La Croisade des Enfants

La Croisade des Enfants Marcel Schwob




Resenhas - A Cruzada das Crianças


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Bebel.Aroeira 24/12/2022

Um conto interessante sobre um fato histórico curioso, através da perspectiva de vários personagens.
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arthur966 22/06/2022

já não sei o rosto que tenho, e temo minhas mãos. elas se precipitam diante de mim como animais escamoso e lívidos. tenho vontade de decepá-las e me envergonho do quebelas tocam. parece-me que elas fazem esmaecer as frutas vermelhas que colho, e as raízes que arranco da terra parecem murchar ao seu contato.
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Gilberto Campello 22/05/2022

Escrito pelo francês Michel Schwob (1867 -1905), no final do século XIX, guiados pela crença de que receberiam a misericórdia divina, os crentes pecadores, aldeões, mendigos e cavaleiros usaram como escudo crianças em sua cruzada, pois o Santo Sepulcro só poderia ser alcançado pela pureza dessas crianças e como levá-las até a Terra Santa sem manchar a alma delas?

É uma ficção histórica sobre uma época interessantíssima, em que os pontos de vista alternam entre dois papas e três crianças, mas também de um religioso e um leproso.
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Pateta 11/07/2021

ESPANTO
É daqueles livros que me deixam muito chateado comigo mesmo. Tem prólogo de Jorge Luis Borges, tradução de Milton Hatoum, boas críticas ... mas eu não consegui me apaixonar pelo texto. Vou esperar alguns anos para reler e, quem sabe, gostar dele mais do que curti agora.
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Jasmine 22/06/2021

Não se sabe se lendária ou real, a cruzada das crianças aconteceu em 1212, quando duas expedições com cerca de sete mil pequenos partiram da Alemanha e da França em busca da Terra Santa, em Jerusalém. Relatos escritos à época e recontados no século XIX por Marcel Schwob, ainda que sob a dúvida de estar entre ficção ou realidade, introduz-nos ao cenário curioso da obstinação e perspicácia infantil na lida desafiadora do deslocamento marinho.
Conta esta história que tais crianças fugiram de suas casas, a pé, relutantes às tentativas de dispersão pelos adultos, principalmente as mães, e trilharam uma rota sem mapa, mas com a certeza de que, quando chegassem ao mar e ao atravessarem-no, encontrariam a terra santa e o santo sepulcro. Um goliardo, dois papas, três criancinhas (as pioneiras na viagem), um escrevente e um calândar contaram suas versões desta aventura com opiniões contrárias ou a favor, com detalhes que, do ponto de vista ficcional, contém muita riqueza imaginativa e se, na perspectiva da realidade, uma fonte histórica de imenso valor.
Em um possível encontro com infieis que, certamente, pode ter mudado o itinerário para algures ou o fim dado pelo mar Mediterrâneo, parece que nunca chegaram à Terra prometida, mas até hoje são protegidas e acolhidas por Deus, por serem dotadas de toda pureza.
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Carol 22/04/2021

Impressões da Carol
Livro: A Cruzada das Crianças {1893}
Autor: Marcel Schwob {França, 1867-1905}
Tradução: Milton Hatoum
Editora: 34
72p.

Entre tantas histórias da Idade Média, que sempre me fascinaram, a mais excêntrica, sem dúvidas, é a Cruzada das Crianças, misto de fato histórico e lenda.⁣

Diferentes relatos apontam que, em 1212, Estêvão de Cloyes, um pastor de ovelhas de apenas 12 anos, procurou o rei Filipe II de França para informá-lo de uma visão: Jesus havia lhe dito que apenas as crianças, imaculadas e isentas de pecado, poderiam resgatar o Santo Sepulcro das mãos dos muçulmanos, na Terra Santa.

A história de Estêvão se espalhou como pólvora entre uma população miserável, que vivia em trânsito, em busca de auxílio divino. Documenta-se que cerca de 2 mil jovens embarcaram, em Marseille, com destino ao Oriente. A partir daí, só há conjecturas.

Marcel Schwob, ligado ao movimento simbolista francês, escreveu uma das versões mais figurativas e poéticas dessa Cruzada inusitada. Por meio de oito relatos imaginados/monólogos, de personagens envolvidos na Cruzada, Schwob forma um caleidoscópio, diferentes perspectivas que se reúnem num todo. O resultado é belíssimo.

"Senhor, sou muito velho, e eis-me aqui vestido de branco, diante de ti; meu nome é Inocêncio, e sabes que nada sei. Perdoa-me por ser o Sumo Pontífice, dignidade que me foi conferida e que aceitei com resignação. Não fui eu quem inventou as honrarias pontifícias. Prefiro ver tua luz através desta janela redonda a vê-la nos magníficos reflexos dos vitrais." - Relato do Papa Inocêncio III, pg. 29.

Esta edição traz, como prefácio, um texto de Jorge Luis Borges e ilustrações de Fidel Sclavo.

Para quem se interessar pelo tema, indico, também, o livro "O Barco das Crianças", do peruano Mario Vargas Llosa, publicado pela @editora_alfaguara.
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Marcelo 19/03/2021

Grata surpresa !
Nunca ouvir falar do autor, do tema ...
Comprei por influência das resenhas dos críticos literários e pela editora .
Muito boa a leitura !
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Leila de Carvalho e Gonçalves 25/01/2021

Oito Relatos
Determinar o que é fato ou lenda sobre a Cruzada das Crianças tem sido um desafio para os historiadores. Ao que tudo indica, em 1212, ocorreram duas movimentações de pessoas na França e na Alemanha cujas semelhanças fizeram que mais tarde fossem reunidas numa única história baseada na crença de que o Santo Sepulcro só poderia ser conquistado por crianças, pois, isentas de pecados, estariam protegidas por Deus. A bem da verdade, uma boa desculpa para justificar os fracassos anteriores para retomar Jerusalém ? sob domínio turco ? e reunificar o mundo cristão, dividido desde o Cisma do Oriente.

Pesquisas recentes sugerem que essa cruzada não seria composta apenas por crianças, mas também por camponeses, mendigos e doentes. Inclusive, elas poderiam ser mais velhas do que se supõe, pois a palavra latina ?pueri?, mencionada nos documentos antigos, teria sido mal traduzida, já que na Idade Média, ela era empregada para crianças e jovens.

Como esperado, o desfecho dessa empreitada foi funesto. Muitas não conseguiram sequer chegar ao Mar Mediterrâneo, morreram de fome, exaustão e doenças durante a caminhada. Em contrapartida, aquelas que conseguiram embarcar, ou morreram afogadas durante a travessia marítima, ou foram vendidas como escravas, ao chegarem à Terra Santa.

No final do século XIX, o francês Michel Schwob (1867 -1905) debruçou-se sobre essas informações para escrever uma pequena obra-prima que retrata a busca de um sentido para a vida mediante uma peregrinação que, privada de razão, foi guiada pela crença na misericórdia divina como recompensa terrena. Sem devoção nem cinismo, o escritor apresenta oito relatos fictícios que proporcionam uma perspectiva patética e até alucinatória para o assunto.

O primeiro é de um goliardo que afirma ter visto essas crianças. O próximo é de um leproso que não só as viu, como conversou com um menino; já o Papa Inocêncio III, alarmado com os acontecimentos, clama pela piedade de Deus: ?Não deixai que haja sob Inocêncio um novo massacre dos Inocentes?.

Em seguida, entram em cena três pequenos cruzados que, assombrados por estranhas vozes, anunciam a esperança por dias melhores. Eles cedem o posto para um pragmático escrevente que planeja embarcar o quanto antes essa ?horda de estrangeiros? para a Terra Santa.

O sexto é um calândar (monge maometano) que afiança que a maior parte do grupo, ao desembarcar, foi comprada pelo Califa. Nele, está Allys, a guia de um menino cego que deseja como recompensa pelo seu sacrifício, poder enxergar O Senhor.

Encerrando o ciclo, o Papa Gregório IX, sucessor de Inocêncio III, lamenta o que houve. Após implorar ao Mar Mediterrâneo que lhe devolva ?suas crianças? e acusá-lo de ?devorador?, ele o absolve e lhe suplica pela própria absolvição por erros que igualmente ignora.

Por fim, o branco ? associada à pureza no ocidente e ao luto no oriente ? atavia a história. Schwob menciona abelhas brancas, dentes brancos, homens brancos, crianças brancas carregando cruzes brancas, ondas brancas, vozes brancas... Essa cor também orientou a criação da capa numa edição impecável, que mais uma vez comprova o cuidado da Editora 34 com suas publicações. Um cuidado que engloba as ilustrações de Fidel Sclavo, a irrepreensível tradução de Milton Hatoum e os extras: prólogo de Jorge Luis Borges, texto de orelha de Noemi Jaffe e boa biografia do escritor.

Boa leitura! ? ? ?
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MF (Blog Terminei de Ler) 17/01/2021

Quando a literatura tenta preencher as lacunas da história
Nota inicial: Como a edição que li não está no Skoob, deixo a presente resenha na edição da Iluminuras, por entender que a diferença está apenas na tradução.

“A cruzada das crianças” do escritor francês Marcel Schwob. Originalmente escrito em 1896, trata-se de um conto que se debruça sobre um dos episódios mais nebulosos da história, onde fatos e fantasias acabam se misturando.

A HISTÓRIA NEBULOSA E O CONTEXTO HISTÓRICO

Em meados do ano de 1212, durante a Idade Média, milhares de crianças e adolescentes marcharam de regiões da Europa em direção ao sul da Itália, com o objetivo de atravessar o mar Mediterrâneo e chegar até a cidade de Jerusalém, visando converter os muçulmanos que dominavam a região à fé cristã. Essas crianças seriam lideradas por um jovem, supostamente visitado pelo próprio Jesus Cristo. Por terem coração puro, sem pecado, as crianças seriam ideais para reconquistar a “Terra Santa”.

Foram duas grandes movimentações registradas. Na primeira, que teria partido de regiões da Alemanha, passando pelos Alpes até a cidade de Gênova, eram em torno de 7.000 crianças, lideradas por um garoto de 10 anos chamado Nicholas. Ao chegarem às margens do Mediterrâneo, as águas não se abriram (tal como no mito judaico-cristão), apesar dos comandos de Nicholas. O grupo se espalhou pela Europa, após o fracasso da profecia, tendo alguns poucos voltado para casa. Alguns partiram para Marselha onde, provavelmente, foram vendidos como escravos. Ninguém chegou à Palestina.

No segundo movimento, um jovem pastor chamado Estevão de Cloyes, espalhou a notícia de que era portador de uma carta escrita por Jesus Cristo para o então rei da França, Felipe II. Conseguiu atrair uma multidão, em torno de 30.000 crianças e, na região de Saint-Denis, teria praticado milagres. O monarca enviou ordens para que o grupo fosse dispersado. Fontes da época não mencionam quaisquer planos de um êxodo em direção à Jerusalém.

Há quem diga que aproximadamente 50.000 crianças teriam perdido a vida nessas movimentações. Outros dizem que, após um dos grupos ter chegado ao Mediterrâneo, foram convencidos a embarcarem numa frota de sete navios. Duas embarcações naufragaram e as restantes foram desviadas para Alexandria, onde as crianças foram vendidas como escravos.

Dentre as controvérsias, há quem diga que não eram apenas crianças, mas homens jovens boa parte dos grupos. Outras fontes sugerem que pessoas de todo tipo, homens, mulheres, crianças e idosos, compunham o grupo. De fato, em meados do século XIII, dentro do contexto de fim do sistema feudal, houve a migração de grupos de camponeses de origem francesa e alemã, que tiveram que vender suas terras. Tais grupos eram chamados de ‘pueri’ (rapaz, em latim). Posteriormente, as abordagens envolvendo o puer Nicholas e o puer Estevão foram fundidas num relato único, onde o termo pueri foi traduzido para ‘crianças’.

Há quem veja esse episódio da cruzada das crianças relacionado com a lenda do flautista de Hamelin, imortalizada pelos irmãos Grimm, dentre outros. Na história, a cidade alemã de Hamelin sofre com a infestação de roedores. Um flautista, de roupas coloridas é contratado para se livrar da praga, tocando uma flauta mágica. Quando os moradores se recusam a pagar pelo serviço feito, o flautista toca seu instrumento mágico, fazendo as crianças da cidade irem embora para longe. Tal história pode ter sido inventada para mascaram a adesão de jovens à cruzada das crianças e, nessa versão, o flautista seria um mero recrutador ou o próprio líder do movimento.

Todo esse episódio, cheio de versões contraditórias, omissões, etc., ocorreu dentro do contexto histórico das chamadas “Cruzadas”, que se iniciaram no ano de 1095 e duraram até o ano de 1492, sempre com o intuito de conquistar para os cristãos a cidade de Jerusalém, ocupada nos séculos anteriores pelos muçulmanos, religião que vinha em plena expansão, após o surgimento de Maomé.

A OBRA

O texto de Schwob é escrito em forma de depoimentos fictícios, de forma polifônica. Personagens anônimos, papas e as próprias crianças dão seu relato sobre a cruzada e, por meio dessa teia de versões, o leitor constrói sua interpretação do episódio.

Interessante observar como Schwob inclui interessante nuances no tom dos depoimentos. Os dois papas que aparecem na obra demonstram, ao meu ver, uma certa arrogância e soberba diante do episódio. Por sua vez, as crianças expõem sua inocência em cada frase.

Há um elemento comum que aparece ao longo dos relatos: a cor branca. Popularmente associada à pureza, ela é perfeita para representar as crianças que, igualmente, se vestem de branco. Além disso, o próprio Cristo, presente na crença das crianças, evidenciada em suas respostas quando indagadas sobre sua missão, é representado na cor branca, o que sugere tanto a inocência da fé, quanto o próprio objeto do culto, representação máxima da ausência de pecado.

Naturalmente, a cor branca pode ser encarada de diferentes modos. Num primeiro momento, ela é vista como algo positivo: a pureza, a inocência, a ausência de pecado, a fé. Por outro lado, quando lembramos que essa fé conduziu esses inocentes à desgraça, pelo fanatismo e/ou obscurantismo, a cor branca torna-se negativa, sinônimo de perigo.

Pode-se dizer, igualmente, que o grande mérito de Schwob é sua tentativa de preencher as lacunas deixadas pela História, utilizando-se um aparato literário interessante. Somente assim, é possível conceber uma plausibilidade para o episódio, tentando se vislumbrar, um pouco, como que adultos poderiam ter permitido que algo dessa natureza tenha ocorrido, sem que qualquer ação fosse tomada.

EDIÇÃO E CONCLUSÃO

A presente edição que li é uma tradução independente, feita por minha amiga, a professora Fernanda Barros. Os quatro primeiros relatos foram traduzidos do francês e os relatos posteriores, por sua vez, foram traduzidos do inglês. O texto traduzido é fluído e capta variações de tons, a cada mudança de personagem, o que evidencia a preocupação com a composição textual de Schwob, bem como, naturalmente, o zelo da tradução.

“A cruzada das crianças” é uma leitura interessante, que permite a reflexão e um olhar instigante para esse período tão obscuro da história humana.

Em tempo, a presente obra ganhou uma edição recente da Editora 34, com tradução de Milton Hatoum.

FICHA: SCHWOB, Marcel: tradução de Fernanda Barros. A cruzada das crianças (1896). Independente, 2020, 15 páginas. Título original: La croisade des enfants / The children’s crusade.
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MARIA7444 12/08/2012

Livro bem interessante. Relata em textos curtos a cruzada das crianças ocorrida no século XIII pela visão de diferentes personagens - um clérigo, um leproso, dois papas e três crianças.
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Paola 27/04/2010

A Cruzada das Crianças
Marcel escreve tudo carregado de simbolismo, neste livro específico, é a cor branca. O livro conta a história das quase desconhecidas - porém reais - cruzadas das crianças, durante a idade média, expondo os pontos de vista envolvidos na história.
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