Pais e filhos

Pais e filhos Ivan Turguêniev




Resenhas - Pais e Filhos


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Bookster Pedro Pacifico 26/02/2020

Pais e filhos, Ivan Turguêniev - Nota: 10/10
Russos: cada nova leitura, uma surpresa boa! "Pais e filhos” foi parar na minha lista de livros favoritos! Temática interessante e ótima escrita! O livro traz a história do jovem Arkádi Nikolaitch que, depois de um tempo estudando na cidade, decide voltar ao interior, para a propriedade em que seu pai e seu tio vivem.
Nessa visita, Arkádi leva um amigo, Bazárov, que na minha opinião é um dos personagens mais marcantes da obra. A partir desse encontro, Turguêniev retrata um verdadeiro choque entre gerações e ideologias distintas. Enquanto o pai e tio de Arkádi representam os valores de uma geração conservadora, pautada em uma moral aristocrática militar, em que a servidão era defendida, Bazárov é a alegoria de “revolta” contra o pensamento tradicional. É, inclusive, nessa obra que surge de forma mais direta o termo niilismo, movimento que nega qualquer tipo de instituição, autoridades e convicções. Nega tudo que não possa ser examinado e demonstrado. Bazárov é um personagem que desperta sentimentos conflitantes no leitor, pois acaba sendo exagerado na defesa de seus ideais e, ao mesmo tempo que se intitula um niilista, não se incomoda de viver em condições aristocráticas.

Também vale mencionar que esse contraste de gerações é construído com diálogos extremamente inteligentes e sarcásticos, e retrata características da sociedade e da época em que foi escrito (década de 1860). Achei interessante o fato de o autor tecer críticas, diluídas ao longo do texto, aos pensamentos de ambas as gerações. Ou seja, o próprio leitor não consegue tirar uma conclusão do que Turguêniev entendia como correto. Isso rendeu ao autor críticas tanto por parte de conservadores, como dos que defendiam o rompimento com os pensamentos tradicionais.

Por fim, a escrita de Tirguêniev não é complexa ou densa, mas econômica, com um ótimo toque de ironia e humor (principalmente nas falas de Bazárov). Ele foi o primeiro autor moderno russo a publicar as suas obras e ficar conhecido no ocidente.

site: https://www.instagram.com/book.ster
Giovanna.Tordin 15/02/2023minha estante
Que interessante! Vou colocar na lista. Obrigada pela resenha ??




Michela Wakami 16/11/2021

Pais e filhos, o conflito de opiniões entre gerações diferentes.
Lendo esse livro, temos a plena convicção do quanto o mundo é realmente uma roda giratória, que leva e traz opiniões, reflexões, conflitos e que no final de cada círculo, tudo gira de novo, trazendo sempre as mesmas opiniões, reflexões e conflitos.
Mas o mais importante é saber que o amor entre pais e filhos, está acima de todas essas coisas.
O amor tem que vencer todas as diferenças.
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bruna e livros 16/10/2023

"Talvez de fato, cada pessoa seja um enigma."
Que livro, meus amigos! Fazendo agora, a "digestão" literária, depois de uma surra de acontecimentos, diálogos, amadurecimento e tragédia. É, sem sombra de dúvida, um dos melhores livros que li neste ano!

Uma frase muito boa que combinaria com este livro, é de uma cena do filme "A sociedade dos poetas mortos" (1989) em que Mr. Keating diz que é preciso de médicos, engenheiros, todas essas profissões necessárias e louváveis, mas a posia/poeta, é mais do que isso. Como se, a arte, a literatura ela é a maneira do homem encontrar sua essência, ir além do que representa nessa terra. A partir disso, me lembrei de Bazarov, que está preso em uma filosofia que reprime amor, poesia, arte, dança... ele é pragmático, médico e sabe que pessoas nascem e depois morrem, fim. No entanto, ele é humano também, contraditório e ao longo do livro, não só ele, mas seu fiel discípulo, Arkárdi, se coloca em situações que vão comprovar o contrário, será que Bazarov consegue se manter nesta posição? Ele não sente nada a mais?

Dois jovens, Bazarov e Arkádi, vivendo o niilismo profundo de pensamentos sobre a geração anterior "atrasada", eles jovens e fortes, mais inteligentes. Niilistas que não servem à ninguém, não deitam, e agem por si mesmos, dizem não à arte, à poesia, dizem não sempre.
Mas, o melhor da literatura é quando, ao longo do processo desses personagens, nada é o que é ou pelo menos, na maioria das vezes. Bazarov disse 'sim' também, Arkádi, além do sim, recebeu outros 'sim' e sempre quis dizer 'sim', porém, tinha receio do mestre Bazarov.

Bazarov é um sujeito que lutou contra tudo isso, não conseguiu em alguns aspectos da história se segurar à sua filosofia, foi contraditório também. Ele era o personagem que mais foi rodeado de amor, e do mesmo jeito, reprimia. Ele sentia, só não queria mostrar 'moleza', era adepto em dizer o que pensava superiormente.

Bazarov era médico, dedicava-se aos estudos com afinco ou com amor. Às pessoas, aos seus pais que o amavam muito... não, na verdade, o idolatravam, ele era ríspido, porque eram muito velhos. Suas convicções estavam ultrapassadas demais.
Bazarov era pragmático, não um ser sem alma, era humano como todos. Isso é o que fica claro ao decorrer do livro, ele é um simples humano que tem ideias e quer praticá-las, que não está satisfeito, que vai contra até mesmo o que diz sem perceber.

Bazarov dizia-se niilista, mas antes disso e durante, nunca deixou de ser gente.
CPF1964 16/10/2023minha estante
Parabéns pelo conto digo resenha, Bruna ...???


Rodiney 16/10/2023minha estante
Pelo ritmo de sua escrita parece que o texto te acertou em cheio. Tudo que Turgueniev provoca...


Rodiney 16/10/2023minha estante
Pelo ritmo de sua escrita parece que o texto te acertou em cheio. Tudo que Turgueniev escreve provoca...


bruna e livros 17/10/2023minha estante
Sim! Me acertou!


Lobita_______ 18/10/2023minha estante
Esse acerta em cheio mesmo


Ellen256 19/10/2023minha estante
Que lindo! Quero ler esse no momento certo.




Juliane72 14/04/2024

Conflitos geracionais
Este clássico da literatura Russa e mundial, retrata os conflitos geracionais entre pais e filhos na Rússia de 1800, mas muito presente até os dias atuais. Novas ideias x tradição e costumes, a modernização do pensamento e da sociedade.
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Ricardo 26/08/2021

Um livro bastante agradável de ler
Quando falamos de russos, esperamos um obra mais densa geralmente. pelo menos para mim, que só li alguns até o momento.
Essa obra é extremamente agradável de ler, quem sabe em razão da edição.
Sua história gerou um grande impacto no seu lançamento pelo visto, mas quem sabe por ser temas que já explorei em diversos momentos anteriores, não senti um impacto no conteúdo mais "filosófico" da obra, não conscientemente pelo menos. Ainda assim, gostei da obra como um todo, não é uma obra para a vida, não para eu-de-agora, mas ficará na memória para uma nova visita.
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Mila Barros 25/02/2009

Pais e filhos popularizou o termo 'niilismo' (já existente) e deixou profundas marcas na cultura. Bazárov - o pobre diabo que eu julgo apaixonante - definia o niilista por aquele que "não se inclina a nenhuma autoridade nem aceita nenhum princípio sem exame". O que teve diversas interpretações e rendeu a Turguêniev a culpa pela onda de crimes dos intitulados niilistas.

Mostra ainda, de maneira aproximada, o quadro da Rússia contemporânea ao autor, que este julgava atrasada e presa a uma economia agrária e feudal.

Aos amantes da literatura russa, há uma intertextualidade: Dostoiévski considerava as idéias de Turguêniev deveras ocidentais, tendo ilustrado-o em "Irmãos Karamazov" sob o nome de Ivan Fiedorovitch, onde há o retrato de ideologias subvertidas por seus seguidores. Exatamente como Bazárov e Arcádio, Turguêniev e seus seguidores niilistas.

Pais e filhos não é apenas um clássico da literatura russa, pois, como disse Kundera: um só livro proibido em seu antigo país significa muito mais do que os milhares de vocabulários cuspidos pelas nossas universidades.
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Nati 19/12/2021

Pais e filhos é um retrato da sociedade Russa do século XIX, em um ambiente Rural e de extremas mudanças. Nesse livro, Ivan Turguêniev, com sua linguagem delicada, mas vívida, vai descrever o eterno embate de gerações em um ambiente social e político que torna essas relações ainda mais propensas a divergências.

Quando eu comecei a ler esse livro, julguei que seria uma leitura mais densa, porém foi tão gostosa, tão fluída e até bem divertida com personagens carismático e dramas pessoais. Não tem como não torcer para um dos lados, não julgar e rever os seus pontos de vistas a medida que a trama vai se desenrolando. Minha alma de idosa já foi logo tomando partido com o lado dos pais, que são uma fofura, tanto o pai do protagonista e como o pais do amigo dele, todos são um exemplo de amor aos filhos, gentileza e carinho.
Uma experiência deliciosa. É um livro excelente para começar a ler os Russos.
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Flavia.Borges 23/07/2023

Livro essencial para se pensar o conflito e aproximação entre as gerações. Traz de maneira única e muito atual o que se renova e o que fica obsoleto, a não existência de uma verdade, ultrapassada pelo novo, etc.
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Max 13/06/2023

Pais e filhos...
O livro trata desse conflito de interesses tão natural entre gerações. Essa diferença é o motor que faz girar a sociedade humana, renovando-a e preparando-a a enfrentar os novos desafios que sempre surgem. Aqui o autor ao tratar do tema o faz com uma delicadeza ímpar. Sem querer dar razão a um lado ou ao outro, apenas discorre de forma honesta e singela, produzindo cenas lindas de bom orgulho, de respeito e principalmente de amor.
Recomendo!
Regis 13/06/2023minha estante
Já vai para a lista. ?




Rafael Bruno 06/08/2020

A História em forma de romande
O que dizer de um livro que marcou a história de um país? Além de debater as contradições sociais e filosóficas da época, ainda é um lindo romance. Leitura essencial para qualquer amante de livro, Pais e Filhos é um profundo estudo sociológico, filosófico e psicológico que pode ser adaptado para os tempos atuais e até mesmo para toda a eternidade.
Com brilhantismo e sarcasmo, o escritor aborda o embate de duas gerações; a necessidade das rupturas para as evoluções sociais e, consequentemente, os seus excessos. Bazárov, além de ser um personagem apaixonante, se torna muitas vezes ambíguo, cabendo o leitor se posicionar a respeito. Isso torna-o mais primoroso.
O livro demonstra a dificuldade de se manter uma cadeia ideológica durante o tempo, sobretudo na imprevisibilidade que é a vida. O distanciamento da prática com a ideologia é notório, porém não incompreensivo, afinal vivemos em um mundo que sempre seremos aprendizes, cabendo cada geração posterior não só evoluir, mas aprender e reconciliar com a anterior ("reconciliação eterna").
Por fim, de uma beleza tão natural, tão desnuda de "inteligência", demonstra o maior aprendizado que teremos em nossa "vida infinita": o amor abnegado, sagrado, onipotente.
Um livro que voltarei a ler, pois nos intriga e nos apaixona.
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KeylaPontes 06/08/2020

Iniciei esse livro no mês passado e peguei achando que seria uma leitura rápida. Não é. Mas eu acredito que uma das magias da literatura russa é que você tem que degustar cada página. Acredito que os russos tem um jeito bem especial de caracterizar personagens, mesmo aqueles que aparentemente não tem importância na narrativa ganham uma profundidade e todo um enredo especial. Este livro, assim como o nome já diz, fala de conflitos de gerações. Não só de idade, mas de ideias, objetivos, crenças e outras coisas. Recomendo após o fim da leitura, seja feita uma pesquisa para saber mais sobre o contexto que o livro aborda de fundo. Sobre o que foi o fim do regime de servidão, como funcionava, e como foi este processo de fim. Ou o próprio Niilismo (que era abordado pelo personagem Bazárov). Este foi um livro que me envolveu bastante, preciso dizer que pelo meio eu senti uma leve dificuldade de me manter na narrativa, mas na medida que o autor avançava ele me pegou de novo. Os personagens me renderam vários sentimentos e foi interessante ver no final de tudo como eu estava investida em alguns plots rs. Concluindo, Pais e Filhos é um daqueles clássicos que deve ter um lugar nas listas de leitura. Um dia eu quero reler, talvez em outro momento da vida, e ver como vai ser minha experiência. Recomendo
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Carolina.Gomes 03/04/2021

A obra prima de Turgueniev
Meu primeiro contato com o autor foi através da obra Primeiro Amor. Vinha adiando a leitura deste que é considerado a sua obra prima.

Turguêniev escreveu esse romance após as tensões entre o regime czarista e a modernidade crescente na Europa.
O enredo tem como cerne, basicamente, o conflito entre gerações.
A narrativa é fluida e os diálogos entre os personagens, suscitam questões bastante atuais.

Vale dar uma pesquisada sobre o contexto histórico para ter uma melhor compreensão da obra.
Recomendadíssimo!
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Luciana 09/10/2021

Adoravelmente inesperado
Este livro foi uma indicação da Isabella do canal Ler antes de morrer como leitura coletiva. É uma leitura fluida, com personagens muito carismáticos e a empatia é instantânea. O resumo pode iludir, pelo menos eu imaginei a história muito diferente apenas pela orelha do livro. Ele é muito mais sutil e delicado do que aparenta. Mais um autor russo que me incentiva querer conhecer melhor esta literatura.
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Krishna.Nunes 29/08/2021

Reflexivo e instigante
Pais e Filhos está tão ligado ao que se passava em sua própria época que é necessário conhecer um pouco do contexto histórico para compreendê-lo. Ao mesmo tempo, é uma obra atemporal e se conecta com os dias de hoje. Dá para perceber que o autor era um homem erudito e moderno, que estava a par do que acontecia tanto na Europa quanto na Rússia, que se interessava por política e estava atualizado com o que era relevante nos campos da ciência e da filosofia no seu tempo.

A narrativa se passa no início da década de 1860, logo depois da abolição da servidão na Rússia. Até então, o país era muito rural e não havia passado pela onda de industrualização que acontecia na Europa. Num esforço para modernizar a nação e torná-la mais próxima da Europa, o imperador vinha implantanto uma série de reformas. Nos últimos 20 anos, a Rússia havia se modificado tanto que duas gerações de pessoas, apesar da diferença de idade não muito grande, se tornaram completamente opostas. A geração de 40, como era chamada aquela que tinham passado sua juventude na década de 1840, era representada por fidalgos e nobres da antiga aristocracia ligada à posse de terras e às origens familiares. Já a geração de 60, daqueles jovens que cresceram durante os anos de 1860, era composta por intelectuais progressistas que queriam romper com tudo o que consideravam antiquado.

Nesse contexto de transformação, os servos eram basicamente trabalhadores do campo e a servidão era um sistema muito parecido com o de escravidão que vigorava no Brasil. Diferente do que aconteceu aqui, porém, os servos libertos receberam terras para trabalhar ou tornaram-se trabalhadores assalariados. As condições de trabalho, entretanto, se mostraram insatisfatórias e a escolha de muitos servos emancipados foi de migrar para as cidades, tornando-se operários da indústria. O livro nos mostra como os proprietários de terra estavam trabalhando exatamente nessa transição, dividindo suas antigas propriedades e questionando se aqueles camponeses seriam capazes de trabalhar por conta própria.

A narrativa trata do jovem Arkádi, de 22 anos, que acabara de se formar na universidade na capital e retornava à casa de seu pai, no campo, trazendo consigo seu melhor amigo e mentor, Bazárov, um estudante mais velho que também se dirigia para uma temporada na casa de seus pais.

O pai de Arkádi, Nicolai, era um homem bom e afetuoso, que tentava se entrosar com os amigos de seu filho, e gostava de ler e estudar para manter-se informado e atualizado. Com ele morava Pável, seu irmão mais velho, um militar aposentado, de pensamento conservador e hábitos aristocráticos, que guardava uma grande amargura causada por perdas no passado.

Bazárov, que era bastante arrogante e que se dizia niilista, demonstrava completo desprezo pelas tradições, pelas autoridades e pelas instituições, inclusive a religião e a família. A presença de Bazárov no meio da família de Arkádi é o estopim do conflito entre gerações de que trata o livro. As opiniões niilistas do estudante conflitavam diretamente com o pensamento do tio Pável, provocando discussões acaloradas, em que o militar não conseguia controlar a irritação. Já Nicolai, que na maioria das vezes tinha espírito apaziguador e tentava manter a tranquilidade no seio da família, acabou ficando muito magoado ao ouvir, acidentalmente, uma conversa entre o filho e o amigo. Apesar de seus esforços para não ficar ultrapassado, descobriu que era considerado pela geração mais jovem um homem antiquado, ignorante, "uma carta fora do jogo".

O autor tentou não tomar partido (pelo menos explicitamente) de nenhum dos lados. Ele criou personagens vivos e com personalidades próprias e, com uma linguagem muito poética e um cenário bucólico, acabou publicando uma obra que foi um sucesso estrondoso, mas contraditoriamente não agradou a ninguém. Os mais velhos achavam que o livro era um incentivo ao niilismo, enquanto os jovens enxergavam que ele favorecia a geração mais antiga. A impressão que dá é que ambos os lados tinham tantos defeitos que não suportaram a maneira precisa como foram representados no romance. Assim, o autor criou desavenças no meio dos intelectuais da época e foi acusado de estimular os protestos e conflitos que pipocavam pela Rússia, que na verdade tinham origem na insatisfação dos servos emancipados com as novas condições de trabalho, no que eram apoiados pelos estudantes. O fato é que o autor critica tanto o niilismo da moda quanto os valores conservadores e patriarcais da antiga Rússia.

Talvez o descontentamento maior dos jovens da época com livro se deva ao fato de que ele tenta deixar uma certa "moral da história" no final, que pode até ser interpretada de outras maneiras, mas parece dizer que o amor supera as ideologias e os rótulos, e que se deve valorizar a felicidade nas coisas simples.

Pais e Filhos é um retrato da Rússia semi-urbanizada em meados do século XIX, explorando os pontos de vistas de várias camadas daquela sociedade. Uma leitura reflexiva, que deixa o leitor órfão assim que termina de ler a última linha.
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Italberto 08/01/2021

Embate de gerações
Um pequeno resumo do enredo:

Depois de passar muito tempo sem ir em casa, estudando na cidade grande, um estudante volta pra casa do pai, uma propriedade rural, e traz consigo um amigo. As ideias desse amigo acabam entrando em conflito com as do tio do rapaz, que é de uma geração anterior, ex-soldado e bastante erudito.
Passados alguns dias nessa propriedade, tendo que lidar com os constantes embates entre o amigo e o tio. O rapaz resolve ir até a cidade mais próxima com o amigo a fim de encontrar-se com o novo governador. Durante uma festa, ele conhece uma mulher muito interessante. Apaixona-se por ela imediatamente, porém é uma paixão não correspondida, ela não o vê como um interesse amoroso, tão somente uma boa conversa. Após aceitar um convite para visitá-la o rapaz leva o amigo consigo e os dois conhecem melhor a encantadora mulher, revelando-se uma jovem viúva de rico comerciante. Após uma conversa prolongada, ela desperta o interesse também no amigo, que é mais velho que o rapaz, e agora também o interesse é correspondido da parte da mulher. Passam-se cerca de um mês, com os dois hospedados na propriedade da senhora. O rapaz, acaba apaixonando-se pela irmã mais nova da anfitriã e a tensão amorosa entre o amigo e a viúva cresce a tal ponto que os dois decidem ir visitar os pais do amigo para pensar a respeito de seus sentimentos.
Seus pais, ficam muito felizes em vê-lo, porém a visita acaba prematuramente, deixando os velhos bastante tristes pela partida do filho que decide voltar para a propriedade do amigo.
Por fim, a profusão de sentimentos em ambos os rapazes, acaba por lhes conduzir por caminhos separados. E não tarda para que escolhas sejam feitas, destinos sejam lançados e que a história se revele um ciclo interminável, no qual uma geração supera a outra, deixando marcas indeléveis nas vidas das pessoas.

Uma citação:
- Esta força, a força ainda está toda aqui e, mesmo assim tenho de morrer!... um velho, pelo menos, já teve tempo de perder o hábito da vida, mas eu... Pois bem, tente negar a morte o quanto quiser. Ela é que nega você, e acabou-se!

O que achei:
Um livro fortemente baseado nos diálogos. Foi nos diálogos onde eu mais me demorei, onde mais encontrei a profundidade que o tema necessita. Como apresentei acima, o enredo é extremamente simples, o que dá a essa obra a grandeza que lhe é merecida são as relações construídas entre os personagens. As convicções de duas gerações batem de frente e o que resta à geração anterior é apenas aceitar, pois dos sucessores é que é este mundo.
Olhando por uma outra perspectiva, esse livro é um livro que fala de amor, amor de paixão, amor fraterno, amor abnegado e até mesmo da falta do amor. De como ele é necessário para nossas vidas, para que elas sejam plenas.
É um livro muito bom, que continua atual, pois a troca de gerações é um movimento contínuo na existência humana, vele muito a pena a leitura.
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