Beleza e tristeza

Beleza e tristeza Yasunari Kawabata




Resenhas - Beleza e Tristeza


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Gi 03/01/2024

É belo. É triste.
Esse é o primeiro contato que tenho com a escrita do Kawabata. De antemão digo que gostei do que li. Mesmo sendo um livro clássico, é simples, de linguagem acessível. No romance, temos a presença forte da pintura, das sensações, explicitadas nas figuras de Otoko e Keiko, e também da literatura. O surpreendente desse livro é que, apesar de ter sido publicado nos anos 60, traz à tona os sentimentos de keiko por otoko com muita naturalidade. Esse é o estilo de livro que contém uma narrativa mais introspectiva, sem grandes reviravoltas. O narrador nos leva por detalhes da cidade de Kyoto, por detalhes da história, pelos sentimentos dos personagens, suas ideias, e a dor; a dor da perda de um filho, de um amor, de si.
É trágico,
melancólico
e belo.
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Marcos606 17/12/2023

O famoso romancista Oki Toshio viaja de sua casa em Tóquio para Kyoto. Ele desenvolveu um desejo sentimental de ouvir os sinos do templo da cidade tocarem no Ano Novo ao lado de sua ex-amante Otoko. Eles não mantêm contato há mais de vinte anos, mas Oki recentemente viu uma foto dela em um artigo de revista sobre seu trabalho: ela é uma pintora de sucesso. Ele quer ver se ela manteve a qualidade de inocência que o atraiu pela primeira vez. Oki não é apenas um antigo amante. O caso deles terminou mal quando Otoko engravidou e Oki a abandonou.

Otoko não se recusa a vê-lo. Ela envia sua bela protegida e amante de dezenove anos, Keiko Sakami, para cumprimentá-lo. Oki está ao mesmo tempo entusiasmado e perturbado com o relacionamento delas.

Otoko e Oki discutem o romance mais famoso de Oki, 'Uma Garota de Dezesseis Anos', que é baseado no caso que eles tiveram. Otoko se reconhece no romance, mas acusa Oki de deixar de lado o sofrimento psicológico que para ela foi a principal experiência do relacionamento deles.

Fica claro que Keiko - que, naturalmente, leu o romance - tem ciúmes fanáticos de Oki e do poder que o homem mais velho ainda tem sobre sua mentora e amante.

Num ambiente sempre muito equívoco, os personagens oscilam entre relações físicas e espirituais. Estética da arte japonesa entre o figurativo e o abstrato. As mentalidades progridem no caminho da perdição consciente, movidas pelos seus impulsos sensuais, da contemplação à vingança.
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bi-a 20/06/2023

Delicadamente amargo. Uma pintura em forma de prosa
Como um quadro, Yasunari Kawabata vai pintando, da forma mais delicada possível, camada após camada de uma obra de arte sobre um amor trágico vivenciado por duas pessoas no passado e que traz à tona temas como solidão, dor, luto, obsessão e vingança. Ao mesmo tempo, o autor, com uma literatura fincada numa tradição japonesa clássica, nos descreve um rico conteúdo da cultura histórica do Japão, suas artes, seus sabores, costumes e paisagens. Definitivamente, terminei o livro querendo conhecer Kyoto. Aqui, o tempo não flui como o tempo físico ou como um tempo metafísico, mas é apresentado como que o tempo interior de cada ser humano flui a partir de acontecimentos que nos marcam de forma inesquecível, comparando esse tempo a um rio que pode estagnar-se em épocas gélidas ou escoar ,no seu ritmo, nas demais estações

Esse livro aqui é repleto de diálogos interessantíssimos, as associações com a arte são maravilhosas. Amei muito porque também pinto, e me senti muito conectada nessas partes. A escrita é fluída e delicada, ao mesmo tempo em que aborda o erotismo e trata o amor sáfico. O título foi certeiro para a obra. Realmente, só achei que ficou devendo no final. Mas vale muito, muito a pena ser lido e relido. É um livro delicadamente amargo é assim que o defino.
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Camila 29/05/2023

"Às vezes, é preciso de um veneno para neutralizar outro"

Esse é um livro extremamente sensível de se ler, já que o autor aborda muitos aspectos artísticos das artes plásticas, monumentos históricos e da Literatura. É uma leitura que te transporta para Kyoto dos anos 60/70 e te deixa tão absorto, que a cada cena descrita pelo autor, faz você se sentir presente naquele lugar com aquelas pessoas. Leia degustando e absorvendo cada palavra, sublinhe, rabisque, volte e leia novamente - há trechos lindíssimos sobre o luto, o rompimento de relações e como esses sentimentos perduram por toda a vida.
Um trecho que marcou muito a impressão que tive do livro é "Se o tempo flui igual para todos os seres humanos, cada ser humano flui no tempo de maneira diferente". Talvez o tempo não seja capaz de curar todas as feridas, afinal.
Tiro meia estrela apenas por não ter ficado completamente satisfeita com o último capítulo, mas repito que esse livro é um processo, leia devagar e leve tudo que possa te agregar dele.
As tramas e o desenrolar da história sugerem a visão de que destruir o que pode ser, é a melhor maneira de preservar o que poderia ter sido (sugiro fortemente ler a resenha de Christian Dunker para a Quatro Cinco Um).
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Rosie 19/05/2023

Este ano eu decidi começar com uma meta de leitura mais focada na Literatura Asiática, em grande maioria está sendo a literatura Japonesa.

É minha primeira leitura de uma obra do Kawabata e posso sentir o peso que esse autor tem no mercado. Eu sinto que acabei de ter uma aula de história japonesa hahaha

Kawabata não só nos entregou um romance nessa obra, nos deu uma aula de história, geografia, culinária e de vestimentas japonesas. É sensacional como tudo isso se encaixa na história.

Já a história em si se trata de um triângulo amoroso, na qual estava a tempos congelado até uma chama reacender, mas não se enganem que aqui temos mais tristeza que beleza.

Não posso ter certeza, mas vejo que a relação da palavra "beleza" nesse livro seja a relação histórica do Japão, dos cenários e ambientação que são nos dito. Já a palavra "tristeza" seja de fato o romance gerado entre os personagens.

Um incomodo, que frequentemente é visto na literatura asiática, é o espaço de tempo entre as idades dos personagens. Estamos falando de uma adolescente de 17 anos se relacionando com um homem adulto de 30 anos, casado e com filho. Já no presente temos o mesmo acontecendo entre uma garota entre seus 17-19 anos com uma mulher de 45-50 anos.

É visto e o leitor sente a obsessão dos personagens e como eles sentem que todo o relacionamento, de ambos lados, é prejudicado.

Sinto que Oki começou tudo isso com a Otoko; eventualmente afetou a vida e emoção da esposa; e, consequentemente afetou a Keiko. Porém, como não consigo defender esse pensamento? Não sei se é realmente isso que eu acho.

No final do livro, algo que já no penúltimo capítulo eu sabia que seria um final aberto e que deixaria o leitor com enormes dúvidas não respondidas, percebi que o Oki sabia desde o início; desde a primeira visita da Keiko na casa dele, que ela faria o que faria, por isso não achei surpresa a calmaria dele quando descobriu sobre filho nas últimas páginas.

Acho que a Keiko queria fazer o Oki sofrer, da mesma forma que ele fez a Otoko sofrer, só não imaginava que Oki fosse tão egoísta após não esbanjar nenhuma surpresa ao saber sobre o filho.

Por fim, quero só trazer uma questão de: Keiko é de fato uma vítima dos homens aqui? Keiko realmente era só uma garota de 17 anos se envolvendo com homens com +10 anos de diferença da idade dela? Ela realmente foi uma vítima aqui, como a Otoko? Qual era de fato o objetivo da garota ao se relacionar com estes homens. Era vingar Otoko de toda a dor que ela sentia pelo Oki ou era por que ela própria gostava disso?

Apesar de não sentir qualquer simpatia pelo Oki, tenho uma opinião de que Keiko também é uma pessoa narcisista, obsessiva e um pouco psicótica também.

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"O tempo passou. De maneira diferente para cada pessoa, seguindo fluxos diversos. Como um rio, em certas ocasiões ele escoava rápido e, em outras lento. Acontecia também de não fluir, estagnar-se. Ainda que o tempo cósmico siga na mesma velocidade para todos, o tempo humano varia para cada um. Se o tempo flui igual para todos os seres humanos, cada ser humano flui no tempo de maneira diferente."

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Obrigada por ler, se cuide :)
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Isa 07/04/2023

Cultura japonesa
Livro bem descritivo, muitas referências da cultura japonesa. Tem descrição das paisagens, das obras das protagonistas que são pintoras etc.
Eu esperava um maior protagonismo de Otoko, mas a estória é muito bem contada e com um final que eu realmente não esperava?
Recomendo muito a leitura.
Aumentou a minha vontade de conhecer o Japão.
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Jade.Willem 19/02/2023

O amor entre duas mulheres
Começo a resenha comentando sobre Kawabata ser um escritor que fazia parte do movimento neo sensorialista, ou seja, buscava recriar a realidade a partir de sensações e emoções, portanto sua escrita é bem lírica e poética.
Beleza e Tristeza é, a princípio, sobre a relação de Otoko e Oki, mas com o decorrer da leitura, percebemos o romance entrelinhas de Otoko e Keiko, sua aluna. O livro aborda diversas questões como traumas, estética visual em relação ao corpo feminino (a própria Beleza do título), além de conflitos internos presentes em cada um dos personagens (a Tristeza). Leitura interessantíssima e material pra várias análises sociais e culturais do Japão e até mesmo da sociedade mundial pré-moderna.
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vivi 13/02/2023

Arte em sua pura forma
Como admiradora do Kawabata, eu peguei este livro pra ler com expectativas gigantescas e um medo incomum de desgostar dele; eu queria amar esse livro. E posso dizer com toda a certeza que eu o amei do início ao fim. A escrita do Kawabata já é mágica, mas em Beleza e Tristeza é como se ele descobrisse o epítome de seu estilo narrativo, porque o livro inteiro é uma obra de arte! Cada palavra escolhida, cada cena narrada... É tudo belo e triste ao mesmo tempo. Apaixonante de ler, uma narrativa a se admirar! Confesso que a escrita do autor vira quase protagonista dessa experiência literária.
Em relação á história, que complementa essa narrativa melancólica, surpreende em níveis enormes! Os personagens são tão complexos e seus desejos ainda mais, as suas vidas se entrelaçam umas nas outras de formas que não esperava. O erotismo, sempre presente nas obras do Kawabata, toma sua forma mais melancólica nesse livro, além de trazer um contato bem inesperado com o amor sáfico.
Eu amei e favoritei o livro! Ver como o título é a descrição perfeita da vida desses personagens e a complexidade de sentimentos que ele traz foi incrível!!
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Maria17984 11/02/2023

Beleza e Tristeza
Beleza e Tristeza, uau! Que livro sensacional. Me prendeu do começo ao fim e a cada página que se passava eu ficava curiosa e chocada com os acontecimentos.
Pedi uma indicação á um amigo e ele me recomendou está obra de arte, falando que era uma leitura incrível e que eu iria ficar em choque com os acontecimentos, e de fato.
Ao decorrer da história conseguimos ver que as coisas que consideramos boas também são tristes, porém também se tem uma beleza nos momentos tristes.
Também vemos que uma história nunca se fica para trás, quando amamos uma pessoa de verdade mesmo, nunca há esqueceremos, mesmo com qualquer obstáculo e apesar de se passar anos e mais anos, o sentimento nunca acaba.
A única coisa que me deixou meio sem entender foi o final, que foi uma coisa meio aberta.
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Nath Mel 20/11/2022minha estante
Adorei! Eu tbm participei




31/10/2022

Uma surpresa
Esse foi o meu primeiro contato com a literatura clássica japonesa. O livro conta a história de um caso de amor extraconjugal com consequências que perduram mesmo vinte anos depois da separação dos amantes. Numa noite de ano novo, eles se encontram novamente e essa é a porta de entrada para novos personagens fazem com que suas vidas se entrelacem novamente, mas de maneira diferente.

Na minha primeira impressão do livro, eu não pude enxergar nada de bom ou interessante na obra. Na verdade julguei com muito preconceito enxergando apenas as partes problemáticas. O que é normal, já que além de ter sido meu primeiro contato com o autor, nunca havia lido esse tipo de romance.

Aos poucos, com doses de conhecimentos literários e artísticos sendo inseridas na obra através do presente dos protagonistas, eu pude contemplar o que a descrição e a ambientação tradicional japonesa tinham de belo e o que as marcas do passado de cada um tinham de tristes e melancólicos. E como o amor pode ferir e ser obsessivo ou até mesmo confundido.

Não é novidade o meu fascínio pela Terra do Sol Nascente, mas não sei se escolhi bem a primeira obra clássica para iniciar os meus estudos com clássicos orientais hahaha

É importante saber de duas coisas antes de ler esse livro:
1. Não crie expectativas positivas sobre o desenrolar da trama;
2. Você vai ficar incomodado com a leitura (pelo menos eu fiquei).

O primeiro autor de seu país a ser ganhador do prêmio Nobel no ano de 1968.
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