Certa Estranheza

Certa Estranheza Bia Machado




Resenhas - Certa Estranheza


5 encontrados | exibindo 1 a 5


frederick.alves.71 01/08/2020

Certa surpresa
Escrever bons contos de terror e mistério é uma atividade difícil e desafiadora. Difícil porque há toda uma calçada da fama repleta de grandes autores que vieram antes, desafiadora em virtude do trabalhão que dá pra fazer algo bom. É de se impressionar como, em contos tão curtos, Bia Machado consegue dar corpo para as estórias e as personagens. Elas são tangíveis, se você esticar a mão consegue tocá-las e elas te tocam também, ficam com você. Li esse livro no começo do ano e até hoje, meses depois, algumas histórias me chamam de volta: me vejo em Sagrado olhando pra cima, ou olhando para o túmulo de Abigail, às vezes me pego aterrorizado num passeio de barco, ou vendo Jack Barbazul. O conto que mais gostei foi o "Os diamantes de tia Eufrásia são eternos", que história boa, que narrativa gostosa! Vale a pena ser lido e relido.
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Euflauzino 21/01/2012

O gosto pelo estranho

Tenho certa dificuldade quando leio contos, para resenhá-los então entro em pânico. Assim como poemas, poucos são os contos que me chamam a atenção. Prova disso é que me amarro nos romances e novelas incríveis do mestre Stephen King, mas não gosto nada nada de seus contos.

Com Certa estranheza (Ed. do Autor, 2011) foi diferente, gostei logo de cara. Foi como aquele beijo roubado no portão. Bia Machado foi forjada no mundo virtual, por isso sua linguagem é clara, concisa, objetiva. Seus contos são repletos de algo inusitado, têm sabor de fruta madura surrupiada no quintal do vizinho.

São 13 contos (imagino que o número não seja mera coincidência). Ao conto de abertura, que dá título ao livro, segue-se tantos outros recheados com tudo o que há de melhor na fantasia: terror, mistério, crimes, pactos, fobias, solidão, duplos (no maior estilo Poe com seu William Wilson).

Tenho meu conto preferido – “Passeio de barco” – pelo título parece algo bucólico, mas não é nada disso. É cheio de reflexões, me lembrou, nem sei bem o porquê, de “A terceira margem do rio” do grande Guimarães Rosa. Acho que foi por causa da paisagem, da inevitabilidade e do confronto ao qual o destino nos impele. Causou-me tanta “estranheza” que não me saiu da memória:

“A fundura do rio é tanta que ninguém ia achar o corpo dele. Ia ficar lá embaixo, ia ser comido pelos peixes, pelas piranhas... Ou será que o boto salvava? Se é filho dele, salvava...”

“... Eu sou apenas isso, um matador. Também um pescador, mas... É, o que eu mais sei fazer é matar. Só que eu nunca matei uma criança. Até hoje.”

Não posso e nem quero falar mais nada, o conto é delicioso. O inusitado e o inesperado são revisitados em cada conto de maneira a fazer do fantástico algo universal, algo a ser tratado como irremediável, parte de nosso dia-a-dia. Esta clareza demonstra a segurança com que Bia conduz cada trama, cada diálogo. São estruturas econômicas, mas com uma riqueza de detalhes que já a coloca na galeria de novos talentos da narrativa curta.

Então fiquemos tranqüilos: a literatura curta de terror está bem representada por Bia Machado! Aguardemos agora um romance de fôlego, não vejo a hora!
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RUDY 18/12/2011

RESUMO SINÓPTICO:
CITAÇÃO: “ Os seres estranhos fizeram surgir um campo magnético em volta de Sagrado e para sempre o local sumiu do mapa. Colocaram uma espécie de torre no centro da cidade, como se ali estivessem os olhos deles, que a tudo observavam, a todos vigiavam.” (pág. 13)

RESUMO SINÓPTICO: "Certa Estranheza" reúne 13 contos de Bia Machado, a maioria publicada na internet, escrita para concursos literários de comunidades do Orkut. São contos que abordam o fantástico, o sobrenatural, o que está além da nossa compreensão: fantasmas, personagens do folclore popular, criaturas no espelho, seres de outro planeta, enfim... Tudo o que é capaz de criar em nós uma CERTA ESTRANHEZA.

CITAÇÃO: “ {...} Helena tinha a beleza ofuscada pelos vestidos pobres, de segunda mão, aqueles doados pelas freguesas das costuras. Antes, tão bonitos, eram refeitos para que ela os pudesse usar ali, em meio à pobreza: detalhes mais finos eram retirados, golas e magas de cetim davam lugar a um tecido que já tinha sido parte de uma saia ou uma blusa qualquer.” (pág.33)

Para ler a resenha completa e opinião do leitor, visite os blogs:

ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM = http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com/2011/12/resenha-37-certa-estranheza-bia-machado.html

BLOG CRL: http://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2011/12/certa-estranheza-bia-machado.html
Angel* 27/12/2011minha estante
Adoro livros de contos e quando digo que sou exigente quanto a eles, refiro-me ao fato de que não é qualquer escritor que consegue levar o leitor a viajar "legal" através de uma história curta.

Dos livros de contos que li, escritos por um único autor, este é um dos melhores.

Em Certa Estranheza há contos que gostei mais e outros que gostei menos, porém, a Bia Machado soube manter uma alta qualidade em cada um deles o que me permite afirmar que todos me agradaram.

O que mais gostei foi o "Sobre livros e mortes", destaque também para "Senhora Quintana vai Morrer" e o que menos apreciei foi "Sagrado", não porque o conto é ruim, pelo contrário, mas, porque envolve ficção científica que não é muito "minha praia".

Se eu tivesse que definir o livro numa única palavra esta seria tétrico, os contos são de arrepiar.

Livro mais do que recomendado para aqueles que gostam de, bem... coisas estranhas...rs...

Parabéns Bia! Mandou muito bem, menina!
.
bj da angel ;)


Bia Machado 12/01/2012minha estante
;)


Michelle 09/03/2023minha estante
intenso




Literatura 26/01/2012

O gosto pelo estranho
Tenho certa dificuldade quando leio contos, para resenhá-los então entro em pânico. Assim como poemas, poucos são os contos que me chamam a atenção. Prova disso é que me amarro nos romances e novelas incríveis do mestre Stephen King, mas não gosto nada nada de seus contos.

Com Certa estranheza (Ed. do Autor, 2011) foi diferente, gostei logo de cara. Foi como aquele beijo roubado no portão. Bia Machado foi forjada no mundo virtual, por isso sua linguagem é clara, concisa, objetiva. Seus contos são repletos de algo inusitado, têm sabor de fruta madura surrupiada no quintal do vizinho.

São 13 contos (imagino que o número não seja mera coincidência). Ao conto de abertura, que dá título ao livro, segue-se tantos outros recheados com tudo o que há de melhor na fantasia: terror, mistério, crimes, pactos, fobias, solidão, duplos (no maior estilo Poe com seu William Wilson).

Tenho meu conto preferido – “Passeio de barco” – pelo título parece algo bucólico, mas não é nada disso. É cheio de reflexões, me lembrou, nem sei bem o porquê, de “A terceira margem do rio” do grande Guimarães Rosa. Acho que foi por causa da paisagem, da inevitabilidade e do confronto ao qual o destino nos impele. Causou-me tanta “estranheza” que não me saiu da memória.

Veja resenha completa no Literatura de Cabeça:
http://bit.ly/zXivTB
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Fabio Shiva 10/04/2012

Estranha estreia!
Nossa querida Bia Machado estreia lindamente nessa primeira antologia de contos totalmente de sua autoria. O título do livro não poderia ter sido melhor escolhido, pois é uma constante na leitura experimentar “Certa Estranheza” diante do fantástico, do sobrenatural, do grotesco, do pavoroso...

São 13 contos (certamente o número não foi obra do acaso!) recheados de mortes estranhas e, com muita frequência, de pós-mortes ainda mais estranhas... A autora intensifica essa sensação de estranheza pelo contraponto do horror com temas totalmente diversos do gênero principal do livro, como o faroeste (Lá, no fim do mundo, depois do pôr-do-sol), as histórias e cantigas infantis (Jack Barbazul / Lenga-la-lenga), o drama histórico (Senhora Quintana vai morrer) ou regional (Pequenas dúvidas sobre Lurdinha) e até mesmo o humor (Os diamantes de Tia Eufrásia são eternos)! Vale tudo para provocar no leitor uma Certa Estranheza...

Gostei muito de ter lido esse livro, que teve o sabor especial de estar acompanhando não somente as histórias dos contos, mas principalmente a história da própria autora, que constrói passo a passo o seu corajoso e talentoso caminho literário. Para dar um gostinho do que vem por aí, o livro termina com um trecho do futuro romance Cinquenta e três dias no túmulo, que aguardo com feliz expectativa.

Viva Bia Machado!

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