Há quem prefira urtigas

Há quem prefira urtigas Junichiro Tanizaki




Resenhas - Há quem prefira urtigas


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Renato Pereira 25/02/2009

Jogo de aparências no Japão dos anos 20
Um romance que deixa exposto o outro lado do moralismo: aquele que todos fingem não ver e não se importar. O livro busca descrever, em pleno Japão dos anos 20, o quanto estamos habituados a jogar uma sujeirinha incômoda para baixo do tapete. Uma crítica inteligente às regras estabelecidas pela sociedade, como casamento e família, e que leva à reflexão de como há, nas entrelinhas sociais, a imposição de viver de aparências. "Há Quem Prefira Urtigas", de Junichiro Tanizaki, mostra que os valores são apenas circunstanciais e que a vulnerabilidade pode nos transformar em quem nunca imaginamos.
Sha 03/09/2012minha estante
Fiquei com vontade de ler :D




Bruno.Dellatorre 05/08/2020

Chocado com a ruindade desse livro
Dei duas estrelas por conta da consideração que tenho por esse escritor, e porque de fato gostei dos capítulos 5 ao 8. Todo o restante é descartável... que livro mal planejado!
Sem dúvidas é o livro mais redundante que já li
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Daniel Andrade 22/01/2022

192 páginas de nada
Não consigo acreditar que em 192 páginas NADA aconteceu. O plot principal não se resolve, a Louise que tá na sinopse como uma das >protagonistas< é citada pela primeira vez na página CENTO E CINQUENTA, o filho fica largado às traças, a Misako e o Kaname completamente descompensados, o inútil do Aso que é importante pra história simplesmente não aparece no livro... pelo amor de deus que decepção. A nota só não será mais baixa porque o estilo de narrativa do Tanizaki é gostoso. De resto, horrível.
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Ana 29/01/2017

Drama de relacionamentos e choque de gerações
Não há o que discutir, Junichiro Tanizaki discorre com maestria acerca dos dramas de um casamento em ruínas e sobre a personalidade do casal indolente que o constitui. Traçando o perfil de uma sociedade que se preocupa excessivamente com as aparências à sombra de um relacionamento que sobrevive apesar de traições, choros abafados pelo travesseiro, sustentado somente pela covardia e apego à rotina, o autor traz à tona, sutilmente é claro, a crítica e o questionamento acerca dos relacionamentos modernos e as concessões que são feitas. Para acentuar essa crítica, Tanizaki se utiliza do contraste entre as gerações e culturas representado pelas três figuras femininas centrais da trama: Misako, Ohisa e Louise, cada qual centralizando o drama de sua própria era, distribuídas entre o tradicionalismo e submissão das mulheres japonesas até a transição para a influência da cultura ocidental e até mesmo a sua intromissão no Oriente.

Para mim, um aspecto negativo é o detalhismo com que o autor retrata aspectos culturais como o teatro Nô, Kabuki e o Bunraku. Apesar da beleza de tais detalhes, o excesso de preciosismo é um tanto cansativo. Em outra ponta, outros detalhes importantes são deixados de lado de forma que a história termina abruptamente, deixando a impressão de despropósito e de que havia algo mais a ser dito. Como se a história fosse encerrada no meio de um capítulo, mas no geral é uma ótima leitura para quem gosta do gênero e de cultura japonesa.
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Carol 17/03/2024

Impressões da Carol
Livro: Há quem prefira urtigas{1929}
Autor: Junichiro Tanizaki {Japão, 1886-1965}
Tradução: Leiko Gotoda
Editora: Cia das Letras
192p.

"Mas ao descompasso entre marido e mulher novos desconfortos se juntaram enquanto assistiam ao entreato 'Jihei'. Pois a natureza da relação conjugal de Jihei e Osan - muito embora se tratasse de dois bonecos num típico enredo joruri repleto de expressões exageradas e cômicas - levou Misako e Kaname a refletir sobre os próprios cotidianos e a sorrir com amargura." p. 35

O enredo de "Há quem prefira urtigas", na superfície, é banal: o divórcio do casal Kaname e Misako, que não sabemos se será concretizado. Porém, é o que está latente neste romance que me fisgou.

Ao problematizar as tensões resultantes do choque entre a cultura japonesa (tradição) com a ocidental (modernidade), Tanizaki borra a esfera individual e a esfera coletiva. Mais que isso, delineia o desejo mimético como perda de identidade, desraizada de suas origens. Kaname, por exemplo, oscila indeciso entre sua esposa ocidentalizada e independente Misako, sua amante prostituta Louise e a jovem Ohisa, acompanhante de seu sogro, que segue costumes orientais.

O teatro de bonecos - bunraku -, que surge em diferentes momentos da narrativa, serve como alegoria aos silêncios e aos não-ditos das personagens, preenchendo lacunas e multiplicando sentidos. Assim, Kaname e Misako, ao procrastinar a decisão de assinar o divórcio, estariam dispostos a serem manipulados para evitar bater de frente com parentes, amigos e a sociedade. São fantoches de seus medos. Tudo se resume à performance.

Por fim, a figura da mulher na sociedade japonesa do entre-guerras. Misako, Louise e Ohisa estão inseridas numa tradição que ora santifica ora demoniza a mulher, que é sempre cobrada a provar e a fazer o impossível pelo bem do relacionamento e da família. Num Japão em que o indivíduo masculino está em crise, a mulher passa por pressões sobrepostas.

Um romance notável! Ler Junichiro Tanizaki é contemplar um outro tempo, um outro modo de ser e estar neste mundo. Literatura de fronteira. Literatura de crise. Sempre um deleite.
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Lusia.Nicolino 21/10/2021

Decidir é sempre uma questão! Decida ler esse clássico
Uma releitura, já que será o próximo título no Clube de Leitura da Japan House. O título – que vem do provérbio japonês "Cada lagarta tem seu gosto; algumas preferem urtigas" – pauta um dos temas principais da história, a escolha. Mas, como escolher entre isso e aquilo quando se é incapaz de tomar decisões? Desde as mais banais, como ir ao teatro, até a mais pungente, a que pode alterar vidas, como a separação. E é com esse tipo de personagem que vamos lidar. Misako e seu marido Kaname vão se separar. Ele já não se interessa por ela, ela já tem um amante, mas estamos na década de 1920, no Japão marcado por suas tradições. Divórcio e adultério, das mulheres, um assunto a ser evitado. E há Hiroko, o filho de dez anos, que sabe mais do que pensam seus pais e aguarda a decisão. Tanizaki sempre pontuou em suas obras o confronto, os momentos em que o moderno avança sobre as antigas tradições. É antigo ou é tradição? Seus personagens sempre vivenciam seus anseios, seus desejos, mesmo aqueles que preferem urtigas? Decida pela leitura desse clássico e confira o final da história.

Quote: "Em resposta aos acenos do chapéu, Ohisa agitava no ar seu bastão de romeira. Contemplando-os, Kaname pensou: ´De longe, e com os rostos ocultos pelos sombreiros, esses dois formam um harmonioso casal de peregrinos. Que importam os mais de trinta anos de diferença? Afinal, leste e oeste inexistem desde o princípio´.


site: https://www.facebook.com/lunicolinole https://www.instagram.com/lunicolinole
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Biblioteca Álvaro Guerra 13/02/2020

No Japão da década de 1920, uma rede de relações amorosas põe em cena um confronto geracional e de costumes. Misako e Kaname decidem se separar, mas por alguma estranha razão não conseguem pôr fim ao próprio casamento. O romance apresenta os intrincados dilemas de duas maneiras de amar: aquela da tradição japonesa e a da nova geração ocidentalizada.

Empreste esse livro na biblioteca pública.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/853590350X
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Paulo Sousa 14/04/2020

livro lido - Há quem prefira urtigas
Leitura 17/2020 [Lista 1001 livros]
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Há quem prefira urtigas [1928]
Orig. Tade kuu mushi
Junichiro Tanizaki (Japão, 1886-1965)
Companhia das Letras, 2003, 192 p.
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?Aqueles minutos preciosos, serenos, mostravam de modo incongruente que, livres da necessidade de representar, restava-lhes ainda alguma coisa que lembrava uma relação conjugal harmoniosa. Ambos sabiam que o momento era fugaz, mas queriam desfrutá-lo plenamente, descansar por momentos da fadiga de suas vidas? (p.75).
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Junichiro Tanizaki é um senhor escritor que, pelas suas letras, soube descrever e mostrar um Japão cheio de poesia, saudade e beleza. Mas também, apesar da geração em que viveu, soube tratar, como grande escritor engajado, com a inevitável ruptura da cultura japonesa antiga, que foi se rendendo para o ocidental modo de viver.
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É o que esta pequena novela aborda: num país onde o senso de moralidade, honradez e dignidade foram cultuados até a algumas das primeiras décadas dos anos 90, o autor aborda a maneira como duas culturas vão se misturando e delas se vê a aglutinação de certos costumes e o surgimento de outros. Acompanhamos o drama de Kaname e Misako, um casal que não se entende mais, cada vez mais voltados para suas vidas singulares, cada um mantendo uma infidelidade consentida e que chegam à decisão de que o divórcio porá fim à farsa que mantém sobretudo ao velho pai de Misako, um ancião à antiga que criou a filha nos moldes tradicionais. O autor nos faz acompanhar as angustiosas vidas dos dois em terceira pessoa, que buscam se livrar das amarras de uma sociedade que julgam, cada à sua maneira, atrasada e retrógrada.
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É claro que não se pode abrir mão da sua origem assim de uma hora para outra, e é justamente através do velho pai de Misako que Tanizaki descreve o lado mais tradicional do Japão. Desde os objetos enegrecidos pelo tempo quanto as requintadas apresentações do teatro de bonecos japonês, vamos sendo brindados com a pena atenta do escritor que busca mostrar justamente a antítese de um pais em lenta modificação, que busca a duras penas manter intacta uma cultura trazida desde tempos imemoriais.
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O drama do casal, ficamos sabendo, é o pano de fundo para questões bem mais profundas, pelos quais o romance transita. Vai tratar do problema do choque de cultura, a cuja modernidade ocidental tenta romper, e aos profundos costumes patriarcais os quais sempre imperaram. E tem muito mais. Têm-se a figura da mulher submissa ao marido (Ohisa, a quase gueixa do velho pai de Misako), a prostituta Louise, que busca extrair o máximo de dinheiro de Kaname, e a busca pelo amor livre e desimpedido de Misako, que nutre a esperança de se casar com seu amante Aiso, relação da qual Kaname sabe e incentiva. Entre as brechas dessas partículas há o filho do casal, assustado com a possibilidade de ver sua vida estável ser destruída e o primo de Kaname, um empresário de Tóquio, que tenta ajudar os dois a atingirem seu objetivo de separação.
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De Tanizaki eu já tinha lido um muito bom ensaio, ?Em louvor da sombra?, um relato muito bonito sobre a noção de estética japonesa que, segundo o autor, estaria justamente no culto aos objetos enegrecidos pelo uso, à manutenção de ambientes pouco iluminados e, por isso mesmo, causa de contemplação e enlevo. O livro ora lido, cuja temática é mais trágica que estética, não perde essa veia, com tantas descrições de pratarias, vestuário e culturais de um Japão que inevitavelmente está se rendendo a costumes do outro lado do mundo, vindo a adotar o jazz americano e a possibilidade de romper as amarras de um patriarcalismo austero causador de tantas dores e relações insensatas. Grande Tanizaki!
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Luiz Gustavo 13/08/2020

Ambientado na década de 1920, o conflito central da narrativa é a ruína do casamento de Kaname e Misako. O capítulo inicial apresenta a indecisão do casal diante de uma questão aparentemente banal: aceitar ou não o convite do pai de Misako para ir a uma apresentação de Bunraku (uma forma de teatro de bonecos). Nenhum dos dois quer tomar uma decisão, nem sobre o convite, como vemos no início, nem sobre o inevitável divórcio – grande tabu na época –, como vemos ao longo do livro. O casamento dos dois se tornou falso, porém muito conveniente, pois juntos podiam pelo menos manter as aparências para a sociedade. Contudo, eles não estavam felizes. Tamanha era a infelicidade que Misako mantém, com o apoio do marido, um relacionamento com outro homem, enquanto Kaname se envolve esporadicamente com uma prostituta. Mesmo o filho do casal participa da farsa que se tornou o matrimônio, e destaco um trecho que me impressionou muito: “Provocava arrepios em Kaname a estranha situação de um pai, uma mãe e um filho que passeavam juntos, cada qual ocultando dos demais o que lhe ia no íntimo, sob uma falsa aparência risonha. Em outras palavras, os três já não conseguiam enganar-se, mas juntos enganavam o mundo”. A insatisfação é nítida, mas, por diversos motivos, a separação definitiva é sempre adiada. O final da narrativa parece, inclusive, muito abrupto, mas o “corte” que acontece ao final pode ser uma forma de representar a eterna indecisão dos personagens em tomar uma atitude. Também há na narrativa a representação de um embate entre as tradições japonesas e os novos hábitos ocidentais, principalmente na comparação da relação do casal principal com a relação do pai de Misako com Ohisa, uma mulher trinta anos mais jovem, que, apesar da pouca idade, se adequa aos costumes tradicionais apreciados pelo companheiro. As passagens mais difíceis do livro são as que abordam algumas dessas tradições, especialmente os teatros de bonecos. Apesar de haver me faltado repertório cultural para compreender mais, acho que os conflitos interpessoais apresentados tornam o livro muito interessante.
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Ladyce 06/12/2014

Uma obra importante mas que perde muito no ocidente
Uma narrativa sensível e indireta. Delicada. Com um tema que me pareceu um tanto datado: divórcio. Foi difícil, para mim, me situar em um tempo anterior à Segunda Guerra Mundial, em um Japão cujas principais metáforas para a explicação dos sentimentos foram o teatro Kabuki ou músicas cantadas que diferenciam a língua falada em Tóquio da língua falada em outra área. As metáforas, extensas, nesse livro, vêm cheias de considerações que eu sabia estar perdendo, limitada pela minha ignorância sobre a cultura do país na época.

A introdução à metáfora do teatro logo no início do romance passa ao largo de quem não conhece os personagens. Sim, no palco há uma boneca mulher, que não tem vontade própria. Mas é só isso? Não há de haver mais já que passamos tanto tempo enroscados naquela descrição. Encontrei-me consultando o Google a cada vinte páginas, tentando captar mais do que uma leitura superficial do texto.

Sim, a dúvida do casal, mais dele do que dela, de se separar ou não. Entregar-se à modernidade ocidental ou às tradições nipônicas de pré-guerra é óbvia, permanente e angustiante. Mas por ser parte de uma narrativa metafórica e oblíqua, leva muito tempo para ser desenvolvida.

Penei para achar uma maneira de relatar as minhas frustrações com o romance sem tentar desencorajar quem quer que seja de lê-lo, pois a opinião da maioria dos leitores desse romance é muito mais apreciadora do que a minha. Mas fui forçosamente lembrada dos romances do início do século XX, em que as histórias podem ser longas e um tanto repetitivas porque muitas vezes apareciam em capítulos semanais.

Definitivamente não recomendo sua leitura para a introdução à literatura contemporânea japonesa, mesmo sendo este autor considerado um dos pais da moderna literatura do país.
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GilbertoOrtegaJr 22/08/2015

Há quem prefira urtigas- Junichiro Tanizaki
Para cada cultura existem formas de se relacionar que são aceitáveis ou não, algumas mudam com o passar dos anos ou desenvolvimento de tal sociedade, ao receber e ser influenciado por outros tipos de cultura. Em Há quem prefira urtigas de Junichiro Tanizaki, o autor se debruça sobre a vida de um casal em pleno processo de separação, algo não muito comum no Japão dos anos 1920, período em que se passa a história.

Nesta livros somos apresentados ao jovem casal Misako e seu marido Kanane, que absorveram uma grande dose da cultura ocidental, e um dos elementos que fazem parte desta modernidade do casal é a decisão de ambos de se divorciarem, pois aparentemente um não sente mais amor, e tampouco atração sexual pelo outro, ou seja em algum momento o amor acabou mas ambos ainda assim continuaram vivendo juntos, sem decidir se separaram de uma vez.

Ao decidirem finalmente pensar na situação de forma clara e planejar como será feito o divórcio ambos concordam que o melhor é dar um tempo para esperarem e ver se é isso mesmo que eles querem, e como seguirão dali para frente. As intenções de Misako são de se casar novamente com seu amante Aso, já seu marido não apresenta grandes planos porém mesmo assim se encontra constantemente com a prostituta Louise, uma mulher ocidental que decidiu ir morar no Japão.

Na orelha do livro diz que estas três mulheres são representações do choque de geração no Japão, e suas mudanças na forma de se relacionar mas, não é isso que acredito, parece não haver uma grande intencionalidade do autor, ao menos não para mim. O que me parece é que existe um leque de variáveis para que o livro não ficasse raso ou monotemático.

Outro ponto que me incomodou muito no livro é o tanto que o autor faz referências ao tetro Kabuki, os mais cultos que eu dizem que é uma metáfora mas, mesmo assim o autor explana em vários momentos sobre este teatro e suas características muitas vezes se tornando maçante, o interessante é que o autor diz em algum momento do texto que os jovens japoneses não estão mais interessados neste tipo de arte. E o que o faz pensar que se eles não estão o leitor estará? ainda mais após a forma como ele nos é apresentado, sem uma ordem cronológica, ou de forma completa de uma vez de forma fragmentada, sem que isso cumpra grandes propósitos ao longo do livro.

Apesar do tema interessante e o livro ser curto, são apenas 191 páginas, a impressão que fica é que falta um proposito e firmeza no livro, o tema proposto não é atacado em seu núcleo, pelo contrário o autor anda na margem. Os personagens indecisos e inseguros são cansativos e quase sempre não mostram traços individuais, sendo todos eles em sua grande maioria inseguros e submissos a vontade alheia, só se movimentando quando são pressionados neste sentido. Por tudo isso achei a leitura cansativa e muito frustrante.

site: https://lerateaexaustao.wordpress.com/2015/08/23/ha-quem-prefira-urtigas-junichiro-tanizaki/
Ladyce 22/08/2015minha estante
Boa resenha. Achei as descrições do teatro Kabuki intermináveis.




Mauricio.Alcides 17/06/2017

Tanizaki tem um sério problema rítmico
“Há quem prefira urtigas” é sem duvida um clássico da literatura japonesa. A obra narra a estória de um casal que já a muito se separaram fisico, mental e espiritualmente, mas que não sabem como lidar com os conflitos dessa eventual separação em uma sociedade tradicional que sofre fortes influencias ocidentais.


A obra de Tanazaki em muitos capítulos flue de maneira singela e lembra até mesmo o estilo cristalino de Mishima, mas em outros momentos é arrastada, prolixa literalmente desnecessária.

Essa falta de ritmo é o único pecado de Junichiro Tanizaki, mas é o suficiente para transformar a experiência da leitura em um item exclusivo de masoquistas e leitores ávidos pela cultura da terra do sol nascente.

Nota 7
Bruno.Dellatorre 04/08/2020minha estante
Estou lendo o livro agora. Concordo com tudo o que você disse




Mario Miranda 19/05/2020

Junichiro Tanizaki sempre trabalha a temática do "amor" em óticas não-usuais. Se em Amor Insensato temos um relacionamento Pedófilo, ou em "Diário de um velho louco" a relação sexual de um Idoso, temos em "Há quem prefira as Urtigas" um relacionamento baseado na traição dos seus integrantes.

Kaname e Misako são casados há anos, nunca tendo encontrado a felicidade conjugal, apesar de terem tido um único filho, Hiroshi. Misako mantém um relacionamento extraconjugal de longa data, com conhecimento - e apoio - do seu marido, enquanto este frequenta o estabelecimento de uma cafetina em busca de fuga para a sua própria realidade.

O casal está decidido a separar-se e cada um buscar sua felicidade conjugal. Apesar da decisão, são acometidos de uma incapacidade para realizar seu intento. Ora preocupam-se com a saúde psicológica do filho, ora com o próprio futuro - incerto - de Misako junto a seu amante, Aso.

Mais do que um simples livro sobre decepções amorosas e traição, Há quem prefira as urtigas é um livro sobre a decadência e degeneração pessoal. Kaname é preso entre um ideal em ser mais ocidentalizado, moderno, permissivo em relação ao relacionamento de sua esposa, e ao universo japonês tradicional do Séc. XIX, materializado em seu sogro, um homem em busca de redescobrir e enaltecer os valores e culturas tradicionais japonesas.

A obra, que situação no pré-guerra, período em que já havia forte influência ocidental no Japão, relata no personagem Kaname a dificuldade em se manter estas culturas - Ocidental e Japonesa - tão heterogêneas entre si dentro de um universo de convivência familiar.
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Sheilla Darlen 27/10/2021

Japão à mostra.
Fiquei entre amor e ódio por esse livro. Uma história que rola morna, mas que ainda assim me prendeu. Interessante pra refletir se o mundo mudou ou está na mesma.
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