A Rosa Branca Rebelde

A Rosa Branca Rebelde Janet Paisley




Resenhas - A Rosa Branca Rebelde


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Queria Estar Lendo 26/02/2020

Resenha: A Rosa Branca Rebelde
A Rosa Branca Rebelde é o primeiro romance da historiadora escocesa Janet Paisley. Publicado aqui no Brasil pela Editora Rai, o livro é uma novelização da vida de Anne Farqhuarson, uma mulher das terras altas que liderou os homens de seu clã na segunda revolta jacobita. Uma história sobre força, poder e a busca por liberdade.

Anne tinha apenas 12 anos quando o pai morreu, mas lembra-se bem das últimas palavras dele: prosperidade e contra a União! Como um bom jacobita, seu pai buscava a liberdade da Escócia do aperto inglês trazido pela União, a liberdade para viverem suas vidas de acordo com o sistema dos clãs, que só seria assegurada com a restauração dos Stuart ao trono.

Anos depois, já adulta, Anne ainda se apega ao desejo do pai de lutarem pela liberdade do seu país e dos seus clãs. Por isso, quando o príncipe chega a Escócia e o levante se torna inevitável, ela vai contra a opinião do próprio marido, chefe do clã Chattan, e reuni os homens do clã para apresentar seu apoio ao príncipe.

Pelos meses que se seguem, Anne se torna uma figura importante no levante, ao lado de outras mulheres, ajudando com os planos de guerra e a tomada de cidades como Edinburgo. O que acaba lhe rendendo o apelido de Coronel Anne - mesmo que, por ser mulher, ela não tivesse realmente honras militares.

"- Nossas vidas - afirmou. - e escolhemos como vamos vivê-la ou perdê-la."

Embora a História já dê bastante spoiler do desfecho do levante jacobita - que não foi nada feliz - achei bastante relevante conhecer uma figura histórica tão pouco mencionada. Quando achei A Rosa Branca Rebelde no sebo da cidade fiquei bem chocada por nunca ter lido nada a respeito de Anne Farqhuarson - especialmente depois da espiral pela qual desci após ler A Libélula no Âmbar, meu primeiro contato com a revolta jacobita.

Anne foi uma figura real, ao redor da qual criou-se todo um mito na época. As mulheres das terras altas não eram como as inglesas, submissas e caladas. Elas tinham opinião, direito a terras, ao próprio nome, ao divorcio e a liberdade de decidirem sobre o próprio corpo. As mulheres das terras altas eram "selvagens", como seus homens, aos olhos dos ingleses, simplesmente porque tinham voz. E Anne nunca deixou calarem a sua - mesmo quando foi presa.

Muito do que Janet Paisley usou em A Rosa Branca Rebelde tem respaldo nas minhas pesquisas pela internet a respeito de Anne e fiquei feliz com a forma como ela descreveu Anne: uma mulher forte, determinada, teimosa, que lutava não por um príncipe ou pelo catolicismo, mas pelo seu modo de vida, pela liberdade dos clãs e pelo direito de não ser sufocada por uma sociedade conservadora e pudica que relegava mulheres a terceiro plano.

"Nossos ancestrais puseram a liberdade acima da vida, de Deus, do rei. Os homens que nos venderam a União os desonraram. Mas, se escolhermos permanecer escravos, a vergonha será nossa."

Ainda assim, Anne era uma mulher apaixonada, com o coração dividido entre Alexander, o jovem chefe do clã MacGillivray, e seu marido, Aeneas McIntoch - que calha de ser mentor de Alexander. De um lado, um homem pronto para lutar pela liberdade do seu povo custe o que custar. Idealista, apaixonado, amoroso e pronto para segui-la para onde quer que ela fosse. Do outro, um homem pragmático, cauteloso, colocando o bem-estar e a segurança do próprio clã acima de qualquer desejo pessoal.

A forma como a autora constrói a história, mostrando os encontros e desencontros entre Anne e Aeneas, a forma como eles discordam da melhor maneira de lidar com o levante e garantir a segurança do próprio povo, as traições e o desejo intrínseco em cada um foi muito bem feita. Assim como a maneira com a qual fez crescer o relacionamento entre Alexander e Anne e as descobertas que fazem a respeito um do outro no campo de batalha.

A Rosa Branca Rebelde me deixou desolada, e não foi uma só vez. Sabendo do desfecho do levante em Culloden, quanto mais eu conhecia esses personagens, mais me doía vê-los partindo para as batalhas. Mais me doía a esperança deles. E eu definitivamente não estava pronta para o que veio após o campo de Culloden.

"Anne esperou a esperança morrer nele. Ela teria arrancado essa coisa nela se pudesse, se soubesse o que era e como acabar com ela. O amor que Anne sentia por MacGillivray era alegre, imaculado, sem nenhuma das correntes incompreensíveis que a levavam para Aeneas. Ele não merecia a dor que ela lhe causava."

Chorei muito mais do que estava esperando e terminei a leitura com uma baita ressaca. Embora a narrativa de Janet Paisley seja direta, pragmática e sem muitas emoções, ela conseguiu me conectar a visão de mundo e aos ideias dos personagens de uma forma que muitos autores não conseguem.

Ainda assim, senti falta de uma dramatização maior em torno da história toda - principalmente do romance. A autora foi bastante contida na forma de contar e mostrar os romances, as traições e as batalhas. Ainda que seja um livro grande, muitas partes pareceram bem rápidas. Uma vez que estamos falando de uma guerra e com os pontos de vista que ela incluiu na história - após o levante acompanhamos partes pelo ponto de vista de Anne, Aeneas e o duque de Cumberland, o príncipe William. Podia ter sido um livro bem maior.

"A Liberdade era uma ideia, e não poderia ser destruída."

Mesmo assim, Janet Paisley conseguiu converter muita emoção e paixão em A Rosa Branca Rebelde, o que foi suficiente para fazer com que eu me apaixonasse, desgraçasse a minha cabeça e me jogasse em um ressaca que me faz querer chorar só de lembrar dos personagens - e aflorou aquela raivinha dos ingleses que surgiu com Outlander.

De muitas formas, A Rosa Branca Rebelde me lembrou Spartacus. A luta pela liberdade, a queda, os personagens inesquecíveis que foram reais, que lutaram e morreram e tiveram esperança. Mais do que recomendo!

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2020/02/resenha-rosa-branca-rebelde.html
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Hérida Ruyz 14/12/2011

“A ROSA BRANCA REBELDE” (Janet Paisley)
Ambientado na Escócia do século XVIII, A Rosa Branca Rebelde, retrata um período conturbado das Terras Altas escocesas. Sob o olhar de Anne Farquharson, a Lady McIntosh, acompanhamos os esforços do exército rebelde – os Jacobitas – pela separação da Escócia da Inglaterra. Tal campanha tinha o objetivo de ascender o “Jovem Pretendente”, Charles Edward Stuart, ao trono. A Batalha de Culloden foi o último confronto e culminou na derrota Jacobita, foi também o marco de um duro golpe contra o estilo de vida e cultural do sistema de clãs das Terras Altas.

A Rosa Branca Rebelde é uma obra de ficção, porém fragmentos históricos sobre a vida da coronel Anne Farquharson foram empregados em sua construção. Anne é uma guerreira que liderou homens e mulheres na luta pela independência de seu povo. Uma mulher que se entregou com a mesma paixão ao amor, a amizade e a uma causa.
A narrativa de Janet Paisley é muito visual. As cenas das batalhas, a crueldade, os horrores sofridos e cometidos durante a guerra são muito vívidos. A trama é bem tecida e fortemente fundamentada no aspecto histórico.

O conflito político e cultural entre britânicos e escoceses é apresentado ao leitor de forma pungente. Não consegui conter o sentimento de revolta e impotência frente à dor de um povo cujo modo de vida, tradições e o espírito livre estavam sendo ceifados.

Mesmo não sendo o foco principal do livro, a história é repleta de romance, e as cenas de sexo são extremamente sensuais. Em muitos momentos o amor por um homem e a fidelidade pela causa são postos em xeque. Anne é testada a todo momento, e confesso que me decepcionei com algumas de suas decisões. Fiquei com a impressão de que ela deu pouco valor ao amor que recebia...
Cheguei a pensar que o destino de Anne com os dois homens de sua vida, Aeneas e MacGilivray, só podia ser uma brincadeira de mau gosto. Ao longo do livro, acompanhamos opiniões sendo formadas e decisões tomadas tendo como base uma porção de mal-entendidos. Me senti aflita pelas dores e perdas causadas por uma sucessão de enganos e intrigas.

Leia a resenha completa aqui:http://bit.ly/v3R2PE
Faby Dallas 08/01/2012minha estante
Acho de mal gosto quando um editora modifica de forma grotesca os textos dos livros, como a Hérida falou é um livro de teor mais adulto e então se você quer ler E VIVERAM FELIZES PARA SEMPRE é bom ir buscar um conto infantil, a literatura de hoje não é mais assim, temos sangue e suor e porque não alguns palavrões? kkkkk
É um tanto hipócrita falar sobre isso em uma país que só fala de bunda e carnaval.
Eu com toda certeza prefiro os livros em seus originais, isso de ''suavizar'' não está com nada e quem não gostar, é só não ler.
O que concordo é com os erros de ortografia esses sim estão cada vez mais presentes, as revisões devem ter mais cuidado.




Ana 24/04/2012minha estante
Oi Hérida, este livro segue a linha de A Mão de Fátima? Pela sua resenha, parece interessante.

Abs


Hérida Ruyz 24/04/2012minha estante
Oi Ana,
Ele é diferente de A Mão de Fátima. A Rosa é mais feminino, porém repleto batalhas. É excelente tbm.
Bjs




Bibs | @queriaestarlendo 08/07/2020

- Chorei feito uma condenada.
- A narrativa mais te conta, em vez de te mostrar. Senti falta disso.
- No começo o texto parecia muito frio e distante do leitor, mas me apeguei fácil aos personagens.
- Muita história para um livro curto (nem é tão curto assim) mas fiquei apaixonada.
- muito potencial pra drama e angst pesado, mas a autora não se aprofundar muito nisso. Fica mais superficial.
- Ainda assim amei, chorei e sofri. Ganhei uma ressaca danada com ele.
SUPER recomendo.
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Lane 05/09/2012

A Rosa Branca Rebelde
Magnífica!

Esta obra é uma ficção baseada em fatos reais, relata a história de Anne Farquharson, por isso ela é muito mais que um romance histórico.
Enganam-se quem pensa que ao termino dela sentirá certa tranqüilidade, a primeira vista pode parecer um drama que retrata a insurreição jacobita, porém seu poder vai além das lágrimas.

Acredito que o objetivo da autora era homenagear a Escócia, utilizando como elemento principal a atuação das mulheres desta grande nação.

Dentro deste contexto, somos apresentados a Anne Farquharson, a protagonista, a heroína, a mulher que nos leva a percorrer o seu mundo, sua humanidade, o seu país, a metabolizar seus sofrimentos, a encarar junto com ela os preconceitos dos homens, a se revoltar diante das atrocidades da natureza humana, a explorar suas fragilidades como mulher.
Com Anne evocamos a coragem, mas o que é mais difícil de imaginar acontece: apaixonamos-nos e simplesmente nos tornamos defensores da Escócia.

Anne é uma guerreira, criada nas Terras Altas, lugar montanhoso da Escócia, considerado o covil nascente dos highlanders, antigos guerreiros pertencentes a grupos comunitários denominados clãs.
Os clãs eram facções familiares, precedentes da cultura celta que através de um esquema de juramento prestavam contas e obedeciam a um chefe eleito por eles mesmos e que determinava, assim como tinha a obrigatoriedade de cuidar de seu povo.
Anne tem personalidade forte, é teimosa, determinada, bondosa, longe de ser parecida com qualquer personagem literário, Anne é única.

*Devo confessar sem pretensão alguma que tive raiva e revolta da Anne, praticamente em 80% da leitura desta obra. Estabeleci uma imagem machista sobre ela, julgando seu comportamento, suas atitudes e suas decisões.
E foi através dela, que meu lado machista, tão acostumado a viver no fundo de mim mesma emergiu destacando-se com seu formalismo errôneo, tentando equivocadamente me enganar, convencendo-me que atualmente a mulher não vive de representações e que temos direitos iguais aos homens e somos mulheres livres de julgamentos.
Adulando-me dessa maneira constante, eu pude perceber que ele me privava de ver que estou a tanto tempo familiarizada com este simbólico discurso social.
Não quero levantar nenhuma bandeira feminista, só quero extrair a essência colateral desta obra magnífica.

A obra se fundamenta em 3 eixos: Político, Aspecto sobre as Mulheres e a Escócia ( pode ser que haja alguém que me questione depois, porque não coloquei aqui o romance como um eixo principal. Eu explico: senti que a parte romântica da história sendo mais como um pano de fundo).

Em um universo de guerra, a autora Janet Paisley, conseguiu construir uma atmosfera bem real da política da época.
Por meio deste cenário, ela revelou os bastidores históricos, retratou os momentos das batalhas (que foram muitas), pautou situações de rebeliões, descreveu a trajetória de um povo que sofria abusos através de impostos cobrados por outra nação dominadora, mostrou e demonstrou a fé, a esperança de um povo que colocou toda a sua confiança em um príncipe mimado e inseguro [Charles].
Através de seu olhar, também podemos observar a influência da religião vinculada à guerra. Não existe simbiose entre o Catolicismo e o Protestantismo, ambos relacionam-se como razões de conflitos.
Enveredados em sua narrativa mórfica, também descobrimos o destino de uma nação que lutou até o fim pelo seu direito de liberdade, conhecemos todas as dificuldades encontradas por um país sediado por outro. Vimos o desespero de um povo que lutou pra manter seus costumes, suas leis e sua cultura.
A autora simplesmente usou a guerra como tema para relatar a violência, a agressividade e o poder descontrolado do homem [ser humano], exibindo assim, a sua importância no contexto histórico para a atualidade.
As conseqüências descritas por ela no livro são cruas, desconfortáveis para o leitor, ela nos leva a vivenciar um calvário agonioso nos remetendo a lembrar da carnificina que houve em Culloden.
Por isso não espere piedade da parte dela.

Eu me comovi e me revoltei ao mesmo tempo.

Contrastando com este cenário, somos carinhosamente envolvidos num país chamado Escócia. Uma nação de guerreiros, repleta de princípios, tradições e cultura celta. O gaélico ainda é utilizado como uma língua predominante, mas infelizmente acompanhamos o inicio do seu declínio.
O texto é altamente completado com expressões gaélicas que enriquecem bastante o conto.
Na edição que eu li foram inseridos páginas extras no final do livro, contendo os significados das expressões usadas no texto.
A cultura celta é vislumbrada pelo leitor nas várias descrições de ritos festivos, na alegria do povo, na determinação das mulheres, no misticismo de objetos, no canto da gaita de foles, no som marcante dos tambores de guerra.
A estética do país é algumas vezes descrita cinzenta e outras vezes colorida.
A escrita da autora se torna poética quando ela reverencia a natureza com tanta intensidade que a leitura se torna atemporal. As letras se movimentam em imagens e temos a nítida impressão de sermos figurantes e passamos a viver as transformações das estações junto com o enredo e os personagens.

É difícil descrever a importância das mulheres dentro desta história ficcionalmente re-contada. Desde o início, nos agradecimentos dados pela autora somos apresentados a elas através de uma citação de Lorde Cockburn. Percebemos então que desde cedo elas são um personagem especial nesta trama.
Basicamente somos envolvidos em suas teias nas formas de mãe, filha, mulher, esposa, companheiras de batalha, amigas solidárias e até mesmo como rivais.
Elas dominam o enredo, sua relação com a história vai além da personagem Anne.
Na verdade convivemos com elas em seus momentos de sedução, prazer, rejeição e frustração. Compartilhamos de suas gargalhadas, dos seus choros e de suas culpas.
O sexo feminino na Escócia vem de origem celta, na história as mulheres são tratadas como iguais pelos homens, respeitadas por suas limitações e homenageadas por sua natureza fértil.
Elas são mulheres todo o tempo, e quando você acaba a leitura deste livro, simplesmente compreende que hoje em dia ainda vivemos no submundo da submissão.
Na leitura desta obra presenciamos o preconceito, que muitas de nós ainda insistimos em colocar de escanteio nas nossas relações, com o objetivo de esconder a posição que a mulher ainda ocupa na sociedade. Não dá pra tampar o sol com peneira, somos tratadas de forma distorcida pelo sexo oposto.

Uma amostra do posfácio:
“(...) O mito gerado pela história de que o homem fez o mundo e a mulher sofreu por ele é evidentemente falso e um desserviço para os dois gêneros. Homens e mulheres fazem a história juntos, cooperando um com outro para defender a sociedade que criaram, não importa qual seja (...)”

A história também possui romance. Sim, ele existe.
Nossa heroína, Anne é uma mulher jovem e bonita. Ela tem um relacionamento quase fraternal desde a infância com MacGillivray, um homem galante e encantador. Mas ela se casa com Aeneas McIntosh, chefe do clã que ela vive.
Aeneas é um homem com ideais políticos diferentes da Anne.
Os dois homens a amam profundamente, e Anne, com sua maneira característica também sente um complexo afeto por eles.
O drama que envolve o trio é complicado para o leitor tomar partido. Há várias escolhas, muitas decisões, algumas prioridades.
Como leitora me senti expectadora a maioria do tempo, embora entendendo os motivos de cada um, torci pro MacGillivray ao mesmo tempo em que torcia por McIntosh. Desejei muitas vezes que os dois descem um “pé na bunda” da Anne [meu lado machista], e em outras cheguei a torcer pra um terceiro [quase impossível na trama].
Mas alguém teria que decidir: Anne, MacGullivray, McIntosh ou o destino? Quem ganhou ou perdeu? Ou nesta história de amores não houve ganhadores?
Só lendo pra descobrir... (risos).

Há outros personagens secundários, assim como alguns personagens históricos inseridos. Todos possuem sua valorização e a autora não deixa de produzir suas simpatias e suas antipatias dentro da trama.
O destino de cada um é pormenorizado e reforçado no final.

**É preciso dizer que houve um desleixo na edição brasileira em relação à revisão. Há muitos erros, que se o leitor não for bem atento, ele acaba perdendo o entendimento de uma frase ou expressão.
Não comparei com a edição original, então não saberei dizer se houve alguma alteração na tradução.
Em relação às palavras de baixo calão só observei uma em todo o texto, e minha sensibilidade é indiferente quanto a isso.

A história da Coronel Anne Farquharson, a lady McIntosh merece ser lembrada e lida. Recomendo com certeza.

Avaliei com 5 estrelas.
Editada em 5/09/2012
Sylvia 16/05/2012minha estante
Tudo que li dos comentários acima sobre palavrões cairam por terra.
Adoro romances históricos, com batalhas que falem sobre religião e sobre a cultura Celta.
Magnifica é a obra e a sua resenha que ficou muito bem construida.
Duvido que quem passe os olhos por ela não queira ler o livro.
Lane, vc foi perfeita qdo disse que se comoveu e se angustiou e que a autora consegue mostrar uma personagem feminina respeitada e que as mulheres são tratadas como iguais e acho (pela resenha) que a história imprime características marcantes aos personagens.
Gosto dos autores impactantes.
É óbvio que não descanso enquanto não ler esse livro.
Aliás, Lane vc sempre faz isso comigo...
Parabéns pela resenha.



Lane 16/05/2012minha estante
Syl, Obrigada.
Acredito que não tem como ficar reflexiva com a postura das mulheres depois da leitura deste livro.
Esse livro eu já percebi 8 OU 80, ou você gosta ou odeia.
Bjão! =)


Telma 16/07/2012minha estante
WOW!!!
A vontade que já era grande, agora ficou IMENSA.
Amei a resenha.


Telma 04/09/2012minha estante
Lane, linda!
Gostaria de por essa resenha no blog!!! (tem outras, mas esta vai primeiro.
O que acha?
beijocas


Lane 05/09/2012minha estante
Telma, obrigada e fique a vontade!
=)


Flaveth 11/09/2012minha estante
Que resenha primorosa! Parabens

Tenho esse livro na versão portuguesa!

Colocando-o pro topo da fila!

bj


Lane 11/09/2012minha estante
Obrigada Flaveth! =)


Eliane Maria 16/04/2017minha estante
Lendo a sua resenha dá até vontade de continuar a ler.
Parei em 20% do livro.
Estou achando maçante, com uma narrativa enrolada, indas e vindas que estão me confundindo.
Talvez meu nível intelectual esteja bem abaixo, e não esteja com capacidade de apreciar essa obra.




Tereza.Fonseca 31/07/2014

“La Belle Rebelle” Anne Farquharson é uma escocesa que faz jus a sua cultura.
A Escócia do século XVII se baseava numa política de Clãs: toda a propriedade de um determinado Clã pertence ao povo, e seu chefe, escolhido pelo povo, também pertence a ele. Cabia ao chefe do clã resolver problemas que as pessoas não conseguiam resolver sozinhas, de forma pacífica ou não: fazer honra aos mortos, prover para que viúvas consigam sustentar seus filhos, prover justiça a quem precisa de justiça. Os moradores dos clãs ajudam um ao outro a distribuir comida aos que precisam, a cuidar dos feridos e órfãos, construir lares para quem precisa... O serviço ao Clã é tão genuíno que empregados não existem, pessoas servem seus Chefes ou líderes de batalha porque querem, não porque precisam. Portando dinheiro, impostos e governantes não se fazem necessários numa sociedade autossuficiente.

A mulher escocesa vai diretamente de encontro à mulher submissa do século XVIII: pensa por si mesma, toma suas decisões e ajuda no Clã como os homens. Tem direito a procurar outro parceiro caso seu marido não a satisfaça ou se simplesmente não ‘vá com a cara’ do marido, a liberdade sexual é uma obrigação, assim como curtir a vida não causa estranheza no ouvido escocês. A mulher do Chefe do Clã deve conhecer a terra e os moradores como seu marido, e os dois devem governar juntos por um mesmo ideal. Para as escocesas, o estranho são as mulheres inglesas submissas, os impostos absurdos cobrados pelos monarcas ingleses, as atrocidades e a matança sem sentido em nome de um deus duro e sem piedade.

Portanto, fica fácil entender que o levante escocês de 1745 contra a ocupação britânica foi mais que uma revolução da colônia contra a metrópole, significou a luta de um povo unido, pela preservação de sua cultura, sua língua e seus costumes. Quando a Inglaterra ameaça dominar e Escócia e impor sua cultura e seu governo no país, os clãs irão se reunir num levante para proteção dos seus costumes futuros, e todos que querem lutam juntos: crianças, mulheres, homens e idosos, lado a lado no campo de batalha.

E uma mulher, Anne Farquharson, a Lady McIntosh, terá papel decisivo na vitória e na união do povo escocês. Com garra e determinação Anne lidera o povo contra a vontade de seu marido, Aeneas McIntosh, que, para poupar a matança de seu povo, decide se aliar aos ingleses. Ao encontrar seu marido do outro lado do campo de batalha, Anne fica extremamente abalada com a traição do marido à causa escocesa, e sua paixão de infância, seu primeiro amante, e melhor amigo de Aeneas, Alexander MacGillivray, vai retomando aos poucos o lugar no coração de Anne, um espaço que, na verdade, nunca deixou de existir.

Um triângulo amoroso nada comum é então formado, os dois amigos se veem na disputa pela mesma mulher, porém a vida de cada um toma rumos inimagináveis e a decisão deste impasse acaba sendo resolvido fora de suas mãos, pelas consequências de suas decisões e pelos desencontros das suas vidas. Se você espera ver um drama girando em torno da indecisão da mocinha indefesa pelos dois amores, esta não é a história para você!

O livro é monótono no início, maçante e mal narrado, pareceu uma história desarrumada com personagens sem importância, mas felizmente o autor se arranja e os personagens vão ganhando espaço e ficam interessantes no decorrer da narrativa. Peca na divisão dos acontecimentos, tive a sensação de estar mergulhada no auge de uma trama e de repente era interrompida com o início de outra trama completamente diferente, o que deixa o leitor um pouco perdido no ‘espaço’. Mas adorei o livro pela sinceridade que ele se atém aos fatos da história, sem deixar de lado a ficção. O autor descreve as batalhas como se estivesse lá realmente, mexe com seus sentimentos ao extremo e leva-nos a acreditar que outros personagens além de Anne e Aeneas, existiram de verdade.
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Mi Hummel 24/05/2014

Anne, a mulher guerreira.
Ainda estou analisando os motivos que me fizeram não gostar tanto da leitura...
O livro me chamou a atenção exatamente pelo fato de abordar a história de uma mulher guerreira - Lady Anne - mesclada a história de uma nação. E o bacana é que se trata de uma história real, como se deixa bem claro ao final do livro.

Penso que uma das características de Anne que não me agradaram é o fato de que ela confunde um pouco coragem com temeridade, o que a faz tomar algumas iniciativas um tanto tolas, principalmente em relação ao marido. Ela é bastante turrona e isso me irritou durante a leitura. Portanto, ela não possui senso de moderação.

O triângulo amoroso estabelecido entre ela, Alexander e Aeneas também me soou um tanto quanto forçado. Mas, talvez, seja a premissa para demonstrar a liberdade sexual da mulher e o quanto isso para os escoceses não constituía um "problema". Se Anne queria ficar com outro, ela assim podia fazer. Embora, em minha humilde opinião, isso seja mais egoísmo do que amor (e, deixo claro que para mim o gênero da personagem não mudaria minha opinião). Enfim, esse triângulo foi bastante confuso, com Alexander oscilando entre a honra a Aeneas e o amor por Anne.

Penso que a personagem Anne foi construída com o intuito de mostrar uma clara e óbvia diferença entre as mulheres escocesas e inglesas. As primeiras são livres para expôr suas necessidades sexuais, lutar e assumir um papel mais ativo na sociedade - o que acho interessante. Por isso, Anne esbraveja, não pensa duas vezes antes de ficar contra o marido,optar por correr ao campo de guerra e assumir o amor por outro homem, ainda que pretenda continuar também com o outro. Creio que era esse o intuito da autora ao compôr a personagem.

Não foi uma das minhas leituras favoritas, mas serviu ao intuito de conhecer a personagem histórica e me aprofundar um pouco mais no levante jacobita.
Lúcia 01/03/2017minha estante
Ótimo livro pra se conhecer um pouco da história da Escócia, mas em relação ao romance não gostei nada. Foi o tempo todo fraco, sem romance, sem atitudes. Eles terminam juntos nem sei porquê!!


Mi Hummel 14/04/2017minha estante
Lúcia, você também? Terminei a leitura tão frustrada, sabe...Eu estava muito empolgada para conhecer a história de Lady Anne! Obrigada por deixar seu recadinho...Assim sei que não sou a única. rsrsrs


Lúcia 15/04/2017minha estante
A autora começa com uma história de arrasar corações, depois ela vai pra caminho que me deu a impressão que eram livros diferente. Muito frustrada tb...


Eliane Maria 16/04/2017minha estante
Concordo com você.
Escrita maçante e mal narrada .
Uma história desarrumada, com indas e vindas, deixando o leitor confuso.




Joviana 01/06/2015

A mulher é metade do mundo, ghràid...
Tateando rastros apagados da história de uma guerreira escocesa rebelde, Janet Paisley remonta, de forma ficcional, a luta dos rebeldes jacobitas para manter viva sua identidade diante da opressão inglesa. O livro traz para a luz o nome de Anne Farquharson, mulher determinada das Terras Altas que recusa a submissão e assume papel de protagonismo no levante brutal e sangrento entre Escócia e Inglaterra.

Os personagens, inicialmente, podem causar certa estranheza ao leitor. A separação por clãs nas Terras Altas no século XVIII, o comportamento feminino bem como o sistema econômico e político são entendidos nas entrelinhas, entre as conversas dos personagens e os acontecimentos que se seguem. Entretanto, sem que nos apercebamos, já estaremos livres da sensação de incômodo inicial e completamente imersos em uma riquíssima cultura, na qual a divisão de atributos e separação rígida de gêneros não existia. As mulheres escocesas gozavam de uma liberdade de escolha, respeito e expressão sexual que não contemplamos nem mesmo nos modernos dias atuais. A sexualidade, por sua vez, é um tema bastante explorado no livro e, apesar de também atuar como fator de estranhamento nas páginas iniciais, com o correr dos capítulos integra e naturaliza a cultura jacobita, auxiliando a criar laços entre os personagens, e construindo suas personalidades.

Além de Anne, diversos nomes surgem de forma potente na escrita de Paisley. Dentre eles destaco a figura do chefe Aeneas McIntosh e Alexander McGillivray. Aeneas se complexifica como personagem a medida que se vê diante de decisões dolorosas que envolvem não apenas seu próprio destino, mas o de sua família e país. O espírito forte e gentil mas teimosamente orgulhoso de McIntosh, trazem o personagem para a vida de uma maneira bastante sincera. Pequenos trejeitos, hábitos e expressões faciais recorrentes narradas pela autora, são capazes de formar imagens críves ao leitor durante toda a leitura. O mesmo se dá com a descrição de Alexander McGillivray, meu personagem favorito. Leal, destemido e fiel aos impulsos de seu coração, este personagem encantador atua como interessante contraponto na trama, transformando diversos outros que o rodeiam e evoluindo a medida que os acontecimentos se desenrolam. McGillivray foi o primeiro responsável por criar em mim uma empatia com essa leitura e me fazer colar os olhos nas páginas sem conseguir parar de ler até que chegasse ao fim.

Há de se dizer que a autora não nos poupa de sentir dolorosas perdas e vivenciar momentos de sofrimento junto aos seus personagens, um grande feito que me fez colocar a quinta estrela na minha avaliação. Um livro capaz de afetar o coração do leitor, para mim, é um livro que cumpre com louvor sua função.

Outro ponto positivo fica por conta da divisão dos capítulos. Eles são breves, possibilitando interromper a leitura em espaços curtos de tempo, o que não a torna, em nenhum momento, maçante ou tediosa.

Os problemas que encontrei na narrativa foram os incontáveis nomes e sobrenomes ingleses e escoceses que podem causar certa confusão no início (são muitos personagens!) além de uma falta de aprofundamento em algumas discussões políticas e descrições que auxilariam na compreensão do panorama histórico e cronológico. No entanto, estes detalhes não tiram o brilho da obra de Janet que também se apresenta como uma excelente escritora de cenas de batalha (o leitor consegue sentir a dor das mortes e o cheiro de sangue entre as valas que acomodam os corpos. Difícil encontrar isso, inclusive em alguns clássicos!)

"A Rosa Branca Rebelde" foi para mim uma grata surpresa que recomendo com louvores! Uma leitura com personagens apaixonantes, que resgatam o espírito de busca pela manutenção de identidade de um povo, e levanta questões (ainda atuais!) sobre o papel feminino na sociedade. Com certeza quero ler mais coisas de Paisley!

Joviana Marques
Clube do Livro JF
Julia 18/06/2015minha estante
Hum! agora quero lê-lo




Adri 13/01/2022

Tudo que fala sobre Escócia, Terras Altas, registros e fatos daquela época me chamam a atenção, me identifico muito com esta leitura...foi quando encontrei este livro em um Sebo, olhei a capa e o título e pensei: aqui tem uma história facinante! E foi o que encontrei em cada capítulo, cada página folhada, o relato da vida e conquistas de Anne, uma mulher forte, guerreira com uma sensibilidade muito própria.
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Mari 14/04/2013

Um livro que foge do padrão dos livros românticos que vemos por aí. Inspirado em personagens e fatos reais, o livro gira principalmente em torno da luta dos escoceses para libertar-se da Inglaterra, sendo que o clímax do romance é a famosa batalha de Culloden.

Confesso que de início estranhei muito o livro, e por vários capítulos não estava gostando. Achei esquisitas as afirmações sobre o comportamento das escocesas, tão liberais, ousadas e modernas para a época. Será mesmo que era assim?

Também achei diferente um romance histórico com um triângulo amoroso, formado por MacGullivray, Anne e Aeneas. Anne e MacGullivray são amigos de infância e se tornam amantes, mas Anne acaba casando-se com o primo de MacGullivray, o chefe de clã Aeneas McIntosh. O casal até se relaciona bem, apesar que o casamento aparenta ser baseado mais na atração física e paixão do que no amor. E quando a volta do príncipe Charles Stuart para a Escócia força os chefes de clãs a se posicionarem contra ou a favor da Inglaterra, o relacionamento de Anne e Aeneas é posto à prova.

Aeneas fica do lado da Inglaterra, não por vontade própria, mas por várias circunstâncias que praticamente o forçam a isso para não prejudicar o clã. Anne fica enlouquecida por ele tomar partido da Inglaterra sem a consultar, e também sem ouvir os motivos dele, convoca o clã para lutar contra a Inglaterra, apoiada por MacGullivray. O casal se separa, e uma sucessão de equívocos e mal entendidos faz com que um pense o pior do outro. E Anne acaba indo parar novamente nos braços de MacGullivray.

Até aí eu estava achando o livro mediano. Não estava simpatizando com Anne e nem com suas atitudes, não gostava do jeito como de certa forma ela manipulava MacGullivray, que era completamente apaixonado por ela, assim com não gostei da forma injusta que ela vinha tratando Aeneas. Mas quando a autora começa a narrar a batalha de Culloden a situação muda e muito. E aí o livro se torna muito bom. A descrição do massacre que foi essa batalha e a perseguição que os escoceses sofreram depois é revoltante, repleta de cenas violentas, angustiantes e que me deixaram realmente chocada pela brutalidade.

Confesso que me entristeci com o que aconteceu com o jovem MacGullivray, pois era meu personagem preferido no livro. E que me emocionei e me revoltei com tudo o que Anne sofreu e com as humilhações e restrições que foram impostas aos escoceses. E admirei as atitudes e o amor de Aeneas por Anne, que fez de tudo para salvá-la.

Quem espera acompanhar uma estória de amor cheia de romance talvez se decepcione. Mas quem quiser conhecer mais de perto uma parte da história da Escócia e acompanhar a luta de uma mulher e de um povo por seus ideais, sua liberdade e por sua nação, com certeza vai adorar a leitura.
Joviana 01/06/2015minha estante
Muito boa sua resenha, Mari!
Me identifiquei com muitas das coisas que você narra sobre a sua experiência com a leitura. Eu também estranhei os primeiros capítulos, fui cativada por McGillivray e sofri com a batalha de Culloden! :)
Espero que as editoras tragam mais títulos da Paisley em breve!




Vanessa Vieira 24/05/2012

A Rosa Branca Rebelde_Janet Paisley
O livro A Rosa Branca Rebelde, de Janet Paisley, nos conta a história da escocesa Anne Farquharson. Anne sempre teve uma personalidade forte e destemida, além de lutar incessantemente pelos seus objetivos, e sobretudo, pelo povo das Terras Altas, de onde pertence. Apesar de ter tido um breve romance em sua adolescência com MacGillivray, e ainda sentir algo por ele, acaba se casando com o chefe Aeneas McIntosh, de um clã diferente ao seu, e a quem também conhece desde tenra idade.

A Inglaterra, sobre o comando do Rei George, pretende tomar o território das Terras Altas, a todo custo. O Príncipe Charlie foi exilado da França, e foi buscar abrigo na Escócia, se tornando o estopim para que uma batalha sangrenta e cruel aconteça entre as duas nações.

A guerra se aproxima, e muitos clãs se dividem, buscando melhores opções e estratégias de defesa. É o que acontece entre Anne e Aeneas, que possuem ideias diferentes a respeito da situação, e acabam indo para lados opostos. Com isso, Anne se aproxima de MacGillivray, que a apoia em todos os sentidos, além de lhe despertar um desejo irresistível.

Uma batalha cruel e sem precedentes acontece, a rebelião Jacobita, e junto com ela muito sangue e carnificina. Cenas cruéis e de profundo pesar, provocadas por uma Inglaterra machista e autoritária, que quer tudo dentro dos seus moldes e padrões, e não sabe aceitar as diferenças. Na Escócia, as mulheres recebem um ótimo tratamento e são super respeitadas pelos maridos, que as veneram e protegem. O povo das Terras Altas seguem costumes e tradições, dentre eles falarem a língua gaélica e terem os seus próprios rituais e vestuário. Já na Inglaterra, a mulher é vista como mero objeto sexual e feudal dos homens, não tendo voz e autoridade alguma. Apesar de serem países diferentes, e tudo transcorrer também em períodos diferentes, não pude deixar de lembrar da colonização do Brasil, e do que os portugueses fizeram com os índios em nossa terra. Assim como na rebelião Jacobita, mulheres foram estupradas e mortas, homens foram assassinados a sangue frio e tiveram a sua terra tomada da pior forma possível. A ambição do ser humano, e sobretudo, o seu egoísmo e mesquinhez não tem limites. Essas cenas do livro me levaram às lágrimas, por tamanha indignação e tristeza

A Rosa Branca Rebelde, apesar de ter como pano de fundo uma batalha sangrenta e voraz, possui muito romance, e é descrito de forma bem picante. Apesar de nutrir afeto por MacGillivray, Anne aceita de bom grado casar-se com Aeneas, e esquenta a sua cama com todo o prazer. Rola uma química bacana entre os dois, além de terem feito uma aliança pacífica entre os dois clãs. O que a magoa profundamente é o marido não estar do seu lado em meio a batalha, e isso é o estopim para que ela se entregue de corpo e alma a MacGillivray, que luta ao seu lado incessantemente, e lhe desperta forte atração. Na Escócia, a traição não é vista com maus olhos, e muito menos como um ato repugnante. As mulheres podem saciar o seu desejo sexual da forma que lhes convier, e não são punidas por isso. Eles afirmam que há uma forte diferença entre uma relação carnal e espiritual, e não repudiam a satisfação sexual delas em outros terrenos, por assim dizer.

Anne é uma mulher tempestuosa e também , muito fogosa. É uma verdadeira heroína, e não se desfaz dos seus ideais por nada neste mundo. Sua personalidade forte e marcante, e sua sede por justiça, foram os ingredientes que mais admirei em seu caráter. A personagem foi baseada na história real da guerreira escocesa homônima, Lady McIntosh, que em 1763 foi eleita chefe do burgo de Inverness e faleceu em 1787.

Os demais personagens também foram bem construídos e arquitetados, com personalidades firmes e determinadas. MacGillivray é um guerreiro nato, e ama Anne mais do que tudo. Por ela, entregaria sua vida, sua alma, todo o seu ser. Aeneas também ama a esposa, apesar de cometer muitos erros, e é um personagem que nos surpreende muito ao longo da história.

A Rosa Branca Rebelde é um rico romance medieval escocês, norteado por batalhas cruéis e mordazes e romances arrebatadores. A narrativa é excelente e me fez sorrir, suspirar, e até mesmo chorar. A capa do livro é linda e a diagramação também está ótima. Recomendo, com certeza!

http://www.newsnessa.com/
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Carol 16/06/2023

Li pela primeira vez anos atrás e lembro de ter me apaixonado pela história! Agora, na releitura, queria ver se ainda estava apaixonada, e SIIIIMMMM!
Minha missão é fazer mais pessoas conhecerem o livro, porque ele é tão incrível, tão empoderador que eu acho um absurdo as pessoas não conhecerem!
Então, se você nunca leu, LEIA! SÓ LEIA!
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Annalisa 01/05/2023

A Rosa Branca Rebelde

"[...] ao redor dela havia árvores, colinas, rios, lagos. Ninguém poderia ser dono daquilo, nem mesmo os peixes, animais e pássaros que lá viviam, assim como não podiam possuir a chuva, o mar, o céu ou outra pessoa. Casa coisa era dona de si própria. Aeneas sabia disso, ele não poderia ser das Terras Altas e não saber disso. Como chefe, seu povo lhe dava tudo, não por quem ele era, pois era um homem como outro qualquer, mas pelo o que ele representava, o clã, que significava preservação de quem e do que eles eram: um povo livre, que escolhia viver livremente juntos, pelo bem geral." - Página 293

Eu já vi, ouvi, assisti e li essa parte da história entre Inglaterra e Escócia de diversas formas diferentes, por vários pontos de vista, e depois de tudo isso, ainda é um ponto que me cativa e me fascina. É uma p*ta história, real, verídica e sofrida. Chega em um ponto que não há como dizer quem estava certo ou quem estava errado, de quem era o direto da terra ou quem estava agindo pela ganância, mas que os escoceses sofreram com o domínio da Inglaterra sobre eles, não há como negar.

Eram um povo de cultura e tradições seculares, enraizados em seu seres e seus modos de vida. Constituídos por história, família, clãs e crenças. Sofreram perdas irrevogáveis e tiveram que aceitar uma doutrina e tradições que não faziam parte do seu ser. A Rosa Branca Rebelde nos conta um ponto de vista sobre essa história, a da Coronel Anne Farquharson, lady McIntosh e sua luta pelos seus homens e de como em diversas vezes, muitas delas em desvantagem, ela uso da estratégia e inteligência para virar o jogo contra os ingleses.

Não sei dizer todos os pontos que são reais ou ficção dentro do livro, muitas coisas já vi descrita em outros relatos (me levando a crer que são os reais) e outros foram tão bem inseridos e escritos que me fazem duvidar se são ficção. Mas a história vai permeando todos os trechos já conhecidos da Escócia e sua luta contra a dominação da Inglaterra, seu sonho de voltar a ter um Stuart no trono escocês, e finalizando na fatídica batalha de Culloden em 1746, quando houve a maior derrota da história dos clãs escoceses e a aniquilação da cultura e das tradições deles.

Em meio a toda a história, A Rosa Branca Rebelde também nos apresenta o relacionamento entre Anne e Aeneas (chefe do clã), seu casamento, seus ideais, seus sentimentos, conflitos e crescimento, e principalmente o papel da mulher escocesa junto ao seu marido e junto ao seu clã, diferentemente de todos os pontos da história, aqui, a mulher tem voz, tem escolha e tem lugar. Anne não é a apenas uma esposa recatada e do lar, tanto que ela e Aeneas, por infortúnios da vida, acabam ficando de lados opostos dessa guerra, e é Anne que comanda os clãs e os levam para a batalha.

O livro é extremamente bem escrito, porém por vários trechos encontrei um pouco de dificuldade de me aprofundar nas cenas e acompanhar a troca de informações, nomes e personagens. Meu pequeno conhecimento anterior sobre o tema me guiou em algumas passagens, porém ainda senti falta de uma ligação maior em algumas páginas.

É um livro um tanto grande, mas para quem procura e gosta de informações sobre o tema e principalmente está em busca de conhecimento, ele vai te prender do início ao fim, e você nem verá as páginas passando, é um romance que vale a pena ser lido.

"Muitos daqueles de quem eles gostavam haviam partido, mas nem todos. O modo de vida que eles valorizavam havia acabado, embora o amor permanecesse.... [...] Uma nação não merroria enquanto seu espírito vivesse. Ela havia conseguido pequenas concessões. Nelas, o jogo se invertera. A vida não pararia. Leis poderia ser revogadas, eles descobririam novas maneiras de viver. A liberdade era uma ideia, e não podia ser destruída." - Páginas 474.
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Christin 13/06/2020

Uma aventura cheia de emoções.
Uma mistura entre romance e aventura, amor e vivencia selvagem, a autora nos leva por caminhos distintos e distantes em meio a Escócia e seus habitantes, uma leitura que flui facilmente.
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L. Derenievicz 11/02/2012

No words...
Ao ler a sinopse do livro, pensei que seria mais um romance melacueca, mas paguei pra ver...
Não me decepcionei...
Ele fala da luta de uma nação, no começo da repressão inglesa sobre seus "dominados" escoceses. A tentativa de um clã em manter suas atitudes e práticas sociais. A força que tinha a mulher nesta sociedade praticamente matriarcal. Literalmente direitos iguais, sem pieguice e sem hipocrisia.
No meio disso tudo, uma mulher determinada, dividida entre dois amores e a luta contra a dominação da Inglaterra.
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Prof. Angélica Zanin 27/09/2017

A liberdade não pode ser destruída
Anne, uma guerreira escocesa das terras altas do clã Chattan, vive um difícil seu papel de mulher, no século 18, lutando pela liberdade de seu povo. Ao mesmo tempo, há um coração que se divide entre dois guerreiros do mesmo clã. Ficar com MacGillivray, que compartilha de seu sonho de liberdade, ou ao lado de seu marido Aeneas, que prefere preservar a vida de seu povo a se submeter a uma guerra insana. Ela toma suas decisões, sem jamais se acovardar, perde pessoas que ama, submete-se a muito sofrimento e entra para a história como a Rosa Branca Rebelde. Lindo, esta leitura nos traz um pouco da história da Escócia, sua posição de submissão em relação à Inglaterra, momentos de amor explícitos e uma paisagem incrível.
"Se você não pode ter quem ama,ame quem você puder" Anne MacIntosh.
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