Conatus 19/07/2021
Bons mapas; boas decisões
Palavras são mapas da experiência. Através delas, representamos para nós mesmos o mundo, as coisas e os outros. As memórias, os planos, as emoções. As alegrias, as dores e os desejos. Até de nossas personalidades fazemos mapas. É o que Carl Rogers chamou de autoconceito.
Neste livro, Samuel Hayakawa apresenta as ferramentas necessárias para a distinção entre mapas bons e ruins. Afinal, alguns são praticamente inúteis. No extremo, os territórios que representam sequer existem. Orientar-se por eles é o que se nomeia, no senso comum, de burrice ? ou transtorno psicológico, em casos mais graves.
À medida que tomamos consciência das nossas palavras e cuidamos para que sejam mais realistas, nossas decisões se tornam progressivamente mais sábias. Motivo: elas se basearão em mapas cada vez mais exatos da nossa complexa experiência. E é esse o principal objetivo do autor: tornar-nos mais sábios através de melhorias em nossa linguagem.
Sobre a edição do livro, eu tenho a de 1977, da Biblioteca Pioneira de Arte e Comunicação. São 44 anos desde que a obra foi impressa. Apesar disso, a linguagem é clara, objetiva e sedutora. Há algumas ilustrações de estética duvidosa, mas que agregam valor informativo ao texto.
Em síntese, é um livro de grande importância para o público geral. Mas deveria ser obrigatório para os profissionais da palavra, como escritores, advogados e psicólogos. Eu o recomendo sem qualquer receio.