Queria Estar Lendo 24/03/2015
Resenha: My Life Next Door
Para essa terça-feira nós temos a resenha de My Life Next Door (Minha Vida Mora ao Lado). Esse é o romance de estreia da Huntley Fitzpatrick, uma mãe de seis que já trabalhou no campo acadêmico e editorial da Harlequin. E, atualmente, meu YA preferido.
Mais uma compra aleatória que rouba meu coração! Achei o livro na amazon BR, em inglês mesmo, e não resisti. Coloquei no carrinho de compras e comecei a ler assim que chegou em casa. Foi a melhor decisão da minha vida! Aliás, foi o verão da minha vida!
Samantha mora em uma pequena cidade litorânea de Connecticut e é a filha mais nova de uma senadora, Grace Reed. No verão que antecede seu último ano no colegial, a mãe de Samantha está se preparando para as eleições de novembro e sua irmã está passando o último verão antes da faculdade em Vineyard, longe da família.
Os Reed são vizinhos dos Garrett, uma família com oito crianças e que é muito reprovada pela comunidade local. A mãe de Samantha especialmente. Ela odeia como eles são barulhentos, como deixam brinquedos espalhados pelo quintal e como eles lembram a família do pai de suas filhas, o homem que a abandonou grávida e com um bebê de apenas um ano.
Mas nada disso impede que Samantha, a filha perfeita, fique observando os Garretts da janela de seu quarto. Ela gosta de como eles são unidos e amorosos e felizes, de como as coisas parecem aconchegantes por lá. Tudo que não acontece na sua casa.
"Os Garretts eram minha história para dormir, muito antes de eu descobrir que faria parte dessa história."
Quando ela conhece Jase, é rapidamente dragada para dentro dessa numerosa e feliz família. Sam nunca foi tão feliz quanto nesse verão em que vive uma vida dupla.
Preciso dizer que no começo eu fiquei meio receosa, porque a própria capa do livro já anuncia. "A boy. A secret. A choice." e é claro que milhares de coisas passaram pela minha cabeça. Inclusive essa parte do segredo, que eu morri de medo de ser o mesmo dos milhares de outros YAs. MAS NÃO FOI!
Fiquei feliz também ao descobrir que esse segredo e essa escolha eram apenas uma parte da história, não ela toda, o que deu muito mais espaço para o desenvolvimento dos personagens. Foi feito de uma forma tão bonita e tão bem pensada que Jase e Sam não poderiam ter soado mais reais.
O livro tem esse senso de proibido até a metade da história, que deixa tudo tão empolgante e emocionante. E a Sam poderia ser uma personagem que eu odiaria facilmente se eu não estivesse na cabeça dela. Estar na cabeça dela durante todo o livro tornou a experiência incrível e acho que nunca me identifiquei tanto com um personagem do que fiz com ela, nem com a Cath em Fangirl ou a Bliss em Perdendo-me. A Sam era eu!
Ela não gosta de conflitos e tenta não fazer com que as pessoas se sintam mal. Ela raramente discute com a mãe, porque sabe que no fim não vai valer a pena e, por isso, é vista como a filha perfeita. Mas ela é muito inteligente, ela tem muito a dizer e quando ela está com os Garrets ela é a pessoa que sempre quis ser.
O Jase é incrível, nada daquele mocinho misterioso que quando você termina o livro fica querendo mais porque ainda não sabe o suficiente sobre ele - o que acontece em praticamente todos os YAs únicos quando eles não tem um pov. Você fica querendo mais do Jase simplesmente porque ele é incrível e real!
"Mas aqui está a verdade: nos filmes nunca é tão adorável quanto é aqui e agora com Jase."
Na parte dos Garretts, ainda, temos os dois irmãos mais velhos (o Jase é o terceiro) Joel e Alice, mas são os mais novos que roubam a cena. Os meninos do meio, Duff e Harry, não ganharam muito destaque, mas a menina do meio, Andy, e o mais novo, George, roubavam cenas!
Cada vez que a Andy abria a boca para falar ou vivia seu draminha adolescente eu não podia me impedir de sorrir para como Jase e Sam lidavam com isso, ou como o George É A CRIANÇA MAIS ADORÁVEL DO MUNDO.
Ele realmente rouba cenas, como no começo quando ele pergunta se a Sam vai casar com ele ou depois, quando ele diz que ela pode casar com o Jase, porque ele não molha a cama. O George sempre tem uma resposta incrível pra tudo e a maneira com a qual ele chama a Sam de Sailor Supergirl por causa do uniforme dela do trabalho é a coisinha mais adorável do mundo. Queria poder morder ele!
"O Jase vai casar com você?"
Eu começo a tossir de novo. "Uh, não. Não, George. Eu tenho apenas 17 anos." Como se isso fosse a única razão pela qual não estamos noivos.
"Eu tenho isso tudo." George levanta quatro, ligeiramente sujos, dedos. "Mas o Jase tem 17 e meio. Vocês poderiam. Ai você poderia morar aqui com ele. E ter uma grande família."
O fim do livro fica um pouco sombrio e eu entrei em desespero quando o segredo surgiu. Porque eu, assim como a Sam, não conseguia ver como aquilo tudo poderia acabar bem. O desespero dela foi o meu, assim como as dúvidas. Eu queria ter batido na Huntley.
Outro ponto positivo para o livro é que ele não é aquela coisa de YA comum que a gente vê nos livros da Rainbow ou do John (não que não sejam bons, claro). Ele é um YA, mas tem uma maturidade incrível, o que torna a história densa e bem construída.
Trazer o mundo da política para dentro dele foi um grande YES para a Huntley, também. A gente se envolve com a relação entre a Sam e a mãe e como a política tem um grande efeito no momento que elas vivem, um pouco separadas uma da outra. A mãe dela é uma Republicana e a Sam tem alguns problemas com isso, porque ela não acredita realmente na posição da mãe, do partido ou de tudo aquilo.
"Você está caminhando ao longo desse caminho, deslumbrada com como isso é perfeito, como você se sente ótima, e então só algumas curvas na estrada e você está perdida em um lugar tão ruim que nunca poderia ter imaginado."
E o fato de não terminar com uma solução mágica para a relação das duas só me deixou ainda mais feliz, sentindo ainda mais a realidade dos fatos.
A escrita da Huntley é calma e instigante, criando um diálogo fácil e crível. Você consegue realmente imaginar um casal, uma família e um grupo de amigos interagindo exatamente como ela descreve. Huntley Fitzpatrick coloca emoção nas palavras, domina a reação dos personagens e conduz a história de modo reflexivo e bem humorado. Sem contar a capacidade dela em planejar os capítulos para terminarem de uma forma que você QUER o próximo o mais rápido possível.
No livro a gente também conhece o Tim, o irmão gêmeo da melhor amiga da Sam que acaba se desenvolvendo muito bem. Ele é um personagem secundário que cresce formidavelmente ao longo das páginas e eu ACABEI DE DESCOBRIR QUE TEM UM TERCEIRO LIVRO NO UNIVERSO DE MY LIFE NEXT DOOR (MINHA VIDA MORA AO LADO) QUE CONTA A HISTÓRIA DELE!
"Porque todas as garotas gostosas querem os atletas e os garotos bonzinhos? Nós, os perdedores, somos os que precisamos de vocês."
Sim, Tim e Alice (a irmã mais velha de Jase) retornam em um livro chamado Boy Most Likely To pelo qual eu estou morrendo de vontade de ter em mãos!
O livro está marcado para sair no outono desse ano lá fora, ou seja, na nossa primavera. Ele é o terceiro no mesmo universo, o segundo chama What I Thought Was True e tem como protagonistas personagens que a gente não conhece em My Life Next Door (Minha vida Mora ao Lado). Mas me deixou um pouco curiosa, então talvez eu compre para ler também.
E agora eu explico porque estou escrevendo My Life Next Door (Minha Vida Mora ao Lado): PORQUE O LIVRO VAI SER LANÇADO AQUI. Sim! Eu comprei a edição em inglês, mas a Editora Valentina está no fim do processo de edição do livro e, pelo facebook, disse que ele está previsto para lançar no fim desse semestre com uma capa nova e o título de Minha Vida Mora ao Lado!
Então, se vocês não leem em inglês, não vai ter desculpa para não ler esse! Estou super empolgada para ver o trabalho que eles vão entregar, levando em consideração como eles tem feito edições muito legais para o seu catálogo! E, é claro, se você acompanhar o blog e a nossa fanpage, vai ficar sabendo sobre a pré-venda e o lançamento!
E AI TODO MUNDO VAI PODER LER ESSE LIVRO E AMAR ELE E VER COMO DÁ SIM PARA ESCREVER SOBRE A VIDA COTIDIANA DE FORMA INTRIGANTE, EMPOLGANTE E BELA.
E sim, eu tô gritando enquanto escrevo isso porque eu estou simplesmente apaixonada por esse livro. Tem lugar especial marcado no fundo do meu coração.