Justine

Justine Marquês de Sade




Resenhas - Justine


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Gaja Rocha 12/12/2023

Muito importante é saber separar vida e obra de um artista, escritor ou esportista.
Em se tratando do Marquês de Sade é muito difícil fazer essa separação, em Juliette tive que ter estômago para terminar a leitura!!!
Um dos maiores e importantes escritores de todos os tempos.
Nesse livro, não deixa de ser uma ficção autobiográfica, escrita quando Sade estava preso.
Em uma busca sobre o porquê das prisões que o mesmo ficou por longo tempo, fica parecendo como uma censura ao seu modo de vida "livre".
Ao contrário: processos por estrupo de mulheres e sempre (como no livro), infringindo as mulheres com estupro com sodomia (sexo anal).
Foi o primeiro livro de Sade que me "obriguei" a concluir a leitura por se tratar de um escritor de tamanha importância na literatura mundial.
O que se passa com a personagem se repete muito semelhante e igualmente com todos os seus algozes em toda a leitura.
Como não podia ser diferente, Sade viveu longo tempo de sua vida na prisão. Diferente do livro 50 tons de cinza que é ignorado pela crítica e com razão, por ser muito mal escrito e por ter alcançado grande vendagem não significa qualidade alguma, muito pelo contrário!!
Com Sade é muito diferente, muitas vezes os sofrimentos lembram a escrita de Dostoiévski.
Quem gosta desse estilo de literatura pornográfica, não tem como não gostar desse escritor que deixou um marco na literatura mundial de todos os tempos.
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Henrique 25/04/2023

O que esperar...
Há diversas boas resenhas aqui sobre este livro, mas ainda venho deixar meus dois centavos.
Este livro, como quase todos de Sade, é bastante maçante. Isto não se deve somente ao desgaste mental de ler as maldades e desgraças descritas no livro, mas ao estilo um tanto seco (e pobre) de escrita empregado pelo marquês: “fulano foi de casa para a floresta. Lá, dormiu. Depois acordou”. Não existe nenhuma profundidade ou desenvolvimento de caráter nas personagens e a escrita, apesar de cavar em possibilidades terríveis, é um tanto pueril e repetitiva: “fugi e encontrei um benfeitor --> o benfeitor é um sádico --> fugi --> mas, oh, eu não imaginava as desgraças que ainda me aguardariam --> encontrei um benfeitor --> ...”.

Se por um lado entendo perfeitamente por qual motivo as obras do Marquês de Sade tornaram-se marcantes e transcenderam o tempo, é preciso confessar que não se trata de uma grande literatura
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Marcos606 20/04/2023

Segunda versão do romance, publicada em 1791.

Justine, expulsa do convento aos doze anos por ter ficado subitamente órfã e pobre, leva uma vida de miséria e lutas pela virtude em Paris. Acusada falsamente de roubo por seu mestre, o agiota Du Harpin, ela foge. Após quatro anos é acolhida e cuidada por Rodin, tão hábil cirurgião quanto professor libertino. Muitos outros desastres seguiram.

A melhor das três versões (duas disponíveis no mercado brasileiro) da história de Justine que acompanhou toda a carreira de Sade. Os contra valores desenvolvidos por Sade são claros: egocentrismo, ateísmo e individualismo. Seu materialismo exacerbado é apresentado com perfeição e seu tratamento sempre desperta polêmica
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gabriel 21/05/2022

Chatão, com qualidades

Deve-se desconfiar de um livro cujo texto de apresentação menciona Foucault. Este queridinho das ciências humanas (a ponto do insuportável) já deveria dar a dica do que é este "maravilhoso" livro: chato, arrastado, mas com algumas qualidades, que o tornam até recomendável em certa medida.

O problema é que as qualidades estão equilibradas com seus inúmeros defeitos, é então não ironicamente um livro "equilibrado", num sentido ruim da palavra. O livro faz grande uso de recursos "ex machina", ou seja, em tradução livre, seria aquela boa e velha "gambiarra" para resolver pontos de enredo. O enredo precisa andar, mas a coisa está enrolada? Não tem problema, do nada Justine encontra a sorte grande, ganha alguns "luíses" (a moeda da época) e parte pra próxima (pra se ferrar de novo). E isso repetido ao infinito...

É um livro profundamente repetitivo, talvez um dos mais que eu já tenha lido. Ele não sai nunca do lugar, é sempre a mesma tese e os mesmos acontecimentos (com cruéis variações). A personagem é de papelão, não aprende nada, não evolui, é burra, e fica tudo na mesma. Para toda e qualquer situação, ela só repete as mesmas coisas, as mesmas ideias, sem que isso venha a acrescentar nada.

Porém o livro faz uma competente crítica da virtude, e é bem eloquente e desenvolto quando o faz. Lembra um pouco Maquiavel e há até um certo momento em que o livro toca o pensamento político, ao arriscar uma tese de que os vícios se equilibram com as virtudes, e aí no final fica tudo bem e o mundo continua girando. Uma espécie de "soma" de interesses conflitantes, resultando em saldo zero. Não que nada disso justifique colocar uma mulher nua girando uma roda, e aplicar chicotadas nela, mas tudo bem (e aí também se encerra a comparação com Maquiavel; não é um livro de teoria política).

É também notável a semelhança com o primeiro livro de "A República", de Platão, quando o personagem Trasímaco defende as vantagens da injustiça, para depois ser massacrado pelos argumentos de Sócrates, como é de costume nos textos de Platão. Mas aqui não há massacre nenhum (a não ser da protagonista), e a injustiça vence, com alguns "plots twistinhos" no final (algo bocejantes e previsíveis, isso quando não aleatórios).

O que me incomodou mesmo no livro é o grau elevado de repetição, o que me desestimulou a leitura. Livro relativamente curto, arrastei por cerca de um mês, odeio quando isso acontece.

O livro poderia ser mais divertido, com suas cenas bizarras e imaginativas (ainda que nojentas), mas acho que para chocar menos os seus contemporâneos, o velho Marquês aqui dá uma aliviada na coisa. É, então, surpreendentemente leve até a leitura, considerando o que eu já ouvi falar do autor.

Achei habilidoso como ele consegue descrever cenas de violência sem entrar em detalhes muito profundos, mas mesmo assim conseguir passar uma imagem mais ou menos clara do que está acontecendo. Neste momentos, ele dá algumas voltas e piruetas, e faz largo uso de eufemismos, mas até que funciona bem.

Não é um livro exatamente chato, mas é chato. Se é que vocês me entendem... é até um tanto fluidinho, não é uma leitura ruim. De maneira mais justa, poderia ser considerado um livro "quatro estrelas", mas para expressar a minha experiência real de leitura, deixo aqui com três, e já está de bom tamanho.

É um livro que seria ótimo se não fosse moralista. Ele, ao defender com tanto vigor a falta de moral, acaba se tornando profundamente moralista, mas ao contrário. O que, na verdade, dá um tom (involuntariamente) irônico à obra, pois não tem muito a ver você não ter moral (ou fazer uma crítica da moral) e chicotear uma mulher nua apenas pelo prazer de.

O resultado final é um livro intrigante, com ótimas passagens se tomadas isoladamente, mas que se torna chato ao ser lido de uma tacada só, pela repetitividade dele, a personagem principal nada cativante, cenas absurdas e situações tiradas do bolso, desprezando a lógica interna do mesmo (por exemplo: personagem está disposto a dissecar uma criança viva, mas liberta Justine apenas "porque sim", o livro tem que continuar...). Estes momentos prejudicam o livro, que mais bem trabalhado poderia ser brilhante.
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Gi Santos 31/12/2021

Quanta desgraça e infortúnio para uma só personagem. Acho que Justine é a pessoa menos afortunada que conheci e apesar de tudo, permaneceu virtuosa em seus conceitos. Se valeu à pena, não sei. Mas é uma narrativa interessante.
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Sonia.Fernandes 04/07/2021

Critica social
Uma forte critica a uma sociedade doente que expõe claramente como se vivia naquela época. Os fortes dominam os fracos. Ser ou não integro. Um livro angustiante que mostra como era doloroso e perigoso ser mulher no seculo xviii... Mesmo nos dias de hoje ainda ainda temos situações semelhanças com o relatado. A evolução espiritual não foi assim tanta como se desejaria....
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Anderson916 24/02/2021

Pensei que seria um livro somente de p#ataria...
...mas não, ocorre no livro varias desgraças e tormentos vivido por Justine por que simplesmente quis viver uma vida de virtude, uma vida de bem.

Seria o diabo atormentando a menina para que ela fosse como a irmã?

E por ela resistir a isso acabaria por receber inimagináveis castigos?

Amei o livro, cabe diversas interpretações... muito interessante. Me surpreendeu muito.
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Lais.Black 03/09/2020

Vale a pena ser bom em meio a uma sociedade doente?
Justine de Sade é um livro que expõe conjecturas políticas e sociais de séculos passados, porém nota-se como alguns traços ainda permanecem atuais. Nossa protagonista,que leva uma vida de pobreza, começa a viver um inferno na terra, sendo torturada, abusada sexualmente, violências sem fim(bem, é Sade né), e que apesar disso ainda possue virtude.
Já no meio da leitura, dá pra se constatar o propósito do livro para explicar a opinião de Sade, já que o livro não cansa de nos apresentar a degradação de homens pela própria espécie. E a proposta do livro tornou-se ainda mais clara ao ser uma mulher ao viver tantas violências, já que está se recusa a deixar sua honra mesmo que seja para salvar vida e até mesmo, pelo menos ao fim, a dignidade. Ser uma mulher, porque essas são influenciadas a serem boas, doces desde que nascem, afinal, é mais comum e aceitável ver um homem sendo ruim do que uma mulher.
Já havia visto uma referência sociológica, onde as pessoas possuem máscaras, e graças a essas máscaras elas podem viver em conjunto com outras pessoas. E se um mulher que não costuma sorrir para outras pessoas, mesmo que seja uma expressão facial sem motivo para ser feita, ela será uma estranha a sua espécie. Ok, fazer esse experimento realmente comprovou meu ponto.
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Marcelo 18/08/2020

O ser humano corrompido de Sade
O primeiro contato que tive com a obra de Sade foi através do filme “Salò ou os 120 dias de Sodoma”, do diretor italiano Pier Paolo Pasolini. Foi um dos filmes mais perturbadores e difíceis de assistir que já vi e costumo brincar dizendo que a classificação etária para ele deveria ser de mais ou menos 40 anos de idade...

Depois de algum tempo, voltei a Sade, desta vez através de sua própria obra, no caso, o livro “Justine ou Os Infortúnios da Virtude”. As mesmas sensações de desconforto, choque e mal-estar que senti ao assistir o filme se repetiram ao ler este livro.

O livro é acessível em termos de linguagem, mas desafia o leitor por colocá-lo como testemunha de inúmeras atrocidades e perversões, apresentando um universo de maldade e imoralidade que, em momento algum parece ser desafiado. Ao contrário, é Justine, uma espécie de encarnação da virtude, que sofre e é desafiada, a todo instante, a manter seus princípios. O mal é absoluto e dominante, enquanto a bondade e a virtude tentam sobreviver como uma débil chama em meio ao vento.

As personagens algozes de Sade parecem ter renunciado a qualquer processo civilizatório que implique a contenção de seus instintos mais baixos. Em várias passagens do livro, elas tentam justificar-se, apoiando seu comportamento na natureza, que as teria feito desta forma, em oposição à sociedade civilizatória, que tentaria reprimir os fortes para favorecer os fracos. Na sua lógica, a incapacidade dos fracos em fazer prevalecer sua vontade condena-os a viver simplesmente para servir aos caprichos dos fortes, que jamais deveriam abdicar desse poder. Sentimentos como amor, empatia, respeito ou caridade são absolutamente detestáveis para esses seres que vivem apenas para satisfação de seus prazeres e apetites.

Esse aspecto da argumentação proposta pelo autor se reveste de um caráter perturbador talvez por implicar na questão: se retirarmos o verniz civilizatório e cultural do ser humano, o que restaria seria uma das criaturas de Sade? Me atrevendo a tentar responder, penso que, embora não se possa perceber de fato um elemento moral na natureza, o comportamento das personagens algozes de Sade tem mais amparo em uma reação ressentida à cultura do que em características intrínsecas da natureza humana. O processo civilizatório implica certamente um certo nível de repressão a instintos que seriam naturais do ser humano, como colocado de forma brilhante por Freud em sua obra “O Mal-estar na Civilização”. Em Sade, o que parece haver é uma reação a este processo, uma inconformidade com esta repressão imposta pela sociedade, mas que não leva a um restabelecimento pleno dos instintos naturais do homem, mas sim a uma deformação extrapolada destes, ou seja, uma espécie de perversão da natureza humana. O instinto reprimido aflora como uma versão corrompida dele mesmo.

É um livro muito difícil de avaliar. Penso que ele pode receber cinco estrelas pelas reflexões que enseja, bem como apenas uma, pelas infâmias e torturas a que submete o leitor. Na dúvida, fiquei com a média.
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Israel 14/07/2020

Nunca havia lido Marquês de Sade.
Muito bom .
Os caminhos que a história vai tomando e a forma irônica do autor, são o ponto alto dessa obra.
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Tete 27/05/2020

O você está disposto a suportar para manter sua virtude?
Justine – Ou os tormentos da virtude
Autora: Marquês de Sade
Exilado Livros
Páginas: 117
Nota: 5/5

Confesso que me questionei o tempo inteiro se eu teria o mesmo apego as minhas virtudes. Sade, faz um contraponto entre o bem e o mal, onde, em muitos momentos, você se pergunta se não vale mais a pena seguir o caminho mais fácil, deixando de lado suas convicções e princípios.

Lendo mais sobre a história de Sade e de todos os seus crimes, questiono o quão relevante Justine foi para suas acusações. Ao ler o livro, cada um dos infortúnios que ela passou, me pareceram denúncias as atitudes comuns de uma sociedade hipócrita, onde a alta sociedade tratava os pobres como bem entendesse, fazendo deles seus escravos, instrumentos para seus crimes ou meros corpos para estudo. Uma denúncia escrachada a igreja, onde todas as suas imundícies são acobertadas pelo alto escalão do clero (isso lembra alguma coisa?).

Justine e sua irmã, Juliette se separam ao serem expulsas do convento após a morte de seus pais. Justine segue seu caminho decidida a manter sua virtude, e procura conhecidos de seus pais. Juliette decide seguir o caminho mais fácil, e ao se tornar prostituta, consegue se casar com um Conde. Justine não tem o mesmo sucesso e sofre por tentar manter suas convicções.

Os amigos de seus pais não a ajudam. O padre que conhecia, oferece abrigo desde que esteja disposta a atender seus caprichos. Em busca de abrigo e meios para sobreviver, Justine viaja e vai caindo em situações cada vez mais aterradoras. Um casal avarento que a obriga a roubar. Um marquês que a obriga a matar. Um médico que sequestra e usa suas vítimas como cobaias. E o momento em que mais me trouxe choque: um convento onde padres libertinos praticavam todos os tipos de tortura e sadismo com as mulheres que eram sequestradas.

“Doce solidão, disse para mim mesma, como tua morada me causa inveja. Deve ser o asilo de algumas religiosas ou de alguns santos eremitas, ocupados somente com seus deveres, totalmente consagrados à religião, afastados daquela sociedade perniciosa onde o crime, lutando incessantemente contra a inocência, acaba sempre de triunfar. Estou certa de que todas as virtudes devem morar ali.” (pág. 56)

Quando Justine chegou a esse convento, pensei “não pode acontecer algo pior do que já aconteceu até aqui”. Mas me enganei totalmente. E embora, sendo masoquista, me senti desconfortável com o que ela passou. Aquele desconforto em saber que não era algo consentido, apesar do prazer de seus algozes, Justine era uma vítima da luxúria e impunidade que os monges sabiam que tinham.

E no meio da leitura eu comecei a me questionar o quanto valia a pena tentar manter sua virtude. Justine até então só recebia em troca todos os males possíveis. Nem um momento de felicidade e nem mesmo nenhuma recompensa era dada a ela. Que a cada algoz por quem passava, ela via os mesmos triunfarem em fortunas e reconhecimento, enquanto ela carregava as cicatrizes e dores de seus infortúnios.

“Oh, céus, exclamei com amargor, será então impossível que uma ação virtuosa possa nascer-me no coração e que não seja logo punida com as desgraças mais cruéis para mim no universo?” (pág. 86)

“Aí estava o novo exemplo que a Providência me preparava; esta era a maneira como queria ainda convencer-me de que a prosperidade era recompensa do crime, enquanto que a infelicidade era a da virtude.” (pág. 94)

Tão feroz quanto o algoz que sangra sua presa, é o homem que assiste a cena. Em vários momentos Justine é chicoteada e abusada na frente de outras pessoas. Em alguns momentos é acusada de crimes que não cometera, mas mesmo assim todos se calam ou assistem com prazer o seu infortúnio. A maldade está tão presente no homem que ergue o chicote quanto naquele que assiste inerte.

“O homem é naturalmente mau, ele está no delírio das suas paixões quase sempre como na sua calma, e em todos os casos, os males do seu semelhante podem ser prazeres execráveis para ele. (pág. 92)

Apesar do erotismo presente, o livro me pareceu mais uma crítica a uma sociedade doente. Um homem que teve coragem de expor o que acontecia na época. Talvez por seus escritos posteriores, Justine tenha se tornado mais erótico que crítico. Mas lendo ele, isoladamente, não me pareceu tão erótico.

Justine é profundo. Questiona o bem e o mal. É filosófico. Revela uma sociedade libertina e mundana. É forte e, em alguns momentos, assustador e cruel. Mas é uma leitura em que você torce pela mocinha e se decepciona com a sequência de desastres.

“Oh, vós que ledes esta história, possais tirar dela o mesmo proveito que aquela mulher mundana e corrigida; possais convencer-vos com ela que a verdadeira felicidade está somente no seio da virtude, e que se Deus quer que ela seja perseguida na terra, e para preparar no céu a mais faustosa recompensa.” (pág 117)

A edição que li não estava boa. Talvez com alguns erros de tradução. E muitos erros ortográficos. Nada que prejudique a leitura. Mas uma edição impressa pode ser mais agradável.

Paola_FZ
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Jorge Armando 27/03/2020

Coragem, vai valer a pena!
Bem, não tem muito o que dizer sobre a obra. O ideal é que se abra o livro e percorra suas páginas impondo-se o desafio de chegar até o fim; enquanto vê a realidade, posta em sua forma nua e crua, por em xeque tudo o que aprendemos sobre certo e errado, e que proveito tiramos ao enveredar por um ou outro caminho.
É inútil querer manter as aparencias, abra sua mente e boa leitura!
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Everton Vidal 14/02/2020

Os infortúnios da virtude...
Justine é uma adolescente honrada e de boa família que de repente fica órfã e é abandonada junto a sua irmã pelos parentes e pelas freiras encarregadas de sua educação, e é aí onde começa o verdadeiro infortúnio da virtude.
Em troca de sua retidão, fé e demais virtudes Justine recebe abuso e humilhação sexual, é o mal pelo mal, sem justificativas ou razões autênticas. Crueldade que sempre vem de gente endinheirada ou relacionada com a riqueza. Um tema recorrente na obra de Sade, o dinheiro e o poder como fonte de corrupção. E assim, Justine vive o inferno em porões aterrorizadores.
É um livro para adultos, não apto para todos. E confesso que muitas de suas páginas não me agradaram, e chega um ponto em que se torna quase impossível seguir. Finalizei pelo compromisso de terminar todos os livros que comecei. Mas é importante não ficar somente com a brutalidade das perversões sexuais de suas páginas. O que Sade deixa claro é que na sociedade sempre haverá bons e maus, e que na cultura do poder e do dinheiro os perversos sempre vão triunfar, enquanto a bondade vai ser pisoteada de maneira impune na maioria das vezes. E os perversos de todos os tempos sempre buscam com ânsias posições de poder (na política, na economia e etc.) para perpetuar e esconder suas práticas atrás de uma cortina de hipocrisia e doble moral para manter as aparências e o status social.
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