Luhran 28/11/2021Digna de todos os elogios possíveisWalter Hartright é professor de desenho e anos após viver no chalé de sua mãe em Londres, decide por fim aceitar uma proposta de emprego de Frederick Fairlie para ensinar sua arte para ele e suas filhas em Cumberland.
Mas antes de chegar na mansão Limmeridge, o astuto professor se depara com uma mulher coberta por um vestido branco, de touca na cabeça e um esvoaçante xalé da mesma cor, que o questiona e o intriga loucamente numa curta conversa.
O que Walter não esperava, é que a mulher de branco estava sendo procurada por fugir de um sanatório e que uma de suas alunas de Limmeridge, a bela Laura Fairlie, era praticamente idêntica a misteriosa moça que encontrou horas antes numa empreitada suspeita.
Com uma paixão proibida prestes a aflorar na mansão de Frederick, os depoimentos de Marian, Walter, Vincent e outros personagens que fazem parte deste romance misterioso serão essenciais para enxergarmos todos os lados da trama.
A Mulher de branco se faz presente em todos os caminhos neste livro narrados e causa um alvoroço em nossa curiosidade sobre seu aparecimento repentino em diversas ocasiões com teor sombrio e levemente macabro.
Numa Inglaterra machista que desmembra a figura da mulher de qualquer poder e qualquer direito patrimonial, levando-as ao diagnóstico de loucura e rebeldia para serem aprisionadas num sanatório, a mulher de branco que vaga na cidade de Cumberland causará o máximo possível para reivindicar o seu lugar nos livros sobre revolução.
A obra de Wilkie Collins foi escrita e exposta para leitores em 1859 e até os dias atuais acumula mais e mais admiradores de seu romance repleto de suspense e aflição.
Digna de todos os elogios possíveis, A mulher de branco é uma obra memorável que fecha todos os seus arcos perfeitamente e demonstra em toda sua narrativa um poder surpreendente de como prender o leitor neste enredo.