bibicortez 13/03/2024Não seiLer um livro de mais de 1000 páginas é bem difícil, mesmo com uma escrita interessante e personagens incríveis foi uma experiência um pouco cansativa, mas que valeu super a pena. Durante cerca de 1 mês parecia que eu tinha o mundo real e tinha o mundo do King, durante algumas horas do dia eu era uma personagem em um mundo destruído após uma pandemia.
Esse livro me fez questionar minha funcionalidade na sociedade (inclusive fiquei maluca tentando descobrir como funciona a eletricidade, como construir o teto de uma casa e entre outras coisas kk), o poder das relações e como essa dicotomia do bem e do mau pode ser na verdade uma linha tão tênue e nos induz ao errado.
Stephen King como sempre entregando personagens incríveis, sinto que for pessoas que eu conheci com história reais que eu vivi junto com eles, sofri pelas mortes e vibrei cada vitória dessa sociedade apocalíptica pois parecia que eu fazia parte dela.
Segue alguns trechos do livro que gostei:
Concluiu que era disso que sentia falta em Las Vegas: simplesmente amor. O pos-soal de Vegas não era mau, porém não havia muito amor naquela gente. Porque eles se ocupavam demais em sentir medo. O amor não vicejava muito bem num lugar onde só havia medo, tal como as plantas não se desenvolviam muito bem onde estava sempre escuro.
No final o King ainda solta um questionamento que acho que a pandemia de COVID mostrou pra gente: nunca aprendemos a lição e continuamos a fazer o mesmo erro.
Frannie ? disse ele, e a fez virar-se para poder fitá-la nos olhos.
? O que é, Stuart?
? Você acha... você acha que as pessoas chegarão a aprender alguma coisa?
Ela abriu a boca para falar, vacilou, depois ficou calada. A luz do lampião bruxuleou. Os olhos dela pareciam muito azuis.
? Não sei ? disse ela por fim.