A Queda de Sieghard

A Queda de Sieghard L.P.Faustini
L.P.Faustini




Resenhas - Maretenebrae - A Queda de Sieghard


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Viviane 27/02/2012

Maretenebrae
Há alguns anos atrás eu fui jogadora de RPG de mesa, e segundo meus parceiros eu era a única mulher da minha cidade a jogar naquela época ( não, não tem tantos anos que eu o enxergue através de teias de aranha...rsrs, mas já tem um bom tempo) e ao ler Maretenebrae a sensação de aventura e adrenalina me pegaram de jeito, como naquela época, em que heróis, vilões, guerras, misticismos e personagens ousados permeavam minhas noites de sexta-feira ( era quando nos reuníamos para jogar ).
Espero que os autores desse livro tão surpreendente não se sintam incomodados com minha comparação, mas quis expressar um fato que senti lendo muitas partes do livro, em que de várias formas incorporei alguns dos personagens com quem simpatizei. Depois de elaborar a resenha li no blog do livro que L.P.Fautini também joga RPG . :)
Essa historia épica nos trás sete personagens peculiares, numa trama envolvente e cheia de reviravoltas .
Você de cara percebe que os autores foram muito cuidadosos em desenvolver as características e personalidades de cada um com maestria. Senti isso, o que na hora já me agradou, pois senti vida no livro.
A temática "religião" está muito bem explorada, mesmo que muito bem engendrada em suas nuances. Um fator que achei simples de entender, pois sendo um romance épico não poderia deixar de ser. Ninguém pode negar que a religião permeia os atos humanos desde sempre. Seja ela em qual forma for.
No desenrolar das coisas vocês vão perceber que esse fator foi utilizado com bases filosóficas, mas não por isso menos fácil de serem entendidas por aqueles que não tem muita paciência com filosofias ou afins.
Desde o título diferente ( Maretenebrae = Mare et tenebrae, que significa Mar e treva ), o livro nos leva a regiões de extrema beleza, e muitas vezes a lugares sinistros e angustiantes, isso tudo muito bem descrito pelos autores.
Importantíssimo também dizer como foi gratificante descobrir em cada um dos personagens um defeito e uma virtude, isso claro, bem implícito, mas que foi fundamental para toda uma simbologia que notei, e se forem espertos notarão também. Isso tornou a convivência dos nossos sete personagens bem divertida, mas também muito conflitante, como sempre, o lado negro e o lado iluminado de cada um se faz perceber.
Me apeguei muito em "Formiga", me identifiquei com seu jeitinho comilão, amigo de todos, "pau pra toda obra", seu jeito tosco de resolver as coisas que me levou as lágrimas, me irritando muito quando nas adversidades só pensava em comer...comer e comer ( acho que me enxerguei nele com minha ansiedade total).
E assim é cada personagem, você os conhece e logo se identifica.
São eles explorados em suas identidades até você entender o porque de tudo, o que cada um representa, as alianças, as discórdias, seu dramas e traumas.
No meu entender essa história uniu muito bem todos os conceitos a que se propôs.
O bem e o mal liderados por virtudes e pecados em doses envenenadas de ação, aventura, amor e amizade.
Um reino cujo jogo político faz muito mais tragédias que benesses ...
Enfim...
Seria uma realidade escrita na forma de um romance épico?
Acho que sim, pois os autores foram felizes demais em tornar a realidade humana nessa fantasia tão primorosamente escrita.
Recomendo ler Maretenebrae devagar, degustando os personagens, compreendendo cada mistério apresentado. Um livro de 540 páginas que você lê num ritmo alucinante sem ao menos perceber.
A capa é linda, foi o que me levou a ficar curiosa e procurar parceria com os autores, depois... uma sinopse instigante, para quem ama épicos e histórias inteligentes esse livro é um manjar.
As ilustrações que entremeiam o livro são lindas, faz viajar ainda mais para dentro da narrativa.
Por isso e pelo orgulho de ler um livro tão bem escrito por brasileiros, que recomendo Maretenebrae.


Visitem meu blog e sigam,todos serão muito bem vindos, e deixem comentários,falando o que acharam da resenha.

http://vivianeblood.blogspot.com/2012/02/resenha-maretenebrae.html#comment-form
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Heitordealmeida 29/12/2012

Maretenebrae - A Queda de Sieghard
Maretenebrae - A queda de Sieghard é um livro de dois autores Brasileiros de nome L.P.Faustini e R.M.Pavani. A história se passa em Sieghard, que se vê em meio a invasão de um exército desconhecido e de proporções imensas e que não parece poder ser parado.

Eu cheguei até esse livro através de um post do blog ( http://dragonmountbooks.wordpress.com/ ) e me interessei de cara, primeiramente pela bela ilustração de capa, em seguida pela história, quando fui atrás de mais informações sobre o livro.

É importante comentar que eu comprei o livro direto com os autores, o que provavelmente foi a melhor coisa que fiz. Comentarei sobre isso depois, mas por hora, vamos a resenha.

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Sieghard, ano 476 pós unificação.

Sieghard é um reino que segue os preceitos da Ordem, comandado por Marcus II, o Ousado . Apesar de algumas leves suspeitas de cunho politico, tudo ia bem em Sieghard, até que uma frota invasora desponta no horizonte. Navios nunca antes vistos por nenhum Siegardo e portando o simbolo do Caos, são habilmente manejados e tomam as praias do Reino. Ao mesmo tempo, uma estranha doença começa a se espalhar pelo continente. A força invasora do Caos é comandada pelo General Linus, que demonstra ser um estrategista impar e diferente do que se podia esperar, bastante nobre.

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O livro começa com dois cavaleiros indo realizar o ultimo desejo de um prisioneiro e este resolve relevar o que sabe sobre a invasão que aconteceu a, se não me engano, 80 anos. A primeira parte do livro é bastante curta. Nela nós conhecemos a história de Sieghard e vemos o inicio da invasão dos exércitos do Caos através dos relatos do diário de Sir Nikolas de Askalor e suas impressões sobre a força invasora. A primeira parte termina com a derrota dos exércitos da Ordem e a retirada do campo de batalha.

Na segunda parte é onde a história realmente ganha seus contornos. Nela conhecemos os sete protagonistas que são Heimerich, Chikara, Victor, Roderick, Braun, Petrus e Formiga. Importante ressaltar é que cada um deles está ligado a um dos sete pecados capitais e que isso é parte marcante de suas personalidades.

Sobre os personagens eu posso dizer que eu não consegui gostar da Chikara. Ela teve um ou outro momento, as no geral achei ela meio chata. Tudo bem, ela é representação do pecado dela em pessoa e isso É a personalidade dela, ela foi feita para ser assim! Eu entendo isso, mas às vezes ela era muito pé no saco. Tampouco conseguir me afeiçoar ao Victor, pois diferente da Chikara, não houve um único momento em que eu gostasse dele. Vive lá na dele, paradão, dando lição de moral capitulo sim, capitulo não... Ás vezes parecia que ele só ia acompanhando o grupo porque não tinha nada pra fazer mesmo. Eu não senti nele nenhum atrativo quanto personagem que me chamasse a atenção e me prendesse a ele.

Por outro lado, eu gostei muito do Roderick e do Formiga.

Roderick é o cara "prafentex" do grupo. Ele está lá, você vê ele! Ela se importa com os outros e você tem uma razão para gostar dele. Formiga, pra mim, retrata mais o "cara comum". Ele não é guerreiro, mago, arqueiro nem nada. É só um ferreiro que vive a vida dele e gosta de aproveitar, risonho e divertido quase todo o tempo. Meio grande e gordo, mas quando você precisa, está lá.

Quanto ao Heimerich, ele é um nobre guerreiro mas a passagem que mais me marcou dele, e a que me fez ter respeito pelo personagem foi uma mais para o meio do livro, onde ele conversa com o sacerdote e com o mercador do que todo o resto. Ela teve um significado mais profundo e mostrou muito sobre o personagem, o que ele realmente precisava que acontecesse. Eu acho que devia dar mais atenção ao Petrus, mas não consigo encontrar o que falar dele. Ele é um simples pastor e essa acaba sendo a qualidade mais importante que ele demonstra e a maior adição dele ao grupo. A simplicidade.

Por ultimo, mas não menos importante, Braun, o Guerreiro. Confesso que tinha altas expectativas sobre esse personagem, que, acho, vem do fato de eu ler livros onde a maioria dos guerreiros são personagens centrais da trama e bons de porrada. Infelizmente ele ficou me devendo... No livro fala que ele é um guerreiro fodão carregando uma montante, cheio de cicatrizes, que Sevania é uma Terra de Guerreiros e etc e tal... E eu fiquei esperando que ele tivesse "A" cena de porradaria do livro. Em todos os combates que ele se meteu, ele acabou em segundo plano, sem fazer muita coisa. Então chega o ataque à Alódia, e apesar dele descer o sarrafo num povinho lá, ele e o Heimerich quase não te destaque porque, afinal, o foco é a queda da cidade.

Mas então pensei: "Pô, tem aquela imagem maneira dele com os Trolls!". Achei que lá ia ser a cena dele, que você tinha guardado aquela parte pra mostrar o quão foda ele é como guerreiro e tal. Ai, eles começam a ir para o Pico das Tormentas, onde tem os Trolls. E ele conta que o pai dele matou um Troll. E o pai dele é famosão. E ai, o grupo se separa. E eu já tava chamando ele de Braun-dois-Trolls, imaginando ele rolando um 20 e eu bradando "CRITICOOOO!", porque ele ia passar o rôdo e tudo o mais! E... ai o Victor salva ele...

Tanto Braun e os Trolls quanto o Formiga e o Graouli, eu esperava que fossem cenas com mais significado. Considerei o fato de queo se eles estivessem enfrentando criaturas que personificam\representam os pecados deles (Os Trolls a Ira e o Graouli a Gula) e que o confronto traria a eles um conhecimento próprio dos seus erros. Eles avaliarem o que eles são e como se comportam.

Para o Formiga ainda serviu um pouco dessa maneira, com ele fazendo um "sacrifício" verdadeiro e expiando seus erros. Mas com o Braun eu não senti isso.

Há algumas boas cenas de ação, mas, a meu ver, ainda ficou faltando aquele "quê" a mais prende na leitura. Em resumo, creio ter sentido falta de uma cena de "pura fodice" dos personagens. Algo mais exagerado onde eles mostrasses de verdade "pra quê vieram", entende? De bater no peito de dizer "Sai da frente que agora eu vou tocar o caralho nessa porra". O personagem que eu creio ter chegado mais perto de despertar esse sentimento em fim foi, curiosamente, Roderick, na luta com os wyverns no Pico das Tormentas.

Sobre a história, ela se desenvolve rápido e com um bom ritmo. Por vezes, eu senti que ela ficava dividida entre parar para respirar e dar profundidade a trama ou continuar o desenrolar da história. Tem toda a trama da invasão, e mais a frente você passa a perceber que o General Linus não parecer ser exatamente ruim. Em algumas partes, mais para o final do livro, ele me pareceu mais um tipo de "messias" que vai libertar o povo.

Eu sai com a sensação de "O que aconteceria se a Ordem fosse uma entidade opressora e controladora, e o Caos, que é sempre mal visto, a começar pelo nome, fosse um libertador?"

Há também todo o plot sobre a praga e a hipótese de quem não contrai ela é porque tem ascendência divina e foi algo que eu achei muito maneiro. Me pareceu também que quem contraia a praga passavam a ter algumas visões que, de alguma maneira, lhe despertavam causando uma espécie de iluminação interior. Quando, já no prólogo, há um texto dizendo que alguns dos que foram afetados pela praga, começaram a lutar pelos invasores, cheios de fé, eu senti que era como se o General Linus estivesse tentando "mostrar a verdade" ao povo. Dando eles uma nova visão da realidade. Mas, claro que o livro chama "A Queda de Sieghard", e você está acompanhando os Siegardos, então sua visão sobre isso não fica muito clara.

É importante ressaltar que não há "lado certo" e "lado errado" na trama. São maneiras diferentes de se encarar a vida e não necessariamente melhor ou pior que a outra.

Eu tive um sério problema ao final do livro. Foi o fato de que ainda havia muitas perguntas em aberto ao chegar no prólogo, e mesmo nesse, praticamente nada é respondido. A primeira impressão que eu tive, foi que, ao tentar fazer um final em aberto, os autores o tinham deixado aberto demais e quase sem um final. Depois, conversando com eles, descobri que o livro é a 1° parte de uma história maior. Só posso falar por mim, mas acho que se isso tivesse sido esclarecido mais cedo ou sido deixado mais implícito, talvez eu tivesse gostado mais do desfecho da história pois isso justificaria uma boa parte das minhas reclamações.

Uma das coisas que mais gostei no livro é a maneira como o povo de Sieghard trata o Maretenebrae, quase como se ele fosse uma entidade viva. Isso me lembra algo que eu li\ouvi\qualquer-coisa sobre as pessoas "louvarem" e respeitarem tanto uma coisa, endeusando ela, que ela praticamente ganha vida. Fiquei com essa sensação sobre o Maretenebrae e espero que ele "faça a diferença" no futuro. Talvez como uma representação das vontades de Destino, por exemplo?

Por fim, eu preciso ressaltar uma coisa: O contato que tive com os autores. Durante todo meu tempo de leitura, pude me manter conversando com o Luis Paulo Fasutini e pude também debater com ele minhas impressões sobre a história conforme eu ia lendo. Para mim, enquanto leitor, foi algo que fez uma diferença enorme. Poder conversar com o autor, ser respeitado enquanto leitor, ser ouvido e respondido é algo, confesso, nunca tinha visto se comparado a outros escritores nacionais. Que dirá então os estrangeiros...

Não entrei nos méritos e nas dificuldades que é para autores do gênero da Literatura Fantástica poderem publicar seus livros. Acho que todos sabem o quando é difícil, ainda mais quando o único incentivo que se tem é sua própria vontade de escrever.

Maretenebrae - A Queda de Sieghard é um bom livro. De verdade. Como todo primeiro livro de um autor (ou no caso, autores) não é perfeito e tem suas falhas. É um livro que vale a pena ser lido, não só como meio de prestigiar dois autores nacionais, mas sim pelo fato de que nele está registrado todo o talento e a devoção deles para com sua obra.

E que a Ordem nos guie!

LPFaustini 29/12/2012minha estante
Obrigado Heitor pela crítica.

"A Queda de Sieghard" é o primeiro de uma saga que terá entre 3 e 4 livros, mas que com certeza não passará de 4. Não te preocupes, todos os mistérios serão revelados e muito deles no segundo livro já.

Quanto à falta de "fodice" dos personagens, lhe garantimos que temos cenas reservadas especialmente para isso em breve. Afinal, você acha mesmo que o sangue divino correndo em suas veias serve só para protegê-los da doença?

Que a Ordem o guie!




MÁRSON ALQUATI 14/07/2012

Excelente aventura épica!
Uma agradável surpresa! Maretenebrae superou todas as expectativas. Trata-se de uma excelente aventura épica que inicia com a invasão do mundo de Sieghard por uma misteriosa força estrangeira vinda do mar que dá nome ao livro e que promete destruir tudo o que existe. Junto com a invasão uma doença cegante e igualmente misteriosa assola os quatro cantos de Sieghard. É nesse cenário apocalíptico que surgem os nossos heróis, cada qual representando um dos sete pecados capitais. Gostei disso, pois foge daquela regra tradicional em que os mocinhos são perfeitos. Em Maretenebrae eles possuem defeitos como qualquer um de nós, o que faz com que nos identifiquemos com a maioria deles. Em especial destaco o misterioso e enigmático Victor Didacus, para mim, de longe o melhor personagem da história. Enfim, uma trama muito bem escrita, empolgante e que prende o leitor do início ao fim. Um começo muito bacana para uma série que pretendo ler até o último volume.
Recomendado!
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Anderson Sampai 02/07/2012

http://olhosleem.blogspot.com.br/
Abruptamente, Sieghard é invadida por forças desconhecidas. A bela costa será palco de uma sangrenta batalha, onde vencer não é uma questão de orgulho, mas de preservar a existência de cada um. Ao mesmo tempo em que as terras são invadidas, uma peste, que deixa as pessoas cegas e causa morte, assola o reino. O que aumenta mais ainda a tensão, é a até então identidade desconhecida dos inimigos . Para o oficial do rei, só existia uma saída: um único grande ataque! Mal sabem eles que é exatamente isso que os inimigos anseiam. Em uma violenta batalha na costa, onde os invasores atracaram, todo o exército do rei é dizimado.


“Quantos verões você precisa viver para aprender que sem a escuridão a luz não tem significado, e por mais longa que tenha sido a noite ela não dura para sempre?”


Um singular grupo composto por sete pessoas, cada um com suas características e habilidades diferentes, vão em uma jornada para avisar o rei da derrota que o exército sofreu. Porém, ao passo que vão percorrendo o reino, se deparam com a realidade nua e crua: Sieghard não é mais a mesma e corre o risco de nunca mais ser.


“Os homens podem matar mais por suas crenças do que por comida”



Narrado em terceira pessoa, Maretenebrae é um livro singular na literatura brasileira. A cada página uma surpresa diferente, a cada linha um suspiro de ansiedade. A maneira que a história se desenrola é fantástica. O que parece ser algo superficial, se torna novo e original. Os autores conseguem criar um mundo, com suas peculiaridades, sem deixar lacunas. Sem dúvida, uma das melhores opções de literatura nacional hoje em dia.

“Acostumamo-nos a sempre ouvir a voz dos vencedores, já que são sempre eles que escrevem a história. E a escrevem à sua maneira, de acordo com seus interesses, seus anseios e seus pontos de vista.”
“ A lógica é ótima para se argumentar, mas péssima para nela se viver”
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Jemilly 31/08/2020

que a Ordem os guie
 "Tudo que é preciso para o triunfo do mal é que as pessoas de bem nada façam."

Antes de tudo, preciso começar essa resenha falando de algo que eu pouco pontuo quando falo dos livros, mas aqui me surpreendeu positivamente e merece destaque: a sua narração. Apesar de estar em terceira pessoa, acabou me envolvendo de uma forma muito intensa, como um próprio personagem em que eu poderia me apegar. Sabem aqueles livros que enchem sua mente com imagens vívidas dos acontecimentos? Maratenebrae com certeza é um desses, principalmente por causa da sua narração.

O começo do livro, não nego, é um pouco mais denso, por ser bastante descritivo, algo normal na literatura medieval em geral pela necessidade da ambientação, por isso acabou demorando mais para me prender na leitura. E também por trazer algo bem diferente, que é o protagonismo de sete personagens distintos entre si. Então pode demorar um pouco para pegar a essência de cada um, e decidir se vai acabar gostando ou não deles (confesso, que a personalidade de um ou de outro são bem difíceis, o que faz ser normal acabar pegando raiva com algumas atitudes).

 "É da natureza, seja animal ou humana, devorar-se. No entanto, os primeiros o fazem por alimentos e territórios; os últimos, para expiar a culpa de alguns, ou para realizar os caprichos de outros."

E a demora para se afeiçoar se deve também por  Maratenebrae começar por onde muitos livros medievais considerariam o seu clímax: a Guerra. Eu imaginei que acabaria por deixar a leitura bem sem graça. Como torcer se não apresentaram ninguém? Nenhum personagem? Quais seriam os "mocinhos"? (Sabemos que ser bom em livros medievais é bem controverso, já que matar não é necessariamente um defeito).

Mas esse foi um diferencial muito bem pensado para o livro, o protagonismo inicial é para o próprio Reino de Sieghard, que está sob ataque de forças misteriosas e poderosas que vem além do Mar. Os personagens acabam se conhecendo em meio a essa batalha que está sendo perdida e acabam formando um grupo bem diversificado para baterem em retirada.

 "Não os julgue por suas convicções, mas sim por suas ações."

Como na maioria dos livros medievais, não poderia faltar as longas viagens e perigos pelo caminho. Aqui, à medida que a viagem avança, não apenas eles vão se conhecendo entre si, mas cada um nos é apresentado.

O misterioso Victor, que tem uma essência meio assustadora para os companheiros, além de não ser possível saber direito do que ele é capaz e o quanto ele pode ser perigoso. (Ou seja ele é um dos meus personagens favoritos! rs Apesar do início de poucas palavras).

Rodrick, outro personagem que gostei bastante, principalmente por ser o arqueiro do livro (eu tenho um certo fascínio por personagens literários que são arqueiros, rs), mesmo com um destaque não tão grande, ele é um ótimo personagem e está sempre pronto para ajudar.

O pastor de ovelhas, Petrus, é daquele tipo de personagem simples, de alma gentil e medroso. É alguém que a princípio não aparenta ser um grande ganho para o grupo, mas desde o começo passa algo bem especial.

O guerreiro gigante e bruto, Braun, é daqueles que você começa não gostando, mas tem algo nele que não te faz o odiar, além de aparentar ter raiva de tudo e ser bem impulsivo nas suas ações, que chega a ter um toque mais de humor. Tem o dom dos xingamentos, rs.

Chikára é a única mulher do grupo e é a que mais tem conhecimento sobre as artes ocultas, tem sabedoria sobre muitas coisas, e se sente superior por isso. (Sim, tenho alguns problemas com ela, nada grave).

O lorde Heimerich é o nobre do grupo, ele tem um bom destaque, apesar do nariz empinado não é de todo ruim. Na verdade ele representa bem esse sentimento de dever e superioridade da nobreza para com os outros.

Formiga é o ferreiro que tem sérios problemas com seu vício em comer demais, mas ele dá certo humor e leveza para o livro, apesar de vários acontecimentos, a simplicidade dele entre o grupo só não é maior que a de Petrus. Em termos de desenvolvimento ele é um dos que mais se destaca pelo crescimento do personagem.

O mais interessante é que cada um deles representa um dos sete pecados capitais, e achei uma jogada genial dos autores, nas personalidades de alguns é bem mais perceptível o que representa, mas outros não notei com tanta facilidade.

E o que no início ficou com a confusão de não conhecer bem os personagens no decorrer do livro fica cada vez mais impossível não ver a importância de cada um de um jeito diferente.

 "A lógica é ótima para se argumentar, mas péssima para se viver nela, dizem os sábios." 

Eu gostei muito da leitura, principalmente do meio para o final, onde conseguimos ver o lado mais fantástico desse universo, com seres desconhecidos, como os  lagartos alados, e uma magia bem mais acentuada que no início. Começamos a descobrir os mistérios dessa terra e o motivo da invasão.

 "Acha mesmo que tudo isso é coincidência? Normalidade? Fenômenos comuns? Tome cuidado com o que diz, pois em breve poderá estar lutando com forças cuja origem desconhece. E sucumbirá acreditando, até seu último suspiro de vida, que tem alguma chance." 

A construção desse universo, aliás, é mais um ponto bem positivo. As questões culturais são muito bem descritas e incrivelmente expressivas. O que é ainda mais perceptível por cada um dos personagens principais ser de pontos diferentes do reino. São costumes e mitologias que se complementam muito bem, e ganham importância conforme o enredo vai se desenvolvendo.

Novos acontecimentos me deixaram angustiada por saber que teria coisas demais para acontecer e poucas páginas restantes, e, por isso, é claro que o final me deixou bastante ansiosa para o que vem no segundo livro, O Flagelo de Dernessus.

 "Você não deixaria de atacar o homem que fere seu pai, ainda que ele fosse seu irmão, deixaria?"

Não posso esquecer de falar sobre a edição do livro. As artes de cada começo dos capítulos e os mapas do reino são um atrativo a parte. E no final do livro tem as partituras das músicas que foram cantadas no decorrer da história! O que só aumenta o meu encantamento pela obra. Achei de um cuidado incrível.

 "No dia em que não houver mais dor, nem pranto, nem perda de sangue, já estaremos mortos e não gozaremos das benesses dessa vida. Lamente-se o quanto puder, cavaleiro. É isso que o mantém vivo!"

Então indico muito essa leitura, principalmente para quem já está acostumado com o gênero. Essa foi uma leitura muito feliz para mim, por ser uma literatura fantástica nacional de tão boa qualidade, e por ver que nossos autores não estão perdendo em nada para a literatura estrangeira do mesmo gênero. Então leiam mais autores brasileiros, seja qual for o estilo literário. Boa leitura e que a Ordem os guie.

 "Quereis viver para sempre? Então cumprir uma última ordem: Se eu avançar, segui-me! Se eu cair, vingai-me! Se eu recuar, matai-me! Pela Ordem e pela glória de Sieghard!"
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João 11/04/2012

Resenha postada originalmenet no blog La na Minha Estante ( http://laanaminhaestante.blogpspot.com)
"O Segredo da realidade
Está nas chamas da eternidade
Os desígnios de Destino
revelados pelo fogo divino
Nem sempre o fogo incendeia
ou inicia uma reação em cadeia
A mesma chama que pode destruir
revela por onde Exilium vai seguir
E se seguir por um rumo diferente
será o fim de todo ser vivente"


ÉPICO ,



Estamos em um mundo diferente , um tempo diferente algo do tipo medieval , se é que posso definir dessa forma , estamos em Exilium.

Imagine você ter sua família , seus amigos , seu trabalho e ter tudo isso tirado abruptamente de você , sem ter conhecimento do por quê eu mais importante que isso , POR QUEM.
Esse é o dilema vivido pelos personagens que após ter sua terra invadida por um exercíto incrivelmente forte , segue em busca da residencia do rei , para tentar avisa-lo.Mal eles sabem , que terão uma desagradavel surpresa.


Maretenebrae é divido em três partes , a primeira é como o prólogo , explica como ocorreu a invasão , narra tambem o fato de o povo local lutar muito para defender sua terra , e tambem destaca o fato de os invasores não serem um simples exército.


O livro é narrado perfeitamente bem em terceira pessoa.
Fatos merecedores de mérito são as caracterizações dos personagens , que ficaram simplesmente incriveis , cada um com sua personificação e seus problemas e também as Descrições de cenas de combate , e de cenário que foram narradas com extrema exatidão.
Vou destacar aqui tambem a forma com que os autores trataram do assunto religiosidade na trama , sendo um dos componentes de maior importancia , Tambem há o fato da simbologia com relação dos personagens aos sete pecados capitais , que por mais descreta que seja , está presente.



Essa obra prima de 534 páginas , acaba por nos apresentar algo novo , digno de autores experientes.
Exporadicamente no livro há algumas ilustrações incriveis , desenhos realmente muito bons -deixarei a foto deles-.
Porém é impossivel tambem não notar algumas coisinhas , como o fato de revisão , há alguns errinhos , e repetição de palavras , e uma coisa um tanto estranha nas páginas finais do livro -quem ler entenderá-.


Por fim resta-me parabenizar os autores dessa obra original e bem arquitetada que é Maretenebrae , tambem quero parabenizar-lhes pela simpatia que tem , e com a honestidade e a simpatia que tratam as pessoas.
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patyalgayer 16/07/2012

Maretenebrae – A Queda de Sieghard é, com certeza, um épico que vale a pena ser lido. Com uma linguagem um pouco rebuscada, porém de fácil compreensão, e com seus personagens e cenários muito bem desenvolvidos, é um livro que nos transporta a outra realidade, que nos faz vibrar a cada página lida e que deixa aquela vontade de ler o próximo volume…
Em Maretenebrae, acompanhamos a trajetória de sete heróis na busca pela libertação de seu reino, após a invasão de uma horda de guerreiros de além-mar. De locais e costumes absolutamente diferentes, estes heróis devem superar as diferenças – além das adversidades encontradas pelo caminho – para salvar a si mesmos e tentar encontrar uma saída para a enrascada em que todo o reino está metida… e nesta trajetória, não faltam aventuras, perigos e muitos mistérios, que manterão a cabeça de nossos amigos ocupadas por várias auroras!
O mundo criado por Pavani e Faustini é muito bem descrito, e de uma riqueza de detalhes muito convincente. Os personagens me pareceram bem ambientalizados, e possuem uma personalidade muito bem definida – adorei principalmente tentar descobrir qual dos pecados capitais cada um dos sete personificam! – , e esta diferença de cultura e personalidades que torna a narrativa ainda mais interessante, fazendo com que as 540 páginas do livro passem bem rapidinho…Enfim, só tenho uma reclamação a fazer sobre este livro: rapazes, vocês foram cruéis comigo… o que é este final? o.O Fiquei horas esbravejando contra vocês aqui, me deixaram maluca pra ler a continuação!
Como todo livro feito sob demanda, Maretenebrae – A Queda de Sieghard é bem simples, graficamente falando: folhas brancas, diagramação comum, fonte de tamanho normal. A capa, apesar de ser confeccionada de uma maneira igualmente simples (opaca, sem orelhas, e com um material não muito grosso), tem uma arte linda, que eu adorei… e o livro conta com algumas ilustrações bem legais também! ^^ A revisão do texto foi bem feita, com poucos erros relevantes, os autores fizeram um bom trabalho! Este é um livro que merece, com mérito, uma nota 9… altamente recomendado, mais um livro nacional que vale a pena ser lido!!
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KatiaMaba 16/08/2012

Excelente trabalho dos nossos autores brasileiros.
Pesquisa, empenho e muita criatividade a quatro mãos resultaram em um excelente romance épico sob título "Maretenebrae - A Queda de Sieghard" dos autores brasileiros Luiz Paulo Faustini de Vitória (ES) e Roney Marcos Pavani de Serra (ES) – 1ª edição – novembro/2011 – Editora Biblioteca24horas.

É certo que para reconhecer etapas importantes no romance acima mencionado o leitor precisa ter intimidade com o gênero épico. No decorrer da leitura encontrei alguma familiaridade com os trabalhos de Bernard Cornwell, um dos fortes motivos pelo qual recomendo este primeiro romance de L. P. Faustini & R. M. Pavani.

A combinação de filosofia; crença; lealdade; laços familiares e o peso de um ideal formaram a teia necessária para prender a atenção do leitor do início ao fim. Quando será que vamos conhecer o que Petrus, o camponês, encontrou após transpor as portas duplas de bronze?

No decorrer da obra o leitor encontrará a oportunidade de refletir sobre os seguintes pontos:

“Nossas ações quase nunca seguem nossas vontades, tornando-nos escravos das circunstâncias.” pg. 48

“Homens desejam a eternidade e não são capazes de fugir de sua natureza... são tão comuns e ordinários quanto aquilo de que necessitam.” pg. 106

“O julgamento da mente condicionada é a causa dos maiores e mais insolúveis desarmonias da existência.” pg. 157

“O maior erro de um homem é sacrificar sua saúde a qualquer outra vantagem. O sacrifício das pessoas altruístas é alimento para a arrogância alheia.” pg. 221.

“Prefiro a loucura sábia à sanidade tola.” – pg. 238.

“Tudo que é preciso para o triunfo do mal é que as pessoas de bem nada façam.” pg. 377.

“Vontades ordinárias motivam o sofrimento no homem, quando eles fazem coisas que não lhe são estritamente necessários se apegando a desejos que nada mais são que prazeres efêmeros.” – pg. 471.

Excelente quinta-feira para você,
Kátia Regina Maba

http://katiareginamaba.blogspot.com/
http://www.skoob.com.br/estante/livros/todos/17521
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spoiler visualizar
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Fran 23/07/2014

Épico curiosamente a ser um "best Seller"
Todo ser humano comete pecados.

Mas o que fazemos diante das consequências deles é o que faz a diferença. Somos acometidos por vários tipos de sentimentos a todo instante de nossas vidas. Um insulto dito no ápice da raiva pode ser aplacado com um sussurro de amor. É sobre essas variações de sentimentos que mais gostei neste livro. Os personagens são completos, marcantes e emocionantes.

Vocês nunca vão ler um capixaba tão bom quanto esse.
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Vagner46 29/10/2014

Desbravando A Queda de Sieghard
Quando invasores chegam a Sieghard cruzando o Grande Mar, tudo leva a crer que chegou o fim do mundo, ainda mais quando o exército local não consegue contê-los e sofre grandes perdas. Porém, um grupo muito peculiar, formado por sete pessoas totalmente diferentes entre si, parece estar destinado a grandes aventuras antes de tudo ruir. Essa é a premissa básica de Maretenebrae, livro de fantasia nacional escrito pelos autores L. P. Faustini & R. M. Pavani que eu finalmente tive a chance de desbravar e venho aqui contar para vocês como foi a minha experiência.

Sieghard é um continente tipicamente medieval, cheio de colinas e planícies arrastando-se pelo território e várias florestas e lugares desconhecidos pedindo para ser explorados, como é o caso das Terras de Além-Escarpas, um dos mistérios do livro. Todo local tem sua particularidade e importância na história e alguns deles são visitados durante A Queda de Sieghard, mostrando um pouco dos habitantes locais e suas particularidades, como vocês podem apreciar no mapa a seguir:

A leitura vai fluindo tranquilamente conforme o tempo passa, melhorando muito (!) a partir da metade do livro, quanto as dificuldades dos nossos protagonistas aumentam consideravelmente e eles se envolvem em grandes aventuras. O começo é típico de livros aclamados desse gênero, com descrições dos personagens aparecendo a todo instante e fatos passados sendo relembrados, tudo para que o leitor possa se situar e entender melhor a história.

Quanto aos personagens, temos uma gama infinita de opções: Roderick é um arqueiro muito habilidoso, Victor Didacus é um homem muito misterioso e que possui um dom incomum, Sir Heimerich é um guerreiro e cavaleiro da Ordem, responsável por proteger Sieghard, Chikara é uma maga da cidade de Keishu e pode usar o ambiente à sua volta para modificá-lo, Petrus é um simples pastor de ovelhas e que parece não ter habilidade nenhuma que possa ajudar o grupo, Formiga é um ferreiro da cidade de Alódia e grande apreciador de todo tipo de comida e por fim temos Braun, guerreiro selvagem de Kemen e nada simpático. Cada personagem representa um dos sete pecados capitais (Gula, avareza, luxúria, ira, inveja, preguiça e soberba), mas deixarei a cargo do leitor identificá-los, já antecipando que os seus pensamentos e atitudes indicam facilmente a qual pecado cada um dos protagonistas "pertence".

Gostei bastante de Braun e Petrus, dois personagens totalmente opostos e com características muito peculiares. Braun tem tanta raiva do mundo e das pessoas ao seu redor que chega a ser engraçado ler os seus diálogos sempre cheios de xingamentos, ofensas e nem um pouco de educação. Já Petrus é o típico ser humano inocente que foi simplesmente jogado no meio de uma guerra e nem sabe por que está ali e o que pode fazer para sair dessa situação, mas aos poucos vai percebendo que não está ali por acaso e pode ser útil em determinados momentos.

Se você está com um pé atrás em ler Maretenebrae e pensa que aqui não encontrará seres fantásticos e grandes obstáculos aos protagonistas, saiba que está muito enganado. Temos trolls monstruosos, lagartos alados, gigantes e, principalmente, os Thurayyas, seres mágicos com poderes avassaladores e que são dificilmente derrotados, fazendo com que os invasores de Sieghard sempre tenham essa vantagem em batalhas.

A intenção dos autores é fazer de Maretenebrae uma série com quatro livros e o segundo já está sendo escrito e deve ser lançado em breve, com nome ainda a ser definido. Caso vocês queiram ter uma oportunidade de discutir mais sobre o livro, o grupo Livros de Fantasia e Aventura estará fazendo uma leitura conjunta do mesmo no Facebook a partir de 07/11 e você está convidado.

Para finalizar, o que tenho a dizer é que Maretenebrae tem tudo que uma fantasia épica e medieval precisa: um mundo onde o fim está (ou não) muito próximo, personagens que possam salvá-lo, animais fantásticos e um pano histórico por trás disso. Tudo isso misturado e somado aos segredos ainda não revelados até o momento nos brindam com um ótimo livro de fantasia nacional, digno de ser desbravado. Que venha o segundo livro!

Avaliação final: 4/5

site: http://desbravandolivros.blogspot.com.br/2014/10/resenha-maretenebrae-l-p-faustini-r-m.html
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Marcos Ogre 21/10/2014

Dragões me chamusquem!
Aqui está uma leitura que eu já estava querendo fazer há mais de anos. Maretenebrae sempre teve algo que me atraísse: fosse a belíssima capa com a qual me deparei há uns anos atrás, ou com a sinopse bem criativa que encontrei no Skoob, sabe-se lá por que eu tinha que ler essa obra nacional de fantasia medieval. A última gota pra eu transbordar de vontade foi a vinda desta nova e ma-ra-vi-lho-sa capa; que esplendor! Eu adoro ser acariciado por capas bonitas na minha estante, não suportei mais e tive de correr para ter com os autores e arranjar um exemplar para mim. Já vindo bem a calhar, o pessoal do grupo Livros de Fantasia e Aventura organizou uma leitura conjunta do livro, o que bastou para que eu agarrasse a história das terras do feroz Maretenebrae e a devorasse.

Devo admitir que me deparei com uma história bem diferente da que idealizei, mas, de maneira alguma, inferior. Pela capa imaginei algo bem mais ligado ao mar, não que não seja, o tal do Maretenebrae é uma figura muito importante na trama, de uma maneira bem mais interessante da que pensei, quase algo vivo de verdade, mas, o que achei, foi um livro bem mais focado em personagens, na humanidade. A Queda de Sieghard pega firme nesses quesitos, partindo da ideia genial de personificar sete protagonistas em sete pecados e sete virtudes, o que acaba permitindo uma identificação bem própria e interessante. Claro, tem um probleminha aqui e ali, acho que mais por aprofundar demasiadamente a identidade dos personagens em devidos momentos, mas nada prejudicial, nada que tenha realmente me incomodado. Carregando toda a história, Sir Heimerick, Braun, Chikára, Pétrus, Formiga, Roderick e Victor Dídacus mostram-se criaturas bem distintas e carismáticas, cada qual de sua maneira.

O enredo é daqueles que progridem com o decorrer da leitura. Os momentos de ação vão sendo mais frequentes e sérios, a aura fantástica é proposta de maneira convincente. A Queda de Sieghard é bem pé no chão - no limite do possível - e o jeito que tudo é encarado faz do livro bem aceptativo para fans do gênero. A mitologia criada pelos autores mostra muito estudo e esmero, extrema capacidade criativa, sempre apresentada com uma narração elogiável e - muitas vezes - filosófica. Aliás, filosofias são o que não faltam, já que a trama é repleta de tiradas intelectuais, propostas eruditas, o que me atrai muito.

O primeiro de prováveis quatro livros é bem sucedido no que aparenta querer chegar. Sem palavras para o final, para a elaboração das cenas, as descrições. São tantos pontos positivos que os negativos acabam sendo soterrados, ou, pelo menos, bem encobertos. Minha única reclamação mesmo é essa demasiada caracterização de certas personalidades.

Gostei do tom histórico que o livro tem, muito provavelmente devido à participação de Pavani (historiador) em sua construção. Outro aspecto agradável são os diversos versos e canções inseridos, belos como poesias. Por último, destaque para os detalhes religiosos que a obra evidencia sutilmente, ponto que bem me recordou As Crônicas de Nárnia (embora apresentado de modo muito menos inocente e mais adulto), série que amo de paixão.

Efins por enfins, apreciei a leitura. Brasileira e de qualidade, está bem coladinha a Garras de Grifo como favoritas minhas das nacionais, história bem promissora e que estou ansioso pela continuação. Apaixone-se por Roderick e que a Ordem o guie!

site: http://pensadoremserie.blogspot.com.br/
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Acervo do Leitor 15/10/2016

Fantasia nacional de EXTREMA qualidade!
“Quereis viver para sempre? Então cumpri uma última ordem: Se eu avançar, segui-me” Se e cair, vingai-me” Se eu recuar, matai-me! Pela Ordem e pela glória de Sieghard!”

A Queda de Sieghard é o primeiro romance da série Maretenebrae escrito por L. P. Faustini e R. M. Pavani e lançado em 2011 pela editora Estronho, a saga será composta por 4 livros e os últimos 3 volumes serão escritos a princípio somente pelo Luis Faustini.

Antes de iniciar a RESENHA propriamente dita, tenho novamente que fazer um apelo aos nossos leitores, apoiem a Fantasia Nacional, temos autores extraordinários por aqui, com criatividade abastada e com muita vontade de fazer as coisas darem certo. É natural para nós (infelizmente), valorizarmos muito mais o produto estrangeiro do que o nosso, mas isso não deve impedi-lo de ao menos conhecer as pérolas presentes em nosso País. Deem uma chance e posso garantir que não haverá arrependimento.

“Quantos verões você precisa viver para aprender que sem a escuridão a luz não tem significado, e por mais longa que tenha sido a noite ela não dura para sempre? ”

A Queda da Sieghard trata-se de uma Fantasia medieval, com grande parte dos melhores elementos do gênero, um mundo vasto e com boa diversidade, conflitos à espreita em cada canto, personagens bem construídos, criaturas fantásticas, ambientação cultural crível e bem elaborada e uma exploração abrangente na mitologia da série. Tudo isso faz com que o livro “encorpe” e dê uma outra visão sobre a construção do enredo. Os autores souberam muito bem moldar cada uma destas características a seu bel-prazer.

“Quando o lendário cavaleiro da fome se aproxima, o medo para enfrenta-lo e permanecer vivo diminui na mesma proporção. ”

Iniciamos na história sendo apresentados a dois distintos personagens, um velho homem que está preso já há algum tempo acusado de assassinato, sobre quem? Ainda não sabemos, mas terá total relevância para a saga, e um jovem aparentemente portador de alguma realeza que vai até a cela a pedido do assassino. Nisto o velho vai contando a história da Queda de Sieghard, a partir deste momento damos um salto temporal para o passado, para acompanharmos toda a trajetória, desde seu início.

Invasores do Grande Mar acometem a região litorânea de Sieghard, ceifando vidas, provocando caos e desordem, ao mesmo tempo uma grave doença misteriosa que pode ou não ter relação com os estrangeiros destila seu veneno por todo o continente. Tropas de todo o reino são chamados afim de combater seus invasores, dá-se a partir daí uma derrota estrondosa, que por consequência, põe Sieghard à beira da destruição. Neste cenário, 7 personagens completamente distintos um do outro, vítimas do infortúnio da Guerra, terão de se unir, superando suas divergências para sobreviverem.

“... Um é nobre, o outro um guerreiro voraz, outro costumava ser pastor de ovelhas no Velho Condado. Conheci até mesmo um sujeito que vive sem comer e sem dormir. Veja só! A vida sempre nos ensina algo, pai. Aprendi a valorizar a amizade, o respeito e a conviver com a diferença nessas poucas auroras, desde que sai da batalha. O que será de nós? Vamos viver. Eu tenho grandes amigos, assim como o senhor. Temos de nos apegar a essas pessoas. “

Braun, um guerreiro ao melhor estilo “viking” que com toda sua “brutalidade” rende momentos hilários, Sir Heimerich, um cavaleiro da nobreza que transborda orgulho e honradez, Victor Didacus, um misterioso homem com costumes “diferentes” e envolto em sua filosofia, Petrus, um simples camponês e sem nenhuma habilidade aparente, Roderick, um hábil e simpático arqueiro, sempre de prontidão para auxiliar os companheiros, Formiga um carismático ferreiro, com um humor latente e uma fome voraz e Chikara, uma sábia maga de terras longínquas formam a trupe de aventureiros incomuns. Durante todo o livro, não é rara as vezes em que nossos heróis se digladiam por suas diferenças. E aqui reside o grande trunfo desta primeira obra, os conflitos entre os personagens e suas consequências. Todos os personagens foram muito bem destacados, e todos terão seu momento durante o livro, cada qual com sua peculiaridade. Gostei de todos os eles, exceto Chikara, a maga de Keishu me pareceu uma figura traiçoeira e egoísta.

“Para além de todas as coisas, são homens sem inteligência. O que será de seu poder, curador, se não tiver em quem mandar? O que será de seu dinheiro, mercador, se não tiver com o que gastar? “

O Worldbuilding é notável, o mapa, arquitetado com bastante relevância, é muito bem utilizado durante o enredo, passamos por planícies, colinas, cavernas, passagens subterrâneas e cidades. Nossos aventureiros passarão por diversas turbulências, desde o enfrentamento com lobos selvagens, embates com os ferozes lagartos alados, fome e a insegurança de um futuro nebuloso. A religião também figura presente em Maretenebrae, proporciona algumas incisivas indiretas voltadas ao nosso mundo, além de atribuir aos nossos protagonistas cada um dos conhecidos sete pecados capitais.

Afirmo categoricamente que estamos diante de uma ótima obra de Fantasia, fãs do gênero irão se deliciar com uma aventura envolvente, bem-humorada em algumas passagens e com bastante conteúdo. Além do fato que o segundo livro “O Flagelo de Dernessus” já está no forno e deve ser lançado nas próximas semanas.

site: http://acervodoleitor.blogspot.com.br/2016/10/resenha-13-queda-de-sieghard.html
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Jaqueline Felix 13/02/2018

Muito empolgante e envolvente!!!!!
Trata-se de uma fantasia medieval que aborda a jornada de sete pessoas de origens e costumes distintos, que se unem para sobreviver a uma guerra implacável que assola o Reino onde vivem. Nessa jornada eles aprendem a conviver com suas diferenças, sobrevivem a muitos perigos e se deparam com muitas dúvidas sobre o inimigo e a misteriosa doença que ele trouxe, bem como sobre profecias apocalípticas e a existência de um Oráculo - que pode lhes fornecer respostas.
O ritmo da narrativa é ágil, com muitas aventuras, seres míticos e paisagens bem detalhadas e díspares, entre as regiões que compõem o Reino.
A história, num análise mais ampla, traz críticas à religião, à sociedade e à política que se adequam bem ao nosso país e dias atuais. É possível, também, encontrar muitas reflexões de cunho filósofico bem interessantes.
Eu amei o livro e recomendo pra quem gosta de uma boa fantasia. Principalmente porque não tem romance (que nem se encaixaria nesse contexto, mas parece que alguns autores acham que isso é parte obrigatória nas histórias e fazem casais e cenas forçadas).
Esse é o primeiro livro de uma série que pretende ser de quatro ao todo. Dois já foram lançados e podem ser adquiridos com os autores (recomendo que o façam logo, porque todos precisam conhecer o Reino de Sieghard e nossos corajosos peregrinos).
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