Maravilhas do Conto Universal

Maravilhas do Conto Universal H. G. Wells...



Resenhas - Maravilhas da Ficção Científica


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Henrique Fendrich 09/02/2020

O 29º livro que li dos 30 da coleção "Maravilhas do conto" foi esse voltado à ficção científica, um gênero no qual eu ainda não tinha quase nenhuma experiência.

Logo de cara, o que me chamou a atenção é o risco desses contos em se tornarem datados. Trata-se, afinal, de uma coletânea dos anos 50, quando o ser humano ainda não havia ido à Lua. O conto que abre o livro é justamente uma ficção sobre a primeira hora do ser humano na Lua, coisa que, hoje sabemos, não se deu da forma que foi escrita. Em outros contos, há alusões à vida inteligente em Marte, coisa que hoje, com a ciência atual, está praticamente descartada.

Seja como for, a maior parte dos contos ainda fala de um futuro que ainda não chegou, quando as viagens interestelares serão uma realidade. A conquista do espaço é, realmente, o mote da maior parte dos contos, às vezes pelo ser humano e às vezes por outros seres que chegam até a Terra.

Um dos mais fantásticos que achei é “Arena”, de Fredric Brown, quando há um curiosíssimo conflito, em uma dimensão paralela, entre um terráqueo e um alienígena, tudo sob a orientação de algum ser superior. O célebre Isaac Asimov também marca presença com destaque, pois o seu “O pequeno robot perdido” tem um dos enredos mais criativos e é um dos que vai mais longe na imaginação de como será a realidade que nos espera, em contexto interplanetário e robótico.

Também há H. G. Wells, é claro, com “A estrela”, que mexe com alguns dos grandes medos modernos, ou seja, o de que venha alguma coisa do céu que afete terrivelmente a vida na Terra. “Caminho de fuga”, conto de William F. Temple, também é interessante, pois mexe com outro dos nossos fetiches, a “máquina do tempo”, e o usa como meio de alcançar uma espécie de “terra de remissão”, o paraíso que o velho Adão nos fez perder, muito embora venhamos, depois, a nos decepcionar com tal lugar.

“O homem que Vênus vai condenar”, de Alfred Bester, é meio maluco, ou talvez bastante maluco, aliando poderes absurdos com conspirações governamentais, tudo isso conduzindo a uma dimensão paralela, mas é também um conto que se lê com interesse. “Filogenia às avessas”, de Amelia Reynolds Long, eu classificaria mais como conto “fantástico”, na sua tentativa de, sob hipnose, revelar verdades insuspeitas sobre a cidade perdida de Atlântida.

“As respostas”, de Clifford D. Simak, que encerra o livro, apresenta uma inusitada sociedade intergaláctica “pós-humana”, ao mesmo tempo em que se descobre uma colônia perdida de humanos que encontraram a paz e a bem aventurança ao admitirem que nada faz sentido e que tudo é objeto do acaso.

Os contos em geral são bons de ler, com exceção de “Bucólica”, de A. E. Van Gogt, que para mim foi praticamente impossível concluir e que, por isso, merece essa menção pouco honrosa.

Eu apenas esperaria que os contos fossem um pouco mais “filosóficos”, como o conto de Simak foi, e talvez que espelhassem um pouco mais a realidade atual, a fim de comparação dos rumos que a humanidade vem tomando. Mas isso são apenas preferências pessoais.
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