z..... 03/10/2020
A história é caracterizada pelo texto curto, com narrador e personagens apresentando-se de maneira lacônica, sem divagações ou valorização de adjetivos ao momento, citado em frio resumo. Não sei se isso é típico do autor ou idealização para a história, que basicamente se apresenta como recorte temporal na vida de uma menina de 15 anos (Maria ou Mirinha).
Num curto espaço de tempo, esta tem sua vida transformada a partir da sedução de homem mais velho na firma em que trabalhava, experimentado abandono pela família, perseguição do amante e sedução por glamour ilusório, que a leva a prostituição, decadência física e moral, até a acolhida novamente pela família.
A obra nessa caracterização parece relato essencialmente pragmático, não explicitando emotividade ou criticidade em palavras, que são transferidas para a percepção do leitor no desenrolar da leitura. Este pode ser impactado ou instigado a diferentes aspectos: revolta, pena, raiva, desilusão e ânimo pela reconstrução familiar.
Tudo começa e termina numa velocidade com visceralidade, como afinal é a juventude e como afinal é a vida.
Embora tenha percepção da criticidade despertada, a história em si não me entusiasmou com sua contemplação à sordidez e brevidades a que estamos sujeitos.
Vontade de dá-lhe uma taca naquele sujeito...
Quem gostou gostou, de minha parte foi mais uma contemplação aos horrores desse mundo nas trevas em suas maquiavélicas ambições e seduções...
Leitura na quarentena em Macapá...