O Escritor e Sua Missão

O Escritor e Sua Missão Thomas Mann




Resenhas - O Escritor e Sua Missão


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Romeu Felix 13/07/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
"O Escritor e Sua Missão" é uma coletânea de ensaios escritos pelo renomado autor alemão Thomas Mann. Publicado originalmente em 1933, o livro aborda a relação entre a literatura e a sociedade, explorando a responsabilidade do escritor em relação à sua obra e ao mundo ao seu redor.

Ao longo de seus ensaios, Mann analisa o papel do escritor como um intérprete e crítico da realidade, além de refletir sobre a influência da literatura na sociedade e a responsabilidade que acompanha o dom de escrever. O autor discute a importância da literatura como uma forma de compreender o mundo e sua capacidade de despertar a consciência e a reflexão nos leitores.

Uma das figuras centrais do livro é Johann Wolfgang von Goethe, considerado por Mann como um modelo de escritor engajado e comprometido com sua época. Mann examina a obra de Goethe e sua capacidade de retratar a condição humana em suas diversas facetas, bem como sua posição como um artista ativo na sociedade.

Outros escritores famosos são abordados nas páginas de "O Escritor e Sua Missão", incluindo Fiódor Dostoiévski e Henrik Ibsen. Mann analisa a obra desses autores, destacando a profundidade de suas narrativas e a importância de suas temáticas para a compreensão da condição humana e da sociedade.

A escrita de Thomas Mann é densa e erudita, mas acessível aos leitores interessados na literatura e em questões filosóficas e sociais. Seus ensaios são meticulosamente construídos e apresentam uma análise perspicaz da relação entre literatura, arte e sociedade. Através de sua prosa elegante, Mann convida o leitor a refletir sobre o papel do escritor na formação da consciência coletiva e a importância da literatura como veículo de transformação e questionamento.

"O Escritor e Sua Missão" é uma leitura enriquecedora para aqueles interessados na literatura e nas interações complexas entre a arte e a sociedade. Os ensaios de Mann oferecem uma visão profunda e profissional sobre o papel e a responsabilidade do escritor, estimulando a reflexão crítica e a apreciação da literatura como uma forma de conhecimento e expressão essencial para o entendimento humano.

Em suma, "O Escritor e Sua Missão" é um livro valioso para os amantes da literatura, pois oferece uma análise perspicaz sobre o papel do escritor na sociedade e a influência da literatura como uma força transformadora. Thomas Mann, com sua erudição e habilidade analítica, convida o leitor a mergulhar na complexa relação entre a arte e a realidade, destacando a importância do engajamento intelectual e do poder da palavra escrita.
Por: Romeu Felix Menin Junior.
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Marcus Oliver 25/06/2020

Riquíssimo
Uma leitura abundante e perfeita para leitores novos e antigos dos vários artistas que Thomas Mann traz em seus ensaios. Sua obra ensaística é rica em teoria e discurso, fiquei de queixo caído quando ele falou de Goethe, Tchekhov, Tolstói e Dostoiévski. Sem contar que o seu conhecimento em cultura e literatura alemã é de deixar qualquer um sem palavras. Essa obra é perfeita tanto pra introduzir ou aprofundar os estudos ou tomar conhecimento a respeito de certos artistas. A maneira que ele interpreta as obras desses artistas em seus 12 ensaios é primorosa. Muito acaba se relacionando com os tempos de hoje no quesito social, pois Mann viveu na ascensão do terceiro reich, o Nazismo, e os comentários que faz sobre esse fato relacionam e muito com as tendências de extrema-direita ressurgindo atualmente.
Thomas Mann um alemão convicto, humano, defensor da arte, da liberdade traz muito a ciência humanística e é um prazer ler sua obra.
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Heidi Gisele Borges 24/05/2021

Thomas Mann (1875-1955), Nobel de Literatura em 1929, saiu da Alemanha, seu país natal, em 1933. Era um antinazista declarado. Fez diversos textos sobre sua posição que foram publicanos no livro Ouvintes alemães! Discursos contra Hitler (Deutsche Hörer!, Editora Zahar), escritos entre 1940-45.

"Nesse contexto é bom dizer que Thomas Mann, à diferença de boa parte dos escritores alemães, assume em público posições políticas a respeito do nazismo (...) Um dos primeiros alemães a denunciar no continente americano a política nazista de extermínio de judeus."

Em O escritor e sua missão, publicado pela Editora Zahar, Thomas Mann fala rapidamente, mas de forma muito interessante, de vários autores que admira. Heinrich Heine, por exemplo, Thomas Mann mostra que foi injustiçado ao não ser reconhecido. E nos textos conhecemos também um pouco mais de Mann.

O escritor e sua missão traz uma ótima apresentação do professor Johannes Kretschmer. O livro é recheado de notas de rodapé com explicações complementares sobre o contexto da época e, para os mais curiosos, muitas sugestões de livros.

Thomas Mann é autor de diversas obras importantes. Um exemplo é Doutor Fausto (Doktor Faustus), que faz um paralelo com a II Guerra Mundial, período que Mann saiu da Alemanha e publicou os textos contra o regime nazista.

A reunião de ensaios em O escritor e sua missão se mostra muito importante ao trazer a opinião de um grande autor que admirava também os grandes.

"Anna Karenina, de Leon Tolstói, foi importante para a composição de seus romances Os Buddenbrooks e A montanha mágica."

Ao escrever o necrólogo sobre a triste morte de seu amigo e irmão Hugo von Hofmannsthal ­- que já era um poeta respeitado desde os 17 anos -, Mann diz: "A guerra mudou os conceitos e ele teve dificuldades em se adaptar", que frase forte!

É visível a diferença de tons no texto in memoriam e no Discurso sobre Lessing. No primeiro, com razão, a tristeza se faz presente. No último se exulta a obra e o autor, há alegria, há vontade de falar sobre Lessing. E usa uma frase desse escritor para mostrar que há tantos anos já se falava de algo que viria a acontecer na época de Mann, o nazismo:

"É quando ele sonha que 'em cada país existissem homens que transcendem os preconceitos da comunidade nacional e percebessem o momento em que o patriotismo deixa de ser uma virtude.'"

Além de muitos textos incríveis, há um sobre Goethe, autor que Mann adorava. E, em 1938, foi a Berlim falar sobre ele e seu centenário de morte. Na Alemanha Thomas Mann discursa sobre o escritor com o título Goethe como representante da burguesia, já que os nazistas usavam o autor como populista.

No início do livro há o comentário do professor Johannes Kretschmer sobre cada texto e recomendo ler cada parte junto com o texto correspondente. Thomas Mann volta agora em evidência no Brasil com a republicação de seus romances. Um autor que deve ser lido e relido.

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