O Rei Mago

O Rei Mago Lev Grossman




Resenhas - O Rei Mago


11 encontrados | exibindo 1 a 11


Lai 10/02/2022

O Rei Mago
Na minha opinião, O Rei Mago teve tudo pra ser melhor que Os Magos.

Aconteceram muitas coisas ao longo da história e quando eu comecei a me prender nela, aconteceu algo que eu achei desnecessário por isso não dei tantas estrelas. Ignorando o que aconteceu, o fim da história deixa algo em aberto que poderia ser promissor para outro livro.
comentários(0)comente



Marcela @ler_sim_ler_sempre 15/02/2017

Então né... Quentin sendo Quentin
? Dica de Leitura : O Rei Mago - Lev Grossman .
.
?Nesse segundo volume, Quentin e seus amigos (Eliot, Janet e Julia) são reis e rainhas de Fillory.
Pra variar, continuamos com um Quentin insatisfeito e chato pra caramba. Como se o mundo tivesse que parar, porque ele é o rei. O reizinho de Fillory ( Que Saco?) .
Deveria existir uma mágica pra torná-lo adulto, mas não há. .
.
?Em contraponto, conhecemos a história de Júlia. De tudo que aconteceu com ela desde o dia em que não passou na prova de Brakebills .
.
(...) Todas as vagas de Hogwarts estavam preenchidas, ela tinha perdido o prazo de inscrição. Ela nunca ouviria a moto de Hagrid roncando em frente à sua porta. (...) .
.
?Varias referências de outras obras (HP, Hobbit) e algumas bem viajadas,são citadas. Por exemplo quando o autor descreve o mundo dos Teletubies como real ( Me poupe né, querido ?) .
.
?E nessa mistura do passado de Júlia e de um presente onde Quentin está a ponto de perder seu maravilhoso reino mágico. Finalmente nosso herói paspalho parece virar homem (Aleluia??) .
.
(...) Ele jogou sua espada fora. Que se danem. Um mago não precisa de espada nenhuma Um mago não precisa de nada a não ser do que ele tem dentro de si mesmo. Ele só precisava ser quem ele realmente era : Um Rei Mago (...) .
.
?E a história vai tomando forma, os fatos vão se encaixando e você vai devorando uma página atrás da outra. Sentindo se tomado pela magia que é salvar aquele reino. E rapidamente o livro termina. .
?Mas essa magia só vem depois de mais da metade do livro. Confesso que esperava mais. Porém ele me fez ver o outro lado de Júlia Uma personagem que nunca me agradou Nem no primeiro livro, nem na série.
?E terminou com um Quentin.... aí, aí,aí
Sem spoilers ?
.
.
???? (9/70)
.
.
?Já leram ?! Ou acompanham a série ?!
.
.
? https://instagram.com/p/BP3pH8MAtCo/
.
.
comentários(0)comente



Porto 18/11/2016

É... mais ou menos...
Tive muitas expectativas para o segundo livro, pensando que seria uma continuação interessante... Até foi com o andamento da história, no entanto teve muitas enrolações e coisas sem sentido.
Esperava um final melhor, que pudesse ser intrigante e atiçasse a vontade de ler o próximo(e ultimo) livro da trilogia. E de fato não foi o que aconteceu, foi decepcionante... Que fechamento infantil, hein?
comentários(0)comente



Thiago 03/01/2016

Não recomendaria
O Rei Mago é a continuação de Os Magos, de Lev Grossman. Não gostei da forma que Grossman conduz a escrita. Muitas vezes é só desinteressante o que ele conta. Parece que ele tentou misturar diversos elementos de outras histórias e colocar um pouco de densidade na dele própria para tornar mais "para adultos". Só li até o final por conta de curiosidade do que aconteceu com a personagem Julia, e só. Mesmo assim foi no mínimo repulsivo.
comentários(0)comente



Nessa 02/06/2015

não consegui.
Desisti na metade. A história não conseguiu me prender.
comentários(0)comente



Jeff 06/01/2013

A realista face da magia
Bem, temos aqui a continuação do livro Os Magos. O herói, ou melhor, o personagem principal, Quentin continua sua história na Terra de Fillory, que ainda sendo totalmente mágica é incapaz de fornecer a ele a magia da vida. Quentin é um insatisfeito com as vidas que leva, está sempre buscando mais, mas isso não é exatamente um defeito.

Neste livro, acompanhamos não somente Quentin, Lev nos conduz pela ótica de Julia e de seus colegas underground, que também são insatisfeitos, sempre buscando tamponar a falta de humanidade. A história de Julia, por vezes chega a ser muito mais interessante, pois ela mal aparece no presente, mas se impõe com seu passado em todo o livro.

E contrapondo a todos esses magos insatisfeitos, temos a doce presença de Poppy, que estimula em nós a reflexão. Diante de tudo o que tem, de toda a magia, que para maioria das pessoas é negada, os magos estão sempre em busca de mais, e mais, acho que por isso que o texto de Grossman é tão marcante, pois vai além da perfeição da magia e acaba jogando na cara do leitor a falha humana. Eu diria que seus dois livros são magicamente humanos demais.

Enfim, o livro é semelhante ao primeiro, a narrativa começa bem boçal, mas cerca de 10 capítulos depois é como se você não tivesse o direito de parar de ler e claro, o final é interessantíssimo.

Neste instante em que escrevo, desconheço o projeto de um próximo livro, mas devo dizer que estou curioso para ver como tudo começa de novo!
comentários(0)comente



Leonardo 27/12/2012

Continuação desnecessária e frustrante...
Disponível em http://catalisecritica.wordpress.com/

O Rei Mago é a continuação de Os Magos, livro que comprei há um tempo para dar de presente ao meu irmão. Acabei lendo antes dele e gostei demais do que Lev Grossman, doutor em literatura comparada, fez: uma espécie de Shrek dos livros de fantasia, só que com uma pitada bem adulta. Ele pega os clichês do gênero e os subverte, brinca com eles, alia-os a uma história deveras bem contada e que surpreende a todo momento.
O intervalo entre a leitura de Os Magos e O Rei Mago foi suficiente para que eu tivesse esquecido dos detalhes do primeiro livro, o que não exatamente atrapalhou a leitura, pelo contrário, fez com que eu me concentrasse – o que é o correto – no segundo volume e só nele.
Quentin, Julia, Eliot e Janet são os reis e rainha de Fillory, um mundo mágico inspirado diretamente em Nárnia. Eles vivem como se estivessem o tempo inteiro num hotel 1.000 estrelas. Uma vida de sonho, tudo que eles poderiam querer. Quentin, entretanto, começa a se sentir incomodado: falta-lhe algo. Ele tem sede de viver uma aventura, quer provar a si mesmo – e aos outros – que ele é um heroi. Ao seu lado, Julia vive um dilema diferente. Ela se sente cada vez mais dependente de Fillory, ou, um pouco diferente disso, cada vez menos humana, menos ligada à Terra.
Depois de um incidente envolvendo uma caçada a uma lebre mágica e o surgimento de uma grande árvore-relógio, Quentin resolve partir numa pequena aventura (com a companhia de Julia): ir até a Ilha Distante (a ilha mais distante do reino de Fillory) verificar por que os súditos não estão recolhendo os tributos. Há uma lenda (mas é bem difícil, em Fillory, discernir o que é lenda e o que é verdade) sobre uma chave mágica que está na Ilha Distante, e é este o principal motivo da viagem. A partir daí Quentin vê-se envolvido numa verdadeira aventura: tendo ido parar na Terra, ele precisa encontrar um meio de voltar, o que, naturalmente, não vai ser assim tão simples.
Aos poucos, o jovem Rei de Fillory descobre que há mais em jogo do que seu simples retorno ao seu reino encantado. O próprio universo (!) parece estar em risco, e para salvá-lo, Quentin precisará aprender o que significa ser um herói de verdade.
Sim, eu sei, é um clichê. Talvez o maior de todos quando se trata de ficção: a jornada do herói. Mas lembrem-se que isso por si só não é motivo para se desgostar do livro, já que Lev Grossman mostrou em Os Magos que sabe usar clichês como excelente matéria-prima para suas histórias.
O Rei Mago conta também outra história, que caminha de maneira paralela à trama principal: como Julia tornou-se uma maga. No primeiro livro, se não estou enganado, ela já aparece no final da trama, e ninguém parece conhecê-la direito, já que ela não estudou em Brakebills. Ela fez o exame de seleção com Quentin, mas foi reprovada por não ter respondido todas as questões.
À medida que a trama avança no presente – Quentin e Julia tentando voltar a Fillory – vamos conhecendo os segredos de Julia, que não são poucos.
Apresentado o resumo da ópera, preciso fazer algumas considerações. Todas elas negativas, infelizmente.
A primeira – e principal – é que não consegui encontar no livro uma raison d’être, para usar um termo bem chique. O universo criado por Lev Grossman, para mim, estaria melhor sem este livro, só com Os Magos mesmo. Não consegui encontrar o motivo pelo qual aquele livro foi escrito. Eu fui lendo, lendo, lendo (e não o fiz com má vontade ou com preconceito, já que eu gostei muito do primeiro livro) e a história não conseguia me fisgar. Como falei antes, Lev Grossman usou os clichês com maestria no primeiro livro, porque ele os subvertia. A todo momento você quebrava a cara, soltava um “que merda é essa?” e ficava rindo só. Foi assim, por exemplo, quando eles soltaram os mísseis mágicos pela primeira vez. Eu, jogador de RPG, achei o máximo, porque eles mesmos, os magos, eram jogadores de RPG e não pareciam acreditar que pudessem estar soltando mísseis mágicos!
Em O Rei Mago, os clichês estão lá, mas as surpresas, não. Eu lia, e a cada capítulo começado eu me perguntava: será neste que algo realmente sensacional vai acontecer? E nada acontecia. Sim, há aventura. Sim, há ação. Sim, há reviravoltas, mas até essas reviravoltas são previsíveis. O cheiro do livro só me dizia que ele foi escrito porque a editora/o autor queriam ganhar mais dinheiro. Essa é a triste verdade.
No final das contas, a história tem um enredo fraco, nada diferente de uma sessão razoável de um jogo de RPG, ou da trama de quase todas as séries de heróis de video-games ou de desenhos animados (dois exemplos: em Zelda: A Link to the Past, jogo clássico do Super Nintendo, Link, em determinado momento, precisa juntar não sei quantas joias para libertar o mundo de uma maldição – não é bem assim, mas é quase isso; o outro exemplo é um dos mais famosos, e já vem com música: “Vamos desvendar as esferas do dragão...”).
Sério (spoiler a seguir):
Quando eu li que ele teria que encontar sete chaves para salvar o mundo eu quase parei de ler.
(Fim do spoiler).
Mas esse grande problema não é o único defeito de O Rei Mago. Apenas para citar mais dois, fico com dois nomes:
Quentin e Julia.
Isso mesmo. Os dois protagonistas do livro.
Quentin é um personagem chato, sem carisma, nada nada atraente. Sim, ele quer ser um herói... Ele é inteligentíssimo – no universo de Lev Grossman é necessária muita inteligência para conseguir lidar com a lógica intrincada da magia – mas consegue agir com uma estupidez inacreditável. Dois exemplos óbvios disso são as duas vezes em que ele cai na mesmíssima armadilha, sem ao menos parar e se perguntar “Estou sendo muito estúpido?”. Ele age, diversas vezes, como, num jogo de RPG, deve agir aquele bárbaro burro, que só sabe quebrar coisas e pessoas.

Julia começa o livro toda misteriosa. Ela nutre uma mágoa secreta por Quentin. Deixa escapar diversas vezes que ninguém passou pelo que ela passou. “Ninguém sabe o que eu sofri”. “Você não faz ideia”...
Ela, para variar, é superinteligente, provavelmente uma das pessoas mais inteligentes do mundo. Mas é uma adolescente emocional. Quando eu lia esses episódios em que ela ressaltava seus sofrimentos, em minha mente só vinha a imagem daquela expressão irritante de Bella Swan, mordendo os beiços e baixando os olhos, como se toda a autocomplacência do mundo tivesse ido parar dentro dela.
No final das contas, é relatado um episódio de sofrimento – isso mesmo, um. Claro que é um sofrimento absurdo, mas... caramba, Julia, supera, vai! Tem que ficar lembrando o tempo todo a desgraçada que você é? E que culpa Quentin tem disso? Ele passou no exame e você não? É isso?
Como se pode ver, para mim, o livro carece de uma trama convincente e de personagens interessantes. Logo, acabou sendo bastante frustrante.
Que não venha um terceiro e Lev Grossman possa empregar seu talento num livro novo, que fuja desse universo completamente.
Hel 29/11/2014minha estante
Citou todas as razões pelas quais abandonei este livro. A única parte que não me fez bocejar foram alguns trechos sobre os esforços de Julia para subir de nível, mas até isso me cansou. E realmente, acho que Julia é muito "coitadinha de mim" e não tem noção do que é sofrimento de verdade.




Cachamorra 02/12/2012

Lixo!
Lixo... nem vou perder meu tempo fazendo resenha...
comentários(0)comente



Edu4rd0 18/08/2012

O Rei Mago - Lev Grossman
Resenha originalmente publicada em catalisecritica.wordpress.com

O livro começa com Quentin e companhia no reino de Fillory, onde eles deveriam estar vivendo o “felizes para sempre” do volume anterior. Mas como o personagem principal tem uma vontade absurda de ser o herói, acaba por embarcar numa grande aventura, digna dos grandes livros de fantasia.

Nesse ponto o livro se divide em duas histórias contadas simultaneamente: em uma delas seguimos Quentin, que acaba por voltar para a terra com Julia, e a outra parte é exatamente a história de Julia. Como ela conseguiu virar uma maga, já que não tinha conseguido entrar em Brankebills, a escola de magia.

A história de Julia é muito interessante. É a história principal, digamos assim. É ela que coloca os pontos nos “is”, e explica o desfecho final, por isso não falarei mais dela por aqui, para não entregar nenhum spoiler.

Já a aventura que eles empreendem em Fillory, é um caso totalmente diferente. É nela que Grossman se empenha para fazer as suas principais homenagens e brincadeiras com a fantasia e seus escritores num modo geral. E tudo vira uma grande “brincadeira”, ou uma metaliteratura, digamos assim. Os reis de Fillory entram na aventura e a vivem, como se tivessem lendo um mapa. Por exemplo: eles entram na empreitada de encontrar as sete chaves de ouro, mas simplesmente disseram: encontre-as. Não disseram por onde começar. Então eles pensaram: nos livros eles simplesmente tinham fé, e se punham a andar em frente. Os heróis de verdade sempre tropeçavam nos seus objetivos, se tivessem a fé necessária, conseguiriam.

Com esse raciocínio em mãos eles continuaram a aventura, e sem perceber, Quentin acabou virando um herói de verdade, o que mostrou a grande habilidade do escritor de escrever um livro onde o mote principal é uma aventura de clichês, com aventureiros que conheciam e já os adivinhavam de antemão, com uma boa história como pano de fundo (a história de Júlia), e ainda fazer um final surpreendente, que me deixou com uma revolta absurda, mesmo sabendo que tudo teve lógica e não houve nenhum tipo de apelação para causar esse sentimento no leitor (eu).

Um ótimo livro, que todos que se dizem fãs de fantasia deveriam ler.

4 estrelas em 5.
Aline 24/05/2016minha estante
Concordo com você ao dizer que a história da Julia é a principal do livro.
E eu simplesmente adoro todas as referências de outros livros de fantasia que o autor vai colocando no meio da trama!




CooltureNews 26/07/2012

Publicada no www.CooltureNews.com.br
Estou de volta para comentar sobre uma das séries que acabou se tornando uma das minhas favoritas, O Rei Mago é a continuação do livro "Os Magos" o qual teci inúmeros elogios. A continuação conseguiu suprir minhas expectativas, porém esperava que fosse extrapolar. Sei que posso estar pedindo demais, mas quando se torna fã de uma coisa (fã de verdade, aquele que consegue enxergar defeitos, ser crítico e ainda assim gostar da obra) esperamos ver a evolução da obra.

Se você não leu o primeiro livro, muito menos a resenha aconselho a parar a leitura desta resenha por aqui. Após a trágica viagem a Fillory no primeiro livro, Quentin resolve abandonar a magia e consegue por um tempo, até ser abordado por Janet, Eliot e quem diria, Julia recebendo assim o convite para retornar a Fillory e ser um dos 4 reis deste mundo. Aqui a trama da um salto de 2 anos com nossos personganes ocupando o trono de Fillory e vivendo de mordomias.

Quentin sempre foi um aventureiro e estava cheio da sua boa vida, neste meio tempo, as pessoas de Ilha Distante estava com seus impostos atrasados, Quentin resolve ir até la para cobrá-lo, o que era uma simples viagem acabou se tornando uma de suas maiores aventuras já vividas.

Entre idas e vindas entre a Terra, Fillory e a Terra Nula (local criado magicamente como uma ponte entre os diversos mundos), passamos a conhecer mais sobre um dos personagens mais enigmaticos da série, Julia, posso dizer sem sombra de dúvidas que ela foi a verdadeira protagonista desta trama, afinal sua história foi mais interessante do que a aventura em si. Julia é uma maga (que palavra estranha, ela realmente existe?) marginal, fora rejeitada no teste de Brakebills e passou a obter seus conhecimentos de maneira obscura, entretanto chegou mais longe do que qualquer mago poderia chegar.

O livro continua fazendo refências diretas a Narnia, O Senhor dos Aneis e Harry Potter e isso realmente fez toda a diferença para que eu conseguisse separar suas histórias e evitasse ficar fazendo comparações entre eles durante a leitura, tenho que confessar que realmente esperava que Josh tivesse encontrado a fonte da Terra Média.

Entretanto, como disse no inicio, o livro não apresentou nenhuma evolução em relação ao anterior, digamos que não me surpreendeu, espereva que o autor se arriscasse mais, principalmente quando começou a fazer referências religiosas e podemos presenciar a aparição de Deuses, ok, realmente não sei o motivo de estar reclamando! O livro continuou sendo muito bem escrito, a leitura é fácil e eletrizante, apesar do livro ser mais focado nos personagens.

Não cheguei a pesquisar ainda se haverá uma continuação, mas realmente espero que isso ocorra. Continuo recomendando a série, porém não esperem algo muito diferente entre os livros.
Aline 24/05/2016minha estante
Ai, eu também queria muito que o Josh achasse a fonte pra Terra Média. Ia ser genial.
Achei esse melhor que o primeiro. Acho que principalmente pelo desenvolvimento da Julia, porque querendo ou não acabo me identificando muito mais com personagens femininas.
E gosto muito do desfecho da história, de que você precisa arcar com as consequencias do que fez e continuar vivendo com isso.




Albarus Andreos 06/02/2012

O Mago e o Gênio
O Rei Mago:

Seguramente posso dizer que estou no ápice de minha vida como leitor. Isso, por ter atualmente a disposição os livros de George R. R. Martin, Patrick Rothfuss e Lev Grossman, autores contemporâneos de extraordinária cepa.

Lev Grossman, este genial autor de O Rei Mago (Editora Amarilys, 2012), professor de literatura formado em Harvard, filho de dois professores de inglês, nascido em 1969 em Lexington, uma cidade próxima a Boston, nos Estados Unidos, é seguramente um dos meus autores favoritos. Sem titubear o coloco ao lado de outros renomados ficcionistas de grandeza extraordinária, como os citados, mesmo sem ser claramente um autor de fantasia, como seus dois companheiros, nesta tríade particular que põe à sombra todos os demais fantasistas.

É que, ao terminar de ler seu livro anterior (Os Magos, 2011), também publicado pela Editora Amarilys, fiquei de queixo caído com a facilidade com que o autor consegue conduzir uma trama difícil, que mesmo arrastando um caminhão de aspectos psicológicos que poderiam dificultar o trabalho de muitos escritores; Grossman o faz com a facilidade com que toma um copo de cerveja gelada depois de uma boa pelada com os amigos.

Mas talvez você esteja se perguntando por que eu o coloco no mesmo panteão dos mais fascinantes escritores de fantasia da atualidade se eu já o declarei um não-escritor de fantasia. Aliás, se você já pôs os olhos em um pequeno trecho de um dos livros dele, talvez se pergunte se eu estou louco, já que neste segundo livro, Quentin Coldwater, o frustrante e anticlimático personagem principal do livro anterior, está desde o início em Fillory, o metalinguístico mundo de fantasia dos livros que o próprio Quentin lia, quando menino.

Relembrando: Quentin foi, após um "vestibular" meio surreal, parar numa faculdade de magia (e aí Lev Grossman sequer tenta esconder as similaridades e a acachapante influência de J. K Rowling, com seu ícone Harry Potter. Na verdade, brinca com isso o tempo todo, assim como brinca com Nárnia, Dungeons&Dragons, O Senhor dos Anéis, Peter Pan, O País das Maravilhas e "otras cositas más").

O livro de Grossman abre o diálogo com estas obras, de outros magníficos autores de fantasia e aventura por ser este exatamente seu intento ao escrever Os Magos, e agora O Rei Mago. Dentre suas linhas de ficção precisa e limpa, recheadas de ironias, sensualidade e veneno, o autor vai debulhando uma análise muito acurada do que é a fantasia na literatura e como as pessoas se comportam perante ela. Quentin lê os livros sobre Fillory (que não existe na literatura real) assim como lê Harry Potter e O Senhor dos Anéis, alçando-o a um mundo de fantasia como os demais. Temos então que Grossman não é um escritor de fantasia, por esta ótica, mas um escritor de realidades alternativas, não deixando portanto de ser um escritor de literatura fantástica. Grossman escreveu um livro sobre livros (daí a metalinguagem).

Outro aspecto importante é que Quentin entra em Fillory, não como um personagem de uma aventura onde Fillory é o cenário. Quentin é de Nova Iorque, do Brooklin, e entra lá como um ente alienígena do mundo real. É um representante nosso que adquire o poder de perambular no reino mágico e sua forma de agir, como um autêntico alien, é que o descola de Bilbo, Peter Pan ou Alice. Quentin está ali, não para desempenhar o arquétipo de herói à procura de aventuras ou de algo inatingível ou não, que as justifique; com o auxílio de um mentor e com uma espada mágica para ajudar. Isso é para os livros de fantasia e Quentin, na história de Grossman, não é um personagem de um livro; ele é real, vindo do mundo real e traz o distanciamento racional, a desconfiança e a estranheza de um urso pardo bailarino dentro de uma reunião de velhinhas bordadeiras cearenses. Ou seja: um peixe fora d'água.

Parece-me portanto, que a intenção de Grossman, em criar um personagem absolutamente deslocado de uma aventura de fantasia é refletir um aspecto bem evidente do nerd. Seja o aficionado por Star Treck, o ávido leitor de gibis de super-heróis ou o fã de RPG. Grossman tenta contar um história de nerds!

Que gordinho nerd poderia pilotar um X-wing de Star Wars senão num Playstation? Que leitor de Hulk poderia se medir frente à frente com o Abominável ou com uma divisão inteira da S.H.I.E.L.D.? Que fã de Lost poderia permanecer uma semana numa ilha perdida no meio do nada? Foi onde o autor de O Rei Mago meteu Quentin. Primeiro fazendo o cara passar anos estudando magia em Brakebills, a faculdade oculta por um encantamento de proteção em Nova Iorque (sem qualquer gostinho de Hogwarts) e depois o jogando de volta no mundo real, onde a magia existe, mas os magos a utilizam discretamente, para viver a vida de nababos. Nada de salvar o mundo de uma ameaça extradimensional ou de um dragão controlado por um necromante comedor de almas (ao contrário das aventuras de Harry Potter, o sexo e o uísque correm solto, despertando em nossas almas negras um vislumbre torpe do que poderia acontecer se os livros de Harry fossem mais adultos: uma vontadezinha pervertida de ter visto alguma cena de sexo depravado entre Hermione e Gina Weasley, por exemplo. Algo impensável para um autêntico fã. Um sacrilégio! Deturpado, monstruoso, sujo... Excitante!).

Em O Rei Mago, após todas as reviravoltas que jogaram Quentin de novo em Fillory, o vemos como um dos reis do lugar. Com ele estão Janet, a patricinha ninfomaníaca; o amigo gay Eliot; a ex-garota-mais-gostosa-da-escola-que-não-dava-nada-por-Quentin, Julia, que se tornou uma maga das sombras e vários personagens tipicamente filloryanos, que parecem enxergar nestes visitantes, algo de intrusos mesmo, mas seu papel é o de desempenharem seus arquétipos (e não podem evitar).

Uma nova aventura se inicia. Quentin tem que achar as sete chaves (chaves parecem ser coisas bem adequadas a livros de fantasia, seguindo o raciocínio de Quentin). E uma busca, nos moldes tradicionais dos livros de fantasia vem bem a calhar. Talvez Quentin devesse se dar conta de que não faz parte deste mundo e se mandar antes de se meter em algo realmente ruim, mas talvez Quentin devesse olhar melhor para Julia, que parece estar se rendendo ao mundo mágico e se tornando um personagem de Fillory. Como diz o ditado, "se está no inferno, tire o capeta para dançar". Talvez seja a melhor estratégia para se manter vivo! O que acontece de fato, é que Quentin adorava fantasia enquanto ela era fantasia, estava nos livros e poderia ser guardada numa prateleira, mas quando isso passou a ser um mundo a ser vivido, empacou como uma mula.


O gênio e o chato:

A grande novidade de O Rei Mago, se comparado ao seu antecessor, Os Magos, é que este livro é um autêntico romance de fantasia, enquanto Os Magos era mais uma explanação livre e bem pensada de como seria a fantasia para jovens novaiorquinos típicos e mal alinhados à sua realidade anglo-saxã, fria, mecânica e competitiva, que de repente veem-se diante de uma porta para o absurdo. Fillory não é mais o reino de fantasia que aparece nos livros lidos por Quentin e Julia. Aqui, Fillory finalmente existe e é o mundo criado por Grossman assim como Nárnia é o mundo de C. S. Lewis ou o Sítio do Pica-Pau Amarelo é o mundo de Lobato.

O senão, é que Lev Grossman escreve bem demais, mas sua acidez, seu tom mordaz e coloquial o aproximam muito da crônica para fazê-lo ótimo como escritor de fantasia, estilo que requer um traço mais intimista, emotivo, lúgubre e arcaico. Seu traço preciso aplica-se mais ao crítico do que ao escritor e escrevendo, Grossman é muito mainstream para refletir o lirismo e o cerne fabuloso necessário ao fantasista, de tal forma que ele é... chato!

Não espere o envolvimento heróico de um Aragorn e um Frodo numa aventura realmente séria e aflitiva rumo a Mordor. Tudo para Grossman é um toque pálido de uma fantasia de livro já lido há muito tempo, quando se era criança e se gostava disso; sem emoção ou vida como é seu Quentin Coldwater, deslocado e perdido entre a realidade possível e a alcançada. Resta saber como um cara consegue ser tão bom sendo tão estraga-prazeres (talvez devamos ter em mente que o sobrenome de Quentin, "Água Fria" (a tradução de Coldwater), seja completamente intencional).


A Dama das Sombras:

Quentin e Julia vão para a Terra após terem entrado num portal, sem querer; Quentin reencontra Josh, conhece Poppy e entrevista um dragão (errr... um pouco rápido demais? No livro também é assim). Conseguem então voltar para Fillory, onde já se passou um ano. Encontram Eliot de novo, a bordo do Muntjac, o navio que Quentin fez para partir para uma aventura. Eliot está atrás das chaves mágicas que Quentin começou a procurar antes de ter ido para a Terra (e já recuperou várias). Quentin e Julia voltam no meio da aventura de Eliot para se juntar a ele e achar as que faltam. E tudo é tão... banal!

Grossman quer propositalmente dar à trama este toque de trivialidade; o problema é que a história toda se sustenta na versatilidade do autor e no seu estilo. Ele se dá tão bem em refletir a chatice de Quentin que quando Eliot revela seu tempo de caçador de chaves, tendo vivido aventuras próprias no oceano, tudo é contado em um par de parágrafos, mesmo com um trem marinho e um castelo inteiro flutuando sobre as ondas, citados só num esbarrão ligeiro. Nada é interessante o suficiente, nada é excitante pra valer, não há aventura de verdade. O livro inteiro de Grossman, esbarrando nas contradições até aqui explanadas, não é um livro de fantasia de verdade.

Vamos na lábia perfeitamente encadeada do autor transitando hora na mal fadada aventura de Quentin, hora nos flashbacks pessoais de Julia, e aí talvez tenhamos a parte mais interessante do livro. Lembra-se que em Os Magos, sempre que Quentin voltava de Brakebills, mais ou menos de ano em ano, encontrava Julia cada hora de um jeito, mas num estado cada vez pior? Alguma coisa nos era passada; deu para entender que Julia havia estado no mesmo "vestibular" que Quentin para ingressar na faculdade de magia, mas não passou. Deu para entender que ela não havia se conformado com isso e que a cada novo reencontro ela estava mais consumida na sua doentia compulsão por se tornar uma maga. Ela suplicou a Quentin que intercedesse por ela para que conseguisse ingressar em Brakebills, mas ele não se empenhou tanto assim, embora tenha realmente levado o pleito dela adiante. No final do livro, Julia reaparece, junto com Eliot e Janet para buscar Quentin, que havia se rendido ao isolamento, para levá-lo de volta a vida, de volta a Fillory, para aproveitar de vez o que aquilo significava, mas não sabemos como ela afinal foi parar ali (e até o final de O Rei Mago continuamos sem saber).

Nesse livro, vemos a história de Julia, desde o momento em que levou pau em Brakebills até o momento em que voltou a reencontrar Quentin, já como uma poderosa feiticeira das sombras. Somos então apresentados a uma série de personagens secundários que vão alimentando a neurose dela, vemos seus momentos de profunda angústia e depressão por sucumbir a uma realidade que ela se recusava a negligenciar e aos seus esforços titânicos para sobreviver e finalmente encontrar o caminho para a magia. Somos entremeados numa complexa rede de magia subterrânea, que vai alimentando Julia e seus progressos são desencavados na unha, às custas de sua dignidade, sanidade e saúde. Tudo isso entremeado com as vezes em que se reencontrou com Quentin, como vimos no primeiro livro. Descobrimos então o que ela sentiu, o pano de fundo em que se inseria cada reaparecimento e o esgoto em que se diluía sua vida. Grossman é um gênio! É tudo tão perfeitamente encadeado, tão genuinamente plausível e tão maravilhosamente contado que embarcamos no claustrofóbico torpor que ele nos reserva e afundamos junto com Julia; permanecemos no fundo, chafurdando a esmo, inevitavelmente, interminavelmente, desesperados para emergir... e então retornamos. O caminho para voltar da zona negativa à tona é tão árduo que quando nos vemos de volta ao zero mal conseguimos entender que ela conseguiu. Foi tudo difícil demais, caro demais, mas Julia conseguiu!

Ela emerge dentro do mundo que procurou. Ela descobre finalmente de onde vem a magia e como ela é. Junta-se a outros magos que estudam com afinco o assunto (e aí as maquinações e os mecanismos da magia são esmiuçados de forma um tanto exagerada demais pelo autor, o que, na minha opinião, tira um pouco do ritmo da narrativa).

Ela nem sequer tenta voltar a ser uma pessoa normal, nem se dá ao trabalho de querer esfregar na cara de todos que a negligenciaram seu estado supremo e final, mas ela pensa nisso o tempo todo, sua sanidade (ou o que se podia chamar de normalidade, à princípio) se perdeu, na verdade. É uma nova Julia que agora existe, e ela é soturna como os reinos mágicos presentes nos mitos franceses onde ela agora vaga, em Murs. A maneira um tanto displicente com que o autor às vezes trata o encontro dos magos de Murs com criaturas mágicas se banaliza também. Talvez este seja um problema com Grossman: ele não tem muita paciência para com seu próprio livro. Sua narrativa em linguagem um tanto chula e popular demais também parece atribuir um modo de falar comum para todo mundo (todo mundo fala com a mesma voz, tem os mesmo tiques verbais e usa as mesmas contrações). Talvez diferenciar as falas fosse uma boa para agregar maior individualidade aos personagens.

A fase de estudos e descobrimento da magia, por Julia é descrita de forma tão técnica que o livro de fantasia de Grossman parece virar ficção científica, num certo ponto. Ele destrincha o inextrincável, quando explica a ciência por trás da magia. Conhece aquela frase de Arthur C. Clarke: "Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível de magia"? Pois é... A própria frase é citada no livro. O que é misterioso por natureza se abre diante de nós como um sapo eviscerado de laboratório. Assim, ele faz o mistério perder o que de mais insubstancial (e charmosos) possui: a fábula! A fantasia de O Rei Mago é fraca, por isso. Não temos mais o chato Quentin (pelo menos não o tempo todo), mas não temos mais a fantasia como gostamos em Nárnia, de C. S. Lewis, em Fantasia, de Michael Ende, ou na Terra Média, de Tolkien. Ele também adora um clichê (e nem por isso pode ser crucificado): a feiticeira gostosa, parece ser seu principal fetiche. E não podemos reprimir o tesão latente nas cenas em que a deliciosa Julia se vende para adquirir conhecimento ou quando é subjugada por um deus brincalhão de três metros de altura (imagina o que ela teve que "aguentar"?) e por isso perde sua humanidade.


Epílogo:

A tal procura pelas chaves mágicas é uma aventura fraca, como se poderia imaginar. Grossman, como sempre, parece estar tirando um sarro das aventuras de fantasia. O final é surpreendente mais por não ser tão crível como imaginaríamos depois de tudo. A ida de Quentin ao submundo, o tal passaporte que lhe é pedido depois, diante do portal para o próximo mundo, o absurdo de não poder ir como queria, a maneira como Josh e Poppy encaram seu novo papel... é irritante e destoa do todo. Mas aqui, Grossman já se encheu do livro e quer terminar. Esqueça o final. Mesmo porque a nonsense intrínseca parece aproximar Grossman de Borges (uau)!

A cada frase de Lev Grossman somos apresentados a sua magnífica habilidade de escrita. A história em si passa a ser mera coadjuvante neste processo. Há tanto material ali que, para um escritor qualquer, o livro poderia se constituir numa verdadeira mina, de onde se poderia escavar material para se escrever mais uns dez livros de fantasia. Mas esse é o estilo de Lev Grossman. A estrela ali, mais que qualquer outra, é ele próprio. Recomendo.
Elena P. 19/02/2012minha estante
Se eu já não estivesse louca para ler esse livro, teria ficado agora. Com certeza Lev Grossman é um dos meus autores favoritos atualmente e é muito bom ver que alguém concorda comigo, tendo em vista que muitas pessoas odiaram Os Magos e nem vão dar uma chance ao segundo livro, talvez por não entender as personagens, especialmente o Quentin.

Ótima resenha, cara! Parabéns!


Luite 08/04/2021minha estante
Amigo vc e meio doente a julia vender o corpo em troca de adquirir conhecimento e excitante? Um deus matar quase todos os seus companheiros e depois estrupar ela e excitante? Procure um medico ou psiquiatra vc precisa




11 encontrados | exibindo 1 a 11


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR