Inara 13/04/2012
Um romance espírita que convence pela simplicidade!
A Escolha, primeiro livro de Eduardo França, lançado em 2011 pela editora Vida & Consciência, é o tipo de livro que convence pela simplicidade. Pensei muito em como começar a resenha desse livro, e nada me pareceu mais justo que enaltecer sua simplicidade singela que é capaz, não só de comover e ensinar, mas de alcançar o coração com sobriedade e certeza.
Regina é uma jovem do interior que se muda para a casa de uma tia na cidade grande. Ela está certa de que essa mudança lhe proporcionará um modo de crescer na vida. Logo na chegada, ainda na rodoviária, ela conhece Danilo, um jovem empresário, neto de um renomado médico de São Paulo. Eles trocam algumas palavras e Danilo lhe estende um cartão com seu nome e telefone.
Quando chega à casa da tia, Regina começa a fazer parte da rotina da família, ajudando nos afazeres domésticos. Sua tia, Caetana, é uma mulher amarga, atribulada, com mania de grandeza. Ela dá plantões no hospital, como enfermeira, e, assim, aceita a nova hóspede apenas porque assim ficará livre das responsabilidades com a casa.
Luís é o tio de Regina, um homem de bom coração, preso na rotina de amargura imposta pela esposa. Ele acolhe Regina de braços abertos e logo trata de inculcar na moça, mesmo contra a vontade da esposa, que não quer perder a empregada, a ideia de conseguir um emprego e voltar a estudar.
Ana e Gustavo são os filhos de Luís e Caetana. Ana é uma menina rebelde e um tanto arisca, mas Regina logo perceber que esse seu jeito é apenas uma forma de se proteger das oscilações de humor da mãe. Gustavo, por sua vez, é um jovem calmo, atencioso, amoroso. Ele vive oprimido pela mãe, que o quer ver formado em advocacia e dirigindo um carro. Mas, na verdade, Gustavo quer ser médico e tem verdadeiro pavor em dirigir, já que tem sonhos estranhos e apavoradores envolvendo um acidente.
Com a ajuda do tio, Regina logo volta à escola e consegue um emprego em um mercado. Regina perdera o telefone de Danilo e não conseguira falar com ele; ela terá uma segunda chance ao descobrir que o dono do mercado onde trabalha, na verdade, é Danilo, que passara algum tempo fora em uma viajem de negócios.
Enquanto Danilo fazia sua viajem, deixara o mercado aos cuidados de Beto, seu primo. Beto é um doidivanas, um conquistador. Assim que vê Regina, ele a deseja para si, sem saber que ela é a mesma moça que Danilo encontrou na rodoviária e de quem fala há dias. Mas ele logo entende a situação quando Danilo retorna e reencontra Regina, e ambos logo começam a se encontrar.
Mas Beto está cego para qualquer outra coisa se não o desejo que sente pela moça. Com a ajuda de Vera, patroa de Regina e braço direito de Danilo, ele não desistirá enquanto não conseguir separar o primo e Regina.
O livro começa assim, de mansinho, e vai nos conquistando aos poucos. A história é intricada e envolve muitos personagens, o que torna difícil resumi-la com precisão sem revelar detalhes importantes. Todos os personagens estão, de alguma forma, ligados, e o autor explica isso no decorrer do livro, dando-nos explicações consistentes a respeito da reencarnação e das consequências advindas das escolhas que fazemos, resultado do nosso livre-arbítrio.
Eu não posso dizer que sou espírita, já que tenho apenas um conhecimento mínimo dessa doutrina, embora acredite em algumas coisas. No entanto, gosto de livros que tratam dessa temática, envolvendo personagens e um enredo. Na verdade, A Escolha é o segundo livro que leio que segue essa temática mais de perto (já li “Alma de Mulher em Corpo de Homem” (Afonso Moreira Jr.) também).
O autor consegue amarrar a história muito bem, e eu confesso que fiquei de boca aberta em boa parte do livro. As lágrimas também vieram mais para o final, e posso dizer que o livro emociona e faz pensar de um modo que poucos conseguem. Vocês sabem que eu gosto de livros que trazem ensinamentos, uma mensagem. E Eduardo França faz isso de uma maneira que emociona. Talvez por isso, eu tenha gostado tanto da leitura.
A única coisa que me decepcionou um pouco foi que o autor, em determinadas partes do livro, correu muito com a narração, sem me permitir saborear um pouco mais cada um dos acontecimentos. Eu adoro livros bem escritos, vocês sabem, e acho que faltou um cuidado maior no desenvolvimento de alguns dos acontecimentos do livro. Apenas por isso, eu dei 4 estrelinhas lá em cima.
Fora isso, o livro é surpreendente e apaixonante. Se você é conhecedor da doutrina, ou apenas um curioso, como eu, vai adorá-lo!
::Recomendo!
Resenha completa em: http://lerdormircomer.blogspot.com.br/2012/01/escolha-eduardo-franca.html