Incidente em Antares

Incidente em Antares Erico Verissimo




Resenhas - Incidente Em Antares


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Clio0 21/07/2023

O primeiro que li de Verissimo e ainda é o meu favorito.

Nesse livro, o autor traça a formação política-social das cidades pequenas no interior do Brasil. Não importa de que estado você é, a história é sempre a mesma.

Os personagens mortos são todos arquétipos conhecidos: a Matriarca, o Coronel, o Jornalista, etc. que voltam a vida e resolvem tomar parte daquele ato democrático que faz parte da vida de todo mundo - a greve. Assim, não confunda esse com um livro de zumbis, a trama não é sobre eles, e sim sobre como sua aparição mudou ou não a rotina de Antares.

Recomendo.
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Rosangela Max 08/09/2022

Mais uma obra-prima do autor para a lista dos favoritos.
Que delícia foi ler esta história.
Na primeira parte, várias passagens me fizeram recordar a saga ?O tempo e o vento?. A rivalidade entre duas famílias (que só serviu para iniciar a trama), os embates políticos entrelaçados com fatos históricos marcantes, o acompanhamento do desenvolvimento econômico e tecnológico etc. A diferença é que no começo em Antares as coisas foram mais violentas. Depois foram citadas algumas referências sobre a Saga e bateu uma nostalgia.
A escrita de Érico Veríssimo é sensacional! É realista e atual com seu estilo único de criticar a sociedade e a política.
Recomendo a leitura.
Roberta 08/09/2022minha estante
Tenho vontade


Min 08/09/2022minha estante
Muita vontade de ler esse, até agora só li uma obra do autor e já gostei demais do jeito dele


Rosangela Max 08/09/2022minha estante
Super recomendo! Ele é meu escritor brasileiro preferido. ?


@tigloko 08/09/2022minha estante
Livraço ??? ainda vou pegar O Tempo e o Vento para ler. Ótima resenha!


Hugo 11/09/2022minha estante
Eu já li esse livro e também gostei muito.




Bookster Pedro Pacifico 11/04/2022

Incidente em Antares, de Erico Verissimo
Já começo essa resenha com um clichê: por que demorei tanto para ler esse livro, mesmo com tanta gente que confio me indicando?

A sinopse já é incrível: já imaginou se os mortos pudessem ressuscitar para acertar as contas com as pessoas envolvidas com sua morte, sem ter nada a perder com isso? Pois é, isso acontece na pequena cidade de Antares, na década de 60. Era um sexta-feira 13 aparentemente normal. No entanto, a cidade inteira entra em greve por conta de conflitos políticos. Dentre os grevistas, estão os coveiros e, por conta disso, os defuntos que aguardavam tranquilamente seu enterro passam a zanzar pela cidade reclamando o seu direito ao sepultamento.

Os cidadãos demoram para acreditar na notícia, mas o cheiro de podridão logo assola Antares e todo mundo passa a acompanhar os escândalos que os “fantasmas” estão protagonizando. Antares é uma cidade que, desde sua criação, tem sido palco de disputas entre duas grandes famílias: Vacarianos e Campolargos. E a volta dos defuntos só traz mais palha para reacender essa disputa de ego e poder.

Vale dizer que o livro se divide em duas partes. A primeira, com cerca de 200 pgs, é um retrospecto histórico do Brasil e de Antares. O autor mistura aspectos reais, quando trata da História brasileira, com fatos fictícios relacionados à sociedade antariana. Não recomendo pular essa parte, pois Veríssimo traz pontos bem importantes para a construção dos personagens que serão apresentados na segunda parte, quando a greve geral e o despertar dos mortos são narrados. No entanto, já aviso que a primeira parte pode parecer mais devagar - Não desista!

Outro ponto interessante: sendo esse livro lançado em 1971, durante a Ditadura Militar, Veríssimo teve a coragem de criar uma sátira política com críticas a ideias que se espalhavam pela sociedade da época. É difícil imaginar como a narrativa passou pela censura. Talvez a carga de humor que envolve a obra pode ter despistado quem controlava o que se falava e escrevia naquele período.

Veríssimo é genial e merece muito ser lido. A escrita é deliciosa, sobretudo na segunda parte, com diálogos hilários.

Nota: 10/10

site: http://instagram.com/book.ster
Lantier 12/04/2022minha estante
Amo livros com diálogos inteligentes e engraçados.


Lantier 12/04/2022minha estante
Já leu Venenos de Deus, Remédios do Diabo (Mia Couto)?


Mo- 13/04/2022minha estante
Érico Veríssimo aparentemente se tornando o crush de todos os leitores (que demoraram em descobri-lo... tsc, stc) em 2022.




Alê | @alexandrejjr 26/07/2020

A lucidez não pode ser um incidente

O que posso eu, um mero mortal, falar do imortal (apesar de nunca ter ocupado uma cadeira na Academia Brasileira de Letras) Erico Verissimo? É com essa pergunta, difícil, que avançarei neste texto.

Este "Incidente em Antares" é o terceiro livro que leio do escritor gaúcho mais famoso de todos os tempos e foi a obra com a qual tive mais conexões. Explico: a greve que antecede o fantástico episódio do livro aconteceu no mesmo dia do meu aniversário, 11 de dezembro. Além disso, a história do "Povinho da Caveira", que está situada na chamada região missioneira do Rio Grande do Sul, é também a área onde parte da minha origem está, no lado materno da minha família. Juntos, esses dois pontos pequenos aos olhos dos demais sozinhos já se tornariam essenciais para me colocar dentro da história. No entanto, eu mal sabia que esses detalhes eram apenas um aceno para a jornada mágica que iria ter.

Para absorver em sua completude a força presente neste romance é preciso, sobretudo, entender o contexto de seu lançamento. O ano é 1971 e o Brasil passava por uma ditadura que, àquela altura, já tinha imposto o famoso AI-5 e estava em seu período mais sombrio, com generais alinhados à linha dura da ala militar no poder. Sacaram o desafio? É nesse momento peculiar que Erico, embasbacado de raiva com o que vinha acontecendo, decide lançar esse livro magnífico. O romance é uma espécie de amálgama do seu tempo (e, para a tristeza do pobre Erico, onde quer que ele esteja, não só daquele tempo). A Antares de 1963 poderia muito bem ser uma Antares de 2020. Existe em nosso país, mais do que nunca, muitos Vacarianos e Campolargos espalhados por aí, exemplos do que há de pior em nossa sociedade. A grandeza desse livro torna-se imensurável se analisarmos o quanto suas lições perduraram no tempo e que esse viria a ser o último livro de ficção do escritor.

Infelizmente o Brasil está cheio de corpos putrefatos e mortos-vivos, e a liberdade, esse desejo quase singelo e onipresente de Erico, segue correndo riscos em pleno século XXI. "Incidente em Antares" é muito mais que um romance, é um raio-x completo de uma sociedade por um escritor em plena maturidade, ciente do poder que sua literatura tinha (e tem) em um país que lê pouco.

Excepcional leitura. Com ela aprendemos política, história, comportamento e a filosofia que rondam nossa sociedade. Agradeço ao Erico pelo presente, pois é em livros como este que percebemos a importância de defender ideais e a necessidade de saber que a lucidez não pode ser um incidente.
Isadora1232 26/07/2020minha estante
Excelente resenha!


Alê | @alexandrejjr 26/07/2020minha estante
Obrigado, Isadora! Esse livro é incrível, paixão à primeira leitura.


Cleuzita 20/05/2021minha estante
Li esse livro em 2016 e também gostei muiiitttooo.


Cleuzita 20/05/2021minha estante
Que resenha excelente, parabéns pela escrita e principalmente pelo conteúdo.


Roberta 20/05/2021minha estante
Tenho vontade de ler...


Alê | @alexandrejjr 20/05/2021minha estante
Agradeço o elogio, Cleuzita. ?

E Roberta, dá pra encaixar em 2021, seria uma bela ocasião, já que o romance completa 50 anos este ano.


Roberta 20/05/2021minha estante
Opa ? vou tentar


Cleuzita 21/05/2021minha estante
??


Eva 21/05/2021minha estante
Meu próximo do Erico. Saber do contexto histórico em que a obra está inserida vai ajudar na leitura


Alê | @alexandrejjr 21/05/2021minha estante
Ajuda bastante, Eva, e o livro cresce na leitura. Vais fazer uma excelente viagem com o Erico, com certeza!


Edgar.Egawa 23/08/2021minha estante
Gostei muito do jeito como terminou a sua resenha: ?a lucidez não pode ser um incidente?. Genial!


Renata 24/10/2021minha estante
Sensacional! Você escreve muito bem e captou o espírito da obra como uma precisão tremenda!
Se Erico Veríssimo ainda vivesse estaria chocado com a atualidade da própria obra?


arlete.augusto.1 19/02/2022minha estante
Disse tudo! Acabei de ler esse livro maravilhoso e surpreendente. Fico pensando como não foi censurado na época. Talvez na certeza de que o brasileiro lê muito pouco, aliás é difícil sobrar dinheiro para o livro.


Alê | @alexandrejjr 11/03/2022minha estante
Exatamente, Arlete. E obrigado pela leitura!




Marlon Teske 16/10/2010

Não morram sem ler...
Este foi um dos raros casos em que eu procurei um livro motivado apenas por uma vaga lembrança de uma... novela da globo (!). Na verdade, a mini-série Incidente em Antares, que foi exibida na televisão em horário nobre na época em que eu era apenas um moleque, e lembro de ter ficado positivamente impressionado com ela.

O tempo passou e acabei relembrando da história e indo em busca do livro. E acabei sentindo aquela pontada de pena de mim mesmo por ter demorado tantos anos para ficar curioso a tal ponto. Incidente em Antares é sem dúvida alguma um conto memorável de um humor ácido sobre o modo de vida, o quadro político nacional e o pensamento regionalista gaúcho.

Conforme as palavras do próprio Verissimo: Neste romance as personagens e localidades imaginárias aparecem disfarçadas sob nomes fictícios, ao passo que as pessoas e os lugares que na realidade existem ou existiram, são designados pelos seus nomes verdadeiros.Dividido em dois livros, onde num o autor conta os pormenores da história de Antares ao ponto de torná-la mais verossímil do que muitas cidades que conheço, enquanto noutro é narrado o incidente que dá nome ao livro.

Apesar do "Livro I" ser um pouco mais difícil de ser vencido,ele é igualmente recomendado (no tomo que tinha em mãos, um prestativo leitor deixou um aviso à lápis, sugerindo que todo o texto fosse pulado diretamente até o Livro II). O texto é carregado de um humor sarcástico que talvez seja melhor apreciado com uma "visão sulista do mundo".

Já no livro II, onde é narrado o incidente em si, a história se torna universal. Devido a uma greve geral motivada pelas condições precárias dos trabalhadores das industrias, toda a cidade de Antares literalmente pára. Inclusive os coveiros são coagidos pelos grevistas a não realizarem mais nenhum sepultamento. Por isso, sete esquifes contendo todo o tipo de cidadão antarense são abandonados nos portões do cemitério, aguardando o fim da paralisação.

O caso é que os mortos não estão dispostos a permanecerem insepultos, e regressam à uma paródia de vida, marchando pela cidade exigindo seu imediato sepultamento. Como estão livres dos ditames do mundo dos vivos, usam o que sabe como meio de coação para conquistarem seu direito ao túmulo, jogando na cara da burguesia local todos os seus podres e pecados.

Conforme o tórrido dia passa, o calor faz com que os corpos apodreçam em praça pública, empesteando o ar e as mentes da população que se vê envolta de moscados, urubus, ratos e toda a sorte de criaturas que são, no fim das contas, avatares de tudo o que a sociedade produz de pior e que oculta, de todas as formas, sob as máscaras que ostentam.

Não morram antes de ler esse livro =D
Lido em Março/08
Lyeti 24/03/2009minha estante
Muito interessante a sua explicação para o que o texto retrata: a sociedade. Como em toda a obra de Érico Veríssimo, apesar de ser um autor erradamente conhecido como sulista, as pessoas são confrontadas contra elas mesmas, para assim se reconhecerem.


Aribra 08/04/2009minha estante


Eu li este livro bem jovem e fui reler depois da série da globo, lembrava apenas que a primeira parte era chata, porém na releitura achei melhor e talvez por saber o que acontecia na segunda parte, esta já foi um pouco sem graça.



É um grande livro, realmente! Gostei de sua resenha!


Ka Castoldi 05/10/2009minha estante
Concordo que Érico Veríssimo tenha uma visão sulista do mundo. Sou gaúcha, e sei por experiência própria, que com raríssimas exceções, temos uma maneira de pensar e viver muito peculiar. O confronto das pessoas com elas mesmas, na minha opinião, é algo que apenas complementa o estilo de Veríssimo escrever.

Enfim... xD

Armageddon, a cada resenha tua que leio, me torno mais fã =D


Luiza 15/02/2011minha estante
Excelente resenha, eu ja li, então eu não vou morrer sem ler.
Sou fanzona, desde a adolescencia de Èrico,
vivo recomendando pra minha filha ler.
Muito bom, muito bom, muito bom.


Babi 22/03/2011minha estante
CONCORDO > Incidente em Antares é sem dúvida alguma um conto memorável de um humor ácido sobre o modo de vida, o quadro político nacional e o pensamento regionalista gaúcho.

adorei a resenha!




spoiler visualizar
Maria Paula 03/11/2021minha estante
A data ficcional, 1963, tem tudo a dizer do tema deste romance.




Isabella.Lubrano 07/08/2015

“NUM PAÍS TOTALITÁRIO ESTE LIVRO SERIA PROIBIDO”
Imagine uma faixa vermelha com esta frase aqui em cima estampando a capa de um livro.

Imagine agora que o livro em questão foi publicado em 1971, durante o governo do general Médici, que ficou conhecido como o auge, os “Anos de Chumbo” da ditadura militar brasileira.... Pode ser que o governo tenha caído na provocação da editora, pode ser que a censura tenha feito vista grossa, pode até ser que eles não tenham entendido nada.

Mas o fato é que o livro “Incidente em Antares”, o mais político e mais satírico do escritor gaúcho Erico Verissimo, miraculosamente conseguiu driblar a censura oficial da época e foi um sucesso de vendas naquele ano de 71.

O livro pertence ao que se costuma chamar de literatura fantástica, porque o evento central da história é um incidente completamente sobrenatural.

Na pequena e pacata cidade de Antares, no interior do Rio Grande do Sul, os trabalhadores estão em greve e os coveiros do cemitério municipal se recusam a enterrar 7 cidadãos que faleceram naquele dia.

Indignados, os sete defuntos se levantam dos seus caixões e, mesmo quando começam a apodrecer a olhos vistos, cheirando mal e tudo, eles voltam pra cidade pra reivindicar o direito de serem enterrados com dignidade.

E aí começa uma lavação de roupa suja entre os vivos e os mortos. E tanta coisa podre é revelada na vida pública e privada dos cidadãos de Antares, que o apodrecimento dos mortos não chega nem aos pés tanta sujeira.

Nessa grande obra da literatura brasileira, Erico Verissimo fala da hipocrisia, da violência e do autoritarismo que sempre estiveram presentes na história do nosso país.

Uma obra que furou a barreira da censura e que ainda ainda hoje, mais de 40 anos depois, continua atual e necessária para todos o brasileiros.

Ficou curioso? Veja a resenha completa no meu canal, através do link aqui embaixo:

site: https://www.youtube.com/watch?v=XEZQYOt0hmE
Cleuzita 24/03/2017minha estante
Pena que a frase título da sua resenha saiu desconfigurada.




@tigloko 29/06/2022

Novo autor favorito encontrado com sucesso
Não esperava ser uma leitura tão fluída. Apesar dos vários personagens na história, o livro foi tranquilo de se ler. E sobre eles, são muitos. Deixo de destaque as famílias Campolargo e Vacariano, que tem um longo histórico de rivalidade contado durante a primeira parte e grande importância no desenrolar. Mas até mesmo o coadjuvante menos importante tem o devido destaque na história. Isso me fez amar o livro, esse sentimento de que a cidade está de fato "viva".

Fiquei fascinado com a escrita do autor principalmente pela forma como ele constrói as cenas. A atmosfera que cada momento do livro passa é algo incrível. Uma cena em específico, com quase 40 páginas, eu não consegui largar o livro enquanto ela não acabasse, de tão envolvente que foi.

O contexto político da época (em especial o governo de Getúlio Vargas) é algo fundamental no livro e se mescla bem com a história dos personagens e da própria cidade de Antares, como se fosse uma linha do tempo até o "incidente". De longe foram as partes que mais gostei do livro. Mas a parte do "incidente" não fica para trás. Todo o absurdo da situação é aumentado a cada momento do livro, fazendo críticas ácidas a sociedade da época(esse livro conseguiu me fazer dar boas risadas nessas partes), e usando o realismo mágico perfeitamente.

Mais um favorito para lista.
Ari 11/07/2022minha estante
Sua resenha me deu vontade de reler ???


@tigloko 11/07/2022minha estante
Obrigado ?? fico feliz que despertou essa vontade. Espero que aproveite ainda mais na releitura ?


Lucas2086 24/01/2024minha estante
Peguei pra ler depois que vi sua resenha...
Pela razão de ter muitos personagens,ao meu lado sempre tem um papel e caneta pra anotar as principais informações acerca dos personagens,pra eu não acabar me perdendo.
Valeu ! Obrigado pela resenha


@tigloko 24/01/2024minha estante
Eu que agradeço, fico feliz que a resenha incentivou a sua leitura ??. Quando eu li, tbm fiz isso, basicamente um dossiê daqueles personagens kkk




Cris 13/06/2021

Existem muitos Tibérios, Vacarianos e Campolargos por aí...
"Se existe algo terrível que a suspensão da liberdade provoca, é a impossibilidade de rir, a perda da alegria de viver. O Brasil da era militar também era assim: muitos haviam perdido o impulso da alegria."
Esse livro é emocionante, uma crítica a ditadura militar mas não apenas isso, o retrato fiel da sociedade conservadora brasileira, dos chamados "homens de bem" esse livro é atemporal, pois ele retrata a verdade da sociedade conservadora, careta e hipócrita. E existem até hoje, no Brasil, homens como o prefeito Vivaldino, Tibério Vacariano e Quitéria Campolargo na nossa sociedade.
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Barbara.Pinheiro 06/07/2021

Fabuloso
Eu não tenho palavras para descrever essa obra. Estou impactada e acredito que lê-la no momento atual do Brasil (Desgoverno Bolsonaro em plena pandemia em 2021) fez com que ela mexesse muito mais do que simplesmente recordar e se alertar.

É uma obra completa, riquíssima em questões históricas políticas e sociais.
Conseguimos ver todas as camadas da sociedade e como o jogo político acontece.

Eu queria escrever algo que realmente expressasse tudo o que essa obra me causou, todo o impacto sociológico que ela proporciona, mas não consigo.

Leiam
Ana 07/07/2021minha estante
Tive essa mesma reação quando li. Pra mim, é a obra-prima do autor.




Yasmin V. 14/12/2023

Incrível!
Em Incidente em Antares, Erico Veríssimo narra as mazelas e podridões de um Brasil profundamente marcado pelo conservadorismo. Aqui, a podridão poderia ser associada apenas a cadáveres insepultos vagando por uma pequena cidade fictícia do Rio Grande do Sul. No entanto, a verdadeira deterioração reside na corrupção, na hipocrisia, nas oligarquias, no autoritarismo e conservadorismo do nosso país; males que não desaparecem com simples limpezas, aromas de alfazema borrifados no ar ou lenços tapando narizes. Esses, já entranhados na sociedade, não diminuem e nem somem com o tempo.

É um livro mais que necessário. Foi publicado em 1971, em plena ditadura militar e, lamentavelmente, continua atual. É aquilo que já sabemos: a história sempre se repete. Antares é Brasil. E mesmo com inúmeras "Operações borrachas" ao longo da nossa história, na tentativa de dissimular os acontecimentos, felizmente sempre teremos "Ericos" para escrever e impedir que nosso passado se perca no esquecimento e seja apagado.
Cleber 14/12/2023minha estante
????????


Fabio 15/12/2023minha estante
Ótima resenha, Yasmim!???


Elton.Oliveira 02/03/2024minha estante
Bela resenha Yasmin !! Li essa obra recentemente e tive a mesma sensação que você expôs nessas linhas !


Yasmin V. 03/03/2024minha estante
Obrigada, Elton! É um livro fantástico, né?


Elton.Oliveira 03/03/2024minha estante
Demais !!!

" A vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida " Oscar Wilde....

Nesse caso , a arte de Érico faz um retrato da vida e é tão atual que assusta !!!




Renato375 21/08/2021

Realismo mágico!
Incidente em Antares poderia ser classificado como um livro de fotografias, pois sua capacidade em captar um momento e transformá-lo em cenas é impressionante. Antares é o retrato fiel dos 5 mil e tantos municípios brasileiros, e o Érico Verissimo é de uma franqueza consciente.

E-book
Preço: R$ 11,50
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Adriana1161 28/09/2022

Alucinação coletiva?
Escrito em 1971, o romance continua atual.
É dividido em duas partes, sendo a primeira um relato histórico, uma linha do tempo, apontando os principais acontecimentos no Brasil, e seus participantes. Na segunda parte, vem o realismo mágico, o fantástico, e a história, ou o "incidente" propriamente dito.
São várias vozes narrativas.
Aborda violência, regime militar, relações humanas, abuso de poder.
Escrito com muita imaginação, com nomes sugestivos, irônico e bem humorado, na medida do possível!
Eu fico imaginando como esse livro passou pela censura da ditadura!
Eu, ao contrário da maioria das pessoas, achei a segunda parte um pouco mais enfadonha do que a primeira. Achei um pouco repetitivo e arrastado.
Mas mesmo assim, é muito bom!
"Fé sem flexibilidade, fé sem dúvida pode acabar em fanatismo"
Personagens: Tibério Vacariano, Zózimo Campolargo, Quitéria, Lucas Faia, Padre Pedro Paulo, e muitos outros
Local: Antares - RS/ 1830 a 1970
@driperini
Atalo.Muratori 28/09/2022minha estante
Eu fiquei super empolgado pra ler mas eu achei a primeira parte taaaao chata que não consegui terminar




Maria Clara Mendes 29/08/2021

Preocupada com o atemporalismo da obra.
Incidente em Antares - Érico Veríssimo - 1971 - ?????

Queria dizer que jamais imaginei que era um livro atemporal e duvido que o propósito era esse, mas não é bem o que acontece e eu posso provar.

Mas antes disso vamos falar do que se trata esse livro. Pois bem, o livro é separado em duas partes: a primeira é um contexto histórico sobre a cidade fictícia do RS - Antares - desde antes da proclamação da República até às vésperas do golpe militar de 64 (já pegou aí a referência do atemporalismo da obra, né?!) e a outra sobre o incidente em si.

Vamos de mais contexto. Essa cidade fictícia tem duas famílias que dominam os poderes sobre a sociedade, os Campo Largos e os Vacarianos (sim, naquela época tinha muito gado reinando nera?), até aí NÃO estava tudo bem, mas vida que seguia. Era o famoso: "e fora dos stories,
você tá bem?" kkk ai ai

No incidente em si que se passa em 1963 quando um plebiscito escolhe o sistema presidencialista o país estava prestes a receber um Golpe dos milicos, o que significa que antes do Golpe, as classes trabalhadoras já vinham se coçando e reivindincando seus direitos, promovendo além do que, greves.

Nesse aquecimento das classes trabalhadoras em Antares realizou-se uma greve GERAL. Daí num certo dia 7 pessoas morreram na cidade e não havia um coveiro se quer pra enterrar, pois isso mesmo: GREVE GERAL! Aqui entra o realismo mágico do Érico Veríssimo nessa obra. Acontece que os 7 defuntos se levantam dos seus caixões e vão atrás do seu direito de ser enterrado como todo e qualquer cidadão.

E aí, gente, o negócio começa a ficar não só podre, mas literalmente podre. Érico Veríssimo conseguiu fazer uma descrição tão bem feita da situação e de uma forma tão cômica que você não só imagina que foi real como também sente o cheiro dos cadáveres kkkkk ai ai

É fácil demais encontrar pontos em comum com a sociedade apresentada no livro e a de hoje, e olhe que tem uma diferença de quase 60 anos entre elas, viu?

Enfim, o livro é animado, o contexto histórico não é enfadonho e ajuda demais a entender as situações encontradas no momento do incidente, que aliás o desfecho é intrigante.
Yvan 29/08/2021minha estante
???


Maria Clara Mendes 29/08/2021minha estante
Obrigada, Yvan! Leitura boa demais ??




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