Charly.nunes 06/07/2023
Não tenho palavras para explicar toda essa obra de arte. Esse é o tipo de livro para se reler para entender suas nuances e etc; logicamente é bem provável que tenha deixado passar alguns pontos, por ser a primeira vez que a leio. Mas achei o livro muito bem narrado, demostra todo o sentimento e pensamento do personagem, tudo isso misturado com o tempo que parece tão real que você quase acha que é um diário de um cangaceiro, da para entender todas as questões do sertão e os cangaceiros, de como eles se meteram ali e como continuam com aquilo; e ainda tem a questão da mudança de perspectiva do personagem, de como ele via as coisas e foi mudando, não chegando a ser um dito cujo "herói", mas uma pessoa que acúmulou experiência e conseguiu mudar com o pouco que tinha, de um jovem inocente com suas arruaceirisse, ao homem com peso da consciência a procura de um bálsamo para sua angústia. Realmente incrível, devo nem dizer de Diadorim, que nos surpreende a cada momento. Lógico também que não deixo de frizar que apesar de tudo, o livro ainda sim traz um toque de homoerotismo, os amores à Diadorim e etc, são muito bem colocados no contexto do tempo do cangaceiros, de como um homem tão viril podia amar outro "homem"; uma perpectiva homoafetiva bem diferente da que temos visto.