Resenhas - Olhai os Lírios do Campo

Paty 21/01/2014

Olhai os Lírios do Campo foi um livro que me leu.

Jé Barros 18/07/2021

A vida começa todos os dias
Eugênio recebe a notícia que sua amada está a beira da morte, e enquanto ele se encaminha para o hospital, Eugênio vai relembrando do seu passado desde a infância até a fase adulta.

Eugênio Fontes nasceu em uma família pobre e desde pequeno idealizou que mudaria de vida e seria o médico da família. Os pais de Eugênio trabalharam muito para lhe pagar os estudos enquanto não podiam fazer o mesmo por seu irmão mais velho Ernesto.

Eugênio se formou em medicina e conhecera Olívia de sua turma, engataram uma amizade e que depois virou amor, mas não se casaram por que Eugênio queria ser rico, ter uma carreira de sucesso, odiava a pobreza, os pobres, tinha vergonha da sua infância, da família.

Uma coisa devastadora acontece que faz o mundo de Eugênio virar de cabeça pra baixo e ele começa a sua redenção.

A história retrata os anos 30. Como era a sociedade daquela época, os pobres, os ricos, a síndrome vira-lata, debate políticos sobre Mussolini e Stalin, os trabalhos, guerras.

Livro emocionante, maravilhoso!!
A escrita do Érico é encantadora e como primeira experiência foi demais, estive em boas mãos, marquei bastante o livro.

"Olhe as estrelas. Enquanto elas brilharem haverá esperança na vida"

Tamires Durães 23/10/2022

Esperava mais...
Tendo em vista a fama do autor, iniciei a obra com grandes expectativas, falha minha, confesso! A primeira parte da obra nos faz amar odiar o protagonista, assim como, a personagem Olivia tinha tudo para ser uma das minhas favoritas na literatura, mas esta se perdeu. O começo é muito envolvente e levanta questões pertinentes e atemporais. Contudo, a segunda parte e desfecho perdem o sentido, a resolução rápida e ineficaz para as problemáticas levantadas não me convenceram. Dificilmente darei nota baixa para um livro, a menos que eu repudie e seja sem pé nem cabeça. Portanto, classifico a obra como boa no sentido de levantar reflexões acerca das classes sociais, prática médica, responsabilidade paternal, etc. Também, o pano de fundo e contexto histórico na qual a obra foi escrita favoreceriam para um grande enredo, mas este deixou a desejar. Não sei se por motivos muito pessoais, como a minha falta de fé e de religião, não me senti tocada em momento algum pelo contexto religioso e espiritual, mas devo admitir que a escrita poética de Érico e a escolha dos versos e colocações poderão encantar muitos.

Não me dou por satisfeita e quero ler outras obras do autor! :)

Aninha 31/05/2023

Reflexões sobre a vida
"Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente. São estes intervalos entre um trabalho cansativo e outro trabalho cansativo, estes momentos em que a gente pode conversar com um amigo, brincar com os filhos, ler um bom livro... O erro é pensar que o conforto permanente, o bem-estar que nunca acaba e o gozo de todas as horas são a verdadeira felicidade." (página 258)

Assim que voltei do hospital, depois de ficar internada por 3 meses, procurei uma leitura leve e achei essa obra prima. Pensa num livro delicioso de ler e que traz reflexões maravilhosas acerca da vida, dos desejos, dos sonhos e da sociedade.

Estamos na década de 1930 e nossos olhos estão sobre Eugênio e Olívia, dois estudantes de medicina, que acabaram de receber seus diplomas e compartilham suas esperanças a partir desse grande acontecimento. Por terem origem humilde, lutaram muito para chegar onde chegaram, mas cada um enxerga o mundo a sua maneira: ele duvida da existência de Deus e remói seu passado pobre e repleto de humilhações; ela, por sua vez, crê em Deus e encara a vida sob a ótica do amor e graça divinos.

A amizade deles cresce dia a dia, em cada ocorrência médica, em cada momento que estão juntos. Sem perceber, estão tecendo juntos o futuro até que uma grande decisão é tomada por um deles e tudo começar a mudar.

Se você procura leveza e uma boa trama, vai de deliciar com essa obra que, apesar de ter quase 100 anos, trata de temas tão pertinentes e atuais como nunca.

Boa leitura!


site: https://cantinhodaleitura-paulinha.blogspot.com/2023/05/olhai-os-lirios-do-campo.html

Marcos 26/05/2023

Reflexivo, porém...
Concordo com Erico, Olhai os Lirios do Campo é um romance piegas. Suas duas partes distoam bastante. A primeira mergulha no julgamento de Eugênio sobre sua vida, sua paixão e sua ambição. O autor quis construir seu personagem levando em conta sua história e o diálogo dessa com o tempo presente em que passa a história. Já na segunda parte, busca mostrar os motivos para o título do livro. Eu fiquei com uma impressão de que o autor tentava justificar o porquê para se crer na vida, em oposição ao niilismo que se encontra no próprio Eugênio da parte um, em Simão e em Seixas. Por mais que essa crença na vida tenha base no cristianismo, por isso o título do livro, os personagens que traziam perspectivas diferentes me pareceram mais consistentes. Foi como se o fundamento do argumento para se crer na vida fosse derrubado mesmo o autor tentando justifica-lo com as histórias da segunda parte. A maioria dessas, inclusive, me pareceu descartável.
Nem por isso é um livro ruim. A história de Dora e Simão, por exemplo, me pareceu muito boa. Embora eu tenha de admitir que seu fim, com Filipe e Simão sendo "deixados de lado", tenha me incomodado. Eu gostaria de ter visto um desenrolar mais consistente e não um "o tempo é remédio para tudo".
É um bom livro, mas nem se compara com Incidente em Antares. Muito mais consistente e trabalhado.

samuca 30/05/2022

Meditar aquela passagem...
Faz muito tempo que queria ler esse livro, pelo título e os comentários positivos e de fato gostei da obra.

Essa história retratada na década de
1930. O olhar do autor que escreveu nessa época. Na obra, conhecemos Eugênio, homem de origem humilde, estudante de medicina e ambicioso com o sonho de mudar de vida.

Um médico e sua jornada, suas experiências vividas, seus medos. Um livro cheio de sentimentos.

Denise Ximenes 03/06/2022

Melhor trecho do livro!
"Estive pensando na fúria cega com que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época.

Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura. De que serve construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles? (...)

É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções.

E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu."

Craotchky 30/04/2017

Verissimo, remorso, redenção
"Aquela manhã Eugênio saiu para a rua em lua-de-mel com o mundo."

Este é o quinto livro do autor que leio e o quarto resenhado aqui. Como eu já disse antes, as histórias de Erico são simples, sem grandes enredos, sem grandes acontecimentos, sem reviravoltas surpreendentes, não têm nada de extraordinárias, é apenas a simples narração da vida de suas personagens. Porém agora percebo as coisas de forma diferente, melhor; a vida em si tem algo de extraordinária, algo de inexplicável, e as histórias também.

Olhai os lírios do campo me lembrou Um dia. O grande dilema aqui, assim como em Um dia, é o remorso por um passado que já não pode ser mudado. Assim como faz em Um lugar ao sol, Erico é inapelável na sua divagação e crítica sobre a condição humana num mundo impermanente, imperfeito, impiedoso e efêmero. O livro é recheado de passagens marcantes, diálogos ricos e conteúdo vasto para a reflexão.

Erico, é meu autor nacional favorito, cada vez mais favorito. Admiro-o e, não posso evitar, invejo-o. Como é possível alguém escrever, explorar, desnudar com tanta destreza, perícia, domínio, algo tão intangível, abstrato até, como é a existência humana? Como é que se atinge essa sabedoria? Será a maturidade, a vivência, as experiências de vida que o tempo nos traz? Ou será uma espécie de aptidão imanente ao homem?

Valorizo minha sensibilidade que, por vezes, me transforma num alvo fácil para o mundo. Essas minhas paixões, minhas obsessões, meus exageros que permitem que eu me encante por um assunto que desperta meu interesse. Essa coisa que permitiu que eu me jogasse no amor por uma garota e por isso cometesse erros que ainda cobram seu preço com juros; isso que me constitui, que me permite ser intenso nas coisas, que me permitiu chorar lendo este livro; essa coisa sem nome que me permite escrever isso agora.

Ou será tudo isso charlatanismo de pessoas que disseminam essas invencionices e um punhado de palavras bonitas? Ou, como no próprio livro é sugerido, tudo isso é uma construção de "românticos" covardes que temem encarar a vida como ela é?, o quase tal indivíduo que Nietzsche chamará de niilista: aquele que nega a vida real e prefere utopias, ideias de mundos melhores porém inexistentes.

Em pensar que gradativamente as pessoas perdem essa parte importante, essa especificidade em extinção num mundo rotineiro e robótico que é este. E quando estas se deparam com aquelas, sensíveis, intensas, exageradas, ainda estranham! Você! Cuidado para não ficar insensível, perder a capacidade de se encantar com as coisas, perder a capacidade de ter uma felicidade inútil, perder o essencial. Cuidado.

"Talvez daqui a muitos anos nós nos lembremos desta hora com saudade."

Cristiane 02/12/2022

Olhai os lírios dos campos
Li este livro no século passado, eu tinha meus dezessete anos... Hoje tenho 53 então.... Foi uma excelente experiência porque na época eu fiquei atenta ao triângulo amoroso: Eugênio, Eunice, Olívia... Às canalhices de Eugênio. Hoje pude observar as reflexões e o amadurecimento de Eugênio. Os problemas sociais do país, a questão da saúde pública e o quanto o SUS faz bem a população. Eu sou fã incondicional de Érico Veríssimo, em minha juventude li quase todos os seus livros e pretendo relê -los. Este livro não é o meu preferido deste autor, mas é uma leitura maravilhosa!

Gabriel.Silva 03/09/2021

MARAVILHOSO !!!!
Olhai os Lírios do Campo relata a história de Eugênio que tem uma família pobre e bem humilde. Com o passar dos anos ele cursa a faculdade de Medicina e pela influência de amigos o Eugênio quer a todo custo ter sucesso, dinheiro. Porque seu amigo é rico, e ele tem o desejo de ser rico também e ter ascensão na vida. Eugênio conhece Olivia uma mulher que assim como ele cursou na faculdade de Medicina, ela era pobre e humilde. Nisso resulta uma paixão, Eugênio se vê apaixonado por Olivia. Mas Olivia precisa fazer uma viagem. Nesse tempo sem Olivia, Eugênio conhece Eunice uma mulher rica e gananciosa. Eugênio começa a ter interesse pela Eunice, mas não se compara ao amor que ele sente pela Olivia, Eugênio quis ter ambição e colocou o dinheiro em primeiro lugar.Eugênio é médico e chegou aonde tanto queria. Mas com a volta de Olivia ele vê o que realmente importa. A felicidade não está no dinheiro, no sucesso, mas está nas relações de criatura para criatura. A felicidade está nas coisas simples que o dinheiro não compra.

"A vida começa todos os dias."

"Considerai os lírios do campo.Eles não fiam nem tecem e no entanto nem Salomão em toda a sua glória se cobriu como um deles." (Lucas 12:27)

Erico Verissimo foi um dos escritores brasileiros mais populares do século XX. Ele nasceu no Rio Grande do Sul. Ganhou diversos prêmios por sua obra literária, dentre eles o prêmio Jabuti.

Erico Lopes Verissimo foi um dos mais renomados romancistas brasileiros. Fez parte da segunda fase do Modernismo. "Olhai os Lírios do Campo" é considerada sua obra prima.

Olhai os Lírios do Campo é um clássico da literatura brasileira, o livro traz uma história para reflexão, que o importante não são as coisas materiais, o essencial são os valores e as qualidades que cada ser humano tem. A felicidade se resume na simplicidade.

Arsenio Meira 21/01/2014

esquecimento e penitência

O sujeito que esquece Érico Verissimo, deveria pagar penitência.
Principalmente 'Olhai os Lírios do campo'. Um livro que nos lê, conforme definição genial de Patty;D. Esqueci e pagarei minha pena agora: vou ouvir - sem direito a intervalos - três "canções" do "grupo" É o Tchan. Isso é que é castigo, em minha lúdica opinião.

Denise.Marreiros 30/01/2021

Num primeiro momento o protagonista me deixou irritada e extremamente desconfortável com seu comportamento e sua mentira de olhar a vida e as pessoas ao seu redor.

Eugênio é egoísta e sua maneira crua e desprovida de beleza de olhar a vida, o torna desconfiado e amargo. Ainda que receba amor, admiração e afeto, sua reação natural é de desconfiança e as vezes de asco.

Dotado de um complexo de inferioridade incorrigível, exige dos outros o que não pode dar e muitas vezes cobra o que não pode receber. Em uma sociedade racista, machista e elitista, é gratificante ver Eugênio sobreviver, viver e ao fim sorrir com suas escolhas.

O caminho nem sempre é fácil, o percurso é duro e árduo mas em meio as nossas buscas é sempre importante parar, respirar e observar ainda que por um instante a beleza natural e gratuita dos lírios do campo.

Mandark 03/07/2021

Reflexivo...
Não é o tipo de história e de narrativa que arrebata e te faz virar as páginas de forma desesperada, mas eh uma narrativa sóbria, envolvente no sentido de criar imagens belas e de levantar assuntos importantes e que nos levam a constante reflexão. Eugênio é o tipo de protagonista que inicialmente odiei... Mas que foi me vencendo pelo cansaço, me levando a admitir que no final das contas, sou mais parecido com ele do que gostaria. No final das contas, todos nós somos um pouco "Eugênios", "Seixas", "Eunices", "Olívias"... As multiplas facetas da humanidade estavam ali, garantindo que realmente Érico Veríssimo era um gênio que me ganhou nessa história, mesmo que a contragosto.

Michele 04/08/2021

"Gosto da solidão porque ela nos convida a exames de consciência"
No geral, gostei do livro. Achei a primeira metade mais empolgante, e não vi em Eugênio essa pessoa tão odiosa que muitos veem, mas sim um homem egoísta, que se importa com sua ascensão mais do que tudo, assim como muitas pessoas. Já na segunda metade, a história ficou um pouco repetitiva, perdeu o ritmo e, pra mim, faltou algo. Eugênio mudou muito, mas as relações dele com a filha e com Olívia, os grandes motivos dessa mudança, foram pouco exploradas, e isso me impediu de acompanhar a construção desse novo homem: ele, do nada, estava lá.

Mesmo assim a leitura foi proveitosa, pois traz reflexões interessantes sobre dar valor às coisas que deveriam servir de base pras relações humanas, como empatia, amor e compaixão.