Resenhas - Niketche

Camila 01/03/2024

Niketche
Primeiro livro que leio de Paulina Chiziane, uma autora moçambicana de extrema coragem. ?Niketche - Uma História de Poligamia', nos leva a refletir sobre as complexidades da poligamia e o papel da mulher na sociedade moçambicana pós-guerra civil. A autora apresenta a história de Rami, que se une às quatro amantes de seu marido, Tony, em uma narrativa ora dramática, ora cômica sobre este universo tão distante. A autora explora as dinâmicas familiares e os desafios enfrentados por essas mulheres que, juntas, tentam superar as raizes culturais de uma sociedade machista e misógina. Através do olhar sensível de Rami, somos confrontados com questões profundas sobre amor, poder e submissão. Já estou com saudades de Rami. Que privilégio conhecer um pouquinho de outras culturas pela leitura?

Bea_who 01/03/2024

Niketche
Um livro repleto de sofrimentos, não apenas a vida de Rami mas todas as mulheres do livro. Um triste e realista retrato do sociedade e da vida de inúmeras gerações de mulheres que foram silenciadas. Agora ouvidas.
Uma obra marcante

Tata Ruiva 29/02/2024

"Em silêncio se vence os grandes combates "!
Um livro incrível que não tenho palavras para descrever. A personagem Rami é uma mulher com uma sabedoria incrível. Tive vontade de gritar o livro inteiro pois a forma como Rami descreve sua vida e a poligamia é maravilhosa apesar de relatar fatos bem pesados.
A reflexão que fica é como as tradições rebaixam as mulheres negras e escravas, objeto de uso sem fala,sem vontade e o machismo então nem se fala.
Uma leitura que precisa de muitas pausas para digerir, aceitar que o que se lê é o que se passa na vida de todas as mulheres em tantos aspectos.

Vivi 29/02/2024

"que bom seria segurar o amor num punho fechado. mas o amor é um punhado de água escapando nos interstícios da mão. qualquer dia me pedem para segurar as rédeas do mundo. segurar os raios do sol. segurar uma rajada de vento. para as mulheres o eterno conselho é: segura, fecha, cobre, esconde. para os homens é: larga, voa, abre, mostra - pode alguém compreender as contradições deste mundo?"

que. livro. INCRÍVEL.

booksdalaus 28/02/2024

Niketche
Um dos romances moçambicanos mais renomados do século XX, agora em edição de bolso.
Da vencedora do Prêmio Camões 2021.

Rami é uma esposa fiel e subserviente. Ela faz o que manda a tradição, mas nem assim consegue ser amada por Tony, com quem é casada há vinte anos. Certo dia, Rami descobre que o marido tem várias amantes ? e filhos ? por todo o Moçambique, e decide conhecê-las uma a uma. ?Eu, Rami, sou a primeira-dama, a rainha mãe. [?] O nosso lar é um polígono de seis pontos. É polígamo. Um hexágono amoroso?, diz. A partir desse encontro surpreendente, todas terão suas vidas completamente transformadas.
De origem humilde, Paulina Chiziane foi a primeira mulher moçambicana a publicar um romance ? apesar de não se considerar romancista, mas uma contadora de histórias. Em Niketche, ela mistura bom humor, consciência social e lirismo para traçar um vigoroso painel da condição feminina e da sociedade de seu país.

sophi 27/02/2024

Livro de vestibular menos chato
Eu fui com a cabeça que ele teria um leitura difícil, seria chato igual aos outros, mas me enganei e achei sua interessante e curioso

paulajustino13 25/02/2024

Tantos sentimentos
Não sabia o que esperar dessa leitura, e fui positivamente surpreendida! Gostei de como as coisas foram construídas, e foi interessante acompanhar como o trajeto de Rami foi evoluindo e se desprendendo de algumas amarras que são impostas para nós mulheres. Suas reflexões me abraçaram e também me deram socos. É triste como, independente de que parte do mundo estamos, as mulheres sempre são vistas como submissas, fracas, passando por inúmeras violências. Ainda bem que sempre resistimos e lutamos, mas seria melhor não precisar de nada disso e que o mundo fosse um lugar melhor para nós.

Isa 25/02/2024

Niketche
Unicamp

resumo : Romance moçambicano do período pós-independência. Sua autora é a escritora Paulina Chiziane. Contexto histórico: pós-guerra civil moçambicana. Discute as relações de poligamia na cultura africana. Faz reflexões sobre a submissão feminina.

personagens : Julieta: segunda mulher de Tony. Levy: irmão de Tony. Luísa: terceira mulher de Tony. Maria: tia de Rami. Mauá: quinta mulher de Tony. Rami ou Rosa Maria: esposa de Tony. Saly: quarta mulher de Tony. Tony ou António Tomás: marido de Rami. Vito: amante de Luísa e Rami.

Lana_lessa 22/02/2024

A great surprise
Niketche is an amazing book. Write by Mozambican Paulina Chiziane. The book tells us of the Rami, a woman common in the South Mozambique who discover to be betrayed by her husband and decides to follow old customs: the polygamy.
I wanted to read Niketche long time ago, but I was winding and finally read this year. With this book I cried, I laughed and I got angry, sometimes. The story makes to think about problems hierarchical between men and women or old people and "younger" people and, principally, the "tradition" customs and "modern" customs ( you read after colonization).
I recommend this book, I think it is a great surprise, and it's another form for to meet people Mozambican and the country.

Viferoli 21/02/2024

Misto de sentimentos. Gostei muito de como a autora mostra a realidade, a força e a fraqueza das mulheres, as lutas e as injustiças. Além de que a escrita é maravilhosa. Mas não gostei tanto, porque é a realidade, em todo livro fiquei com um sentimento de indignação, então não é que não gostei do livro, mas a realidade que é uma merda.

Thams3 21/02/2024

Como escrever uma resenha pra um livro que me deixou sem palavras...
ALGUÉM ME DIZ!!!!!
O que por si só é bem peculiar, considerando que até mais ou menos a metade estava ODIANDO com todas as minhas forças. Depois de tudo, acredito até que todo o incômodo que a obra me infringiu, tenha sido totalmente proposital por parte da Paulina, pois ainda que na apresentação de uma cultura no qual não estamos acostumados ou temos conhecimento: ainda podemos ter a capacidade de identificar as falhas do ser humano como um todo, mas principalmente as condições insalubres no qual o patriarcado (independente da sociedade) subjuga a mulher. É estarrecedor! Só pude terminar esse livro embasbacada, comovida. E acho que sempre poderei gerar reflexões a partir dessa história.

Gi Gutierrez 21/02/2024

Uma história de poligamia
"Poligamia é o destino de tantas mulheres neste mundo desde os tempos sem memória. (...) Porque poligamia é poder, porque é bom ser patriarca e dominar."

Bruno 18/02/2024

Doidera
Que livro doido em, mas bem diferente, um drama de deixar qualquer um com embrulho no estômago, nem parece real. Foi ótimo ler um livro como esse, experimentando a literatura africana (acho que Moçambique), não lembro exatamente, nem irei no google olhar isso. Recomendo demais, mas é um livro um pouco demorado, mesmo sendo curto.

JAQUELINE.ARGOLO 16/02/2024

Leiam!
Gente, que livro!!!
A obra narra a difícil realidade feminina numa sociedade patriarcal, descrevendo a cultura machista e da poligamia e as formas de resistência e solidariedade das mulheres, apesar dos mitos e tradições sobre a subalternidade do gênero. Gostei muita da estruturação do livro em capítulos curtos, me inspirou uma leitura ávida e curiosa. Recomendo.

marlenemoraes 16/02/2024

De tirar o fôlego!
Este livro chocou-me pelo título e por estar na lista do vestibular da Unicamp. Quando comecei a ler, senti um pouco de raiva, por ser uma pessoa feminista e não aguentar ler muitas passagens do livro que me tiravam do sério, mas no fundo, não tiravam do sério as mulheres do livro mas sim, as atitudes destas que já tive com um relacionamento (não poligâmico, mas ainda sim, muito favorecedor ao homem): me via em todas as mulheres de Tony, um pouquinho de mim em cada uma delas. E acredito que isso me machucava por torcer por todas elas durante a trama.

Organizei a ler de 7 em 7 capítulos (para ler a obra em uma semana, conforme meu planejamento). Tinha dias que queria ler 14 capítulos, e tinha dias que me segurava para não devorar o livro inteiro. O que acontecerá com as meninas? É como se eu me apegasse a cada uma delas. Torcia pelo bem estar de cada uma. Chorei em muitas passagens de suas dores.
Os 7 últimos capítulos, eu senti pavor, ansiedade, alegria, amor, dor... tudo junto e misturado. Ali, o título não me importava mais, queria saber o que aconteceria com as minhas meninas, já minhas amigas. Tive um choque de cultura em muitos momentos entre Brasil e Moçambique, superados durante a leitura. Valerá a pena ler para conhecer a cultura moçambicana, pela linguagem, pela pauta feminista, pelos personagens. Obrigada pela história, Paulina!