois sobrinhos na Torre de Londres foi o que consagrou a infâmia de Ricardo.

Entretanto, nem tudo nessa peça aconteceu de verdade.

Shakespeare usou de muita licença poética para retratar esse rei como esse tão ruim vilão, vamos começar da aparência de Ricardo, que não era tão horrível assim.
Eu gostei da peça porque me interesso bastante pela Guerra das Rosas e o rei vilão é muito interessante.
Importante dizer que a peça e o própria Guerra das Rosas mostra como as monarquias antigas eram podres, repletas de intrigas, traição e ambição pelo poder. E isso faz que vejamos que a vida dos reis, as rainhas e nobres em geral, não são eram/são tão glamourosos.
É uma das minhas peças preferidas, adoro esse período da história da Inglaterra.
comentários(0)comente



Camila Felicio 27/07/2023

MEU REINO POR UM CAVALO! ( uma peça para quem conhece bem a Guerra das Rosas, senão fuja!)
Eu como LOUCA, alucinada pela Guerra dos Primos (ou das Rosas como ficou conhecida já durante os Tudors) considero a peça uma aberração histórica kkkkkkkkkk Ricardo III não era corcunda, Margareth de Anjou não era uma rainha rogadeira de pragas, o Duque de Clarence morreu julgado como traidor e morreu afogado no vinho (mas não por Ricardinho), o Conde de Richmond (futuro Henry VII ou Henry Tudor)não era essa santidade toda, como tampouco seus familiares lancastrianos eram santinhos.
Se entendermos que Shakespeare escreveu suas obras em um período de pleno mecenato de reis bancando as artes, ainda reflexo do renascimento, entendemos que Elizabeth I (TUDOR) sua primeira rainha mecenas pode ter adorado uma peça que mais serviu para denegrir um rei deposto e vanglorear seu avô Tudor que outra coisa! Há estudiosos que afirmam que é muito provável que os próprios Tudors tenham cometido os assassinatos em questão (muito provável, posto que a história é contada pelos vencedores e quem mais lucrou foi tal dinastia).
Mas falando em literatura, esquecendo a baita liberdade literária, achei a peça divertidíssimaaaaaaa, detalhes especiais aos monólogos incríveis de Ricardo III, e outros diálogos protagonizados ou por Elizabeth de Woodville ou então o tal sonho de George, Duque de Clarence! Ainda acho Iago de Otelo o mais dissimulado kkkk No entanto, adorei a vilania de Ricardinho!
Vale o reforço: Leia se conhece o contexto histórico (ou já tenha tido um contato com as Henriad, em especial as 2 partes de Henry VI) porque são dezenas de personagens e, finalmente entenda que há MUITA liberdade artística aqui (muita mesmo, mas em prol do entretenimento eu passo pano kkk)
comentários(0)comente



isa 11/07/2023

é sempre bom revisitar uma obra que eu amo tanto, e logo Ricardo III, que ao meu ver é uma das peças mais subestimadas de Shakespeare... muito bom!
comentários(0)comente



Aline330 20/06/2023

Gostei bem mais lendo pela segunda vez, agora depois de ter lido toda a Henríada. Esta peça fecha muita coisa das anteriores, apesar de Shakespeare não ter escrito em sequência (o que é mais surpreendente). Ricardo III é o tipo de vilão interessante que amamos odiar.
comentários(0)comente



yvnvitx 26/04/2023

Ricardo III, de William Shakespeare
Ricardo III narra a ascensão de Ricardo, Duque de Gloucester até o trona da Inglaterra, feito que ele concretiza após muitos atos hediondos, mentiras, blasfêmias e sangue derramado.

O trono da Inglaterra vivia em disputa por duas casas: Lancaster e York, Ricardo petence ao segundo clã e nutre um desejo doentio pelo trono, mesmo que para isso ele precise mandar matar homem, mulher, idosa e até criança.

Pra mim, o brilhantismo da peça se dá na construção de Ricardo, que é a figura principal no enredo, o bardo brilha ao desenvolver sua personalidade perversa, seus ardis ao tratar com as pessoas da corte e as suas motivações vis. Apesar de representar um mal absoluto, Ricardo consegue ser uma figura palpável, pois sua personalidade é muito convincente e a forma como este expõe seus pontos de vista nos faz acreditar que de fato alguém de tamanha perversidade possa ter habitado esse plano.

Gostei demais da guerra de famílias, das reviravoltas, dos diálogos entre a corte e principalmente do final, que é agradabilíssimo ao leitor. Mais uma peça incrível escrita por William Shakespeare.
comentários(0)comente



Catarina410 11/03/2023

Absurdo
Comecei a ler com altas expectativas, elas foram ultrapassadas.
Ricardo III, peça histórica ambientada no seculo XV durante a Guerra das Rosas, retrata cruamente o ser humano, o famigerado animal político.
"Ricardo: as eu, que não fui moldado para
jogas nem brincos amorosos, nem feito para cortejar um espelho enamorado. Eu, que rudemente sou marcado, e que não tenho a majestade do amor para me pavonear diante de uma musa furtiva e viciosa, eu, que privado sou da harmoniosa proporção, erro de formação, obra da natureza enganadora, disforme, inacabado, lançado antes de tempo para este mundo que respira, quando muito meio feito e de tal modo imperfeito e tão fora de estação que os cães me ladram quando passo, coxeando, perto deles. Pois eu, neste ocioso e mole tempo de paz, não tenho outro deleite para passar o tempo afora a espiar a minha sombra ao sol e cantar a minha própria deformidade. E assim, já que não posso ser amante que goze estes dias de práticas suaves, estou decidido a ser ruim vilão e odiar os prazeres vazios destes dias."
É absurdo.
Leia, apenas.
comentários(0)comente



Fernanda631 21/01/2023

Ricardo III - William Shakespeare
Ricardo III foi escrito por William Shakespeare e publicado em novembro de 1633.
A grande maioria das peças tem uma riqueza não apenas literária, mas filosófica, psicanalítica e política. Shakespeare foi, sem dúvida alguma, ao lado de Miguel de Cervantes, o maior poeta da literatura mundial.
Em Ricardo III, Shakespeare retrata o fim da Guerra das Rosas (conflito entre as Casas de York e Lancaster pelo trono inglês), assim como a ascensão e a queda do último dos reis Plantageneta, criando um vilão sem pudores, sem culpa, mas com um estranho apelo ao público.
Logo no início da peça, Ricardo, então duque de Gloucester já deixa claro para o público suas intenções de conseguir a coroa da Inglaterra e para tanto vai tirando do caminho qualquer um que possa se interpor, como seu irmão Jorge, duque de Clarence.
Com a morte do rei Eduardo IV, seu filho (também Eduardo) deve ascender ao trono, mas por ainda ser criança, ele deve ser guiado por conselheiros mais velhos. É então que vemos todas as intrigas de uma corte, quando se formam facções entre os tios maternos do garoto e seu tio Ricardo e seus partidários para tomar conta do jovem príncipe.
Nesta peça Ricardo III é o personagem principal, um homem sedento de poder, disposto a qualquer coisa para atingir os seus objetivos, mas não de um forma aberta e franca. Ricardo é um mestre do disfarce e só revela as suas verdadeiras intenções e pensamentos nos solilóquios.
No primeiro solilóquio, Ricardo dá a conhecer ao espectador que a casa de York trouxe estabilidade a Inglaterra. Estabelece uma comparação entre a situação presente e aquilo que era o passado e faz uma avaliação. Segundo ele os soldados encontram-se ociosos e o país já esteve em melhor situação. Ricardo faz também a sua auto-caracterização física e psicológica, confessando o seu desconforto com a situação atual e opondo-se por isso ao resto das personagens.
A forma como ele se descreve, leva o espectador a crer que ele é uma ferramenta para o mal, já que a sua natureza não o deixa ser um amante. Ao fazer a sua descrição e a dos outros percebemos que ele tem um profundo conhecimento da natureza humana e que tira proveito disso para os manipular. Ele nunca age diretamente, usa os outros para obter os seus objetivos.
O primeiro objetivo da sua estratégia é não deixar sucessores diretos ao trono quando o rei morrer.
Anne, viúva, acompanha o marido morto, expressa o seu lamento num monólogo e depois assistimos ao diálogo entre Ricardo e Anne. Neste diálogo Anne amaldiçoa-o, mas Ricardo toma uma atitude de submissão para tentar conquistá-la, é persuasivo para tentar controlar as atitudes e sentimentos de Anne. Diz-lhe que ela é uma deusa com poder transformador e chega mesmo a entregar-lhe a sua espada e confessar alguns dos seus crimes. Ela fica contente com o aparente poder que exerce sobre ele e a dúvida instala-se na sua mente, até ao ponto em que deixa cair a espada, mostrando com esse gesto que aceita os argumentos dele.
Neste novo solilóquio Ricardo faz o seu auto-elogio e também revela o seu desprezo por Anne. Por um lado sente-se orgulhoso pelos seus feitos e até se compara ao príncipe morto, no entanto quando fala dela diz sentir desprezo pela fraqueza dela, como se ela tivesse sido infiel. Ele distancia-se de si mesmo, vê como realmente é e representa um papel para os outros do qual ele tem plena consciência.
Na segunda parte desta cena temos vários outros assassinatos, de forma a Ricardo conseguir os seus planos, por outro lado temos um diálogo com a rainha em que ele se faz passar por um simplório e tenta incriminar a família dela de tentar usá-la para viverem às custas dela.
A Rainha é uma figura que acredita na justiça como uma forma de retribuição, faz premonições sobre aquilo que irá acontecer a Ricardo, ele é visto como um flagelo de Deus para castigar todos os culpados, de forma a que Henrique VII possa levar Inglaterra a uma situação gloriosa.
Ricardo tenta combater o ciclo de retribuição que ela refere, mas não consegue, transmitindo-nos a idéia de que ninguém consegue fugir ao seu destino. Por fim Ricardo num novo solilóquio faz o resumo dos acontecimentos e revela as intrigas que fez para conseguir que acreditem que os culpados são os parentes da rainha.
No ultimo ato, Ricardo tem um sonho premonitório sobre a sua própria morte, mas também é um sonho onde lhe aparecem os fantasmas dos que ele já mandou matar. Ricardo que por intermédio de Buckingham já tinha mandado matar todos aqueles que poderiam ameaçar os seus planos, começa a perder o controle e a revelar insegurança, parece quase patético ao revelar a sua auto compaixão por as pessoas não gostarem dele. Richmond por outro lado é apresentado como o salvador da pátria, o pretendente da filha da rainha, ele traz a esperança.
Na véspera da batalha são apresentados como a antítese um do outro, enquanto Ricardo encarna o mal, Richmond encarna o bem, a salvação. No ultimo solilóquio, Richard quer um cavalo para conseguir sobreviver, dispõe-se a ceder o seu próprio poder por um cavalo, ou seja, pela sua vida.
Essa é uma peça bastante difícil de resenhar, pois ela é extensa e conta com vários personagens e núcleos distintos. Basta dizer que Ricardo elimina todos para chegar ao poder e se declara rei da Inglaterra.
Na história, os dois príncipes filhos de Eduardo IV (portanto os legítimos herdeiros do trono) desaparecem misteriosamente da torre de Londres e até hoje só se especula sobre o que aconteceu com eles. Na peça, Shakespeare faz Ricardo mandar matar os dois sobrinhos e assim entrar para o imaginário popular como um dos mais perversos reis ingleses.
Ricardo é um vilão um tanto quanto caricato. Ele está sempre cercado de comparsas para executarem seus crimes, e se mostra muito manipulador, sempre conseguindo com que as pessoas ao seu redor concordem com o que ele deseje. Além disso, sua interação com o público cria uma ligação com o personagem, algo que me lembrou bastante o Iago de Otelo.
Ricardo III é repleta de personagens! Tanto que muitas vezes eu nem lembrava quem era partidário de quem, então como uma dica: anote os nomes para facilitar sua vida, dica essa muito importante. Mas aquelas que mais me chamaram atenção foram as mulheres.
Margareth, viúva do antigo rei Henrique VI, aparece para esbravejar e jogar maldições contra todos os que tiveram alguma ligação com sua tragédia. A duquesa, mãe dos irmãos de York, mostra que sempre viu a maldade existente no filho Ricardo, mesmo enquanto ele conseguia enganar a todos. E a rainha Elizabeth, viúva de Eduardo IV, participa de minha cena preferida da peça. Um diálogo em que Ricardo tenta convencê-la a que ele case com sua filha e tenta justificar seus crimes, aos quais Elizabeth rebate um por um. Foi essa cena que me deixou morrendo de vontade de assistir alguma adaptação da peça, porque temos que admitir essa cena é perfeita.
Apesar dessa obra ter uma linguagem mais fácil do que as outras peças históricas, recomendo que leia quem tiver um conhecimento sobre a Guerra das Rosas e quem é quem na história e/ou já tiver lido as três peças de Henrique VI. São muitos Ricardos, Eduardos e Henriques, o que pode frustrar quem pegar essa peça em particular sem ter um conhecimento prévio.
O fascinante governante maléfico que nomeia Ricardo III já apareceu na terceira parte de Henrique VI, na sequência de quatro peças que formam a primeira incursão de Shakespeare na história Inglesa.
No último episódio dessa tetralogia, Ricardo, Duque de Gloucester, encontra-se totalmente revelado como o gênio maligno da prolongada crise da guerra civil da Inglaterra. Com uma ousada ação, Shakespeare abre Ricardo III com seu surpreendente solilóquio, Ricardo toma o palco de uma forma que tem deixado as platéias encantadas desde que Ricardo Burbage atuou no papel pela primeira vez.
Ricardo anuncia sua determinação em “provar-se um vilão,” ao desafiar e satisfazer à Natureza, que fez seu corpo deformado. De fato, ele já iniciou seu curso traiçoeiro, e vemos como sua trama contra Clarence, fundado em algo tão trivial como a letra G, manipula o Rei e ludibria Clarence. Então, com escandalosa hipocrisia, ele “conforta” Clarence. Dentro de menos de cem linhas, Shakespeare nos faz sentir quão brilhante, cínico, charmoso e perigoso Ricardo de Gloucester é. Ricardo procede, dominando os outros personagens – e a peça inteira – a um nível extraordinário.
Ao organizar essa peça firmemente em torno de Ricardo, Shakespeare resolveu os problemas de dar forma ao seu drama e da conclusão da série de peças sobre a rivalidade dinástica de York e Lancaster.
Ricardo III inicia e termina com paz, ainda que a paz recente do Rei Yorkista Eduardo seja desprezada e sabotada por Ricardo assim que esta é introduzida. A paz é vulnerável nas facções da corte e é veementemente denunciada pela encarnação viva daquele passado cruel e violento, a Rainha Margaret. Não pode haver paz na Inglaterra enquanto Ricardo viver para sabotá-la.
Ademais, conforme o enredo move-se do estimulante alcançar do trono de Ricardo até os eventos de sua queda trágica – quando sua consciência, os espíritos daqueles que ele assassinou e o Conde de Richmond o punem e o vencem – nós vemos que sua carreira é parte de uma ordem mais ampla, um plano aparentemente providencial de compensação da perversidade e injustiça para reconciliar às divisões da Inglaterra. Por todas as suas lembranças específicas do conflito e das atrocidades passadas, de ambos os lados, Yorkistas e Lancastrianos, Ricardo III dramatiza um conflito arquetípico entre o bem e o mal, personificado em Ricardo, o vilão-herói, e Richmond, seu oponente que interpreta o papel de agente honrado da justiça divina e poética.
A imagem de Ricardo como o demônio ou o vício levanta questões de motivação e de significado simbólico, e sugere duas maneiras diferentes de ler a peça, uma psicológica e a outra providencial.
Ricardo é um personagem humano, propelido ao trono por sua ambição insaciável, como Macbeth? Há alguma pista em relação ao seu comportamento em sua feiura e misantropia? Alguém pode argumentar que ele compensa sua feiura e incapacidade de amar com sua determinação em dominar?.
Sentindo-se desprezado, ele insulta todos os humanos e busca prová-los fracos e corruptos para afirmar a si mesmo. Ele expressa uma propensão humana universal pela crueldade e pela dominação insensata. Entretanto, a proposição que Ricardo é maldoso porque ele nasceu feio logicamente pode ser revertida também: ele nasceu feio porque ele é mal. Em termos providenciais, Ricardo pode ser visto como o resultado de um plano divino no qual o mal ironicamente tem lugar em um esquema mais amplo das coisas que é, finalmente, benigno.
Vi em outras resenhas que essa é uma peça de Shakespeare considerada imatura, afinal ela foi escrita durante a fase de aprendizado do dramaturgo. Mas eu consegui me divertir. Tem intrigas políticas, maldições, diálogos interessantes e retrata um dos meus períodos favoritos da história inglesa. E outra, quem considera essa peça imatura certamente não a leu ou leu sem observar os detalhes e brilhantismo da escrita de Shakespeare.
comentários(0)comente



Luiza 19/01/2023

Minha primeira peça histórica
Comecei minha primeira peça histórica de Shakespeare meio errada (mas faz parte da vida como leitora): a começar minha edição não é a que marquei no Skoob, é a do box da Nova Fronteira, mas eu queria marcar as peças separadamente para não ficar com os livros do box na parte de ?lendo? por meses e meses. Ricardo III é a primeira peça do volume de peças históricas do box, e eu me pergunto se a curadoria não percebeu que, na verdade, ela é a continuação da peça Henrique IV, apesar de a tradutora, Bárbara Heliodora, nos dar essa informação logo na introdução.
Enfim, como eu já era familiarizada com essa parte da história da Inglaterra (os Plantagenetas e a Guerra das Rosas), eu acabei não sofrendo muito, apenas dei uma revisada na sucessão do trono e no conflito em si. E eu adorei a peça! Ricardo III adquiriu a fama de um dos mais terríveis reis da Inglaterra, embora não saibamos se todos os fatos (narrados por Shakespeare ou por outros) sejam reais ou 50% real 50% aumentado hahahahahah. Mas é muito interessante ver como a trama vai se desenrolando e como Ricardo III vai acabando com todo mundo em seu caminho. As últimas cenas são de arrepiar!
Só para complementar: que loucura terem encontrado o corpo de Ricardo só em 2012 e ainda embaixo de um estacionamento! Impressionante!
comentários(0)comente



47 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR