A Rosa Branca Rebelde

A Rosa Branca Rebelde Janet Paisley




Resenhas - A Rosa Branca Rebelde


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Carol 16/06/2023

Li pela primeira vez anos atrás e lembro de ter me apaixonado pela história! Agora, na releitura, queria ver se ainda estava apaixonada, e SIIIIMMMM!
Minha missão é fazer mais pessoas conhecerem o livro, porque ele é tão incrível, tão empoderador que eu acho um absurdo as pessoas não conhecerem!
Então, se você nunca leu, LEIA! SÓ LEIA!
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Annalisa 01/05/2023

A Rosa Branca Rebelde

"[...] ao redor dela havia árvores, colinas, rios, lagos. Ninguém poderia ser dono daquilo, nem mesmo os peixes, animais e pássaros que lá viviam, assim como não podiam possuir a chuva, o mar, o céu ou outra pessoa. Casa coisa era dona de si própria. Aeneas sabia disso, ele não poderia ser das Terras Altas e não saber disso. Como chefe, seu povo lhe dava tudo, não por quem ele era, pois era um homem como outro qualquer, mas pelo o que ele representava, o clã, que significava preservação de quem e do que eles eram: um povo livre, que escolhia viver livremente juntos, pelo bem geral." - Página 293

Eu já vi, ouvi, assisti e li essa parte da história entre Inglaterra e Escócia de diversas formas diferentes, por vários pontos de vista, e depois de tudo isso, ainda é um ponto que me cativa e me fascina. É uma p*ta história, real, verídica e sofrida. Chega em um ponto que não há como dizer quem estava certo ou quem estava errado, de quem era o direto da terra ou quem estava agindo pela ganância, mas que os escoceses sofreram com o domínio da Inglaterra sobre eles, não há como negar.

Eram um povo de cultura e tradições seculares, enraizados em seu seres e seus modos de vida. Constituídos por história, família, clãs e crenças. Sofreram perdas irrevogáveis e tiveram que aceitar uma doutrina e tradições que não faziam parte do seu ser. A Rosa Branca Rebelde nos conta um ponto de vista sobre essa história, a da Coronel Anne Farquharson, lady McIntosh e sua luta pelos seus homens e de como em diversas vezes, muitas delas em desvantagem, ela uso da estratégia e inteligência para virar o jogo contra os ingleses.

Não sei dizer todos os pontos que são reais ou ficção dentro do livro, muitas coisas já vi descrita em outros relatos (me levando a crer que são os reais) e outros foram tão bem inseridos e escritos que me fazem duvidar se são ficção. Mas a história vai permeando todos os trechos já conhecidos da Escócia e sua luta contra a dominação da Inglaterra, seu sonho de voltar a ter um Stuart no trono escocês, e finalizando na fatídica batalha de Culloden em 1746, quando houve a maior derrota da história dos clãs escoceses e a aniquilação da cultura e das tradições deles.

Em meio a toda a história, A Rosa Branca Rebelde também nos apresenta o relacionamento entre Anne e Aeneas (chefe do clã), seu casamento, seus ideais, seus sentimentos, conflitos e crescimento, e principalmente o papel da mulher escocesa junto ao seu marido e junto ao seu clã, diferentemente de todos os pontos da história, aqui, a mulher tem voz, tem escolha e tem lugar. Anne não é a apenas uma esposa recatada e do lar, tanto que ela e Aeneas, por infortúnios da vida, acabam ficando de lados opostos dessa guerra, e é Anne que comanda os clãs e os levam para a batalha.

O livro é extremamente bem escrito, porém por vários trechos encontrei um pouco de dificuldade de me aprofundar nas cenas e acompanhar a troca de informações, nomes e personagens. Meu pequeno conhecimento anterior sobre o tema me guiou em algumas passagens, porém ainda senti falta de uma ligação maior em algumas páginas.

É um livro um tanto grande, mas para quem procura e gosta de informações sobre o tema e principalmente está em busca de conhecimento, ele vai te prender do início ao fim, e você nem verá as páginas passando, é um romance que vale a pena ser lido.

"Muitos daqueles de quem eles gostavam haviam partido, mas nem todos. O modo de vida que eles valorizavam havia acabado, embora o amor permanecesse.... [...] Uma nação não merroria enquanto seu espírito vivesse. Ela havia conseguido pequenas concessões. Nelas, o jogo se invertera. A vida não pararia. Leis poderia ser revogadas, eles descobririam novas maneiras de viver. A liberdade era uma ideia, e não podia ser destruída." - Páginas 474.
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Julinho 25/07/2022

Não consegui me conectar com os personagens e principalmente com os dramas amorosos da personagem: achei o relacionamento de Anne com o marido muito mal construído e sua paixão repentina pelo amante muito volúvel. O conteúdo histórico é muito interessante, ainda que as cenas de sexo dispersassem a minha atenção (*pelo jeito o povo tem fetiche em highlander brutamontes que transa igual pedreiro*).
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Adri 13/01/2022

Tudo que fala sobre Escócia, Terras Altas, registros e fatos daquela época me chamam a atenção, me identifico muito com esta leitura...foi quando encontrei este livro em um Sebo, olhei a capa e o título e pensei: aqui tem uma história facinante! E foi o que encontrei em cada capítulo, cada página folhada, o relato da vida e conquistas de Anne, uma mulher forte, guerreira com uma sensibilidade muito própria.
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um livro nos contou 08/10/2020

Resenha por instagram literário @umlivronoscontou
A Rosa Branca Rebelde conta a história de uma personagem real escocesa, Anne Farqhuarson-Mackintosh. O enredo gira em torno da revolta jacobita que culminou na fatídica Batalha de Culloden em 1746.

Um dos pontos principais dessa obra, que me faz indicá-la sempre que alguém pede um romance com highlanders, é o fato de Janet Paisley frisar e enfatizar a diferença entre as mulheres inglesas e escocesas, estas não eram submissas e caladas. Tinham direito a terras, opiniões, podiam escolher o marido, se divorciar e tinham liberdade sobre o próprio corpo. Os ingleses (homens e mulheres) os consideravam selvagens por fatos como esse! Valha-me Deus né? Vou nem começar a dizer os impropérios que gostaria.

O livro mescla a realidade com a ficção de uma maneira genial! As cenas de Anne e seus dois amores, são muito bem escritas, mostrando que Anne apesar da personalidade "selvagem" (ingleses, humpft!!) sabia se entregar a quem lhe merecia, lhe merecia, que fique bem claro! Ladies colem na Anne no recreio, ela entende dos paranauê!

Mas claro que nem tudo gira em torno de romance, caso contrário, o livro não seria a maravilha que é! A todo a trama da revolta jacobita, traições, artimanhas, estratégias, discordâncias políticas e de ideais.
Há uma passagem específica protagonizada pelos soldados ingleses, a crueldade desmedida contra as mulheres escocesas. Pesado, cruel e real. Menciono porque pode gerar gatilho para algumas pessoas. Porém o livro, mostra a força de Anne e de outras mulheres.

Janet foi sucinta na narrativa, mas conseguiu me deixar imersa no universo dos jacobitas, um desejo enorme de segurar todo mundo e impedir a desgraça que foi Culloden. E só digo que meu rancinho pelo Príncipe Charles Stuart só aumentou! Esse ser arrogante e toda a miséria do povo escocês, os levou essa Batalha que foi a derrocada para anos de repressão social e cultural do seu povo.


site: INSTAGRAM @umlivronoscontou
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Bibs | @queriaestarlendo 08/07/2020

- Chorei feito uma condenada.
- A narrativa mais te conta, em vez de te mostrar. Senti falta disso.
- No começo o texto parecia muito frio e distante do leitor, mas me apeguei fácil aos personagens.
- Muita história para um livro curto (nem é tão curto assim) mas fiquei apaixonada.
- muito potencial pra drama e angst pesado, mas a autora não se aprofundar muito nisso. Fica mais superficial.
- Ainda assim amei, chorei e sofri. Ganhei uma ressaca danada com ele.
SUPER recomendo.
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Christin 13/06/2020

Uma aventura cheia de emoções.
Uma mistura entre romance e aventura, amor e vivencia selvagem, a autora nos leva por caminhos distintos e distantes em meio a Escócia e seus habitantes, uma leitura que flui facilmente.
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Queria Estar Lendo 26/02/2020

Resenha: A Rosa Branca Rebelde
A Rosa Branca Rebelde é o primeiro romance da historiadora escocesa Janet Paisley. Publicado aqui no Brasil pela Editora Rai, o livro é uma novelização da vida de Anne Farqhuarson, uma mulher das terras altas que liderou os homens de seu clã na segunda revolta jacobita. Uma história sobre força, poder e a busca por liberdade.

Anne tinha apenas 12 anos quando o pai morreu, mas lembra-se bem das últimas palavras dele: prosperidade e contra a União! Como um bom jacobita, seu pai buscava a liberdade da Escócia do aperto inglês trazido pela União, a liberdade para viverem suas vidas de acordo com o sistema dos clãs, que só seria assegurada com a restauração dos Stuart ao trono.

Anos depois, já adulta, Anne ainda se apega ao desejo do pai de lutarem pela liberdade do seu país e dos seus clãs. Por isso, quando o príncipe chega a Escócia e o levante se torna inevitável, ela vai contra a opinião do próprio marido, chefe do clã Chattan, e reuni os homens do clã para apresentar seu apoio ao príncipe.

Pelos meses que se seguem, Anne se torna uma figura importante no levante, ao lado de outras mulheres, ajudando com os planos de guerra e a tomada de cidades como Edinburgo. O que acaba lhe rendendo o apelido de Coronel Anne - mesmo que, por ser mulher, ela não tivesse realmente honras militares.

"- Nossas vidas - afirmou. - e escolhemos como vamos vivê-la ou perdê-la."

Embora a História já dê bastante spoiler do desfecho do levante jacobita - que não foi nada feliz - achei bastante relevante conhecer uma figura histórica tão pouco mencionada. Quando achei A Rosa Branca Rebelde no sebo da cidade fiquei bem chocada por nunca ter lido nada a respeito de Anne Farqhuarson - especialmente depois da espiral pela qual desci após ler A Libélula no Âmbar, meu primeiro contato com a revolta jacobita.

Anne foi uma figura real, ao redor da qual criou-se todo um mito na época. As mulheres das terras altas não eram como as inglesas, submissas e caladas. Elas tinham opinião, direito a terras, ao próprio nome, ao divorcio e a liberdade de decidirem sobre o próprio corpo. As mulheres das terras altas eram "selvagens", como seus homens, aos olhos dos ingleses, simplesmente porque tinham voz. E Anne nunca deixou calarem a sua - mesmo quando foi presa.

Muito do que Janet Paisley usou em A Rosa Branca Rebelde tem respaldo nas minhas pesquisas pela internet a respeito de Anne e fiquei feliz com a forma como ela descreveu Anne: uma mulher forte, determinada, teimosa, que lutava não por um príncipe ou pelo catolicismo, mas pelo seu modo de vida, pela liberdade dos clãs e pelo direito de não ser sufocada por uma sociedade conservadora e pudica que relegava mulheres a terceiro plano.

"Nossos ancestrais puseram a liberdade acima da vida, de Deus, do rei. Os homens que nos venderam a União os desonraram. Mas, se escolhermos permanecer escravos, a vergonha será nossa."

Ainda assim, Anne era uma mulher apaixonada, com o coração dividido entre Alexander, o jovem chefe do clã MacGillivray, e seu marido, Aeneas McIntoch - que calha de ser mentor de Alexander. De um lado, um homem pronto para lutar pela liberdade do seu povo custe o que custar. Idealista, apaixonado, amoroso e pronto para segui-la para onde quer que ela fosse. Do outro, um homem pragmático, cauteloso, colocando o bem-estar e a segurança do próprio clã acima de qualquer desejo pessoal.

A forma como a autora constrói a história, mostrando os encontros e desencontros entre Anne e Aeneas, a forma como eles discordam da melhor maneira de lidar com o levante e garantir a segurança do próprio povo, as traições e o desejo intrínseco em cada um foi muito bem feita. Assim como a maneira com a qual fez crescer o relacionamento entre Alexander e Anne e as descobertas que fazem a respeito um do outro no campo de batalha.

A Rosa Branca Rebelde me deixou desolada, e não foi uma só vez. Sabendo do desfecho do levante em Culloden, quanto mais eu conhecia esses personagens, mais me doía vê-los partindo para as batalhas. Mais me doía a esperança deles. E eu definitivamente não estava pronta para o que veio após o campo de Culloden.

"Anne esperou a esperança morrer nele. Ela teria arrancado essa coisa nela se pudesse, se soubesse o que era e como acabar com ela. O amor que Anne sentia por MacGillivray era alegre, imaculado, sem nenhuma das correntes incompreensíveis que a levavam para Aeneas. Ele não merecia a dor que ela lhe causava."

Chorei muito mais do que estava esperando e terminei a leitura com uma baita ressaca. Embora a narrativa de Janet Paisley seja direta, pragmática e sem muitas emoções, ela conseguiu me conectar a visão de mundo e aos ideias dos personagens de uma forma que muitos autores não conseguem.

Ainda assim, senti falta de uma dramatização maior em torno da história toda - principalmente do romance. A autora foi bastante contida na forma de contar e mostrar os romances, as traições e as batalhas. Ainda que seja um livro grande, muitas partes pareceram bem rápidas. Uma vez que estamos falando de uma guerra e com os pontos de vista que ela incluiu na história - após o levante acompanhamos partes pelo ponto de vista de Anne, Aeneas e o duque de Cumberland, o príncipe William. Podia ter sido um livro bem maior.

"A Liberdade era uma ideia, e não poderia ser destruída."

Mesmo assim, Janet Paisley conseguiu converter muita emoção e paixão em A Rosa Branca Rebelde, o que foi suficiente para fazer com que eu me apaixonasse, desgraçasse a minha cabeça e me jogasse em um ressaca que me faz querer chorar só de lembrar dos personagens - e aflorou aquela raivinha dos ingleses que surgiu com Outlander.

De muitas formas, A Rosa Branca Rebelde me lembrou Spartacus. A luta pela liberdade, a queda, os personagens inesquecíveis que foram reais, que lutaram e morreram e tiveram esperança. Mais do que recomendo!

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2020/02/resenha-rosa-branca-rebelde.html
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Mylla 24/02/2020

Inspirado em uma história real
Quem é fã de Outlander vai gostar desse livro, pois mostra um novo ângulo sobre a batalha jacobita, dessa vez com uma mulher sendo a protagonista, mostrando a importância e a força das mulheres das terras altas. Tenho minhas ressalvas sobre Anne, mas a história é emocionante, prende até o fim, faz você torcer por essas pessoas que estavam lutando pelo direito de ser quem são.
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mara sop 10/05/2019

Coração valente
Anne Farquhason, uma jovem intempestiva e independente, surpreende a todos, inclusive a ela mesma, ao aceitar se casar com Aeneas, líder do clã McIntosh, mas com poucos meses de casados, explode a revolta jacobita, deixando marido e mulher em campos opostos. Enquanto Aeneas, que não acredita numa vitória dos rebeldes, se junta à Guarda Negra, ao lado do rei da Inglaterra, Anne convoca todos os guerreiros dos McIntosh para se unir ao levante em prol do príncipe Charles Edward Stuart, e lutar pela independência da Escócia.
Com o coração dividido entre o marido e o ex-amante, o charmoso e destemido Alexander McGillivray, Anne acompanha o clã nos campos de batalhas tendo papel ativo entre as cabeças do levante. Quem ganhará essa guerra? Os ferozes escoceses ou os irredutíveis ingleses?
Baseado em fatos e pessoas reais, esse livro me foi super recomendado por algumas amigas e já tinha alguns anos que eu estava de olho nele. E agora me pergunto porque demorei tanto tempo pra lê-lo! A autora trata de forma crua e real a brutalidade da guerra, fazendo o leitor sofrer cada perda junto com os personagens. Anne é uma mulher espetacular e realmente ficamos divididos entre os dois interesses amorosos dela, torcendo ora pra um, ora pra outro. A história é envolvente e empolgante, e o romance traz momentos deliciosos durante a leitura. Mas não espere um romance de época, A Rosa Branca Rebelde é um histórico com "H" maiúsculo, e não possui aquela leveza dos romances de época. Esse livro é intenso e sem filtros, e vale totalmente a leitura.

site: encurtador.com.br/ioP07
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Prof. Angélica Zanin 27/09/2017

A liberdade não pode ser destruída
Anne, uma guerreira escocesa das terras altas do clã Chattan, vive um difícil seu papel de mulher, no século 18, lutando pela liberdade de seu povo. Ao mesmo tempo, há um coração que se divide entre dois guerreiros do mesmo clã. Ficar com MacGillivray, que compartilha de seu sonho de liberdade, ou ao lado de seu marido Aeneas, que prefere preservar a vida de seu povo a se submeter a uma guerra insana. Ela toma suas decisões, sem jamais se acovardar, perde pessoas que ama, submete-se a muito sofrimento e entra para a história como a Rosa Branca Rebelde. Lindo, esta leitura nos traz um pouco da história da Escócia, sua posição de submissão em relação à Inglaterra, momentos de amor explícitos e uma paisagem incrível.
"Se você não pode ter quem ama,ame quem você puder" Anne MacIntosh.
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Eliane Maria 30/04/2017

O que eu achei do romance.
Tinha tudo para ser um excelente romance. O tema é maravilhoso. Porém a narrativa da autora não me agradou.
Personagens secundários demais, que não contribuíram para o desenrolar da trama. Serviram somente para me deixar entediada no meio daqueles personagens todos, e com tantos nomes para guardar, e sem função deles dentro da trama.
Muito lento e com muitas voltas o desenrolar da história. Os primeiros 30% são massantes.
Como eu tenho um critério de ler até 20% , se não gostar da forma de narrar do autor eu paro.
Amigas minhas falaram que depois de 50% o livro fica muito bom. Mas eu não conferi. Não vou classifica-lo com estrelas também. Quem sabe um dia que eu não tiver nada para ler eu volte a ele.
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Joviana 01/06/2015

A mulher é metade do mundo, ghràid...
Tateando rastros apagados da história de uma guerreira escocesa rebelde, Janet Paisley remonta, de forma ficcional, a luta dos rebeldes jacobitas para manter viva sua identidade diante da opressão inglesa. O livro traz para a luz o nome de Anne Farquharson, mulher determinada das Terras Altas que recusa a submissão e assume papel de protagonismo no levante brutal e sangrento entre Escócia e Inglaterra.

Os personagens, inicialmente, podem causar certa estranheza ao leitor. A separação por clãs nas Terras Altas no século XVIII, o comportamento feminino bem como o sistema econômico e político são entendidos nas entrelinhas, entre as conversas dos personagens e os acontecimentos que se seguem. Entretanto, sem que nos apercebamos, já estaremos livres da sensação de incômodo inicial e completamente imersos em uma riquíssima cultura, na qual a divisão de atributos e separação rígida de gêneros não existia. As mulheres escocesas gozavam de uma liberdade de escolha, respeito e expressão sexual que não contemplamos nem mesmo nos modernos dias atuais. A sexualidade, por sua vez, é um tema bastante explorado no livro e, apesar de também atuar como fator de estranhamento nas páginas iniciais, com o correr dos capítulos integra e naturaliza a cultura jacobita, auxiliando a criar laços entre os personagens, e construindo suas personalidades.

Além de Anne, diversos nomes surgem de forma potente na escrita de Paisley. Dentre eles destaco a figura do chefe Aeneas McIntosh e Alexander McGillivray. Aeneas se complexifica como personagem a medida que se vê diante de decisões dolorosas que envolvem não apenas seu próprio destino, mas o de sua família e país. O espírito forte e gentil mas teimosamente orgulhoso de McIntosh, trazem o personagem para a vida de uma maneira bastante sincera. Pequenos trejeitos, hábitos e expressões faciais recorrentes narradas pela autora, são capazes de formar imagens críves ao leitor durante toda a leitura. O mesmo se dá com a descrição de Alexander McGillivray, meu personagem favorito. Leal, destemido e fiel aos impulsos de seu coração, este personagem encantador atua como interessante contraponto na trama, transformando diversos outros que o rodeiam e evoluindo a medida que os acontecimentos se desenrolam. McGillivray foi o primeiro responsável por criar em mim uma empatia com essa leitura e me fazer colar os olhos nas páginas sem conseguir parar de ler até que chegasse ao fim.

Há de se dizer que a autora não nos poupa de sentir dolorosas perdas e vivenciar momentos de sofrimento junto aos seus personagens, um grande feito que me fez colocar a quinta estrela na minha avaliação. Um livro capaz de afetar o coração do leitor, para mim, é um livro que cumpre com louvor sua função.

Outro ponto positivo fica por conta da divisão dos capítulos. Eles são breves, possibilitando interromper a leitura em espaços curtos de tempo, o que não a torna, em nenhum momento, maçante ou tediosa.

Os problemas que encontrei na narrativa foram os incontáveis nomes e sobrenomes ingleses e escoceses que podem causar certa confusão no início (são muitos personagens!) além de uma falta de aprofundamento em algumas discussões políticas e descrições que auxilariam na compreensão do panorama histórico e cronológico. No entanto, estes detalhes não tiram o brilho da obra de Janet que também se apresenta como uma excelente escritora de cenas de batalha (o leitor consegue sentir a dor das mortes e o cheiro de sangue entre as valas que acomodam os corpos. Difícil encontrar isso, inclusive em alguns clássicos!)

"A Rosa Branca Rebelde" foi para mim uma grata surpresa que recomendo com louvores! Uma leitura com personagens apaixonantes, que resgatam o espírito de busca pela manutenção de identidade de um povo, e levanta questões (ainda atuais!) sobre o papel feminino na sociedade. Com certeza quero ler mais coisas de Paisley!

Joviana Marques
Clube do Livro JF
Julia 18/06/2015minha estante
Hum! agora quero lê-lo




Tereza.Fonseca 31/07/2014

“La Belle Rebelle” Anne Farquharson é uma escocesa que faz jus a sua cultura.
A Escócia do século XVII se baseava numa política de Clãs: toda a propriedade de um determinado Clã pertence ao povo, e seu chefe, escolhido pelo povo, também pertence a ele. Cabia ao chefe do clã resolver problemas que as pessoas não conseguiam resolver sozinhas, de forma pacífica ou não: fazer honra aos mortos, prover para que viúvas consigam sustentar seus filhos, prover justiça a quem precisa de justiça. Os moradores dos clãs ajudam um ao outro a distribuir comida aos que precisam, a cuidar dos feridos e órfãos, construir lares para quem precisa... O serviço ao Clã é tão genuíno que empregados não existem, pessoas servem seus Chefes ou líderes de batalha porque querem, não porque precisam. Portando dinheiro, impostos e governantes não se fazem necessários numa sociedade autossuficiente.

A mulher escocesa vai diretamente de encontro à mulher submissa do século XVIII: pensa por si mesma, toma suas decisões e ajuda no Clã como os homens. Tem direito a procurar outro parceiro caso seu marido não a satisfaça ou se simplesmente não ‘vá com a cara’ do marido, a liberdade sexual é uma obrigação, assim como curtir a vida não causa estranheza no ouvido escocês. A mulher do Chefe do Clã deve conhecer a terra e os moradores como seu marido, e os dois devem governar juntos por um mesmo ideal. Para as escocesas, o estranho são as mulheres inglesas submissas, os impostos absurdos cobrados pelos monarcas ingleses, as atrocidades e a matança sem sentido em nome de um deus duro e sem piedade.

Portanto, fica fácil entender que o levante escocês de 1745 contra a ocupação britânica foi mais que uma revolução da colônia contra a metrópole, significou a luta de um povo unido, pela preservação de sua cultura, sua língua e seus costumes. Quando a Inglaterra ameaça dominar e Escócia e impor sua cultura e seu governo no país, os clãs irão se reunir num levante para proteção dos seus costumes futuros, e todos que querem lutam juntos: crianças, mulheres, homens e idosos, lado a lado no campo de batalha.

E uma mulher, Anne Farquharson, a Lady McIntosh, terá papel decisivo na vitória e na união do povo escocês. Com garra e determinação Anne lidera o povo contra a vontade de seu marido, Aeneas McIntosh, que, para poupar a matança de seu povo, decide se aliar aos ingleses. Ao encontrar seu marido do outro lado do campo de batalha, Anne fica extremamente abalada com a traição do marido à causa escocesa, e sua paixão de infância, seu primeiro amante, e melhor amigo de Aeneas, Alexander MacGillivray, vai retomando aos poucos o lugar no coração de Anne, um espaço que, na verdade, nunca deixou de existir.

Um triângulo amoroso nada comum é então formado, os dois amigos se veem na disputa pela mesma mulher, porém a vida de cada um toma rumos inimagináveis e a decisão deste impasse acaba sendo resolvido fora de suas mãos, pelas consequências de suas decisões e pelos desencontros das suas vidas. Se você espera ver um drama girando em torno da indecisão da mocinha indefesa pelos dois amores, esta não é a história para você!

O livro é monótono no início, maçante e mal narrado, pareceu uma história desarrumada com personagens sem importância, mas felizmente o autor se arranja e os personagens vão ganhando espaço e ficam interessantes no decorrer da narrativa. Peca na divisão dos acontecimentos, tive a sensação de estar mergulhada no auge de uma trama e de repente era interrompida com o início de outra trama completamente diferente, o que deixa o leitor um pouco perdido no ‘espaço’. Mas adorei o livro pela sinceridade que ele se atém aos fatos da história, sem deixar de lado a ficção. O autor descreve as batalhas como se estivesse lá realmente, mexe com seus sentimentos ao extremo e leva-nos a acreditar que outros personagens além de Anne e Aeneas, existiram de verdade.
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Mi Hummel 24/05/2014

Anne, a mulher guerreira.
Ainda estou analisando os motivos que me fizeram não gostar tanto da leitura...
O livro me chamou a atenção exatamente pelo fato de abordar a história de uma mulher guerreira - Lady Anne - mesclada a história de uma nação. E o bacana é que se trata de uma história real, como se deixa bem claro ao final do livro.

Penso que uma das características de Anne que não me agradaram é o fato de que ela confunde um pouco coragem com temeridade, o que a faz tomar algumas iniciativas um tanto tolas, principalmente em relação ao marido. Ela é bastante turrona e isso me irritou durante a leitura. Portanto, ela não possui senso de moderação.

O triângulo amoroso estabelecido entre ela, Alexander e Aeneas também me soou um tanto quanto forçado. Mas, talvez, seja a premissa para demonstrar a liberdade sexual da mulher e o quanto isso para os escoceses não constituía um "problema". Se Anne queria ficar com outro, ela assim podia fazer. Embora, em minha humilde opinião, isso seja mais egoísmo do que amor (e, deixo claro que para mim o gênero da personagem não mudaria minha opinião). Enfim, esse triângulo foi bastante confuso, com Alexander oscilando entre a honra a Aeneas e o amor por Anne.

Penso que a personagem Anne foi construída com o intuito de mostrar uma clara e óbvia diferença entre as mulheres escocesas e inglesas. As primeiras são livres para expôr suas necessidades sexuais, lutar e assumir um papel mais ativo na sociedade - o que acho interessante. Por isso, Anne esbraveja, não pensa duas vezes antes de ficar contra o marido,optar por correr ao campo de guerra e assumir o amor por outro homem, ainda que pretenda continuar também com o outro. Creio que era esse o intuito da autora ao compôr a personagem.

Não foi uma das minhas leituras favoritas, mas serviu ao intuito de conhecer a personagem histórica e me aprofundar um pouco mais no levante jacobita.
Lúcia 01/03/2017minha estante
Ótimo livro pra se conhecer um pouco da história da Escócia, mas em relação ao romance não gostei nada. Foi o tempo todo fraco, sem romance, sem atitudes. Eles terminam juntos nem sei porquê!!


Mi Hummel 14/04/2017minha estante
Lúcia, você também? Terminei a leitura tão frustrada, sabe...Eu estava muito empolgada para conhecer a história de Lady Anne! Obrigada por deixar seu recadinho...Assim sei que não sou a única. rsrsrs


Lúcia 15/04/2017minha estante
A autora começa com uma história de arrasar corações, depois ela vai pra caminho que me deu a impressão que eram livros diferente. Muito frustrada tb...


Eliane Maria 16/04/2017minha estante
Concordo com você.
Escrita maçante e mal narrada .
Uma história desarrumada, com indas e vindas, deixando o leitor confuso.




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