Bruno Freitas 02/03/2017
Eu, Alex Cross – James Patterson
Eu, Alex Cross – James Patterson
Posted on 13 de fevereiro de 2017
Quem me conhece como leitor sabe que eu gosto de ler romances policiais e sempre procuro intercalar essas histórias com outros gêneros literários, evitando que essa leitura fique tão cansativa! Nesse contexto, descobrir novos autores também é um dos meus hobbies preferidos.
Eu, Alex Cross, escrito por James Patterson, estava na minha lista há algum tempo e, então, resolvi me aventurar pelas páginas do livro. Antes de dar início à leitura, pesquisei na internet informações sobre o autor e só li boas referências. Na própria capa da publicação, a frase “o autor de suspense mais vendido do mundo” é uma prova do sucesso de Patterson.
O livro conta a história do detetive Alex Cross que, no dia da comemoração de seu aniversário, recebe a triste notícia de que sua sobrinha Caroline foi brutalmente assassinada. A informação acaba com a festa de família e, como é de se imaginar, ele promete a si mesmo que vai capturar o criminoso.
Para a surpresa do detetive, ao iniciar a investigação do caso, ele descobre que Caroline trabalhava em um clube de prostituição que envolve homens poderosos, como os políticos americanos. E é aí que surge o principal suspeito, de codinome Zeus – nada disso é spoiler, ok? A cada capítulo, Cross faz novas descobertas e, em meio a um labirinto de informações, percebe que um número cada vez maior de pessoas está envolvida no assassinato de sua sobrinha.
Uau… que enredo, não é? Nem tanto!
Pelas referências do livro, eu esperava bem mais da história. Achei a narração, principalmente,nas páginas iniciais, um pouco forçada e cheia dos clichês de livros policiais, como números de telefones codificados. Confesso que, por algumas vezes, pensei em deixar o livro de lado, mas insisti e lá pela página 70 a história ganhou fôlego e começou a me envolver – ou talvez eu tenha me acostumado com o estilo da escrita.
A história é contada em 198 páginas divididas quatro partes e em 118 capítulos curtos. Gosto desse tipo de divisão da narrativa porque ela dá mais agilidade à leitura e fica até fácil para fazer uma pausa quando necessário, para ir ao banheiro ou comer algo, por exemplo.
Entretanto, essa troca de narrador de um capítulo para outro – ora a história é narrada em primeira pessoa por Cross, ora por um narrador observador – ocorre de forma brusca e, pelo menos no início, não ajudaram muito e acabaram por me confundir. Quando terminava um capítulo narrado por Cross e começava outro, sempre vinha a pergunta: “Quem está narrando agora?”. Mas calma… com o avanço da leitura, essas trocas ficam mais sutis e, depois de um certo, até dá para se acostumar.
O livro tem duas histórias: a principal, que envolve o crime, e uma secundária, que trata sobre um drama familiar de Cross, o que eu achei interessante, já que serve como um “respiro” ao leitor e ajuda a dar uma certa leveza à leitura, que é repleta de informações e detalhes sobre o andamento da investigação.
Além disso, no livro há muitos personagens que mal aparecem e já morrem no parágrafo seguinte ou que somem do nada, sendo difícil identificar o papel de cada um deles na narrativa. Durante a leitura, eu contabilizei 14 mortes. Mas acho que esse número chega a 20, já que, em alguns pontos, eu fiquei em dúvida se realmente o personagem havia sido assassinado ou não.
O desfecho do livro não é lá aquelas coisas e chega até a não agradar. Por vezes pensei que a história desse livro se encaixaria perfeitamente em um roteiro de cinema ou seriado, já que conta com boa parte dos elementos necessários para esse tipo de produção. Mas, se tratando de um livro, acredito que o autor pecou pelo exagero.
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