Resenhas - Incidente Em Antares

Guto 25/04/2024

Uma brutal crítica à sociedade.
O livro é lento, cheio de conteúdo e embasamento pseudo-histórico o que faz a leitura ser pouco fuida e cansativa, mas é bem escrito e uma excelente crítica à sociedade, à política brasileira e a falsidade que se cultiva...

Biblioteca Álvaro Guerra 18/04/2024

Incidente em Antares, escrito por Érico Veríssimo, é uma obra que nos transporta para uma pequena cidade fictícia no interior do Rio Grande do Sul. Publicado em 1971, durante o auge da ditadura militar, o livro mistura elementos de Realismo Mágico com uma crítica afiada à política brasileira.

A narrativa está dividida em duas partes: Antares e o Incidente.

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/titulo.jsf?codigo=18909&fonte=

_anagaiao 16/04/2024

Liberdade
Se eu pudesse, cantava essas 496 páginas no lugar do hino nacional.

Liberdade. Humor. Política. Voz.

Voz.

Não há como descrever, apenas como sentir.

Esse deve ser sentido ao menos uma vez na vida.

Jessica 08/04/2024

Incidente em Antares.
Logo de cara me interessei pela sinopse do livro e ele passou na frente de vários outros que estão na minha estante. O livro é dividido em duas partes, na primeira, Erico intercala acontecimentos da História Política do Brasil com os acontecimentos da cidade fictícia de Antares. Considero essa primeira parte como uma longa introdução ao livro e, apesar de ser boa e necessária, torna-se cansativa às vezes.
A segunda parte trás os acontecimentos propostos pelo autor de uma forma cômica e muito divertida, mas mesmo assim nos leva a refletir sobre como quem está no poder usa ele não só pra se manter, como pra encobrir seus crimes.
Esse livro nos trás as lutas entre direita e esquerda e consegue ser atemporal, parecendo que acabou de ser escrito no ano que o li, no caso, 2024.
Esse foi o meu primeiro contato com o autor, estou satisfeita e ansiosa pra ler mais obras de Erico Verissimo!

Ronnayse 06/04/2024

É isso que eu chamo de clássico: um livro que foi escrito há muitos anos e continua atual.
Escrito em 1971, Incidente em Antares, repleto de ironias, é uma crítica aos acontecimentos presentes na sociedade – outrora e agora.
Temas como coronelismo, guerras, ditadura militar, política nacional, pressão social, lutas trabalhistas, corrupção são abordados ao longo da obra.
O livro é divido em duas partes. A primeira parte é uma verdadeira aula de história – o que faz algumas pessoas não gostarem dessa parte. Érico Verissimo vai nos apresentando a história do livro intercalando os personagens fictícios e os fatos e nomes da história do Brasil. Com isso ele faz criticas importantes à corrupção, ao coronelismo, ao autoritarismo, ditadura militar... nos mostrando a hipocrisia de cada dia. A segunda parte do livro trata do Incidente.
É triste perceber que a podridão da sociedade de um livro que foi publicado no ano de 1971 se faz tão presente na sociedade atual (2024, ano em que li o livro).

glucaxs 05/04/2024

Livro lindo, muito bem escrito... o erico faz aqui uma crítica mordaz mas ao mesmo tempo bem-humorada de um dos momentos mais sombrios da nossa história, mesmo que a trama se desenrole antes dele. antares é, antes de tudo, o brasil ? que, infelizmente, mudou menos que o necessário.

felipelps 30/03/2024

Carismático
Em apenas duas semanas, devorei este livro.
Na primeira parte de "Incidente em Antares", Érico Veríssimo desenha um pano de fundo cômico e sereno do contexto histórico-político até o período da ditadura. Sem dúvida, esta obra desperta um forte apego pelos personagens, os quais, além de serem críticos, também representam fielmente a direita brasileira.
No próprio incidente, já estamos familiarizados com a rotina dos personagens, juntamente com seus trejeitos, o que torna a leitura deliciosa. Este é um livro com críticas à frente de seu tempo e extremamente atual. Espero reler esta obra-prima da literatura brasileira aos 70 anos e sentir novamente tudo o que experimentei ao lê-la agora. Sem dúvida, é um livro para ser levado para a vida toda.

Thaís 30/03/2024

Reli pela saudade
Reli esse livro que tanto amo de uma história tão arrebatadora que me cativou porque ela mostra as nuances e hipocrisias de uma sociedade. Agora o motivo da minha releitura foi pela saudade de um amigo que eu tanto amo mas que de alguma maneira se afastou de mim. Eu respeito muito e entendo ele, mas a saudade fica e aí uso esse livro para minimamente me reconectar já que foi ele que me indicou e me presenteou.

Mateus.Frota 29/03/2024

Zumbis politizados
Driblando a censura militar e desafiando a moral pública, o velho Veríssimo talvez fosse mais afrontoso que o jovem.
Quem quiser saber mais da minha opinião sobre o livro, por favor acesse: https://youtu.be/PVSg09EnRJc?si=F-qqAyQi9S4oKIKG

Shuvia 25/03/2024

Reler esse livro após algumas décadas me trouxe uma perspectiva completamente diferente sobre a obra. Minha primeira leitura, quando ainda era adolescente apenas achei o livro divertido e agora resolvi reler pelas lembranças de ser um livro engraçado ...
O que não esperava era encontrar uma leitura tão profunda, onde o autor usa do sobrenatural, e personagens alegóricos pra fazer uma dura crítica á regimes autoritários e sobre como quem está no poder é capaz de tudo para parecer no poder. Repleto de ironias bem-humoradas, uma obra atemporal e que se enquadra em qualquer sociedade.

Clarissa 16/03/2024

Preciosa essa leitura!
Minha Genteeee, que livro é esse? A escrita desse autor é ma-ra-vi-lhooo-sa!!! O homem dá uma aula de história, o que poderia parecer cansativo ou pouco palatável para alguns, mas a gente nem sente de tão potente e divertida que é a escrita do Érico Veríssimo. Chocaaaada! Ele vai contando a história fictícia desse livro e trazendo como pano de fundo fatos reais da história do Brasil e do mundo e fazendo os personagens fictícios interagirem com esses fatos reais. Que RIQUEZA que esse homem entrega nesse livro. Uma crítica importantíssima aos regimes totalitários, ditatoriais, a corrupção, ao coronelismo, as hipocrisias nossas de cada dia. Os personagens lindamente humanos. Trechos fantásticos sobre a nossa mortalidade (Pag 117), sobre as teorias conspiratórias que são criadas ao nos depararmos com o estranho, o de fora, o outro, estrangeiro, que tbm somos todos nós a depender da perspectiva que nos encontramos (Pag 141). Sobre as monstruosidades que habitam tbm em nós, como ele diz: "o troglodita adormecido" em todos nós. (Pag 156/157). Imensamente atual esse livro. Cheio de ironias, com personagens interessantíssimos. O realismo fantástico dessa história cospe em nossa cara a podridão que tbm é inerente as sociedades e a nossa humanidade. Um livro publicado em 1971 que grita sobre a sociedade de 2023. É Érico, seguimos repetindo, meu filho. Como vc escreveu: "A gente esquece com facilidade. As gerações se sucedem. Cada governo escreve a História de acordo com as suas conveniências..." Estou indo para a história do incidente em si. Animadíssima para seguir ouvindo essa história tão honesta, sensível, criativa. É um livro sobre algo muito sério, mas o autor consegue trazer alívio cômico para embalar o peso dessa história fictícia, mas tão real. Fabuloso esse livro. Publicado em 1971 e tão atual. Chocaaaada!!!

Foi pra minha lista de preciosidades.

Dirlene Piagio 16/03/2024

Cenas fortes, mas presentes na História...
O livro é dividido em duas partes:
Parte I: inicialmente, a origem de Antares, o cenário político de cidade pequena e as personagens principais são apresentadas. A rixa entre as famílias Vacariano e Campolargo é apresentada desde a sua origem. Cenas brutais de violência de ambos os lados são descritas com detalhes surreais, a sensação é de estar presenciando a cena. As duas famílias são influentes e controlam a maioria das decisões políticas, econômicas e sociais de Antares. Estes e outros coronéis são representantes fiéis do falso moralismo e da hipocrisia humana da classe econômica abastada.
Parte II: A segunda parte apresenta o "Incidente" sobrenatural que é principado por uma disputa entre a classe trabalhadora e os detentores do capital da indústria culminando em uma greve épica e cheia de consequências para todo o povo.
O livro traz uma série de reflexões sobre o nosso cenário político e econômico, há a presença de fatos históricos como a política de Café com Leite, o governo e o suicídio do presidente Getúlio Vargas, a transferência da capital brasileira do Rio para Brasília, o governo de João Goulart, a instabilidade política e social presente durante o início da década de 60- o que preparou o cenário para uma intervenção militar (a famosa Ditadura Militar) severa e marcada por repressões violentas e brutais contra qualquer movimento que expressasse ideias contrárias aos ideias do governo...
Enfim, não foi uma leitura fácil: o livro é muito denso e cheio de descrições bem ricas em detalhes de coisas tremendas e aterrorizantes, mas é muito bem construído do início ao fim.

T.N.T.Rock 13/03/2024

Assombrado com à atualidade da obra.
Em princípio, uma viagem sobre a história do Brasil, fatos históricos como A Guerra dos farrapos, Império, Era Vargas, JK etc, vão sendo retratados tendo a pequena cidade de Antares como centro de disputas políticas, evoluindo de um coronelismo tradicional para o moderno.
A caminhada para o Incidente que dá título a obra parece acontecer a passos curtos, mas é nesse trajeto que vamos conhecer cada aspecto e personagens notáveis da cidade. Quando o fatídico dia em uma sexta-feira 13 de dezembro de 1963, os 7 mortos se levanta de seus caixões, vamos compreender quando eles assombram e apontam a hipocrisia e sujeira que Antares vive.
Os mortos vivos de Antares não vão nos assustar, mas vamos ficar aterrorizados com à atualidade do texto da obra, temas como: conspiracionismo, negacionismo, alienação midiática, conservadorismo, violência política e policial, etc seguem a mesma dinâmica dos nossos dias.
Finalmente, fico bastante surpreso dessa obra ter sido lançada em pleno regime militar, mesmo Veríssimo não tendo poupado críticas a violência do estado bem como a outras esferas sociais. Incidente em Antares apesar de momentos espinhosos, é uma leitura muito divertida e agradável, sem dúvidas, um dos maiores clássicos da nossa literatura.

Geisi.Ferla 28/02/2024

Sátira
Em Incidente em Antares, Erico Verissimo faz uma sátira política contundente e hilariante que, mesmo lançada em 1971, em plena ditadura militar, não teve receio de abordar temas como tortura, corrupção e mandonismo.

Dd/Ju 24/02/2024

Nem sei
Quando terminei este livro pensei "não sei nem o que dizer". O fim foi simples e claro, doeu e não doeu descobrir qual era o tal palavrão.
Recapitulando tudo, posso dizer que no começo a leitura para mim foi extremamente arrastada, com muitos suspiros de impaciência para tentar entender onde esse autor queria chegar. É uma biografia muito longa dos primórdios dessa cidade com nome de estrela, e logo depois a narração de uma longa briga entre duas famílias que acabam no papel de fundadores de Antares. Você ler e pensa "tá, para quê eu preciso saber disso?", e no final da primeira parte ele ainda acrescenta uns fatos fora do que foi dito. Ao seguir da trama você entende que precisava saber de tudo aquilo para entender sobre a raiz do problema. Eu particularmente, pensei que provavelmente ele queria que conhecêssemos os tais defuntos e seus passados, mas na real ele nem liga para isso, até porque a prostituda Erotildes e o beberrão Pudim de Cachaça até o que notei só aparecem mesmo na segunda parte. Disso, também tem uma pegada boa que eu concluo agora nessa resenha, de fato eles pertenciam ao grupo dos indigentes desde do início, pois seus nomes nem foram citados no começo, é que nem a esquecida Babilônia do livro.
A segunda parte veio catastrófica, no bom sentindo da palavra. Muita confusão, problemas e riso largo das coisas que acontece. É uma satisfação a cena da D. Quita e suas joias indo pelo vaso, apesar dela não ter recebido o destaque que eu queria. Muito bom acompanhar o advogado Cícero Branco e suas mediações de "🤬 #$%!& póstumo", além das emocionante histórias de Erotildes e Rosinha, como também de João Paz e Rita.
Afora o que foi dito, no início a questão da política até que é interessante, e logo depois toda aquela encenação do que demonstrava a situação de todo o Brasil naquele momento, com o uso de personagens muito fortes de uma boa construção literária, até mesmo aqueles que não tem muito destaque, como a Valentina.
Só não dei 5 estrelas porque nem eu defino direito como foi que terminou esse livro, fiquei sem palavras no fim rápido. Começou calmo e depois tudo correu. Então foi muito bom.