Quando a Bertrand anunciou o lançamento desse livro no ano passado fiquei bastante curiosa e relativamente feliz, porque adoro elfos e ainda que receosa quanto a possibilidade da autora chamá-los de fadas estava curiosa para ler. Lembro que comprei o livro pouco depois de ter lançado, mas só agora com o lançamento do livro dois pude finalmente ler. A história criada por Gillian Summers é rica e nos leva a um mundo único, inovador e curiosa, com uma mitologia cercada de mistérios.
Keelie Heartwood não acredita que sua vida possa mudar tanto do dia para a noite. Obrigada a mudar da Califórnia após a morte da mãe a garota mal acredita no ambiente que encontra quando chega ao Colorado acompanhada da advogada responsável por levá-la até o pai. Keelie acredita que o pai abandonou ela e a mãe dez anos atrás para ir viver aquela vida nada ortodoxa de festival em festival. Lá ela encontra de cavaleiros de armadura a piratas. Pessoas com os mais estranhos trajes, princesas, orelhas pontudas, tavernas. Todo o lugar parece ter saído das páginas de um livro antigo e os nomes remetem a obras conhecidas de fantasia. Keelie logo percebe que seu pai é respeitado pois só a menção de ser filha dele faz os engraçadinhos recuarem. Todos estão curiosos para ver a garota californiana se adaptar. O mundo de Keelie está em choque. Tudo o que a mãe sempre fez questão de frisar que não era real estava ali. E sua alergia estava pior. Keelie sempre acreditou que era alérgica a árvores, segundo a mãe, os delírios de que escutava as árvores falarem era causados pela misteriosa alergia. Mas Keelie logo sente a floresta, cada árvore e desde que chegou luta para entender tudo aquilo. A medida que respostas vão surgindo e segredos do passado são revelados Keelie já não tem tanta certeza se quer fugir.
A premissa é basicamente essa. Keelie perdeu a mãe e entra em conflito quando descobre que tudo o que sua mãe lhe contou é uma mentira. Ela vê tudo o que acreditava desaparecer e teme esquecer a mãe aceitando o pai e sua nova vida. Velhas lembranças de quando era criança surgem e Keelie luta para continuar vivendo para agradar sua mãe. E é esse conflito que a autora explora. Conhecemos o fascinante universo do Festival da Renascença, sua floresta e seus mistérios. O luto e o choque da protagonista se misturam a curiosidade e poucos aos poucos ela se vê afeiçoada ao pai, as árvores e a seus novos amigos.
A ambientação é perfeita e acompanhando Keelie temos personagens muito interessantes. Se por um lado as dúvidas e os receios de Keelie cansam os leitores por outro fazem a personagem crível. Afinal como você reagiria no lugar dela? Dos secundários o mais interessante é o Sir Davey. O anão é uma figura interessante e que gostaria de conhecer mais. Aliás o mesmo vale para Sean e os outros elfos. As peripécias do estranho gato preto Knot também são imperdíveis. Estou muito curiosa para saber como a autora vai desenvolver a mitologia dos elfos. Depois daquele final não sei o que esperar. A origem incomum de Keelie faz dela um mistério para os elfos. As cenas finais deixaram perguntas no ar. Em diversas cenas é possível ler as entrelinhas, e estou bem curiosa para saber o que era aquilo que foi destruído no final e qual o papel de Keelie e sua magia poderosa nisso tudo.
Leitura rápida, de ritmo agradável e fluida. A narrativa da autora é muito boa de acompanhar e o enredo é interessante e foi bem desenvolvido. Dosando o amadurecimento da protagonista e as informações que começam a formar o pano de fundo da trilogia. A edição da (...)
Termine o último parágrafo em: http://www.cultivandoaleitura.com/2013/04/resenha-filha-do-pastor-das-arvores.html