A casa do sono

A casa do sono Jonathan Coe




Resenhas - A Casa do Sono


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Paula1735 12/12/2022

Um enorme edifício por muitos anos serviu de abrigo para estudantes. Sarah , Gregory , Terry e Robert a possuírem temperamento e comportamento diferente. E doze anos depois este edifício foi transformado numa casa de saúde com especialidade em desturbio do sono. Os jovens ñ lembram de terem conhecido.
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Larissa.Manucci 29/12/2021

Esse foi mais um dos livros que me surgiu bem ao acaso, uma lojinha vendendo livros super baratos em uma cidade que eu raramente visito, depois do livro ficar um tempo esperando na estante, eu finalmente resolvi ler.
Coe traz seus personagens (muito bem contruidos) Sarah, Gregory, Robert, Veronica e Terry. Cada um com sua própria história e todos conectados por uma casa. A história é dividada em duas épocas, sendo que os capítulos pares se passam nos anos 90 e os ímpares nos anos 80 (e isso não atrapalha o entendimento de nenhuma forma).
Nos anos 80 a casa era uma espécie de dormitório estudantil e nos anos 90 abrigava um clínica para pacientes com distúrbios de sono (o livro traz, inclusive, um vocabulário e definições bem técnicas sobre o assunto, o que é incrível, porque te faz entender um pouco mais sobre esse universo que é o estudo do sono e dos sonhos). E é exatamente esses disturbios que constroem toda a trama do livro, ele traz a tona uma realidade misturada aos sonhos.
O livro é muito instigante, começa bem despretencioso e te levando a acreditar que vai ser um romance comum. Em alguma parte dele nos deparamos com histórias e momentos que parecem não fazer muito sentido e estarem um pouco deslocados, mas com o passar da leitura tudo se encaixa e a história vai se conectando de uma forma que só um texto muito bem contruido pode fazer. Cada ponta da história é amarrada e tudo começa a fazer sentido na sua cabeça.
O mais interessante, na minha opinião, é o desenvolvimento/amadurecimento de cada personagem, a história por trás de cada um deles e o quanto as escolhas que eles fazem os transforma durante o passar do tempo, isso faz com que você sinta íntimo de cada personagem.
O livro não é um romance (me refiro ao gênero, e não ao romance romântico) qualquer, é uma história muito bem articulada e que te faz ficar preso à ela, devorando suas 400 páginas em um curto período de tempo, eu diria até que a segunda metade é praticamente hipnótica.
É o tipo de livro que eu, com certeza, quero compartilhar com o mundo e me fez querer ler mais livros do autor.
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Higor 07/10/2015

Sobre a obsessão e suas desastrosas consequências
Eu queria tanto expressar meu real sentimento para que todas as pessoas se interessassem em ler “A Casa do Sono”, que nem sei por onde começar, afinal, vou falhar miseravelmente. Eu sequer sabia da existência de Jonathan Coe, e a capa bonita, mas sonolenta e com cara de dramalhão digno de Sessão da Tarde não me conquistou logo de cara, mas estava por 10 reais, então decidi levar assim mesmo. E agora eu necessito, com urgência, de todos os livros de Coe!

“A Casa de Sono” entrou facilmente como um dos melhores livros da vida por conta da história original. Apesar de o assunto principal ser o sono e suas complexidades, o que já é um assunto digno de livrão, a gente vai se surpreender com os dramas de cada um dos personagens.

Temos, por exemplo, Sarah, uma estudante universitária que tinha a vida até que satisfatória com Gregory, apesar dos seus gostos peculiares pelos seus olhos. Acontece que ela se sente invadida e tenta cortar esse laço íntimo, mas o namorado não concorda e decide terminar o relacionamento. Depois disso, Sarah conhece Robert, o novo colega de quarto da maneira mais tragicômica possível, que a acha incrível e começa a nutrir um sentimento simples e puro. Mas ela não retribui sua paixão, passando a se relacionar com Verônica, o que deixa Robert decepcionado. Disposto a seguir a vida, ele vai embora.

Ok, foi a sinopse mais bléh de todos os tempos, aparentando muito ser um romance adolescente, mas não é! Tudo porque Sarah sofre de um distúrbio do sono que sempre a coloca em enrascadas, e mesmo depois de 20 anos, o problema não é resolvido. Pior: os fantasmas do passado estão de volta, e ela pode não estar apta a vê-los.

Enfim, Jonathan Coe escreve incrivelmente bem! Estamos lendo o livro de maneira de despretensiosa, e quando percebemos, já lemos mais paginas que pretendíamos, e não nos importamos em ler tantas outras. O livro, de 400 páginas, foi lido em duas sentadas de 200 páginas! Mas tem um ponto que nos incomoda de vez em quando durante a leitura: o livro é bem escrito, leve, delicioso, interessantíssimo, inovador e tal, mas para onde o autor quer nos levar? O que ele quer nos contar?

A gente pode até achar que o autor perdeu o fio da meada, mas conforme os dramas vão sendo esclarecidos, lá pela página 300, a gente vê que está redondamente enganado, e que o autor sabe conduzir a história perfeitamente. Até os termos técnicos, como os diferentes estágios do sono, são escritos de maneira tão interessantes, que ao final da leitura, você quer espalhar tal informação para o mundo! O mundo! Quer que todos saibam disso, do livro, que leiam e compartilhem para outras pessoas e conversem sobre.

Nenhuma vírgula sequer está presente sem a real intenção do autor. Então ficamos extasiados com o lugar para onde o autor nos levou, e mais chocados ainda em como ele pode ser tão frio em nos apresentar tais resoluções.

“A Casa do Sono” é, então, um livro incrivelmente bom, um verdadeiro achado! Uma história original, com um fim chocante – e até bizarro, para ser sincero –, além de uma escrita de primeira, o que por si só já valeria a leitura do livro.
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Cristine 29/04/2013

O melhor livro do ano até agora, sem sombra de dúvida.

O autor o divide em capítulos pares e ímpares. Ímpares o passado, pares o presente. Sarah é a personagem principal. Uma garota que vive em uma república com seus amigos e que se descobre mulher ali. Ela se apaixona por Verônica e tem Robert como seu melhor amigo. Sofre de narcolepsia e tem sonhos que se misturam com a realidade frequentemente, nunca sabendo se está sonhando ou vivendo. Antes de Verônica, ela namorou com Gregory, que já não era muito normal. Os estudantes se formam e cada um toma seu rumo. Seus caminhos se reencontrarão novamente apenas 12 anos depois.

Bem. Difícil começar. Sarah se casa e se separa. Robert desaparece. Verônica se suicida. E Terry, que era amigo de Robert, vai tratar seu problema de sono na clínica de Gregory, A casa do sono. Muitas coincidências. Muitos caminhos se esbarrando o tempo todo. Nos coloca a pensar na pequenez do mundo. Terry aqui passa a dominar a história, já que começa a buscar respostas e fazer links com o passado e procurar entender o que é A casa do sono. Conhece Cleo e as experiências malucas de Gregory, que some da história, deixando o gancho que ficou maluco.

A pergunta que não quer calar... quanto Robert é capaz de fazer pelo amor de Sarah? Quanto a gente é capaz de fazer pelo amor de alguém? Qual a razão de estarmos aqui? Por que algumas pessoas ficam e outras vão? Por que as coincidências? Não são coincidências? Aff... um livro intrigante, mas meio assustador.
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gleicepcouto 03/04/2012

Vida real beirando o absurdo
www.murmuriospessoais.com

***

Esse livro caiu na minha mão por completo acaso. A Editora Record estava fazendo uma promoção de alguns títulos por $10 cada para os cadastrados no site, e, após ler a sinopse, não resisti e comprei. Não só esse, como outros quatro. Esse, particularmente, veio num momento bem a calhar... Como costumo dizer, alguns livros nos escolhem e não o contrário.

Com A Casa do Sono, de Jonathan Coe, foi assim. O livro me arrebatou desde a primeira frase e não sabia explicar o porquê. Na medida em que fui lendo, a resposta se formou clara em minha mente.

Mas antes de expor minhas impressões, falemos sobre o livro.

A Casa do Sono é o 5º livro de Coe - autor inglês -, mas o primeiro de quatro que foram lançados aqui, pela Editora Record. A obra foi vencedora do Writer's Guild Award (Inglaterra) e do Prix Médicis Étranger (França).

Presente e passado misturam-se na história, que tem como protagonista uma casa no litoral inglês, perto de um penhasco. Na década de 80, ela serviu de moradia para jovens estudantes, mas anos depois, tornou-se uma clínica de distúrbios do sono. Os frequentadores desta clínica, estranhamente são os mesmos que anos atrás lá moraram: Sarah, que sofre de narcolepsia (distúrbio neurológico que faz a pessoa pegar no sono de repente); Robert, um rapaz sensível que sofre uma radical mudança; Terry, que nunca dorme, só assiste a filmes; e Gregory, psiquiatra renomado, atual dono da clínica, cujo objetivo é provar a não necessidade das pessoas de dormirem.

Assim que terminei de ler o livro, precisei respirar um pouco e esperar, até pegar uma próxima leitura. Na verdade, depois de ler A Casa do Sono, qualquer outro livro parece sem graça - meu nível de exigência de leitura definitivamente subiu. A história é completamente original e imprevisível. Em momento algum esperava o desfecho que teve, que fica balançando no ar, à escolha do leitor.

Coe faz o passado e o presente se intercalarem com desenvoltura (os capítulos ímpares se passam nos anos 80, já os pares, no tempo atual da obra). À vezes chegam a se fundir ideologicamente, evidenciando o retrato de uma geração, e mostrando sua inegável mudança não proposital, mas fruto do que significa 'crescer'. Isso, entretanto, acontece de modo ambíguo, com doses iguais de realidade e surrealismo - que chegam a incomodar o leitor mais atento. E aqui digo incomodar de maneira positiva: sinônimo de refletir e sentir.

Os personagens são deliciosamente comuns, mas com certas particularidades inusitadas. Eles exalam um misto de melancolia e humor descabido, bem característico da juventude e da loucura do ser adulto. Todos os personagens são destaques. Sarah, uma garota perdida em sua doença; Robert um romântico que é capaz de fazer absolutamente tudo pela pessoa que ama; Terry e sua obsessão por um filme que sequer tem certeza que existe; e, por fim, Gregory, um médico megalomaníaco, que tem como meta provar por a + b que dormir é pros fracos.

É interessante perceber o desenvolvimento dos personagens, suas mudanças e, principalmente, as escolhas que os fizeram chegar até ali: vida real beirando o absurdo. E é exatamente nesse ponto que consigo explicar porque o livro me fascinou tanto: Jonathan Coe conseguiu traçar uma ponte entre essas vidas estapafúrdias e a nossa, que é comum ao extremo. Formidável.

Posso afirmar sem medo de estar exagerando que A Casa do Sono é um dos melhores livros que já li e duvido muito que saia desse posto nos próximos anos. É uma obra adulta (com ar de jovialidade), incomum (sem ser pedante) e inquietante (sem ser desconfortável).

A Editora Record fez um bom trabalho, primeiro porque trouxe pro Brasil esse livro. Segundo porque investiu em uma boa tradução, feita por Marcello Rollenberg, e também na revisão do texto, com poucos erros. A capa dá o ar melancólico que o livro sugere (infelizmente não há informações sobre o responsável pela arte).

As outras obras de Jonathan Coe publicadas pela editora são: A Chuva Antes de Cair, O Legado da Família Winshaw (considerado sua obra prima) e O Círculo Fechado.

A Casa do Sono (The House Of Sleep)
Autor: Jonathan Coe
Editora: Record
Anor: 2007 (originalmente 1997)
Páginas: 386
Valór médio: $40 a $50
Avaliação: Desconcertantemente formidável
Daniel 07/07/2012minha estante
Eu tambem gostei bastante deste livro. Faltou citar o melhor livro dele, "Bem vindo ao Clube", que tambem foi lançado no Brasil pela editora Record. "O Círculo Fechado" é a continuação de "Bem vindo ao Clube".


gleicepcouto 07/07/2012minha estante
Obrigada pela informação, Daniel! :)


Beth 14/10/2014minha estante
Não fosse essa maravilhosa resenha, perderia esse livro. Obrigada!




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